segunda-feira, 31 de março de 2008

Reminicências de família

Tinha um primo, solteirão convicto, que detestava comparecer nos casamentos de parentes, porque invariavelmente as tias e avós, apertavam-lhe as bochechas dizendo que o próximo casamento que queriam assistir era o dele.

Essa situação só parou e ele pode relaxar nas festas quando ele começou a fazer o mesmo com elas nos funerais de parentes.

O brasileiro e sua religiosidade

A mídia noticiou algum tempo atrás que o Brasil, país com o maior número de catôlicos do mundo era também o país com o maior número de pentencostais ou evangélicos do mundo.

Claro que choveu análises sobre o assunto.

Não é de hoje que a igreja católica sentindo-se atacada vê seu rebanho diminuir sensivelmente e isso não é uma questão apenas brasileira. Em muitos paises a religião tem perdido sua importância.

No caso brasileiro a questão talvez seja mais emblemática justamente por ser o maior país católico do mundo e o que aqui acontece sem dúvida dá peso à situação global.

Não sei dizer se o mesmo ocorre em outros países, mas no Brasil existe a categoria do “católico não praticante”, situação inexistente em outras religiões.

Em segundo lugar, a igreja católica é por demais politizada, tanto quanto algumas denominações evangélicas, no entanto o discurso político, nas denominações evangélicas fica mais (não porém unicamente), circunscrito a atuação de fieis na política enquanto que na igreja católica tomou corpo dentro do próprio discurso religioso.

Não é demais lembrar que a igreja católica “sancionou” mais santos coreanos que “brasileiros”. Por acaso fiéis do lado de lá do planeta eram mais elevados de espírito do que os do lado de cá, ou existe o peso político de dar força a devoção católica em paises socialistas e com minoria católica?

Em terceiro lugar, a conversão “católica” é quase resultado de “osmose”, os pais batizam os filhos ainda pequeninos e esses automaticamente passam a constar das fileiras de “fiéis”, o que explica o número enorme de fiéis e a constatação da existência de “não praticantes”.

Em quarto lugar, ha o processo de sincretismo, mais fortemente percebido nas regiões do nordeste brasileiro e na cultura afro-brasileira que mistura religiões animistas e a denominada cristã católica. Isso não é em si um aspecto novo do catolicismo posto que o mesmo nasceu da aprovação do então cristianismo como religião oficial do império romano sob o imperador Constantino que era pagão somente aceitando o batismo perto de sua morte. A adoção de título como sumo pontífice, a mitra, datas sagradas como o 25 de dezembro, etc, todos oriundos de religiões não cristãs, foi o sincretismo da época. Séculos depois, a conquista espanhola da América que obrigou os nativos a conversão forçada e usou os templos para missas foi outra forma de absorção de outras religiões.

Logo não é estranho que atualmente uma parcela tão grande de “fiéis” católicos abram mão de sua “fé” original abraçando outra, ou mesmo adotando critérios, crenças e filosofias de outras religões e origens e somando com sua fé católica criem sua própria idéia de religião e Deus, o que faz com quê em nossos tempos modernos, a religião seja uma espécie de fast food ou self service no qual você agrega a sua “fé” os conceitos que melhor lhe apetecem.

A religião é à busca de Deus pelo homem. Entretanto a situação de descaso, desconforto, desesperança e mau-trato físico faz com que as pessoas busquem uma solução divina para as dificuldades hoje existentes. É ai que reside o encanto de religiões evangélicas. Diante do péssimo tratamento público do SUS e a perspectiva de morrer sem um tratamento adequado como quase sempre é noticiado na mídia, as pessoas preferem o resultado concreto oferecido pelas igrejas que curam de tudo, desde aids e câncer até mau-olhado e chulé. Diante da falta de emprego e da sobrevivência com um salário mínimo, dar esse dinheiro a igreja, porque afinal de contas, pela propaganda das igrejas, empresas de evangélicos vão de vento em popa trazendo sucesso financeiro e profissional ao evangélicos empresários. Só não explicam porque a massa bem sucedida de empresas leva o empresário ao sucesso (o evangélico, bem entendido), mas isso não se reflete no PIB.

Sob esse ponto de vista, a igreja católica não fica atrás porque era sua a prática da venda de indulgências, pregos da cruz, pedaços da cruz, mantos, ossos de santos e mártires, etc; tudo para alcançar a graça celestial. É de se frisar que a venda de indulgências foi um dos pontos que fez Lutero romper com a igreja católica.

Realmente a se levar a sério os milagres que as igrejas evangélicas pregam ocorrer dia a dia, em um só dia realizam mais milagres que o próprio Cristo e os apóstolos juntos realizaram, tendo por base os evangelhos e o relato do livro de Atos. Li nos comentários e nos artigos defesas contra esse argumento, dizendo que os cristãos cumprem o que Cristo disse, que eles fariam obras mais poderosas.

Ele realmente disse isso. Ocorre que as obras não são mais poderosas são apenas mais volumosas e é isso que gera a dúvida, até porque Cristo e os Apóstolos, e pelo menos é isso que está registrado no texto sagrado, ressuscitaram mortos. Desconheço que alguma igreja evangélica não importa qual denominação tenha repetido tal façanha. Aonde fica então as tais obras mais poderosas? A igreja católica, ou melhor, dizendo os fiéis católicos não podem creditar-se em situação melhor, já que contam em centenas de milhares de milhões as “graças” concedidas por “santos” e as catedrais estão atulhadas de imagens e lembranças de tais milagres.

A diferença está, portanto no método. Os fiéis Católicos acham que milagres ocorrem aos milhares pela intercessão de santos e santas e os evangélicos acham que milagres ocorrem aos milhares pela intercessão do Espírito Santo.

Por conclusão, não existe nada que se permita colocar a igreja católica como esteio moral de nada, porque na comparação atual e histórica ela é praticante, de todos os “vícios” que aponta em outras denominações. Por sua vez, as denominações evangélicas que fazem uso da massa de fiéis para enriquecer seus líderes e vendem milagres como se Deus efetivamente operasse maravilhas através delas sem se importar com a hipocrisia de seus líderes demonstram a sabedoria de Paulo, o apostolo de que Satanás também se transforma em anjo de luz...

Por fim, entendo que as atividades das denominações religiosas que não implicam em fins lucrativos, em outras palavras, o que entra de dinheiro sai devem permanecer recebendo isenção de tributos. Não é possível negar que igrejas realmente sérias produzem resultados.

As atividades, no entanto de cunho comercial que resultam em vendas, etc devem ser tachadas como qualquer empresa e indo um pouco mais longe, a legislação deveria proibir que denominações religiosas ou entidades ligadas a religiões direta ou indiretamente usem contribuições de fiéis para aquisição de empresas de comunicação, rádio, televisão e façam a exploração comercial de tais empresas. Uma denominação religiosa pode e deve custear a impressão de jornais, livros e outros meios de disseminação de sua mensagem por meios próprios ou de terceiros, mas não poderia resultar disso algum tipo de venda ou resulte em lucro.

