quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Eu bem que avisei

O delegado Protogênes Queiroz foi entrevistado no programa Roda Viva. Não sofreu nem de longe o mesmo patrulhamento que o ministro do STF sofreu das mílicias internauticas e seus generais blogueiros.

No rescaldo, também passou muito longe a amplificação da entrevista. Basicamente um post com os considerados "melhores momentos".

Luis Nassif considera um deles despreparado e rísivel e outro ponderado e objetivo. Reinaldo Azevedo considera o oposto. Claro, como não estamos falando de uma operação de coração que exige uma técnica minuciosa, a opção de achar esse bom e outro não será resultante daquilo que acredita ser a verdade e não entro aqui no mérito de quem tem razão.

É curioso que certos blogueiros, afirmem através de comentários (se o blogueiro aprova a publicação de um comentário sem uma ressalva dele, é porque concorda com o enunciado e não adianta depois reclamar dizendo que comentarista é livre pra dizer o que quiser respeitada as diretrizes do blog), que a âncora do programa seja idônea e corajosa quando perguntou ao ministro Gilmar Mendes sobre o audio dos grampos e seja criticada como defensora da VEJA porque questionou o delegado sobre o mesmo assunto.

De fato, o delegado Protogenes, por mais que queiram solidarizar-se com ele porque resolveu peitar "poderosos"; ele é alvo de inquérito por conta de supostos atos errados ou ilícitos na condução do inquérito Satiagraha.

Quem se autodetermina defensor da lei, deve respeitar os limites que ela coloca na condução das coisas. Nos filmes é legal assistir os agentes da lei pressionados pela ação de bandidos sem limites, usar dos mesmos meios e violência quebrando a lei para prender quando não simplesmente eliminar os que "quebram" a lei. Mas isso deve ficar apenas no mundo da fantasia.

Usando a mesma linha de argumento do delegado, se o inquérito resultar no seu indiciamento, isso (aos seus olhos, conforme resposta no programa), faz dele um bandido.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

É ou não é patrulhamento?

Quando existe idealismo, ao meu ver, ele não é mais exarcebadamente praticado em um caso e outr não. O idealismo como norte é constante.

Quando ele aflora a depender das circunstâncias, o idealismo cede lugar ao ideologismo, ao militantismo.

Quando esse ideologismo e militantismo é focado, severamente focado em uma determinada situação e outra situação similar porém não necessáriamente contrária ao pensamento militante, então esse ideologismo cede o lugar para o patrulhamento.

Assistiu-se a isso no caso do programa Roda Viva; e teço esses comentários a partir dos digamos assim, blogs mais acessados. Um sem número de blogs que formam o que o "Imprensa Marrom" chama de Petistofera, não será considerado, porque justamente agem de forma militante. São aqueles que acham e clamam aos quatro ventos que é graças ao governo do PT que o sol ainda se lavante e põe por estas terras.

Paulo Henrique Amorim, Luiz Nassif, Mino Carta entre outros, replicaram, na verdade agiram coo generais em guerra, orientando tropas e comandos em ataques ordenados.

Como o mais "conhecido" é Luis Nassif, vou basear-me nele.

No caso do ministro do STF, houve do comentário indiretamente jocoso ao claro repúdio e Nassif em resposta a um comentarista deixava claro que a questão não era entrevistar o ministro mas quem foi convidado para entrevista-lo e Reinaldo Azevedo no caso não deveria ser convidado para entrevistar ninguem.

Tinhámos então: a) críticas ao típo de entrevista que seria ou uma preocupação com uma "conversa entre amigos" e; b) críticas aos entrevistadores, ou sendo eles quem são, não podem aparecer, ter voz ativa, seja lá o que isso for.

E com efeito, as hordas de emails atacando ora um aspecto, ora outro ou ambos foi de tal ordem que gerou posicionamento do ombusdman antes, durante e depois do programa realizado.

A idiotice dos argumentos é tão grande que nem seria o caso de comentar, mas façamos isso para registro.

Quanto ao aspecto (a), a crítica é tão desqualificada que para ter valor deveria ser constante. E qual foi a crítica quando o programa anterior foi mais do que nunca uma conversa entre amigos? Essa turma, tão ciente das "coisas" sequer percebeu o que se passava, mas bastou um deles perceber que o programa seria com o juiz e com aqueles "entrevistadores" e pronto.

Quanto ao aspecto (b), a crítica é tão ridícula, superficial e marginal que os mesmos que atacaram a emissora dizendo que ela NUNCA DEVERIA ter chamado Reinaldo Azevedo, por exemplo, são os mesmos que louvam as vítimas do AI-5 que tiveram sua liberdade de falar restringida, aliás como ocorreu com todo mundo. Mas trata-se do blogueiro da VEJA? Para a fogueira com ele. E que se note, os mesmos que vivem a criticar a forma dos postulados, o estilo de escrita, as idéias e pensamentos do blogueiro não expoêm uma unica razão (não motivo, mas raciocinio, deu pra entender?), para discordância. Desqualificam a pessoa, o hábito, o estilo, a endumentária.

Hoje a noite, será a vez do delegado Protogênes, arquiteto do primeiro relatório do inquérito Satiagraha. Foram escolhidos 4 jornalistas, sendo que dois deles são blogueiros bastante acessados.

Sabe qual o impacto que os "generais" causaram divulgando o "evento"? A comparar com o anterior; nenhum.

No blog do Nassif, A entrevista de Gilmar Mendes deu origem a pelo menos 3 posts com centenas e centenas de comentários. No post sobre a entrevista do delegado, apenas 34.

Não ocorreram até agora, as redes de envio de perguntas ao delegado. Críticas aos entrevistadores? Um ou outro reclamando dos blogueiros.

Mas nada, nada que se asemelhe ao que ocorreu com o programa do Gilmar Mendes. E olha que ambos estão inseridos no mesmo assunto; o inquérito Satiagraha.

É ou não é patrulhamento?

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Sobre o post anteiror

Dizer o que, não é mesmo?

Quem realmente ganha de imediato com a fusão?

1- Daniel Dantas. Tem uns e outros aí que se dizem opositores ao empresário mas que são favoráveis a fusão. Só que essa fusão colocou 2 bilhões no bolso do homem. Fazem um escárceu gigantesco porque o sujeito consegue um HC no STF; mas nem uma palavra sequer sobre essa montanha de dinheiro.

2- Os donos da OI. Nada tenho contra eles e a tele em sí. Mas se deram bem, muito bem; e para tanto qual foi o peso do fato da Telemar ter capitalizado com alguns milhões a empresa do filho do Lula? Claro, a empresa era um enorme sucesso na sua área antes do genitor de um dos sócios ser presidente? Não? Claro, apenas uma coincidência. Existe também a questão de serem os maiores financiadores de campanha do Lula, claro, são amigos, uma mão lava a outra. Nada há de errado de empresas financiarem campanhas, empresários terem amizade com políticos. Sorte deles não é mesmo? Tem um detalhe, aqueles mesmos que nada viram de errado nessa operação resultar em Daniel Dantas ficar 2 bilhões mais ricos, asseveram com ar professoral e um timbre de isenção na opinião que isso é uma questão de ser "amigo do principe". Com FHC foi assim e com Lula também. Pois é!

3- Advogados, políticos e jornalistas que de alguma maneira ajudaram um lado, outro, ambos a fecharem esse "negocião". Receberão remunerações por resultado, se é que já não receberam.

Segundo a reportagem abaixo; quem ainda demora pra ganhar são os consumidores, porque a baixa de preços ainda pode demorar um pouco.

Só rindo mesmo!

O que técnicamente faz os preços serem menores é uma CONCORRÊNCIA; e alguem precisa me explicar qual concorrência existe quando uma fusão implica em menos empresas no jogo.

Ademais estamos falando de quais preços? Porque telecom envolve preços de tarifas, e esses não são livres para previamente aprovados pela ANATEL e preços de aparelhos.

Ora, os preços de aparelhos já são tão baixos que muitos planos incluem os aparelhos de graça ou com preço simbólico.

E alguem espera que a BrOI peça para ANATEL tarifas menores? Os custos bilionários dessa fusão precisarão ser cobertos, não é mesmo? Se a OI entra em São Paulo com uma campanha de "fale de graça por um mês", é porque espera cobrir esse "prejuizo" com o uso "pago" nos meses posteriores.

A não ser que alguem me explique no que, como e quando, aquele que realmente interessa, no caso o cliente, terá ganhos com essa fusão.

Fusão BrtOI aprovada

Anatel aprova a compra da BrT pela Oi
Por Humberto Medina, na Folha:
A Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) aprovou na noite de ontem a compra da Brasil Telecom pela Oi. A anuência prévia à operação foi concedida com algumas condicionantes. O negócio envolve aproximadamente R$ 13 bilhões, a maior parte em financiamento público, com recursos do BNDES e do Banco do Brasil. A decisão foi tomada a tempo de evitar que a Oi tivesse que pagar R$ 490 milhões de multa para a Brasil Telecom.
A maioria das condicionantes (veja quadro nesta página) já havia sido previamente negociada pela área técnica da agência com a Oi e anunciada pela própria empresa na terça-feira. Entre elas, está a de manter os empregos até abril de 2011 e uma meta para universalizar o acesso à banda larga.
Nenhuma das condicionantes confere mais poder aos fundos de pensão ou ao BNDES para vetar eventual operação de venda da empresa a estrangeiros. A Folha revelou na segunda-feira que não haviam sido adotados impedimentos legais para esse tipo de negociação.
A decisão da Anatel não foi unânime. O conselheiro Plínio de Aguiar Júnior, da cota do PT na agência, votou contra. Os demais conselheiros -Emília Ribeiro (PMDB), Antônio Bedran (ex-procurador da agência, apoiado pelo ministro Hélio Costa, do PMDB) e Ronaldo Sardenberg (indicação do Palácio do Planalto e presidente da agência)- votaram a favor.
Para Sardenberg, o consumidor sairá ganhando, mas não imediatamente. "Haverá ganhos de escala e de gestão. Levará o devido tempo para ter reflexo na redução de preços."

