quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

Síndorme de vira-lata

Nassif reclama tecendo críticas contra a revistaVEJA que em uma semana elogia o ministro da justiça e na semana seguinte tece críticas ao mesmo pelo mesmo assunto; o caso do italiano assassino que recebeu o status de "refugiado político". Ou seja, ele que postou um comentário que não tinha ainda um juizo de opinião sobre o caso mas publicou o artigo de lavra de sua irmã defendendo a concessão do status depois de ter-se "aprofundado" na leitura da autobiografia do marginal condenado. A VEJA passa a semana entrevistando autoridades e envolvidos no caso, lê o processo, avalia o dito pelo bandidão e volta atrás no elogio determinando que os motivos dados pelo ministro não se justificam. O que faz Nassif? reclama dessa mudança de postura e faz alusões a ataques ao governo por conta do "satiagraha", já que a revista não deu matéria sobre o congelamento de contas do banco de Daniel Dantas no exterior.

Num raro caso de excepcional confluência dos astros, Mino Carta, Diogo Mainardi e Reinaldo Azevedo são contra a decisão do ministro e todos batem forte na decisão. A grande maioria no entanto faz loas ao ministro e ao governo que demonstraram "independência".

Enquanto isso a Espanha que esta semana novamente tratou brasileiros que viajaram ao país em férias e a trabalho como bandidos, prendendo-os e deportando-os. Sabem qual foi a reação do ministro da justiça? Nenhuma. Do Itamaraty? Nenhuma. Algum comentário do presidente que dá pitaco até na questão palestina? sequer um murmúrio.

Agora, porque o governo italiano reclamou da decisão, ressurge o espírito do vira-lata. Sabe aquele cachorro de rua que corre latindo e rosnando atrás dos carros porque se incomoda com o barulho, mas basta o carro parar para sair correndo? Pois é.

A decisão do Brasil é soberana e tem que ser respeitada, reclamam o presidente, o ministro, e a legião que infesta a internet que não sabe reconhecer a diferença de um nabo de um chuchu.

Sei lá, tivesse o ministro Berlusconi aquilo roxo; mandaria um comando assim que o cidadão fosse libertado e levava para a Itália. Aí sim e somente aí, o Brasil teria o direito e razão de reclamar de desrespeito a sua soberania. Mas reclamar de uma decisão e usar os canais competentes para isso não é desrespeitar a soberania. Quem desrespeitou a soberania de alguem, foi o ministro da justiça que ao querer justificar o injustificável, atacou os poderes constituidos italianos como se fossem formados pela Camorra e pela Cosa Nostra.

Se a Itália realmente levar a sério o sentimento de sua população; o Brasil por conta dessa bravata do ministro da justiça, apoiado pelo presidente vai amargar uma série de desaforos e não poderá recorrer a ninguem.

Imaginem a Itália que preside esse ano o G8 chamando a Índia e a China para suas reuniões mas deixando de lado o Brasil? Atrapalhando as negociações do MercoSul como a Comunidade Europeía? Convocando embaixadores?

Pois é! Era o momento de mostrar verdadeira grandeza e mostrar que é um país sério, deportando o bandidão; mas preferiu outra coisa.

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