Sobre blogs

Um passeio na blogosfera e a sensação é de ter feito um passeio por Verdun durante a primeira guerra mundial. Trincheiras pra todos os lados, pesado bombardeio e não se consegue avançar 100 metros sem pesadas baixas.

Parece, e isso é mero achismo meu, que existe na blogosfera duas grandes trincheiras, uma do Luis Nassif em sua recente guerra santa contra a revista VEJA e de outro lado Reinaldo Azevedo com seu blog dentro do portal da revista citada. Os demais blogs acabam apenas amplificando, através da simples notícia ou mesmo tomada de posição, um dos lados do conflito.

Havia Paulo Henrique Amorim e seu blog em permanente campanha contra o governo de São Paulo e uma cruzada contra um empresário. Agora, despedido de um grande portal, no qual centrou fogo contra os interesses comerciais dos donos do portal, abriu um domínio próprio e se pos a vociferar contra o portal ig e louvar sites fora de portais, já que esses sim, são importantes e independentes. É curioso isso, porque significa que até então ele não era dependente e sua louvação ao ig era o quê então? Em apoio, retirou-se da blogosfera, já que saiu do IG e não foi para outro domínio, Mino Carta; mas esse tinha apenas dois assuntos: um se colocando acima dos outros mortais e uma campanha contra a oposição ao governo Lula seja qual for ela. É verdade que não se registrou posts seus contra Reinaldo Azevedo mas convenha-se que um blogueiro que declara que escreve em uma máquina de escrever para que outros façam a postagem não pode dizer que controla o que se escreve em seu nome como ficou revelado nos comentários feitos sobre a doença do filho de outro blogeiro, Diogo Mainardi. A blogosfera não diminuiu de tamanho sem os dois e portanto não acho que façam falta nela.

Enquanto diversos blogs que não possuem a mesma visibilidade do blog de Luis Nassif, retransmitem seus posts sobre o intitulado "caso VEJA", Reinaldo Azevedo possui um gigantesca onda de leitores; e isso não é dito a se basear nos comentários (sobre isso discorro mais abaixo), mas pela capacidade de alavancar visitas em sites, videos no youtube quando apresenta algum catapultando as visitas em tais locais de dezenas para centenas ou mesmo milhares.

Não posso dizer qual a temperatura desse "conflito" nos sites de relacionamentos como o Orkut, porque não disponho de acesso ao mesmo e considero perigoso esse tipo de abertura a dados e relacionamentos virtuais.

Raras vezes o pensamento dos dois blogueiros coincidiu em concordâncias e nessas raras vezes decorreu por força da pressão dos fatos. Em geral se para um é dia para o outro é noite e vice-versa.

Nassif a parte sua guerra santa ou cruzada, sempre chamou o blog de Reinaldo Azevedo, embora sem cita-lo por nome como sendo um blog de esgoto. Para tanto vale-se do perfil agressivo que muitas vezes Reinaldo Azevedo demonstra em seus posts. Agressividade em boa parte demonstrada pelo escárnio com que destroi teses e notícias. Ademais Reinaldo Azevedo também possui sua particular guerra santa, porém contra o PT e tudo relacionado à chamada esquerda. Por conta disso, qualquer jornalista ou blogueiro que passe por sua alça de mira e de alguma forma defenda posição favoravel ao PT e as esquerdas torna-se alvo de seu teclado giratório.

Como a população brasileira é basicamente conservadora, é possivel reconhecer que o texto de Reinaldo Azevedo espelha esse conservadorismo que ele próprio carrega. O problema está na concepção errônea de associar conservadorismo com elite e elite com "direita", gerando então uma dicotimia já que os opositores de Reinaldo Azevedo o atacam porque o entendem ser contra o povo e se é contra o povo é fascita de direita. um exemplo disso foi seu post e artigo discorrendo favoravelmente sobre o filme "tropa de elite" e foi atacado de todos os lados acusado de fascista assim como o filme; e os "críticos" esqueceram apenas de um detalhe, o povo gostou do filme, quem não gostou foram os intelectuais de esquerda a ponto de não o escolherem para concorrer ao oscar mas um filme que se associa a mítica da esquerda na luta pela liberdade. O resultado foi não receber o oscar e o filme "tropa de elite" receber o premio em Berlim de melhor filme.

Sai um pouco do tema do post, voltemos.

Quem em discorda de Reinaldo Azevedo em geral, como dito, defensores da esquerda que criam militantes com fidelidade tão canina quanto criam o Corintihians e a Universal. Logo outros blogs passam a responder, muitas vezes usando da mesma ou até maior virulência, atacando Reinaldo Azevedo e suas teses, embora a primeira coisa que reclamem do mesmo seja justamente o vigor, digamos assim, de seu texto.

De qualquer forma, não se pode negar, mesmo que por pura boçalidade, que seu texto é inteligente, bem escrito e a defesa de seu pensamento está coroada de razão, embora possa se discordar de algumas conclusões sobre este ou aquele tema.

O fato de ser um articulista da revista VEJA (que é ainda a maior revista em termos de circulação, apesar das lendas constantes sobre a diminuição de sua vendagem), o leva a defender a revista que, isso é claro, é seu ganha-pão. Alguns anos atrás, o Jô Soares que também foi articulista da VEJA, entrevistou um sujeito em seu programa, ainda no SBT e o mesmo fez um ataque a revista VEJA e a direção da ABRIL. O Jô não deixou passar dizendo que não concordava com o ataque até porque publicando seus textos nela tinha que haver um grau de lealdade e encerrou a entrevista alí mesmo, mal a tendo começado. Portanto é perfeitamente natural que Reinaldo Azevedo defenda a revista e que se note, embora já tenha publicado artigos sobre Barack Obama, sobre o aborto, sobre cultura, etc, que mereceram tratamento diverso ou contrário nas páginas da revista ou em outros blogs no mesmo portal, ele não mudou seus posts ou disse que havia se enganado, o que demonstra integridade e lealdade a seu pensamento.

Ele pode defender quem lhe paga o salário, mas até hoje não consegui vislumbrar que ele tenha vendido sua alma, idéias ou sua "pena" a interesses que não sejam aqueles que defende.

Quanto a Luis Nassif, seu blog permite perceber que tenta um equilibrio evitando ser contra o governo ou oposição e percebi diversos posts nos quais elogia medidas do governo FHC ou Serra, como também de Lula.

Algumas de suas análises e conceitos me parecem corretos e explanados de forma bastante articulada.

Seu blog é quase um universo a parte porque um post é sobre uma questão ecônomica e logo depois aparece outro sobre repentistas, para ir para um assunto militar para depois trocar idéias sobre divas do cinema.

Nas ultimas semanas no entanto, seu blog se tornou um encouraçado disparando bombas sobre a revista que vinha se tornando seu alvo de críticas, a revista VEJA.