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

TCU paralisa fusão da Brt e OI

Segundo notas da imprensa:

O ministro Raimundo Carreiro do TCU, afirmou que a ANATEL não possui as informações necessárias para conceder anuência prévia para a operação de fusão da Br e OI e portanto deve se abster de aprovar essa fusão.

Como resultado, se a ANATEL não aprovar a anuência prévia até sexta-feira agora, a OI terá de pagar uma multa de R$ 490 milhões de reais por descumprimento de prazo contratual.

A Anatel supendeu reunião de seus conselho e montou uma equipe para prestar esclarecimentos ao tribunal; porém advogados ouvidos acham que é pouco favtível que a Anatel reverta a decisão do TCU em apenas dois dias.




quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Avaliações, escolhas e personagens

Bem vamos lá, começo a escrever e já aviso aos sensiveis, poderá ser longo, mas afinal de contas, me propus ao criar o blog, de tecer "análises" e não apenas clipagem de notícias, embora as faça.

Quando começou a recente briga dos blogs em torno do programa do Roda Viva, de um lado, RA informando que faria parte do programa e Nassif de outro, fazendo a clipagem do anúncio do programa diretamente do site dele com um breve comentário jocoso sobre o equilibrio da bancada escolhida; começou uma operação de desmonte e aparelhamento como poucas vezes se viu e na velocidade que ocorreu. E isso foi tão sério que levou o ombusdman a publicar posts sobre o programa em sí em tres ocasiões diferentes, antes durante e depois do programa. Sobre ele é claro e sobre os efeitos dele na blogosfera.

Quando o programa estava ainda por ocorrer; corri até o site do programa e observei que o programa anterior fora com o ministro de direitos humanos Paulo Vanuchi. E observei pela bancada escolhida que foi uma "conversa amigável" sem contraditórios e tudo mais. Passou em branco por tuodo mundo, até por RA, um crítico contumaz desse ministro.

Em um determinado blog, fui o único a observar isso e fui recriminado por muitos. Repeti a argumentação no blog Imprensa Marrom e recebi de Gravataí acolhida ao comentário. Outros observaram positivamente e concordaram. Resolvi então ir mais fundo na pesquisa e perguntei a Santo Google, protetor dos ignorantes preguiçosos, qual fato ligaria o ministro Vanuchi aos entrevistadores, se é que havia algum.

E o que respondeu o santo? A Lei da Anistia. O ministro defende sua revisão do alto de sua experiência como ex-guerrilheiro e hoje ministro. E os demais, eram intelectuais ligados a movimentos dos direitos humanos e defensores da revisão dessa Lei, para punir os torturadores de então.

Ora, o assunto, a meu ver, é tão importante, que gerou briga entre ministros inclusive, que mereceria um contraponto ou o famoso "contraditório"; já que há aqueles que são contra a revisão da lei como há também aqueles querem que a revisão também seja ampla, geral e irrestrita punindo guerrilheiros, terroristas e marginais que ficaram anistiados pela Lei.

Não foi isso que ocorreu e ninguem, de um lado ou de outro reclamou, mandou centenas de emails para a Cultura, se imolou em praça pública e ah, é claro, nem onbusdman deve ter assistido o programa, por que reclamou do anterior com um maluco que não gosta de televisão e deitou falação contra ela; reclamou deste com o juiz do STF, mas nem um palavra sequer sobre o programa, importante em razão do tema, do ministro Vanuchi.

No dia 16, fiz um post para este blog avaliando o programa e essa diferença de atitudes já que o programa com o ministro dos direitos humanos passou em brancas nuvens com três entrevistadores a favor e o de Gilmar Mendes foi criticado em verso, prosa e jogral. E que se frise, a questão principal das críticas era a bancada "amiga", o ar de "chá da tarde". Ora pra quem se declara lúcido, defensor do certo, lutador do bem, etc, haveriam de se posicionar contra o 'amiguismo" de cada edição e não somente desta, não é mesmo?

Encaminhei um email ao Gravataí Merengue com essa pesquisa e ele publicou essa avaliação e reconheço, de forma mais suscinta e melhor do que eu.

Hoje, RA fez um post lançando mão dos mesmos argumentos. É obvio que ele não me lê, mas com certeza deve ter lido o Imprensa Marrom, porque fomos os únicos a publicar essa avaliação. ou então acabou fazendo mais tardiamente o mesmo caminho que fiz de pesquisar esse assunto, mas enfim, lá estava o argumento, questionando a falta de ação do ombusdman sobre exatamente o mesmo assunto em outra entrevista, imediatamente anterior.

Comentaristas, algunsdeles, resolveram explicar o inesplicável no blog Imprensa Marrom e um deles ao ler o post, o reproduziu como comentário no blog do Nassif que gerou também algumas dessas "explicações".

Basicamente qual? que o ministro Vanuchi não é conhecido, já o ministro do STF sim. Conclusão, o primeiro por ser "desconhecido" podia ter uma claque e não entrevistadores e o segundo, deveria ter debatedores, não, na verdade inquisidores. que o primeiro não está envolvido em nenhum disputa séria pública e o segundo, age claramente a soldo de Dantas.

Dá pra entender essas explicações? Pois é!

Nassif agora publica trechos de artigos do ombudsman, reverberando-os pela blogosfera e RA faz o mesmo destruindo os argumentos com balas de uranio empobrecido.

E aí? Quem gosta de RA vocifera contra os outros e os que gostam de Nassif rosnam contra RA. Nada mudou. Gilmar Mendes não ficou menos inocente na visão de uns e continua satânico na visão de outros.

Mas porque o 'pega pra capar com foice no escuro" dos blogs e das suas, digamos assim, mílicias; na entrevista do juiz do STF? Porque ele concedeu os HCs para Daniel Dantas, porque criticou o juiz de primeira instância Sanctis, que seria uma espécie da "cavaleiro da távola redonda" e inventou a gravação de sua conversa para desmoralizar o delegado, a estrela vesper do PSOL.

Luiz Nassif ataca sem dó o ministro Gilmar Mendes e entende que ao faze-lo, combate Daniel Dantas e nisso, aparentemente lidera seu exército de brancaleone, formado por Mino Carta e Paulo Henrique Amorim e outros blogueiros.

RA, na sua visão ortodoxa das coisas, que convenhamos não possui demérito algum em sí, defende Gilmar Mendes, ataca ações de juizes de primeira instância, embora não se prive de criticar o STF com0 fez com o caso das células tronco embrionárias e o caso da reserva índigêna Raposa-Serra do Sol.

Mas no âmago de tudo, está a revista VEJA e Daniel Dantas. As pessoas julgam a partir das ações a intenção, mais do que isso a motivação delas. Só isso explica como e porque, outro ministro do STF, Marco Aurélio de Mello foi criticado sem dó nem piedade por comentaristas de Nassif, sendo citado como errático e que sempre é voz unitária e vencida nos julgamentos, foi incensado a posição de único juiz do STF, porque como sempre na verdade, julgou de forma unitária e foi voz vencida no julgamento de mérito da concessão de HCs a Daniel Dantas. Os outros foram reduzidos a pó. Curiosamente, os mesmos como direi, comentaristas silenciaram quando o mesmo ministro votou isoladamente e foi voz solitária contra o processo de um juiz do Superior tribunal de Justiça e agora paralisou o julgamento de Raposa-Serra do Sol pedindo vista de processo e que, diz a experiência, deverá abrir dissidência em seu voto.

É o que dá comentar e opinar a partir da ideologia, da visão militante. Quando se prejulga a motivação para uma determinada ação.

Claro, isso tudo é uma opinião, mas acho e isso é achismo puro que certas coisas deveriam ser ficar muito mais as claras.

RA é violento em palavras, não mede o que escreve, baixa o porrete sem dó? É! ele faz tudo isso. Passou a faze-lo depois que seu blog ficou hospedado na VEJA? Não! Antes ele já era assim. Então pode-se reclamar do método mas não se pode afirmar, salvo se alguem tiver a gravação da conversa ou o recibo, que ele age assim porque os "mafiosos" da VEJA pediram. É possivel discordar dele? Sim, eu mesmo já discordei, apresentando argumentos e ele publicou o comentário e que fique claro, não uso a liberdade que o blogger concede de publicar anônimo. Tá lá meu nome e foto por causa do blog. Mas existem aqueles que usam do "anônimo".

E Nassif, que se coloca em uma guerra santa contra a VEJA, logo contra RA? Seu blog não permite "anônimos", mas os nicknames e emails que você precisa informar podem ser inventados. Qual a diferença então, de publicar comentários anônimos e publicar comentários com niknames e emails falsos? No meu entendimento, nenhuma. Mas como clava de guerra na internet, o primeiro inventa o segundo não e vice-versa.

Vira e mexe, Nassif é acusado de "roubar" dinheiro público. Na verdade empréstimos do BNDES para sua empresa, que geraram ação judicial de cobrança e houve acordo em juizo. Informa-se que na negociação houve descontos que normalmente ninguem consegue. Bem bastaria a Nassif, tão zeloso de apresentar "provas" de maldades da VEJA, apresentar os acordos que tem com o BNDES e pronto, ficaria tudo restrito a maledicência. Mas fora algumas explicações ele não o faz e nisso tudo apenas uma coisa me chama a atenção, que é a falta de uma crítica por menor que seja de alguma ação do BNDES. Até mesmo a liberação de um financiamento de fusão, que ainda naquele momento era proibida por ele, mereçeu silêncio dele. Já sobre o Banco Central, sai de baixo. O presidente do BC não pode soltar um suspiro que Nassif publica uma crítica. Até o histrionismo do Presidente Lula quando usa o improviso e disse que a crise era uma 'marolinha", Nassif colocou na conta do BC. Sei lá, não quero aqui ficar julgando motivações de Nassif para esse tipo de cobertura, mas tenho minhas reservas quanto a esse assunto em sí.