Acho até que o acirramento na luta entre os blogueiros tem levado Nassif, em minha opinião, a se distanciar do equilibrio e embora seu texto não possua um grau elevado de agressividade, ele tem se posicionado a favor do governo, embora esse a favor seja na verdade contra a VEJA e o jornal Folha de São Paulo. A bem da verdade ele tem se posicionado a favor do que Reinaldo Azevedo é contra: esquerdas, MST, PAC, governo federal, políticas e pesquisas da USP, Emir Sader, etc.

A questão dos cartões corporativos e o tal dossiê que vazou para a imprensa tem demonstrado isso. Nassif vem analisando a coisa conforme as notícias vão aparecendo e agora esclarece que seu argumento é baseado na intuição. Se a revista VEJA está envolvida então o assunto é falso e agora abraçou a tese de que a oposição e assessores de FHC estão por trás do tal dossiê.

Reinaldo Azevedo desde o inicio acha que a revista VEJA não mentiu ou falseou a verdade, logo conforme as notícias vão aparecendo ele vai mantendo suas afirmações e em meu modo de ver, vai ganhando credibilidade por conta do "fogo amigo", aberto pelos representantes do governo que vão mudando o discurso conforme o tempo passa em situação muito semelhante à crise do mensalão e da crise do dossiê contra Serra mais recente.

Temos agora que considerar a militância. Acusam o Reinaldo Azevedo de inventar comentários porque a maioria é anônimo. Ocorre que o "anônimo" é uma permissão do programa do blog e não do blogueiro. Nassif em seu site não possui meio de postar "anônimo" o que não impede o comentarista de inventar um nickname e mesmo email falso, já que a equipe do Nassif declarou que tudo bem, o blog aceita o comentário. Em ambos, os comentários são publicados após mediação. Conclusão: Se Reinaldo pode ser acusado de inventar 50, 100, 200 comentários anônimos, Nassif também pode ser acusado de inventar comentários a partir de sua própria equipe já que nomes e emails podem ser criados e apenas o "nickname" aparece publicado.

Assim a questão de honestidade depende ou se limita a que lado acusa.

Ainda sobre a militância, é interessante observar os comentaristas nos dois blogs, em geral, são mais agressivos que os próprios blogueiros. Como, pelo que parece a dissensão iniciou-se quando Reinaldo Azevedo criticou uma pesquisa sobre o uso de ecstasy e Nassif apoiou a pesquisa, de lá pra cá, Nassif é tratado como ratazana, mão peluda, masquate, etc. Reinaldo Azevedo também não é poupado já que recebeu a alcunha de blogueiro de esgoto, posts escarnecendo do uso de chapeu por conta de uma operação no crânio, que é rascista e preconceituoso, etc.

De resto, existe muito mais sentimento que fato expresso e nem poderia deixar de ser assim, já que blogs são diários que exprimem a opinião dos blogueiros e não verdades universais.

Explosões a parte, é interessante observar a troca de tiros e aguardar para saber quem será vitorioso, derrotado ou se através de armisticio (como ocorreu com Reinaldo Azevedo e Gerald Thomas), as trincheiras sejam abandonadas.

Uma coisa é certa, ao passo que se aproximam as eleições, as polarizações de pensamento tendem a manter o clima de combate.

Sobre textos

É, eu sei...sou prolixo. Se posso usar 10.000 palavras para quê se limitar em 100.

O problema é que vou discorrendo sobre um assunto e quando vejo, pronto, outro textão.

Peço portanto sua paciência leitor além de que aceite minhas desculpas.

domingo, 30 de março de 2008

Sobre a questão do aborto

A favor e contra o aborto, adeptos de um e do outro pensamento, posto serem antagônicos, lançam mão de principios religiosos ou humanisticos na tentativa de ganharem adeptos.

Talvez seja a primeira vez que, no caso um político, deixe de lado argumentos religiosos ou humanisticos para usar apenas...idiotices, como fez o governador do RJ, quando relacionou o crime ao número de pobres e que se pobres abortassem o crime diminuiria.

Diante das toneladas de ataques, o principal executivo, perdão, pastor da igreja universal do reino de deus declarou aprovar o aborto. Talvez o objetivo tenha sido dar uma visão "moderna" à imagem de pirata que a igreja conquistou pela sanha com que vai atrás do dinheiro dos seus adeptos; ou pretendeu dissociar a imagem da tv record, da qual é proprietário, da igreja da qual é fundador. De qualquer forma, veja o grau de barulho que se produz quando um assunto desse é tratado de forma tão pouco elegante.

No lado oposto temos uma igreja católica que condena até o uso de preservativo exigindo de seus adeptos o uso de uma arcaica "tabelinha", cuja confiabilidade se mantêm enquanto não mudam os humores dos hormônios femininos. Essa intransigência, que faz a liderança católica "coar o mosquito mas engolir o camelo"; faz com que os contrários ao aborto sejam considerados reacionários e fora da realidade e os favoráveis sejam tachados de assassinos.

A questão religiosa não pode ser abduzida da questão. Se temos leis civis dizendo que é proibido aos cidadãos a prática do assassinato, do homicidio; é necessário lembrar que faz parte dos 10 mandamentos, leis religiosas, uma delas que ordena "não matarás". Nas mesmas leis está registrado que se alguem batesse em uma mulher grávida e seu filho saisse, morrendo a criança, morreria a pessoa que deu a pancada. Claramente o aborto era condenado.

Alguns trazem atenção para tribos africanas, castas indianas, índios americanos, etc que fazem uso de infanticidio e isso é natural. Ocorre que também existem culturas que tomam leite no qual bebem e se banham ratos e ninguem em sã consciência daria esse leite a seus filhos, não é mesmo? Existem culturas que praticam a mutilação dos orgãos genitais femininos para que não tenham prazer na relação sexual. Alguem por acaso deseja tornar essa prática uma das cobertas pelo sus? Outras culturas cultuam ou cltuavam seus mortos por comerem o cadaver. Alguem por acaso deseja construir alguma teoria demonstrando que a adoção da prática iria ajudar a eliminar a fome no país e quem sabe no mundo?

Alguns fazem uso de argumentos humanisticos. Mulheres morrem em clinicas clandestinas, enquanto mulheres ricas fazem uso de clinicas particulares. Não estamos diante de uma escolha econômica mas de uma escolha moral. Mulheres pobres ou não tão ricas tem morrido em clínicas estéticas por conta de operações plásticas mal sucedidas ou porque as clínicas não eram autorizadas ou não tinham os meios adequados para atenderem esse tipo de intervenção. Mulheres ricas fazem as mesmas operações nas melhores clínicas particulares com os melhores médicos da área. Ocorre a alguem pleitear que o sus cubra operações plásticas estéticas porque mulheres morrem em clínicas clandestinas ou particulares não autorizadas para cirurgias plásticas? Não. Porque? por que a decisão de fazer uma cirurgia estética é de cunho pessoal e a nação não deve arcar com esse custo. Uma escolha moral portanto.

Alguns alegam que as mulheres tem direito a escolher o que fazer com seus corpos, o que significa levar a frente uma gravidez ou não. Bem, as mulheres tem realmente direito a decidir sobre seus corpos, mas por mais que isso seja verdadeiro, alguem pode vender uma de suas córneas, rins, pulmão, pele ou pedaço do fígado? Não, não pode. Pode doa-lo se for para um parente direto mas a outrem só após sua morte. Então realmente, não somos verdadeiramente donos e senhores de nossos corpos, até porque, por mais que tentemos somos obrigados a obedecer determinadas leis naturais como a gravidade, da inércia, da morte...porque não acatarmos a lei da natureza ou da vida se assim quiser chama-la? Porque essa deve ser considerada de aplicação voluntária ou dadas as circunstâncias ideais?

Alguns alegam que um bêbe pode ter vindo em um momento ruim da mulher e cabe a ela decidir. Existem muitas outras coisas que ocorrem em momentos ruins ou que se tornam ruins por conta deles e ninguem, ninguem discute com o sistema, com os astros, ou seja lá quem for que aquele momento não é propício. Uma doença muda nossas vidas e de nossos parentes. Alguem já descobriu um meio de ficar doente em condições financeiras melhores para suportar o tratamento? Uma ordem de demissão afeta a vida da profissional e da familia. Alguem já conseguiu fazer voltar atrás uma demissão, até que o demitido tenha conseguido outro emprego, ou mais um parente esteja trabalhando. Alguem muito íntimo morreu. Doi muito mas com o passar do tempo a vida vai retomando o rumo. Alguem por conta da dor insuportável que a morte acarreta descobriu um meio de reverter o processo até que estejamos mais experientes e acostumados para suportar? E o que dizer de acidentes e obras do acaso? Em todas as situações, que são límites, a vida tem um corte em como a conheçemos e passamos a ter vivências diferentes. Porque uma gravidez não deve ser enfrentada como são enfrentadas todas as outras grandes questões que nos deparamos, porque nesse caso a fuga?

Em todos os exemplos citados, é possivel afirmar que não somos realmente responsáveis por essas situações mas as enfrentamos. No caso de uma gravidez, isso não ocorre. Tanto o homem quanto a mulher tomaram uma decisão moral, quando fizeram sexo. O sexo tem por fialidade o prazer? sem dúvida. Tem por finalidade a procriação? igualmente. Mas se uma transa sem orgasmo é azar, a geração de um feto não é igualmente um azar, porque o sexo tem realmente a finalidade da procriação sendo o processo extremamente prazeiroso. Vem daí a questão da responsabilidade. Responsabilidade de se precaver se não deseja a parte final do sexo que é a geração de herdeiros. Responsabilidade de dizer não ao parceiro se aquele momento não é o ideal para enfrentar uma possivel mudança na vida (estou falando do período fértil, lembrando aqui que nenhum contraceptivo é 100% eficaz). Por fim, responsabilidade de dizer não ao sexo, se não possui as condições mínimas de arcar com as consequências que podem vir a resultar dele; filhos.

De qualquer forma, como dito no começo, os adeptos do "a favor" e do "contra" o aborto, lançam mão de argumentos e visões religiosas ou humanisticas. Fico a imaginar se talvez não seja hora de ouvir o argumento ou a visão de quem realmente tem mais interesse no assunto.

Segue abaixo um texto chamado "diario de uma criança por nascer", de autor desconheçido.

5 DE OUTUBRO:
Hoje começou minha vida. Meus pais ainda não sabem disso, mas já existo. E sou menina. Terei cabelos castanhos e olhos verdes. Quase tudo já está fixado, até mesmo que irei gostar muito de flores.
19 DE OUTUBRO:
Alguns afirmam que não sou ainda uma pessoa real que apenas minha mãe existe. Mas sou uma pessoa real assim como uma migalhinha de pão ainda é realmente pão. Minha mãe é. E eu também sou.
23 DE OUTUBRO:
Minha boca está começando agora a se abrir. Imagine só dentro de cerca de um ano estarei sorrindo e, depois, falando. Sei qual será minha primeira palavra: MAMÃ. Não fique bravo comigo, papai, é assim mesmo. PAPÁ será a segunda palavra que falarei.
25 DE OUTUBRO:
Meu coração começou hoje a bater por si mesmo. De agora em diante, baterá suavemente pelo resto de minha vida, sem jamais parar para descansar! E, depois de muitos anos, ele se cansará. Parará, e então morrerei.
2 DE NOVEMBRO:
Estou crescendo um pouco cada dia. Meus braços e minhas pernas começam a tomar forma. Mas tenho de esperar ainda bastante tempo antes de estas perninhas me erguerem até os braços da mamãe, antes que estes bracinhos possam colher flores e abraçar o papai.
12 DE NOVEMBRO:
Pequeninos dedos começam a formar-se em minhas mãos. É engraçado como são pequenininhos! Poderei tocar com eles nos cabelos de mamãe.
20 DE NOVEMBRO:
Foi somente hoje que o médico contou à mamãe que estou vivendo aqui, sob o coração dela. Oh, quão feliz ela deve estar! Sente-se feliz, mamãe?
25 DE NOVEMBRO:
Mamãe e papai devem estar provavelmente pensando num nome para mim. Mas eles nem sequer sabem que sou uma menininha. Desejo que me chamem de Mariazinha. Já estou ficando tão grandinha!
10 DE DEZEMBRO:
Meus cabelos estão crescendo. São macios, escuros mas brilhantes. Fico imaginando que tipo de cabelos mamãe tem.
13 DE DEZEMBRO:
Estou quase prestes a poder ver. Tudo é escuro em volta de mim. Quando mamãe me trouxer ao mundo, ele será cheio de sol e de flores. Mas o que mais desejo é ver minha mamãe. Qual é sua aparência, mãezinha?
24 DE DEZEMBRO:
Fico imaginando se mamãe ouve o sussurro do meu coração. Algumas crianças chegam ao mundo um pouco doentes. Mas meu coração é forte e saudável. Ele bate tão ritmicamente: toc-toc, toc-toc. A senhora terá uma filhinha saudável, mãezinha!
28 DE DEZEMBRO:
Hoje minha mãe me matou.

Sobre a Liberdade de imprensa e a religião

Há pouco tempo, uma reportagem da Folha de São Paulo sobre o sucesso financeiro e empresarial da IURD, Igreja Universal do Reino de Deus; foi recebida com ira pelos dirigentes da igreja e seus fiéis. Num tentativa de calar a boca da imprensa ou puni-la pelo que publicou, os fiéis da igreja em várias e isoladas localidades abriram ações judiciais contra a reporter e a Folha de São Paulo. Muitas dessas ações possuiam o mesmo texto padrão, o que significa que a fonte foi a mesma levando juizes a proclamarem a vitória da Folha de São Paulo acusando o outro lado de litigância de má fé. Como de hábito, opositores da grande mídia apontaram a reportagem dao jornal como exemplo de erro e louvaram as ações da igreja. Outros desceram o pau no lombo dos religiosos por conta não só da reportagem como também do óbvio preconceito que "evangélicos" geram.