Enfim, as avaliações de um mesmo assunto são inesgotáveis, as escolhas a partir delas, podem ser ou não conscientes mas nunca poderão ser isentas de responsabilização e por fim, geram a criação de personagens para sustenta-las.

PS: Pô! PS num texto tão longo? É rápido.

O ombusdman da TV Cultura escreveu hoje que a quantidade de emails a favor e contra o programa de entrevista com o ministro Gilmar Mendes foi "...25 vezes maior do que a média diária que este ombudsman vem recebendo desde agosto passado, quando esta coluna entrou no ar. A audiência do programa com o presidente do STF ficou, no entanto, dentro da média histórica do Roda Viva...". Na boa! Sabem o que significa? que a maioria dos que mandaram emails não assistiram o programa mas se basearam apenas no que seus generais escreveram. É ou não é patrulhamento, instrumentalização e aparelhamento? É ou não é efeito manada?

E Nassif não pode negar isso. Se ele já publicou posts afirmando que seu blog mendiante suas postagens detonou uma "acordo do governo com VEJA" e fez o presidente Lula fazer declarações a favor do delegado afastado Paulo Lacerda, que havia recebido um post de louvor com orações do próprio Nassif, porque seu blog não seria capaz de pressionar um mero programa de entrevistas. Porque a citação a Nassif no final do artigo do onbusdman que critica a atuação de RA? De duas, uma, ou ficou clara e patente o generalato e o ombusdman quiz demonstrar isso ou, agora uma teoria da conspiração, fez isso, porque sendo simpáticos à mesma idéia, fez a citação para mostrar que Nassif nada tinha a ver com isso. Mas que seu blog teve, isso teve, pelo que se percebe dos cometários publicados.

Acabou!

terça-feira, 16 de dezembro de 2008

Vou ficar insuportável

O Gravataí Merengue fez um post sobre o programa roda viva, citou o programa com o ministro Paulo Vanuchi e criticou o mesmo da mesma forma e pelos mesmos motivos que criticou o programa como o ministro Gilmar Mendes.

Por fim fez um elogio a mim, me dedicando o post por conta das informações trocadas.

Dizer o quê depois de um elogio desses? Ficarei insuportável por semanas.

Agradeço o elogio, o link e lembrança do Gravataí, um blogueiro que respeito muito.

16/12/2008

COERÊNCIA É COERÊNCIA: COM O MINISTRO PAULO VANUCHI, O RODA VIVA TAMBÉM FOI UMA PATIFARIA

Mino Carta, Paulo Henrique Amorim e Luis Nassif reclamaram da bancada não exatamente opositora a Gilmar Mendes no Roda Viva desta última segunda-feira. Eles têm razão. Mas nenhum deles - repito: NENHUM DELES!!! - falou do que houve no programa de Paulo Vanucchi.

É incoerência. E eu falo quem participou, pois foi outra dureza. Vejam só:

Glenda Mezarobba, cujos trabalhos vão ao encontro das teses de Vanucchi, endossando o pensamento do Ministro; Oscar Vilhena Vieira, da ONG "Conecta", de Direitos Humanos, outro que corrobora as teses do entrevistado e foi para bater bola; Gilberto Nascimento, da Carta Capital, autor da reportagem "Um Torturador à Solta", pela qual chegou a ser premiado; e Mario Cesar Carvalho, o "quarto elemento" que fez o contraponto (de novo, a FSP fazendo as vezes de veículo mais independente).

Se é esse o propósito do Roda Viva, então que não reclamem da entrevista de Gilmar, mesmo. É pra ser um papo entre "simpáticos", com alguém da Folha para, vá lá, dar umas cutucadas.

Vai um Ministro do Lula e vão três simpatizantes expressos. Vai Gilmar e acontece a mesma coisa. Quem perde é a imprensa e, claro, somos nós. Mas os pró-Lula só reclamam quando o entrevistado é Gilmar.

Quando é Vanucchi, vejam só, ficam quietos.

Eu não. Por coerência.

* * *

Este post é dedicado ao leitor Marco Aurélio Fedeli, por preciosas informações passadas por email (não é a primeira vez que o faz). Grande abraço, Marco!

O programa Roda Viva com o ministro Gilmar Mendes

Uma nova briga na blogosfera, na verdade um batalha, uma escaramuça entre exércitos oponentes. Foi isso o que ocorreu antes e depois da entrevista do ministro Gilmar Mendes ao programa Roda Viva da TV Cultura.

O ministro Gilmar Mendes é foi convidado para o programa. Entre os entrevistadores, Reinaldo Azevedo de VEJA e Eliane Catanhede da FSP.

O mundo veio então abaixo.

De certa forma comandados por Nassif a partirde seu site, trovejaram emails de repulsa ao programa, a emissora, ao governador, ao entrevistado, aos entrevistadores. A entrevista seria uma palco iluminado para o candidato Gilmar Mendes, quando muito um chá das cinco entre senhoras.

Reinaldo Azevedo anunciou em seu blog o programa, sua participação e deu link do site do programa.

A blogosfera militante, de ambos os lados, diga-se de passagem, foi de tal forma eficiente e ruidosa, que o ombusdman da emissora se pronunciou avaliando a quantidade enorme de email que afirmou ter recebido a favor e contra.

Nassif, através de comentaristas expôs a posição do ombusdman e sendo crítico contumaz tanto de Reinaldo Azevedo quanto do ministro do STF, atacou sem dó a questão em posts, na publicação dos comentários e na resposta para alguns deles.

Gravataí Merengue a partir do Blog do Ildeber publicou um post criticando a escolha dos entrevistadores. Queria algo mais equilibrado ou que houvesse alguem realmente crítico ao entrevistado para que o programa fosse democrático.

Em comentário ao post do Gravataí que é um blogueiro que respeito muito; escrevi que achava que a coisa não era algo excepcional, na verdade, seria praxe do programa, montar uma bancada mais amigável e lembrei da entrevista anterior com o ministro Paulo Vanuchi da secretária de direitos humanos, que teve uma bancada de entrevistadores extremamente amigável.

Gravataí concordou com a afirmação, nos comentários.

Bem, hoje após a entrevista ter ido ao ar; Nassif publicou posts e comentários sobre a entrevista e a reporter Eliane Catanhede que até então era atacada por comentaristas como sendo do "pig", a reporter da febre amarela, isso mais aquilo, era incensada como a única corajosa.

Já no blog do Reinaldo Azevedo, ele fez uma crítica aos jornalistas que não se vendem mas que se deixam levar pela patrulha, que falam pelo povo. Os comentaristas entenderam que ele estava falando de Eliane Catanhede e fizeram críticas a ela e sua atuação no programa.

Os dois grupos assistiram o mesmo programa?

Na sequência, o ombusdman publica um artigo que foi parcialmente citado nos trechos que mais interessava por Nassif, fazendo uma crítica ao programa e aos entrevistadores.

Tá certo que depois de um sucessão de, digamos assim, anônimos na comparação; o ministro Gilmar Mendes receba uma atenção mais especial. Ou ainda que o volume de emails e telefonemas que o programa recebeu fizesse por merecer uma análise mais profunda do ombusdman. E ele fez isso; elogiando Eliane Catanhede, dizendo que o jornalista do Estadão estava apagado e que o diretor do site de assuntos jurídicos e Reinaldo Azevedo estavam abaixo da crítica. Sinceramente, não sei se ele jogou pra torcida, já que seu email anterior foi alvo de pesadas críticas na blogosfera, ou se realmente acredita nisso.

O final do email é interessante porque afirma que o programa seguiu sua tradição, mesmo sem a presença de Luiz Nassif. Porque a citação a Nassif? - O mesmo quando publica o post com trechos, comenta cândidamente que não entendeu. Mas Luiz Nassif declara com indisfárçavel orgulho ganhar esse prêmio e aquele outro. Publica que suas comunidades ultrapassam mais de 2.000 membros. Como não entendeu?

É obvio que Nassif teve participação na avalanche de emails críticos a entrevista de Gilmar Mendes e a alusão ao seu nome pode ser a resposta do ombusdmam àquilo que não deixou de ser um forte patrulhamento.

E sobre os entrevistadores de Gilmar Mendes? Ouve conluio? Ou foi, digamos assim, padrão do programa?

Pois é, apesar do ombusdmam encrespar com o programa por conta de uma entrevista de um sujeito sobre telecomunicações e ele ter achado que o programa foi abaixo da perspectiva, o programa anterior com o ministro Paulo Vanuchi foi o quê baseado nas suas argüições sobre a entrevista do ministro Gilmar Mendes e seus entrevistadores?

Se o leitor "passear" pelo site do programa Roda Viva, é informado quem foram os entrevidadores do ministro Vanuchi.

Vejam bem, no caso do minitro do Supremo foi convidado o blogueiro da VEJA simpatizante do ministro ou de suas idéias, o diretor de um site jurídico, que geralmente faz loas ao STF e dois jornalistas, em tese, isentos, correto?

No caso do ministro Paulo Vanuchi, foram convidados um jornalista da revista CartaCapital, um jornalista da FSP, um diretor de um ONG e uma intelectual.

O que tem demais?

CartaCapital é uma revista abertamenta apoiadora do governo e particularmente do PT.

O jornalista em sí ganhou um prêmio sobre uma reportagem sobre a Lei da Anistia.

O diretor da ONG, a CONECTAS, de direitos humanos é um intelectual e defende a revisão da lei de Anistia.

A intelectual, é defensora da revisão da lei da Anistia.

E daí?

Daí, que a principal disputa que o entrevistado está envolvido é justamente a revisão da Lei da Anistia.

Foi ou não foi um chá da tarde entre amigos essa entrevista?

Qual foi o percentual de emails e telefones para o programa Roda Viva? Não sei dizer, mas não foram suficientes para chamar a atenção do ombusdman nem para a entrevista nem para a atuação dos entrevistadores. Já no caso do ministro Gilmar Mendes...

É verdade, posso aqui estar cometendo um erro ao escrever o acima. Seria o caso então, de alguem de forma educada, demonstrar aonde está esse erro. Até lá como vejo a coisa?

Em geral a bancada é amiga. Até seria interessante algum intelectual ou jornalista que se opusesse a revisão da Lei da Anistia alí estivesse até para que o ministro pudesse exercitar seus argumentos e demonstrar a força deles ou não.

No caso do ministro Gilmar Mendes, convenhamos, a jornalista Eliane Catanede fez algumas das perguntas, assim como a âncora também; que a militância queria que fossem feitas. Segundo o ombusdman, isso "equilibrou" o programa por conta da atuação de RA e do diretor da site jurídico que na sua opinião, fizeram o que a militância do contra esperava, jogassem bola pra ele bater; embora o próprio ombusdman cite e Nassif coloque pontinhos que o mesmo fez perguntas importantes.

E aí pergunto: porque o ombusdman não bateu, sequer críticou a entrevista com o ministro Vanuchi que na comparação do quesito "entrevistadores" ficou muito mais clara a ligação das idéias e propósitos sem o já famoso e exigido, contraditório, pelo menos de corpo presente?

Mas você assistiu a entrevista pra ficar falando? Pois é, não precisaram assistir a do ministro Gilmar Mendes pra deitar falação. E porventura é verossímel que uma bancada com três simpatizantes das idéias do ministro permitiriam prosperar alguma pergunta crítica aos seus conceitos?

A análise termina aqui.

Bem se não acreditam em mim, pesquisem, ou avaliem as informações abaixos colhidas do santo google:

1)) Algumas links para Glenda Mezarobba, que foi uma das entrevistadoras do ministro Paulo Vanuchi.

· Currículo do Sistema de Currículos Lattes (Glenda Mezarobba)

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2) Oscar Vilhena Vieira, segundo entrevistador, é diretor jurídico de uma ONG de direitos humanos, a CONECTA Note a pesquisa:

· Vai-e-vem judicial esquenta debate sobre Lei de Anistia — Site da PFDC

16 Nov 2008 ... Afinal, a Lei de Anistia deve ou não ser revista com esse propósito? ... Getúlio Vargas) Oscar Vilhena Vieira, fundador da ONG Conectas. ...
pfdc.pgr.mpf.gov.br/clipping/novembro-2008/vai-e-vem-judicial-esquenta-debate-sobre-lei-de-anistia - 31k - Em cache - Páginas Semelhantes

· Última Instância - Vai-e-vem judicial esquenta debate sobre Lei de ...

16 Nov 2008 ... FGV (Fundação Getúlio Vargas) Oscar Vilhena Vieira, fundador da ONG Conectas . Ele entende como positiva uma revisão da Lei da Anistia, ...
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· Punição de torturadores pela Lei da Anistia gera polêmica entre ...

1 Ago 2008 ... Oscar Vilhena Vieira, pós-doutor em Direitos Humanos e professor da ... A Lei da Anistia não era, originalmente, ampla, geral e irrestrita. ...
acertodecontas.blog.br/clipagem/punicao-de-torturadores-pela-lei-da-anistia-gera-polemica-entre-advogados/ - 48k - Em cache - Páginas Semelhantes

· PT - Partido dos Trabalhadores - Em sessão solene, Câmara lembra ...

O professor de Direito Constitucional da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Oscar Vilhena VieiraLei de Anistia pelo Congresso Nacional, ...
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· O QUE POUCA GENTE TEM CORAGEM DE ESCREVER. - VAI-E-VEM JUDICIAL ...

... Vargas) Oscar Vilhena Vieira, fundador da ONG Conectas. Ele entende como positiva uma revisão da Lei da Anistia, uma vez que a considera ilegítima. ...
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3) O terceiro entrevistador era o jornalista Gilberto Nascimento de CartaCapital:

http://observatorio.ultimosegundo.ig.com.br/artigos.asp?cod=508ASP007


4) O quarto entrevistador era o jornalista Mario Cesar Carvalho, repórter especial do jornal Folha de S. Paulo.

O que dizer?

Pois é, não!?!

Cúpula de paises americanos com excessão de dois deles, EUA e Canadá? Como se eles não estivessem no continente americano mas presos a Ásia? Não épor isso? Claro, devem ficar de fora os dois mais ricos? Seria então, não uma cúpula de paises americanos mas uma cúpula de paises do terceiro e segundo mundo?

Qual a razão de criar um espécie de ALCA sem os EUA e Canadá? É porque o tamanho deles geraria uma hegemonia comercial dos EUA sufocando os demais paises. Bem, foi essa uma das principais razões para a ALCA ter sido detonada, o que demonstra, cá pra nós, que os EUA não é tão hegemonico assim e se fosse, teria levado no muque esse proposta que vem desde o governo Clinton e não era coisa do malvado homem branco Bush.

O Brasil sofre, guardadas as devidas proporções das mesmas críticas que são feitas aos EUA, quando fica na posição deste, no jogo.

Não é de hoje que a Venezuela refere-se ao Brasil como imperialista econômico. A Bolívia já fez uso desse discurso rasteiro e os membros do MercoSul vez e outra também exigem salvaguardas de seus produtos contra os brasileiros. Agora a moda é gritar contra a "legalidade" de dívidas externas, como se alguem tivesse dito ao governante de plantão que ele deveria escolher o que iria ficar no contrato, a assinatura ou os miolos dele.

Se os paises membros do MercoSul não conseguem sentar em uma mesa e avançar nas propostas (lembrando que é obvio que não se sai correndo assinando acordos e abrindo mercados, vide a Europa que discute sua unificação e a vem implantando aos poucos a mais de 50 anos); como esperar fazer um mercado "latino americano" com outros paises com ainda maiores desproporções em comparação ao Brasil? Não é obvio que a capacidade de produção brasileira pode inundar os mercados dos paises ao redor com a mesma facilidade que produtos americanos fariam em um mercado unificado? Então é praticamente certo que as "reclamações dos "hermanos" do MercoSul sejam amplificadas para todos.

O Brasil seria o EUA da vez. Não seria?

Essa idéia de mercados e foruns sem a participação dos EUA é uma mera sequência de outras idéias similares como o tal do organismo de defesa, também sem a participação dos EUA.

Curiosamente, deseja-se a inclusão de Cuba; numa espécie de justiça poética ao embargo econômico, embargo esse que ninguem dava bola, porque Cuba era financiada pela extinta URSS e agora...pela Venezuela que tem sua principal pra não dizer única riqueza em sucessiva queda de valor por barril.

Eu não entendo esse antiamericanismo idiota. Fica a sempre presente sensação de que os cabeças do governo agem exatamente como o presidente Lula explica as posturas dos paises "hermanos"; coisa de irmão mais novo que briga com o mais velho, que o mais velho tem que ter paciência, etc.

Essa postura de bater forte nos grandes, porque sabe-se que não haverá respostas; é exatamente a mesma postura que os outros ftem com o Brasil.

Uma ALCA sem os EUA não existirá nunca. Sem o país EUA é claro que existirá; mas outro tomará seu lugar como saco de pancadas e esse pelo tamanho é o Brasil.

Vale a pena?

Reportagem do Estado sobre antiamericanismo

Segue reportagem do Estadão sobre a questão do antiamericanismo. Volto em outro post com comentários, pra esse post não ficar grande demais motivando a "discórdia" e o "desconforto" nos leitores mais "sensiveis".

Por Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro, no Estadão:
A recuperação da hegemonia dos EUA na América Latina e no Caribe não é desejável nem viável. Dessa forma, o ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, delineou o viés antiamericano do novo projeto de integração regional liderado pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva, que será consolidado com a realização da primeira Cúpula da América Latina e do Caribe (CALC) entre hoje e quarta-feira, na Costa do Sauípe, na Bahia.
À imprensa, Amorim destacou que a região atingiu "maturidade" suficiente para lidar com seus problemas, sem precisar de tutela, e insistiu que os EUA precisam ter consciência dessa nova realidade. O recado chega à Casa Branca a um mês da posse do novo presidente, Barack Obama, e quatro meses do primeiro encontro previsto entre Obama e líderes latino-americanos na Cúpula das Américas. Essa será a ocasião para uma reunião entre Obama e Lula.
"Acho que eles (os EUA) não querem, não é desejável e não é possível (a reconstrução da hegemonia americana na América Latina)", disse Amorim. "Queremos ter uma boa relação com os EUA. Mas é bom que eles vejam que temos mecanismos de integração e desenvolvimento que não dependem de tutela externa."
Tentando amenizar o viés antiamericano da CALC Amorim lembrou que, em 200 anos de independência, a América Latina jamais havia realizado um encontro entre seus chefes de Estado sem a presença dos EUA ou da União Européia. A CALC é vista no governo Lula como um contraponto regional, sob a liderança do Brasil, ao Acordo de Livre Comércio das Américas (Alca). Capitaneado pelos EUA, esse projeto foi abortado por Brasil, Argentina e Venezuela em 2005.
Sob os ecos de suas recentes críticas aos EUA e a Obama - a quem responsabilizou pelo fracasso da Rodada Doha da Organização Mundial do Comércio (OMC) -, Amorim defendeu que essa negociação ainda não morreu, mas apenas entrou em "estado de hibernação".
O presidente cubano, Raúl Castro, disse ontem na Costa do Sauípe que está disposto a negociar o fim do embargo econômico à ilha com Obama, se o futuro presidente desejar.
deu na folha de s.paulo

Relatora da Anatel quer restringir Oi-BrT

De Humberto Medina e Leonardo Souza:

A relatora do processo de compra da Brasil Telecom pela Oi na Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), Emília Ribeiro, quer incluir como condicionante à realização do negócio uma cláusula que dê ao BNDES e aos fundos de pensão a chance de vetar a venda do controle da nova empresa. Ela diz temer que a nova tele, que recebeu injeção de R$ 6,87 bilhões de dinheiro público e foi beneficiada com uma mudança sob medida da lei, acabe vendida a estrangeiros.