Será que pode-se dizer como colocado pelos blogs e jornais que a imprensa cometeu um pecado no uso da sua liberdade ao "atacar" uma igreja?

O sentido da palavra "pecado" é "errar o alvo"; já escrevi em um outro post. Logo a liberdade para algo em si mesmo não pode ser considerado pecado, mas o mau uso dessa liberdade pode levar ao pecado, ao erro, a errar o alvo.

Em sentido religioso pecado seria tudo que é contrário aos ditames biblicos ou aquilo que Deus deseja dos homens. Como então é possivel afirmar que a imprensa que é um ser abstrato pode errar contra Deus? É claro que nesse sentido não pode. Mas ela pode ser instrumento de perseguição contra pessoas que desejam seguir a Deus e isso é fato. Porém nesse sentido o pecado seria dos homens que da imprensa fazem uso para tais atos e práticas. Concluo portanto que a imprensa ao fazer uso da liberdade de informar, não pratica um pecado, não erra o alvo e a verdade o faria se não fizesse uso da liberdade que possui, que possuimos para bem informar, mesmo que esse bem informar seja contra interesses, não de Deus, mas de pessoas que dizem representa-lo.

Neste ponto, seria interessante observar o outro lado. A reportagem em questão não era um ataque gratuito e fortuito contra a igreja em questão, mas a partir do aniversário de fundação da mesma traçar o perfil da mesma. Após constatar coisas óbvias até, sobre o crescimento da igreja no campo empresarial; ela levanta hipóteses e não afirmações de que o dinheiro de fiéis seria lavado em paraisos fiscais. O resultado como já foi dito, foi uma avalanche de ações judiciais contra a jornalista e os veiculos de informação.

Além disso, a TV Record que é alimentada em grande parte pelo dinheiro da igreja, fez uma reportagem sobre assunto. Foco jornalistico? Seria se tivesse informado que as ações tem sido rejeitadas pelos juizes e algumas receberam condenação por litigância de má fé. Como ela simplesmente colocou fiéis da igreja falando e apontando a reporter e os veiculos, a sensação de uso da reportagem como arma de disuassão é muito forte.

E o que falou a reportagem de tão malevôlo? O principal representante da igreja era funcionário público quando fundou a igreja. 30 anos depois esse mesmo ex-funcionário público é um homem milionário já que em seu nome estão jornais, rádios, emissoras de televisão, empresas. Pergunto: Com qual dinheiro? herdou bens de familia de posses? Não. Ganhou em algum tipo de jogo? Não. Qual sua fonte de renda se a exatos 30 anos, o sujeito passa tempo integral na sua digamos assim, pregação? Ora é óbvio que a igreja custeou, custeia e continuará custeando seus empreendimentos comerciais e sua vida pessoal. É fato e contra fatos não há argumentos.

Grande parte dos recursos da emissora vem da venda do espaço noturno para a própria igreja. Como essa também compra o espaço em outras emissoras a comparação de números é quase obrigatória e segundo noticiou setores da mídia, o espaço vendido pela Record para a IURD é mais que o dobro do pedido por outras emissoras, inclusive a Globo que por conta da audiência possui os preços mais caros.

Assim está claro que a igreja, fundada pelo Sr. Edir Macedo, ajuda a sustentar a TV Record que é de quem? Do mesmo Sr. Edir Macedo. Somem o resto dos empreendimentos e tem-se um idéia do lucrativo negócio que foi fundar a igreja.

E pensar que o filho do Deus que esse pessoal diz servir declarou a certa feita, segundo um dos seus seguidores, que não possuia sequer um lugar para pousar a cabeça. Quanta ironia, não!

É claro que não sou idiota de dizer que todos devem agora atear fogo a seus bens. Acho natural e chega a ser óbvio que uma igreja ou denominação religiosa mantenha meios de produzir livros, revistas, audios que expliquem e espalhem sua fé. Isso é tão óvio que a legislação dá isenção de impostos para tais atividades. Também entendo como natural e importante que os fiéis de determinada igreja sustentem essa igreja; afinal é necessário que se pague a luz e água consumida, que se faça a limpeza dos locais, que se sustente os voluntários ou profissionais que dediquem suas vidas aquela "missão".

Agora, a partir desse donativo que em geral é dado por pessoas das classes sociais mais humildes para dar uma vida de riqueza para pastores, padres e familiares e com esse dinheiro construirem empresas e impérios financeiros, aí já é um pouco demais e o direito de se criticar tais coisas é inerente à cidadania e ao jornalismo.

Não faço aqui uma critica aos fieis dessa igreja, porque a mesma lei que dá liberdade de imprensa também dá liberdade de credo. Se um sujeito pensa que um pastor em um culto consegue fazer mais milagres que o próprio Cristo em toda a sua vida (paradoxalmente nenhum deles se atreve a tentar ressussitar os mortos mas conseguem vejam vocês curar aids, câncer e frieira), é um problema dele.

Se esse mesmo sujeito acha que deve entregar dinheiro para essa igreja e depois não se preocupar com o que é feito dele, é um problema dele.

Se esse mesmo sujeito acha que Deus é justo de curar sei lá quem, de câncer por ser fiel da igreja e dar o dízimo ou pagar sei lá o que pra ser levado na fogueira santa de sei lá aonde, ao mesmo tempo que permite crianças morrerem de fome no Sudão ou centenas morrerem de câncer em hospitais, é um problema dele.

Se esse mesmo sujeito acha que a riqueza do "bispo", de sua família (pesquisem na mídia sobre a casa que a mulher dele está construindo), ou de suas empresas é resultado da benção de Deus enquanto centenas de fiéis lutam para sobreviver apenas com "bolsas-família" dadas pelo governo, é um problem dele.

Quando esse mesmo sujeito se deixa usar como massa de manobra abrindo ações por sentir-se ofendido com reportagens que trazem atenção a tudo que está aí em cima, embora ele mesmo talvez sequer seja pastor ou dirigente da igreja, aí o problema passa a ser nosso, porque o direito de opinião e crítica passa a ser confundido com calúnia mesmo que o fato seja verdadeiro e logo poderá ser eu ou você a sermos calados porque criticamos esse ou aquele.

Religião relaciona-se com o sagrado, com a busca do homem por Deus e não a busca de Deus pelo homem. Logo se a religião tem um quê de sagrado, o que muitos fazem dela a torna a mais mundana das coisas.

Em nome do Deus cristão, de Jesus, de Alá, etc; pessoas mataram e foram mortas. Pessoas foram perseguidas pela inquisição. Cruzadas e ataques militares foram realizados por cristãos e mulçumanos. Guerras foram abençoadas por padres e capelães militares catôlicos e protestantes. Hindus e mulçumanos mataram-se uns aos outros na Índia. Tanta atrocidades em nome da religião, será tão inverossimel que homens usem essa mesma religião para enriquecer? Claro que não!