"A gente fez todo esse esforço para ter uma empresa nacional forte. Precisamos resguardar o direito de veto do BNDES e dos fundos", disse a conselheira.

Emília determinou que a Procuradoria da agência analise de que forma a exigência possa entrar como uma condição para a concessão da anuência prévia da operação. A Anatel irá discutir o caso amanhã. Conforme a Folha revelou ontem, nada impede que a Oi-BrT seja vendida após sua constituição para uma multinacional de fora do setor de telefonia fixa do país.

Até aqui, o discurso político do governo ao defender a mudança legal que permitiu o negócio foi a suposta necessidade de uma grande tele com controle nacional. Mas o decreto editado pelo governo deu ao BNDES e aos fundos apenas 45 dias para cobrir uma eventual oferta estrangeira.

Comento:

Pesquisem. No blog sempre sempre fui contra essa fusão por diversos motivos e um deles é que essa estória de tele nacional era balela.

Depois que a porta foi arrombada estão lembrando de colocar cadeado? Esse projeto não tinha sido "exaustivamente" debatido na ANATEL? BNDES e fundos de pensão defensores do negócio costuraram esse acordo bilionário mas esqueceram do detalhe que salvaguarda seus interesses? O governo tão preocupado com a "soberania nacional" e fortalecer empresas nacionais esqueceu de proteger o BNDES e Fundos de Pensão? O governo entreguista e neoliberal anterior que cometeu o "crime de lesa-pátria" ao privatizar a VALE criou esse mecânismo de proteção chamado Golden Share. Porque o atual governo, na prática e no discurso contrário a tudo que o chamado ne0liberalismo reza, não tomou essa atitude desde o ínicio?

Essas perguntas não são pertinentes? Eu acho que são!

Obvio, se o objetivo realmente não era fortalecer a indústria nacional, nem criar uma super-tele nacional, o objetivo era outro e sendo assim, não havia realmente o que se falar sobre "golden shares".

Mas supondo que façam uma adendo ao acordo e a nova lei criando esses mecânismos. O que na prática muda?

Porque, vejam bem, qual o objetivo primário de fundos de pensão? Gerir empresas? Fortalecer empresas nacionais? Não. Seu objetivo primário é manter a rentabilidade de seus fundos preservando a pensão de seus associados. E se esse objetivo exigir vender a nova tele para estrangeiros ou extraterrestres ele deve e irá faze-lo, porque fundos de pensão, embora sejam usadom pelo governo, não são governo e devem satisfações a seus cotistas e associados.

E o BNDES? Bem, ele é um banco de fomento, não é? Faz empréstimos e participa como sócio de um sem número de empresas. Não faz empréstimos a fundo perdido nem é casa de misericórdia, pelo menos não deveria sê-lo. Vai dái que se a proposta for vantajosa para o BNDES e para seus cofres, ele não vai se opor a venda da tele a um estrangeiro.

Mesmo que na teoria pudessem não gostar de um movimento de venda como essa; pergunto: - O que impede os controladores da OI de comprarem a parte dos fundos de pensão (usando recursos do futuro comprador ou empréstimos como fizeram para efetivar a fusão), e do BNDES para então vende-la para estrangeiros ou tê-los como sócios? Estou trabalhando a idéia apenas no quesito "defesa de uma tele nacional".

quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Equador, Paraguai e as dívidas com o Brasil

No penultimo post, reportagem da FSP sobre o assunto.

Equador discute um percentual da dívida externa que possui e quer uma arbitragem internacional para tanto.

Paraguai quer discutir a dívida de Itaipú (sabe aquela história do cara que não tem grana mas tem amizade com um cara que a tem e esse então fica sócio do primeiro em um negócio e sua parte será paga aos poucos. Passa um tempo e o primeiro pobretão, como dono da metade acha que já pagou a dívida e quer mudar o esquema da sociedade. Ele fica com 50% do negócio, 50% do lucro e 3% das obrigações. E os outros 97%? É do sócio endinheirado porque ele é mais gordo que o outro).

Bolívia e Venezuela querem fazer o mesmo. Advinha quem será alvo?

Do ponto de vista prático, no mundo real, não há problema algum em querer renegociar dívidas. Na verdade isso é uma obrigação de governantes porque envolve no limite, o bem estar de uma nação. Pode-se discutir é claro, os meios que serão usados para atingir essa renegociação e não adianta depois reclamar que os 'credores" usem das mesmas armas, como pressão internacional, mídia, dedo em riste, convocações de diplomatas, etc. Também não se poderá reclamar depois da sensação de insegurança jurídica e da perda de confiabilidade.

Mas é do jogo, discutir prazos, juros, novos empréstimos, deságios. Porque não? Vence quem tiver a melhor equipe de negociadores. Ademais, no mundo real, sabemos, a boa negociação é aquela que resulta em bom resultado para um dos lados e a sensação de bom resultado para o outro. Na grande maioria das vezes negociações não são um jogo de soma 0. Alguem sempre ganha algo a mais que o outro lado. E isso não quer dizer que o outro lado tenha tido prejuizo.

Esses acordos comerciais que o Brasil possui com esses paises, é óbvio, não são predatórios como o mítico acordo cretense contra Atenas exigindo que 14 jovens fossem entregues para alimentar o Minotauro e na terceira remessa apareceu o heroi Teseu que matou o monstro.

Decerto o Brasil não é Creta, esses paises não são Atenas e muito menos seus governantes são ou agem como o heroi grego. Claro, querem matar o minotauro imperialista e neo-liberal brasileiro que, na visão deles, devora seus jovens.

Mas então, se tentar renegociar dívidas é OK; qual o problema?

O problema está no fundo, bem no fundo, na mesma origem do problema com o sub-prime que alavancou a crise americana tornando-a mundial. Emprestar pra quem não pode pagar e que ainda por cima possui um caráter tão elástico que joga seus problemas nas costas do credor como se este fosse o único responsável pela situação financeira do primeiro.

O Brasil até agora tratou os negócios como alavancas partidárias e ideológicas. Com a idéia de uma tal de "integração sul americana", embora o país tenha sido incapaz de, junto aos sócios, dar e garantir o devido valor e significância ao MercoSul; financiou obras de infra-estrutura na Bolívia, Venezuela, Equador e Paraguai.

Não temos acesso aos documentos desses financiamentos e contratos e decerto não foram feitos e assinados com armas apontadas para a cabeça dos pobrezitos hermanos. Como também não são resultado de caridade é de se supor que foram negociados de forma séria em ambos os lados. Ocorre que agora que as obras foram feitas e com a crise que está atingindo todos as nações; os paises, digamos assim, mais afeitos a uma teatralidade "bolivariana" resolveram que as dívidas, incluso aí a parcela que cabe ao imperialista Brasil, sejam revistas.

Acho curioso que paises conceitualmente mais sérios ou que adquiriram uma imagem de mais seriedade como o Chile, Peru e Colômbia são tratados com indiferença quando não, com uma distância digna de paises separados por hemisférios. E justamente os tratados pelo governo como "irmãos mais novos", "mais pobres", "com uma esquerda vitoriosa" e coincidentemente que circulam esse eixo chamado "bolivariano" são os que tendo buscado e encontrado no Brasil portas abertas agora jogam pedras na janela.

A crise dos sub-prime que foi o empréstimo generalizado sem os devidos lastros de garantia por parte dos devedores, por conta da pouca capacidade financeira levou a essa hecatombe financeira e crise mundial. Se é certo que a liberalidade na concessão dos empréstimos foi o terreno sob o qual vicejou a crise, igualmente é certo que a irresponsabilidade dos que tomaram os empréstimos foi o adubo dessa crise. Se tenho uma renda de 1.000 doláres ao mês eu sou um idiota de fazer um empréstimo que comprometa 600 dolares dessa renda. Se o empréstimo é hipotecário e o imóvel adquirido é a garantia desse empréstimo, o que eu sou se aproveitando os juros extremamente baixos faço duas ou três hipotecas para invetir em imóveis e não os vendo? Não seria irresponsável?

Os paises que agora adotam uma postura mais de "esquerda" possuem economias extremamente fracas ou pequenas em relação e na comparação com o Brasil. Isso não significa que por conta disso os contratos podem ser quebrados e pagamento deixados pra lá.

Até porque existe um forte componente político nisso tudo.

A Venezuela por exemplo, segundo recente reportagem da Reuters, é um dos maiores fornecedores de petróleo dos EUA, costuma agir na Opep (cartel de países exportadores) em favor da elevação de preços. Ou seja, a alta dos petróleo que chegou a bater os US$ 200,00 o barril não é somente um efeito de procura/demanda; mas acerto de cartel. Com a implosão desse preçlo fantasioso para valores mais próximos da realidade por conta da crise, o que fez a Venezuela? Segundoi a Reuters, Chávez acumulou reservas durante o período de alta e organizou empréstimos de países como a China para blindar o seu governo socialista de uma queda prolongada. Mas economistas dizem que ele terá de cortar gastos se o preço do petróleo continuar caindo no ano que vem. Na quarta-feira, a cotação atingiu o menor valor em 20 meses.

Agora ele fala em auditorar sua dívida externa o que pode impactar na dívida com o Brasil, já decretada por ele, no caso do Equador como sendo obra de monopólio econômico. E o que a Venezuela faz alimentando com dinheiro campanhas políticas, sustentando com oléo subsidiado Cuba? Não é monopólio ideológico? Aí pode? O sujeito faz empréstimos com a China para formar "reservas" mantendo os gastos estatais nas nuvens e deseja "auditar" sua dívida para acabar com o monopólio econômico. Faz sentido?

Faz; se a Venezuela com seu perfil e discurso de resolver as coisas na força e no poder acha que o Brasil pelo tamanho é um estorvo. Nesse caso se explica a similaridade dos discursos dos paises "bolivarianos" em vários aspectos como por exemplo o discurso bate-estaca de demonização dos EUA e ao mesmo tempo, mantendo negócios deixando a briga apenas na retórica. Já com o "gigante deitado em berço explêndido", o discurso cede lugar também à prática já que o gigante já comprovou ser manso.

Quer dizer que o Brasil deve mandar aviões e tropas invadirem o Equador e fuzileiros tomarem conta do Paraguais pra mostrar quem manda? Obvio que não. Essa atitude além de burra, posto que sofreria oposição de rigorosamente todos; seria contraproducente; basta ver os custos da guerra no Iraque.

Então deve fazer o quê? Ora se os contratos possuem cláusulas ruins, de verdade, o Brasil deveria correr e negociar. Um mal acordo é sempre pior que uma boa demanda já dizia o ditado e colocar as barbas de molho evitando aumentar a exposição a novos empréstimos.

E se os contratos nada possuem de ruim? O Brasil deve mostrar seus musculos permitindo e exigindo que sejam feitas as auditorias e paralelo a isso exigir a continuidade do pagamento. Ao mesmo tempo fechar as torneiras e lidar com paises realmente sérios.

O Paraguai envolve uma questão mais delicada. Ele usa menos de 6% da economia gerada em Itaipú. Como é? O resto é vendido preferencialmente para o parceiro. Ocorre que não se explica direito ou as pessoas não pesquisam direito; ele não usa mais porque não investiu nas linhas de transmissão. Consegue imaginar isso? O Brasil construiu linhas de transmissão que permitem que a energia de Itaipu chegue até Minas e vá além. O Paraguai tem deficiências de tensão até na própria capital.

Claro, a chamada elite paraguaia e o ditador de plantão tratou o pais como se fosse sua fazenda particular e roubaram dinheiro público até enjoar? É uma pena, mas é de se perguntar o que temos com isso?

O Paraguai pode e deve construir redes de transmissão e energizar o país inteiro. Mesmo que faça isso não irá usar 50% da energia produzida e o excedente continuará sendo vendido ao Brasil que não paga preço de custo como afirma o discurso deles. A Eletrobrás paga o preço médio dolarizado por essa energia. Pesquisem no blog, porque tem um post sobre esse assunto com informações da Itaipú.

O Paraguai no entanto, não fala em investir para usar essa energia. Quer vender para outros paises, a Argentina no caso ou que o Brasil pague mais, muito mais pela energia. E a dívida referente aos empréstimos para a construção? Nesse caso o Brasil que adiantou parte do dinheiro e deu as garantias para tal, deve arcar com mais de 97% da dívida.

Não quer mais nada?

Não quere mais nada?

PS Necessário e Divagações Opcionais

Sei bem que peso a mão quando respondo as desqualificações.

Alguns, melhor dizendo, muitos, diante da absoluta falta de argumentação minimamente lógica que contradiga minhas análises e opiniões que não são, por óbvio, geniais; usam da desqualificação pura e simples.

Mas o que é desqualificação, na minha opinião? É qualquer coisa baseada na premissa que estou errado por decorrência de um arranjo da natureza ou porque o comentarista assim deseja, ou por puro e simples preconceito.

Por exemplo: Escrevi um post crítico a situação da Petrobrás e a desculpa que a tomada de empréstimos foi o pagamento de impostos.

Pois bem, um economista registrou um elogio aos posts. Alguem discordou do que alí foi dito? Sim. Argumentaram com base nesse fato ou naquela evidência que a análise em questão estava errada? Não. Um deles escreveu que os posts eram perda de tempo e que eu era um desocupado. Outro coloca como questão de ordem a aparência física. Outro questiona a honestidade porque todo "empresário" é corrupto, ou que sou um vendido a interesses escusos, "direitista de m..." e por aí vai.

E esses "lúcidos" comentáristas acham que tenho a obrigação de publicar esse tipo de lixo. Porque? Por que tenho um blog na internet e isso lhes dá o direito de me bater por bater. Claro, quando respondo ao fogo, aí reclamam das "grosserias"; como se eles fossem educados.

Fazer o quê?

Mal e porcamente comparando deveria repetir o exemplo do Mestre pedindo a Deus que conceda perdão por não saberem o que fazem, conclusão, por serem ignorantes?

Claro, mas não sem antes vesgastar-lhes os lombos para quem sabe um dia começem a trilhar o caminho do "bem" e passem a "pensar". Até lá, todas as vezes que entrarem na minha casa pra xingar, o pau lhes cantará no lombo.

Existe milhares de pessoas maiores e melhores do que eu. Assim como existem outros milhares similares e outro tanto piores. Os desqualificadores encontram-se na terceira posição por uma questão de genética ou por gosto mesmo, tanto faz.

Equador, Paraguai e dívidas com o Brasil

Equador busca apoio internacional para dar calote no Brasil
Por Ruth Costas, no Estadão:
O Equador qualificou ontem de "lamentáveis" e resultado de "uma prática política condenável" as declarações do chanceler brasileiro, Celso Amorim, sobre a decisão de Quito de levar à arbitragem internacional uma dívida com o BNDES. Amorim disse que a medida foi "um tiro no pé" porque o Brasil seria uma das poucas fontes de crédito dos equatorianos.
"Nosso Estado é soberano e tem o direito de ir a arbitragens quando considerar que um contrato afeta seu interesse nacional", disse o ministro de Segurança equatoriano, Gustavo Larrea. "Se um país condiciona suas fontes de financiamento a que o Equador não tenha direito de exigir seus interesses, não nos interessa. Essa é uma prática política condenável."
Quito não quer pagar 30% de sua dívida externa de US$ 10 bilhões. Desse montante, US$ 242,9 milhões correspondem a recursos emprestados pelo BNDES para financiar obras da Odebrecht. Quito começou na terça-feira uma campanha internacional para conseguir apoio. Seus enviados já estão na Argentina e no Chile e devem viajar para os EUA e o Peru.
Outros governos, como o do venezuelano Hugo Chávez, já manifestaram sua solidariedade a Quito. "Esse é um caso típico de colonialismo econômico", disse Chávez num encontro com líderes da região em novembro, quando foi anunciado que Venezuela e Bolívia também poderiam "auditar" suas dívidas.
O Brasil endureceu o tom. Chamou de volta seu embaixador em Quito e ameaçou não financiar mais obras de infra-estrutura em países que seguissem o caminho equatoriano. A polêmica, porém, já havia lançado o País no que parece ser uma nova e delicada fase das relações com os países vizinhos.
O Paraguai agora quer o "perdão" de US$ 19 bilhões referentes às obras da hidrelétrica binacional de Itaipu. E Caracas deu uma resposta vaga a uma consulta do Itamaraty sobre se a "auditoria" da sua dívida poderia atingir interesses brasileiros.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Chuta o meu traseiro? - Pois não!

Eu não digo? A turminha vem aqui pede que seu traseiro seja devidamente chutado e quando é feito aquilo que pedem ficam de beiçinho.

Tenho um blog. Logo no começo recebi alguns comentários críticos de amigos pessoais dizendo que eram muito longos. Como ainda não dominava direito a ferramenta, acabei apagando esses comentários, mas fiz um post sobre isso. Certo leitor, o Flávio, reclamou com razão em dois posts diferentes, pedindo análises mais profundas. Publiquei os comentários e tentei fazer o que ele pedia. Claro, os elogiosos são publicados e fartamente agradecidos.

Existe uma verdadeira legião, no entanto, que usando da liberdade que o blogger concede de postar comentários como "anônimos", que criticam não as idéias, posto que não argumentam de forma sólida contra elas mas desqualificam o escritor, eu no caso. Querem que esses, como chamarei, comentários, sejam publicados, sei lá, para talvez mostrar para outros membros da mesma manada que ele bateu, falou isso e aquilo e o blogueiro publicou.

Aqui não!.

A internet é democrática e por isso qualquer um pode ter um blog, um site, etc. Mas aqui, entra quem é convidado. E se esse convidado entra cuspindo no chão, pondo os pés sujos na mesa e chutando o cachorrinho da família, é expulso a pontapés.

Críticas inteligentes e argumentos contrários a qualquer opinião ou análise serão publicadas porque mesmo que eu pessoalmente não concorde, acaba enriquecendo o debate. Pura e simples desqualificação não.

Aparentemente um dos mesmos manés que desqualificou meus posts e foi objeto de "resposta" em post recente, respondeu em outra tentativa débil de entrar com os pés sujos na minha casa, que "quando se coloca um blog na rede, se está exposto não só a opiniões favoráveis, mas também as que discordam de você ou do que você escreve. Deveria deixar os comentários que discordem de você aparecerem também. .." E por aí seguem as sandices.

O "crítico de blogs" acha que quando alguem se expôe na rede, deve aceitar pacíficamente que seja esbofeteado. Ele vai um pouco mais longe e demonstra a confusão mental de seu argumento, quando afirma que eu deveria "...publicar comentários que discordam de você ou do que você escreve..." Como é? Quando muito pode-se discordar do que se escreve. Discordância porque? Por conta disso, daquilo, desse fator, etc. Mas discordar do escritor? Sinto muito!

Os leitores conceituados deste blog já perceberam que as críticas bem escritas e fundamentadas são aceitas e me ajudam a escrever, como citei acima. Acho que não preciso desenhar, preciso?

Por fim, o sujeito acha que devo gastar o tempo que produzo os textos com algo mais saudável. Poderia aqui elocubrar o que o anônimo pensa ser saudável, mas vamos em frente.

Decerto o tempo que levo escrevendo é muito menor que o tempo que alguns levam para ler. Sabe como é, né? O cérebro cria argumentações, digito com os 10 dedos das mãos e não dos pés e alguns para ler, precisam juntar as letras, para formar silabas para então o cérebro detectar a similaridade com algo visto no passado distante, com aquelas palavras. Para compreender os significados e nuances da lingua, coitados, vai um tempo enorme.