Faço uma sugestão aos fiéis dessa igreja. Antes de exigir dos outros pratique aquilo que deles está a exigir. Antes de se ofender com hipóteses sobre o que é feito com o seu dinheiro, peça ao seu pastor uma prestação de contas, o que entrou, o que saiu e aonde foi gasto o dinheiro. Depois disso, processe se achar que tem direito de faze-lo.

Por fim acabo de lembrar-me de Gandhi que disse ao vice-rei da Índia que ele "amava Cristo, mas odiava os cristãos porque não vivem como cristo vivia". Ah! isso me fez lembrar o Mestre que disse que os homens haviam invalidado a palavra de Deus trocando-a pelas tradições e era em vão que persitiam em adorar a Deus porque ensinavam por doutrina o mandato de homens.

É isso!

A questão energética e o exemplo da União Européia

Fala-se em energia e logo se pensa na elétrica até por conta da memória do colapso do sistema gerador no Brasil em 2001.

Obviamente o assunto é mais amplo; entretanto é possivel verificar a importância do tema por conta da falta de informação ou interesse sobre o mesmo que muitos ainda possuem. Certo orgão de imprensa noticiou a pouco tempo que mais de 30.000 empresas funcionavam em São Paulo sem aplicarem nenhuma ação de eficiência energética, como se a energia não fosse um insumo importante, parte vital dos custos de uma empresa e na verdade fosse um presente divino, como o ar e a vida.Se isso ocorre em São Paulo que é o maior centro produtor do Brasil, melhor dizendo, da América Látina, o que não ocorre em outras regiões?

Por outro lado é bom que se frise, que os que mais sofreram na época do racionamento foram as pessoas e empresas que possuiam preocupação com o assunto e haviam aplicado pouco antes do período do racionamento medidas de eficientização. Como resultado, tiveram que cortar na carne enquanto os outros na maioria cortaram apenas na gordura.De lá para cá, existe a propaganda ideológica míope que coloca como culpada pelo "apagão energético" as privatizações feitas no setor durante o governo FHC. O problema desse argumento tosco, mas que infelizmente pegou é que lhe falta lógica; afinal durante o governo da época, o setor elétrico assistiu a privatização das distribuidoras de energia e não das geradoras que praticamente se mantiveram 100% sob controle federal ou estadual. O que ocorreu na época foi falta de chuvas para encherem os reservatórios e a falta de visão estratégica do governo de se antecipar ao problema embora tenha sido rápido e competente para gerenciar a crise. Hoje, o setor energético vive, a mesma falta de visão estratégica vivido no governo FHC, no governo Lula.

O marco regulatório criado para o setor energético foi alterado no governo Lula e esse marco prioriza investimentos estatais, que não ocorrem, permite a ingerência política no setor que antes estava meio que blindado, não deixa clara a ou as regras do jogo para investimentos privados (por exemplo, limita em 20% o investimento privado nas usinas do rio madeira, logo os 80% restantes serão lógicamente supridos pela Eletrobrás, estatal do setor. - isso é incentivar investimentos privados?). Já o programa PROINFA que apoia a matriz energética diferente das convencionais é praticamente pra inglês ver.

O que realmente precisariámos é que o anseio desejado pelo marco regulatório fosse aplicado como fez a União Européia, permitindo que os usuários finais de energia escolham livremente seus fornecedores, como ocorre com a telefonia.

A privatização da telefonia no Brasil e mais do que isso, permitir que o mercado fosse livre sem amarras de áreas de concessão, permitiu que rigorosamente todos os brasileiros tenham acesso a telefonia fixa e móvel e por preços compativeis com sua capacidade de gastos porque quem escolhe a operadora e a tarifa que deseja pagar é o cliente. Foi isso que a União Européia fez com a energia e era esse o modelo que era pra ser aplicado no Brasil e ainda não foi.

Com mercado cativo e uns muito pouco privilegiados que podem optar pelo mercado livre (e esses precisam pensar muito bem em faze-lo, porque os clientes livres tem encontrado dificuldade de contratar energia para 2009 em diante), não existe motivação para buscar efetivamente energia de matrizes alternativas e que possibilitem um custo menor na tarifa (a energia no Brasil é bom que se diga embora possuia uma matriz hidro, possui custo de matriz nuclear).Assim, a cultura da racionalização e da eficiência energética só se tornarão um item básico e não opcional, quando o mercado for livre e os agentes do setor forem obrigados por conta da concorrência a elevar sobremaneira a qualidade e diminuir sensivelmente seus custos.

Sobre Estatização, Privatização e a VALE

De forma cíclica, opositores da atual oposição política, militantes de esquerda, alguns padres e movimentos, digamos assim, sociais como o MST além é claro de sindicatos, clamam contra as privatizações realizadas na década de 90 e mais comumente pregam a reestatização da empresa VALE, a antiga Companhia Vale do Rio Doce.

Um ditado popular ensina que contra os fatos não existem argumentos. Apesar disso, muitos tentam sem êxito, é claro, quebrar a lógica desse dito popular lançando mão de argumentos elevados ao infinito a favor da tese da reestatização.

E quais são eles? Segundo os defensores da estatização das empresas, a VALE deve ser re-estatizada porque vem batendo recordes de lucro e produtividade. Privatizada a mais de 10 anos, hoje ela tem por renda o equivalente ao valor que foi vendida. Tá certo, partindo desse ponto de vista, somos obrigados a concluir que todas as empresas rentáveis no Brasil devem passar para as mãos do estado, deixando na iniciativa privada apenas as que dão prejuízo ou pelo menos não gerem lucros. E essas uma vez que retornem ao bom caminho, deveriam ser entregues ao estado. Esse argumento não é lindo?

O conceito é absurdo, porque implica em dizer que a lucratividade da empresa no caso, a VALE, é resultado de combustão espontânea e não do gerenciamento responsável e brilhante. Não considera que a VALE privatizada ficou livre das amarras de leis de licitações e outras que tornam as decisões de estatais emperradas e demoradas, porém protegidas, ainda que só em teoria de corrupção e desvio. A meritocracia na escolha dos executivos e dirigentes da empresa no lugar do compadrio político e um quadro profissional ao invés de um corpo funcional preocupado primeiro, segundo e terceiro lugar apenas com os próprios benefícios também ajudou a empresa não a manter mas ser rentável. Notem os números:
Em seis anos, a VALE recebeu US$ 44,6 bilhões em investimentos: nos 54 anos de estatismo, foram US$ 24 bilhões. Deu pra entender ou precisa desenhar?

E por favor, que ninguém defenda que privatizada, houve desemprego, porque a VALE mais que duplicou seu quadro profissional, porque
em 1997, inteiramente estatal, empregava 11 mil pessoas e hoje, 56 mil.