Entende-se a agonia que sentem com o tamanho dos textos. Recomendo que não se martirizem e simplesmente não leiam.

Se escreverem críticas mínimamente argumentativas contra opiniões e análises, não se preocupem, postem e serão publicadas.

Agora críticas a mim, desqualificação pura e simples, vão plantar batatas.

Pedem que lhes chute o traseiro? Pois não!

segunda-feira, 8 de dezembro de 2008

Sobre a Petrobrás, reservas pré-sal, investimentos - Perguntar não ofende

PERGUNTAR NÃO OFENDE, me antecipando aos nervosinhos de plantão que não podem ler um post crítico sobre o governo ou sobre a Petrobrás que saem acusando crime de lesa-pátria.

Pelo que saiu nos jornais neste fim de semana; a Petrobrás viu o preço do barril de petróleo cair perto do seu limite operacional, US$ 30,00. Que nesse valor o investimento programado para os próximos anos em especial o necessário para extrair o petróleo pré-sal fica inviável. Haveria portanto a necessidade de pesados investimentos. A China faria um empréstimo bilionário e o ministério das minas e energia abriu o leque de oportunidades de empréstimo para a Petrobrás mediante parte das reservas que o país possui.

Como sabemos, a estatal Petrobrás não é uma estatal pura porque tem ações negociadas em bolsa de valores. Unica razão pela qual o governo estuda criar uma empresa estatal, para gerenciar os recursos pré-sal, pelo que parece no modelo Noruegues.

Se a Petrobrás é vista com reservas até pelo governo para cuidar do pré-sal e não cogita usar a ANP para controlar essas reservas mas um nova estatal para participar da operação; porque a Petrobrás deve se preocupar com investimentos no pré-sal? Buscar recursos de empréstimos na China ou pegar empréstimos das reservas?

Tá certo, não sou especialista em petróleo e com certeza, muito menos em certos tipos de governos; mas a dúvida é pertinente, olhando a coisa do ponto de vista do acionista direto (aquele que colocou dinheiro em ações), e o indireto (todos os que pagam impostos e viram recursos públicos serem empregados nas estatais).

Porque criar uma nova estatal, por mais enxuta que seja (e alguem dúvida que terá pencas de diretores, especialistas, secretárias, administrativos, motoristas, infra-estrutura, veiculos, escritórios, etc, etc, etc), com o sistema de partilha de produção se a Petrobrás já pode e faz isso?

É para se associar com a Petrobrás? Mas nesse caso se associar consigo mesmo?

Não, a nova empresa vai ficar no lugar da Petrobrás nessas áreas e irá se associar ou outras empresas nacionais e estrangeiras. Nesse caso, a Petrobrás será ressarcida dos investimentos feitos na camada pré-sal e nessa cordilheira de dinheiro que está pegando emprestado? Porque senão me fica a impressão, que os "acionistas" da Petrobrás ficarão com o ônus da camada pré-sal e o "governo" com o bônus dela com a nova e "pura" estatal. Estou errado?

Os especialistas, por favor, me ajudem a entender, respondendo as questões levantadas!

Cartas para a redação!

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Uma visão sobre a crise de Kanitz

Artigo destaque da semana no site de Stephen Kanitz. É sensacional


Toda crise tem sete fases.

Fase 1. Não há problema na economia, diz a autoridade econômica, é tudo boato.
Fase 2. Sim, temos um problema mas tudo está sob controle.
Fase 3. O problema é grave mas medidas corretivas já foram tomadas.
Fase 4. O problema é muito grave mas as medidas emergenciais surtirão efeito.
Fase 5. Pânico geral e salve-se quem puder.
Fase 6. Comissões de inquérito e caça aos culpados.
Fase 7. Identificação e prisão dos inocentes.

Os Estados Unidos e a Europa estão na fase 5. Brasil, China e Índia estão na Fase 3. Precisamos nos proteger contra a possibilidade de chegarmos na Fase 5, quando basta um entrevistado na televisão afirmar “que esta crise é igual ou pior que a de 1929”, como vários já falaram, ou escrever no jornal “as conseqüências da crise chegaram definitivamente no Brasil”, como já foi publicado, e gerar pânico por aqui.

Não, a crise ainda não chegou no Brasil, ainda estamos na Fase 3 e mesmo se crescermos 0% este ano, o que ninguém prevê, toda empresa irá vender a mesma coisa no ano que vem. Sua promoção pode estar em risco mas não o seu emprego.

Ademais esta crise nada tem a ver, nem terá, com a severidade da crise de 1929, quando 25% dos trabalhadores perderam seus empregos e que durou até 1940 com 14%. Na pior das hipóteses, o desemprego nos Estados Unidos aumentará 3%, mesmo assim só por 24 meses.

Se tivessem líderes administrativos socialmente responsáveis, eles já teriam ido a público garantir que manteriam o nível de emprego de suas empresas nos próximos 12 meses. Hoje custa mais para se treinar um novo funcionário do que para mantê-lo fazendo algo por 12 meses.

Depois que Alan Greenspan e Nouriel Roubini saíram dizendo que a crise era igual à de 1929, todos os americanos pararam de gastar, aumentando sua poupança e prevendo o pior. Ninguém sabe quem serão os 25% de desempregados. Quando 100% dos consumidores param de gastar por um único mês, cria-se uma espiral recessiva imprevisível. Outra alternativa seria alertar os 3% que talvez sejam demitidos para economizar, para que os 97% possam manter normalmente suas compras evitando a espiral recessiva.

Na crise de 1929, 4.000 bancos quebraram, e a mera referência a 1929 como fizeram Greenspan e Roubini, leva pessoas leigas a correr para os bancos, o que aconteceu agora na Europa.

A imprensa perdeu a capacidade de filtrar e processar informação premida pelo tempo exíguo para colocar tudo na internet. Publicam o que vier, especialmente se for notícia ruim.

Nenhum banco comercial irá quebrar, nenhum ainda quebrou nos EEUU, e mesmo se forem um ou dois, nada se compara com 4.000. Bancos sempre quebram mas ninguém percebe. Mesmo se quebrarem, o seu dinheiro, ao contrário de 1929, está no fundo DI e não no Banco. O Fundo DI está no SEU NOME e dos demais cotistas, e se um banco brasileiro quebrar, o que não vai acontecer, seu dinheiro está salvo. No máximo você terá de esperar uma semana para a troca de administrador do seu fundo. O dinheiro está aplicado em títulos do tesouro em SEU NOME, não do Banco.

Deixar o dinheiro onde está é o mais seguro. Se você resgatar o seu fundo DI, o dinheiro cai na sua conta, e se o banco quebrar justo neste dia, você vira um credor do banco. Nossos bancos estão recebendo depósitos dos apavorados estrangeiros. Muita gente em pânico está saldando suas cotas em fundos de ações e o seu gestor é OBRIGADO a vender uma ação mesmo com ela caindo 20% no dia, algo que você jamais faria.

Acionistas majoritários não estão em pânico, nem podem nem querem vender suas ações. Só os minoritários se sentem uns idiotas porque não venderam na “alta”.

Não temos bancos de investimento no Brasil. De fato, Roberto Campos implantou neste país este mesmo modelo americano que está ruindo, mas felizmente foi uma lei que “não pegou”. Problema a menos.

Só temos bancos comerciais, e estes são muito bem controlados pelo Banco Central. Além do mais, nossos bancos têm dono, e por isto estão pouco alavancados, 4 a 5 vezes, contra 20 a 25 vezes dos bancos de investimentos americanos.

O Brasil não está alavancado. Nossos créditos diretos ao consumidor não passam de 36% do PIB, e devem crescer para 40% no ano que vem. Os Estados Unidos estão alavancados em 160% do PIB e é esta desalavancagem súbita que está causando problemas.

Nosso Banco Central, adotou o que venho alertando há anos a países e famílias - a política de ter reservas para os dias de crise e hoje temos US$ 200 bilhões. Pela primeira vez o Brasil tem reservas para sustentar uma crise duradoura, sem ter que se endividar para cobrir furos de caixa.

Temos um sistema financeiro dos mais modernos e rápidos do mundo implantado devido à inflação galopante dos anos 90. Nos Estados Unidos demora-se duas semanas para se descontar um cheque entre bancos, por isto o sistema travou. Nenhum banco confia em outro banco numa crise destas.

Esta é a hora para disseminar a nossa força, as nossas reservas, a competência de Henrique Meirelles, primeiro administrador financeiro (Coppead) a comandar o nosso Banco Central, e já se nota a diferença. Está na hora de mostrarmos ao mundo que como a China e Índia, nós vamos crescer via mercado interno, com produtos populares, tese que há anos venho defendendo.

Esta é a hora de mostrar o que DÁ CERTO no Brasil em vez de conseguir fama no rádio e na televisão mostrando o que poderia dar errado.

Lembre-se que os verdadeiros culpados já estão se movimentando para culpar os inocentes, e assim saírem incólumes e mais poderosos.

há tantos deles, que realmente devem derivar prazer de sê-los.

Um certo idiota, supostamente do ramo do homo sapiens, já que pelo teor do comentário isso só fica ereto nas patas traseiras quando quer fazer gracinhas, já que não pode abanar o rabo; tentou escrever um comentário criticando o post sobre a crise e os efeitos no Brasil.

Disse que o que escrevi estava nos telejornais. Que eu deveria ser original e por fim mudar meus conceitos. Logo, se tentasse colocar em prática esses, como chamarei, conselhos; eu deveria escrever coisas que absolutamente não ocorressem a nenhum outro veiculo; deveria avaliar as coisas de um ponto de vista completamente único e por fim que pensasse diferente.

Na prática então, o post deveria mostrar que diferentemente do que dizem os fatos, as empresas não estão demitindo, a Petrobrás não teve problema de caixa, o presidente faz discursos desmotivadores e não diz sandices. Claro, devo ser original na análise. talvez criando uma teoria conspiratória do tipo "tudo culpa do neoliberalismo que preparou a cama para Barack Obama e atingiu sem querer os outros paises". Por fim mudo meus conceitos e passo a comer grama e capim plácidamente como o comentarista anônimo, alheio ao mundo real a sua volta.

Como não rasgo dinheiro, não como côcô e não bebo agua de fossa, talvez a exemplo do que fazem certos comemtaristas; eu faria o que isso (no caso o comentarista), me pede. Como, obviamente me recuso a ser tão tolo, o coitadinho precisa se contentar a continuar pastando sozinho.

Sozinho? quem dera...

Realmente, ser um rematado idiota deve dar algum prazer, porque como explicar a ocorrência de tantos?

Efeitos da crise na economia real

É sempre assim. O presidente faz seus pronunciamentos "otimistas" e tem sempre uma parcela da população que não entende o discurso pelo que realmente é; uma visão otimista de uma situação ruim para evitar pânico e manter a imagem pessoal. Preferem adotar o discurso no lugar dos fatos. Vai daí, alguns afirmarem acreditar que a crise é realmente só uma marolinha enquanto na Europa e EUA é um tsunami de proporções assustadoras. Pois é!

Alguns animais agem como manada exatamente assim. A manada fica sossegada enquanto o líder do bando estiver pastando sossegadamente. Pode até ter leões em volta, mas enquanto o líder não se mexer, ninguem se mexe. Entretanto o líder na hora de perigo, o tal macho alfa, corre feito um alucinado e a manada sem saber o porque, sabe apenas que precisa correr junto. Para trás ficam os velhos, os filhotes e os doentes que não conseguem acompanhar a histérica corrida e que acabam virando comida de leões e hienas. É o circulo da vida? Sei disso! Triste é ver o processo se repetir no cotidiano dos homo-sapiens como se meros herbivoros fossemos não dotados de inteligência superior.

A crise chegou no Brasil como chegou no resto do mundo. Com a diminuição do valor das matérias-primas por exemplo, empresas como a VALE, que produz minério de ferro e a PETROBRÁS, que produz petróleo, apenas para ficar nos exemplos maiores, tiveram perda de rentabilidade nos seus negócios, precisam rever investimentos e claro cortar custos. A estatal já decidiu; irá cortar gastos com cartões de natal e irá segurar por enquanto as "importantes" contribuições que faz para a cultura e esporte. Já a VALE, privada e com custos já enxutos, precisa cortar gordura nos salários pagos a pessoal administrativo e dando férias coletivas para o pessoal operacional. Se as grandes sofrem esse solavanco dá pra imaginar o impacto nas médias e pequenas empresas?

Ou alguem acha ingênuamente que só porque o presidente faz esse tipo de discurso, o resto do mundo paga o preço baixo pelo minério de ferro, apenas se não for do Brasil. Se for, o preço é o antigo? Ou o barril de pretróleo despencou para 50 ou 60 doláres apenas para a OPEP, mas para a Petrobrás se mantêm a mais de 100 dolares?

O aumento do desemprego é obviamente um dos efeitos da crise no Brasil.

Outro efeito é a cotação do dolar. E esse afeta custos, preços e tarifas públicas. A CPFL por exemplo, para uma de suas distribuidoras, a Piratininga que tem sua área de concessão abrangendo parte do interior de São Paulo e a Baixada Santista teve aprovado um aumento tarifário de 15% a partir de outubro. Dá pra imaginar qual será esse aumento em Outubro de 2009 com o aumento do valor do dolar como está sendo. (lembro que a cotação do dolar influencia métricas de medição de inflação, custo de vida e que são usados nos pedidos de aumentos tarifários).

Segue trecho de reportagem da folha demonstrando o impacto da dança do dolar:

Dólar a R$ 2,50 - Indústrias perdem referência para planejamento
Por Fátima Fernandes, na Folha:
A forte oscilação da taxa de câmbio está dificultando a formação de preços e o planejamento das indústrias para a compra e a venda de produtos.
"Os empresários estão atordoados com essa variação tão brusca do câmbio. Não sabem que dólar usar para comprar e vender", afirma Julio Gomes de Almeida, consultor do Iedi (Instituto de Estudos para o Desenvolvimento Industrial).
A volatilidade do câmbio, segundo ele, também dá a sensação de que o Brasil foi muito afetado pela crise financeira internacional, o que não é bom para as empresas e para o país.
"Também difunde a idéia errada de que existe perigo inflacionário e que, por isso, as taxas de juros devem ser elevadas."
Os empresários começam a rever listas de preços e "tem início forte desgaste nas negociações entre fornecedores, indústrias e lojistas", afirma Humberto Barbato, presidente da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica). Se a taxa de câmbio ficar nos níveis atuais, ao redor de R$ 2,50, diz, "certamente haverá aumentos de preços, não já, mas no ano que vem".






quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

Lumina, uma empresa de plano de saúde sem plano de saúde

A rede apresentada é sensacional. O nome, considerando minha atuação profissional é simpático.

Trata-se do plano de saúde LUMINA. Tenho contratado planos de saúde que são pagos mensalmente de forma religiosa.

Agora descobri, da pior forma possivel que o plano de saúde LUMINA não tem plano de sáude.

Pois é! A enorme rede apresentada em um livro grosso de credenciados resumiu-se a um hospital de tamanho pequeno pra médio na baixada santista. Os demais foram descredenciados...opa, cometo um ato falho. Os demais se descredenciaram. Porque? Segundo alguns dos médicos e clínicas que foram honestos em explicar porque estavam cancelando consultas marcadas com meses de antecedência, o plano não está pagando ninguem.

Na suposição lógica de que não sou o único pagante desse plano, é natural se perguntar para onde está indo o dinheiro pago mês a mês, não é mesmo?

Enviei o email abaixo para a empresa e aguardo respostas. Se não as tiver ou as mesmas forem insuficientes irei à ANS e ao MPF.

Email enviado em 03.12.08 as 19h29

Lumina ANS 37969-7 CNPJ 02.929.110/0001-68


O problema aborda várias questões para as quais exijo na qualidade de usuário do plano, plenas respostas.

Questões:

1) Há pelo menos, três meses, eu, minha esposa e filhas estamos marcando consultas médicas com o mesmo resultado: os médicos credenciados informam que o plano não é mais aceito por falta de pagamento.

2) Em contato com o atendimento da Lumina, somos informados de que o problema é “momentâneo” mas já está sendo resolvido;

3) Enquanto isso, minha filha tem o acompanhamento que fazia com o médico interrompido porque o momentâneo de vocês já se estende a meses;

4) Precisando levar minha filha com urgência ao hospital, descobrimos lá no Beneficência Portuguesa de Santos, que o plano não era mais aceito. Depois de uma peregrinação descobre-se que apenas um hospital, “meia boca” aceita o plano.

5) Minha esposa precisa fazer um tratamento dentário que envolve cirurgia com urgência. O profissional que está a frente do tratamento exigiu uma série de exames de sangue e raio-x. E então descobre-se que simplesmente ninguém atende esse plano de saúde.

6) Em contato com o atendimento da Lumina, somos informados de que o problema está sendo sanado e que nova lista de credenciados estará disponível.

7) Recebi em casa as faturas para pagamento do plano de saúde, parcela referente ao mês 12/08.

Perguntas:

A) Porque os médicos credenciados não estavam sendo pagos?

B) Porque o “atendimento”, quebrando as mais comezinhas regras da boa educação e honestidade, sem contar o inteiro código de lei conhecido como “Código de Defesa do consumidor”; mente para o cliente, eu no caso, informando que a situação era momentânea quando na verdade era definitiva ao ponto de não mais haver rede de atendimento?

C) Se o plano de saúde é pago, na tese de que irá fornecer uma rede credenciada de médicos, logo está se pagando antecipadamente, use-se ou não os médicos; qual é a posição da empresa diante do fato de que estou pagando por algo que não estou recebendo, já que os médicos cancelaram as consultas?

D) Se o plano estipula a cobertura de atendimento em enfermaria quando em hospitais, porque os hospitais da região sequer atendem consultas? Partindo para o limite do absurdo, numa eventual pandemia de dengue, por exemplo, o hospital que atende esse plano tem capacidade para atender os “usuários” do plano; reformulo, atender os “pagantes” do plano (já que atualmente pagamos mas não podemos usar)?

E) O plano irá cobrir, posto que estou coberto pagando mês a mês, ressarcir os custos que terei com exames para o tratamento de minha esposa?

F) Se a rede ruiu, segundo informação dos médicos por falta de pagamento; como espera a empresa montar uma nova rede credenciada?

G) Sem prejuízo de resposta para as anteriores questões; considerando que estamos cumprindo as carências para uso do plano, que as mensalidades estão sendo pagas; mas não estamos cobertos, nem as informações prestadas pela empresa são corretas e fieis a realidade; seremos ressarcidos de eventuais custos médicos que deveriam ser cobertos pelo plano?

H) Considerando que estamos no mínimo a três meses, pagando um plano que não existe de fato seremos ressarcidos dessas mensalidades pagas por um serviço prometido e não entregue?

I) Se a empresa dispõe dos meios de contato (telefone, email e endereço), tanto que recebo as faturas para pagamento mês a mês e curiosa bem como ironicamente, nenhuma delas falhou em chegar até a presente data; porque não fomos informados de mudanças na rede de atendimento sendo informados disso apenas quando os médicos cancelam as consultas marcadas meses antes ou com a minha filha com 40 graus de febre nos braços sou informado que o maior hospital da baixada não aceita esse plano? Porque?

Essa empresa tem o prazo de 10 dias úteis para responder esses questionamentos a luz do ordenamento do CDC.

Findo o prazo, o não recebimento das respostas a essas perguntas, ou respostas insuficientes como as que até o presente momento pacientemente suportei, ensejará no envio desses fatos ao eminente Ministério Público Federal , a ANS, Procon e os devidos e legais juizados pertinentes.


Sem mais considerações, registro meu protesto;

Atenciosamente,


Marco A. Fedeli