Se a empresa vale hoje, 100 bilhões de reais isso não significa que a mineração seja rentável por si mesma, mas porque ela projetou-se no mercado internacional, em razão da área de mineração comportar apenas grandes players. Sendo estatal como era, ela não teria a agilidade necessária para tanto. Além disso, se esquecem os detratores que esse crescimento só foi possível, porque após a privatização, ocorreu um movimento por parte da China de compra de minério que elevou o preço do mesmo. Essa situação não poderia ser prevista quando a mesma foi privatizada tanto que os críticos, que sempre se consideram mais sábios que o resto da humanidade não fizeram essa predição para alertar o “maligno governo entreguista”. Apenas para reprisar o ponto:
Em 1997, exportou US$ 3 bilhões; em 2006, US$ 10 bilhões (mais de um quarto do saldo positivo da balança comercial).

Tanto isso é verdade que embora o preço do minério tenha subido por conta da China, o valor das ações da VALE não teve tanto sucesso quanto as ações da Petrobrás que é uma estatal.

A VALE é a maior produtora de minério de ferro e ganha dinheiro vendendo esse minério, mas isso não significa que seja a dona desse minério. Os críticos se esquecem que a Constituição decreta ser da união as riquezas que estejam no subsolo não importa quem seja dono do terreno.
Isso significa que caso o autor do texto em réplica vier a descobrir um veio de ferro, ouro, carvão, esmeraldas ou mesmo petróleo ou gás no quintal da sua casa, ele não pode remove-lo e vende-lo, pois essas riquezas são da união. No máximo receberia royalties pela exploração da jazida em seu terreno. É por essa razão que os donos da VALE ao compra-la em leilão formal e legal não adquiriram as jazidas de minérios apenas o direito de exploração das mesmas.

Também seria interessante verificar quanto à “rentável e estatal” CVRD exigia de investimentos por parte do sócio majoritário, quanto era pago em impostos e quanto era distribuído aos sócios
como lucro e que se compare esses mesmos números após a privatização em uma simples projeção para se saber se como estatal o governo teria pernas para sustentar esse crescimento da VALE.

Foram abertas ações contra a venda da CVRD? Naturalmente que sim. O que seria estranho é que ninguém fizesse isso. Ora se há promotores que demandam ações por conta de novelas e conteúdo segundo sua particular visão fora da realidade (apesar de estarmos a falar de obras de
ficção), seria natural pessoas contrárias a privatização procurar a justiça. Se os motivos alegados possuem procedência ou respaldo legal, aí já é uma outra história. O que não dá pra aceitar é que o mero fato de alguém impetrar uma ação legal torna a coisa em discussão ilegal.

Quanto a aprovação do congresso nacional, posso estar errado, mas o mesmo aprovou a lei de privatizações e nada foi feito ao arrepio da lei.

As pessoas são favoráveis a estatização? 50,3% de pessoas pesquisadas são favoráveis a isso em determinada pesquisa? E daí? Se aprofundar essa pesquisa iremos descobrir que 100% dessas pessoas favoráveis não sabem sequer aonde fica a sede da Vale. 100% dessas pessoas criticam as privatizações ao passo que usam celulares e escolhem livremente suas operadoras e mais importante do que isso, é possível que nenhuma delas tenha passado pela experiência que alguns de nós já tivemos de ter que fazer constar na declaração de imposto de renda a posse de linhas telefônicas vendidas a preço de ouro.

Se a empresa realmente vale hoje US$ 50 bilhões, TRATA-SE DA VALE INTEIRA; em 1997, venderam-se se por US$ 3 bilhões APENAS 42% das ações ordinárias.

É bem possível, quase certo que os favoráveis a re-estatização não saibam quem são os donos da companhia. Assim para quem não sabe, o conselho de administração da empresa, corpo que decide as estratégias da VALE é formado pela Valepar S.A, que detém 52,3% do capital votante e 33,6% do capital total. Por sua vez a constituição acionária da Valepar é a seguinte: Litel/Litela (fundos de investimentos administrados pela Previ que é o fundo de pensão do Banco do Brasil) com 58,1% das ações, Bradespar com 17,4% formado por fundos de investimentos controlados pelo Bradesco, Mitsui com 15,0%, empresa com sede nos EUA e que possui participação na VALE por conta de fusão com a mesma após a privatização, BNDESpar, que para quem não sabe é um órgão federal com 9,5%, e por fim o Elétron do Opportunity com 0,02%. Assim é possível perceber que a união detem grande parcela de participação na empresa de forma indireta através dos fundos de pensão das estatais e pelo BNDES.

Para quem não sabe, a VALE ainda estatal já possuía ações negociadas em bolsa de valores e o capital nunca foi 100% do estado, da mesma forma que o da Petrobrás igualmente não é 100% estatal. Assim a VALE ao ser privatizada, passou-se o controle da mesma para a iniciativa privada embora o governo (aí visto como representante do estado e da nação como um todo), participa indiretamente das decisões dela, ao mesmo tempo que ela ganhou agilidade para competir no mercado global.

Por fim, clamam os críticos para que a mesma além das outras estatais sejam “devolvidas” aos brasileiros. Eu sempre trabalhei no setor de energia e minha experiência profissional acompanhou as transformações que uma determinada distribuidora sofreu ao longo do tempo. De estatal para controle estrangeiro, desse controle para um grupo privado nacional. Como estatal assisti politicagens, acertos, corpo funcional com benefícios que a população só via em filmes. Com direção privada, a meritocracia e o profissionalismo eram as regras e os benefícios ajustados ao mundo real. Na estatal o preço final era ditado pelos custos da empresa mais o interesse do governo. Privada, a empresa teve que adequar custos seu custo final ou aumento tarifário aprovado foi negativo, trazendo ganho real para a população. Assim por experiência própria posso
afirmar: Essa estória de devolver aos “brasileiros” as “lucrativas empresas antes estatais” significa na verdade devolver a uma parcela ínfima da população as benesses de um verdadeiro paraíso na terra. Ou alguém imagina que receberá um boladinha de dinheiro na conta corrente tão logo a VALE seja re-estatizada? Só rindo mesmo.

Quem ganha e tá doido para que uma empresa desse tamanho volte para as mãos do Estado como antes? 1) os sindicatos que acertam com os políticos de plantão as benesses que eles mesmos irão se beneficiar; 2) O corpo diretivo escolhido por ser amigo, irmão ou companheiro
de partido cuja competência em geral passa muito longe da exigência do cargo; 3) Os políticos que passam a retalhar as indicações para conseguir alavancas de dinheiro como vimos e estamos vendo acontecer nos Correios, em Furnas, em Itaipu, etc; 4) Os que desviam dinheiro de fundos de pensão e órgãos de governo para fins pessoais ou projetos de poder.

Re-estatizada, os donos devem ser ressarcidos. Por conclusão lógica o governo iria pegar os 100 milhões que a empresa “vale” hoje e enfiar boa parte desse dinheiro no BNDES, Fundos de pensão e outros.

Privatizada, a VALE contribuiu com 10 milhões para campanhas políticas. Dá pra imaginar o que faria se estatal fosse ou voltasse a ser? Dá pra imaginar a exemplo do que vimos nos casos “mensalão”, “sanguessuga” entre outros, quanto desse “direito” refleteria para os “brasileiros”?

Pelo que se depreende das demonstrações contábeis de 2005 BRGAAP da Cia Vale do Rio Doce, ela pagou em 2005, 2 bilhões de reais em impostos no Brasil. O governo gasta mal os recursos dos impostos como se vê pelos problemas na saúde, na segurança, etc. Entretanto 2 bilhões de impostos foram entregues pela CVRD para uso de todos os brasileiros mediante os serviços públicos. Que seja mantida assim, recolhendo impostos para os governos, dividendos para os acionistas e aumento do PIB nacional.

sexta-feira, 28 de março de 2008

Placa de gelo se desprende na Antártica


26/03 20:20 CET

Grande porção de gelo separa-se da Antárctica

Um enorme bloco de gelo, com mais de 400 quilómetros quadrados, está a separar-se da Plataforma de Wilkins, na Antárctica. O fenómeno foi detectado através de imagens de satélite e, segundo vários cientistas, é uma consequência do aquecimento global. A Plataforma de Wilkins estende-se por 13.000 quilómetros quadrados, no extremo Norte do continente, a 1600 quilómetros da América do Sul.

O Painel Intergovernamental para as Mudanças Climáticas presidido por Rajendra Pachauri - Prémio Nobel da Paz de 2007 - manifestou preocupação com a aceleração do degelo na Antárctica.

O cientista indiano explica que podem produzir-se "mudanças abruptas e irreversíveis. O colapso de grandes corpos de gelo pode resultar num aumento de vários metros do nível dos mares". Uma hipótese para a qual, sublinha Pachauri, "é preciso estar atento".

A desintegração da planície gelada começou a 28 de Fevereiro, com a separação de um grande "iceberg" de 98 quilómetros quadrados.

A Plataforma de Wilkins começou a diminuir significativamente nos anos noventa. Em 98, perdeu dez mil quilómetros quadrados numa questão de meses.

Fome custa US$ 500 milhoes.

O Programa Alimentar Mundial deu quatro semanas aos países doadores para cederem 500 milhões de dólares (324 milhões de euros). Um "apelo de extrema urgência" que a agência das Nações Unidas diz ser necessário para evitar o racionamento da ajuda alimentar a 73 milhões de pobres perante o aumento do preço dos produtos básicos e matérias-primas.
O diário britânico Financial Times, que teve acesso a uma carta enviada pelo PAM aos países doadores, garante que esta alerta para o facto de, se a 1 de Maio "o dinheiro não tiver chegado, a ajuda alimentar no mundo será cortada".

Todos os anos, o PAM ajuda 90 milhões de pessoas em 78 países, destas, quase 60 milhões são crianças.

"Pedimos ao governo para ser tão generoso quanto possível", escreve Josette Sheeran, directora executiva do PAM, na carta a que o Financial Times teve acesso. Neste momento, o PAM deve entre 600 e 700 milhões de dólares, depois de o preço dos alimentos ter subido 20% nas últimas três semanas. Se juntarmos o petróleo acima dos cem dólares e o aumento no peço dos transportes marítimos, a distribuição dos alimentos torna-se cada vez mais difícil de executar.

Os Estados Unidos, com mil e cem milhões em 2007, é o país que mais contribui para o PAM. A União Europeia, com 250 milhões, e o Canadá, com 160 milhões, são o segundo e terceiro doadores em termos monetários.

Se conseguir os 500 milhões que pediu, o PAM conseguirá aumentar o seu orçamento para 3,4 mil milhões de dólares, o dobro do que a agência da ONU gastou em 2000.

Segundo os analistas, o aumento do preço dos alimentos deve-se a um forte aumento da procura nos países desenvolvidos, aliado ao crescimento da população mundial, às cada vez mais frequentes catástrofes naturais (inundações, secas prolongadas) que afectam as culturas e à crescente procura dos cereais para fabrico de biodiesel. "A subida dos preços não mostra sinais de estar prestes a terminar", escreve Sheeran.

O Financial Times usa o arroz como exemplo da subida dos preços. O cereal, alimento fundamental, por exemplo, para 2500 milhões de pessoas no Sudeste asiático, atingiu o preço recorde dos últimos 34 anos. O motivo? As restrições à venda impostas por países exportadores como Vietname, Tailândia, India ou Egipto, ao que importadores como as Filipinas responderam com uma corrida aos mercados para garantir o abastecimento.

Uma situação que se pode revelar desastrosa e que o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, resumiu desta forma: "Esta é a nova face da fome, que afecta cada vez mais comunidade até aqui protegidas". No Egipto, o Governo já recorreu aos militares para distribuir os alimentos, de forma a evitar distúrbios.

Guerra do Iraque já custou US$ 500 bilhões


19/03/2008 - 14h03

Guerra no Iraque já custa mais de US$ 500 bilhões

Colaboração para a Folha Online

da Folha Online

Embora a violência tenha caído no Iraque, os recursos gastos com a segurança do país só aumentam. Segundo a ONG National Priorities Project, um grupo independente que visa medir os gastos governamentais em diversas áreas, os conflitos já consumiram mais de US$ 504 bilhões [R$ 859,82 bilhões] dos cofres públicos americanos.

Em 2008, a guerra vai iniciar seu sexto ano, com gastos de aproximadamente US$ 12 bilhões [R$20,47 bilhões] por mês, segundo informações do prêmio Nobel de economia Joseph E. Stiglitz e da professora Linda J. Bilmes, no livro "The Three Trillion Dollar War" ("A Guerra de Três Trilhões de Dólares", em tradução livre).

Segundo o estudo, a taxa é o triplo da registrada nos primeiros anos da guerra. Após 2008, os autores prevêem gastos de US$ 2 trilhões [R$3,4 trilhões] com os conflitos, se as tropas permanecerem no Iraque até 2010. Somente os juros dos empréstimos para manter a guerra representam um gasto de US$ 816 bilhões [R$1,39 trilhão], de acordo os pesquisadores. O total supera os US$ 670 bilhões [1,14 trilhão] gastos em 12 anos da Guerra do Vietnã.

Antes da invasão do Iraque, o então diretor do governo para o Orçamento, Mitch Daniels, rejeitou uma estimativa feita pelo assessor de economia Lawrence Lindsey, segundo o qual os EUA gastariam entre US$ 100 bilhões e US$ 200 bilhões [entre R$170 bilhões e R$ 341 bilhões].

Entre os custos antes não computados estão o ônus da recuperação de Forças Armadas sobrecarregadas por várias missões, o crescimento menor da economia norte-americana no longo prazo e dos gastos com o tratamento médicos de veteranos da guerra.

Os pesquisadores basearam suas projeções parcialmente em guerras ocorridas no passado e incluíram entre os custos o aumento no preço do petróleo, o aumento do déficit norte-americano e uma maior insegurança no cenário mundial decorrente do conflito.

As projeções da Comissão de Orçamento do Congresso para os próximos anos mostram gastos próximos do previsto pelos autores, entre US$ 1,2 trilhão [R$ 2,04 bilhões] e US$ 1,7 trilhão [R$ 2,9 bilhões], mas para as duas guerras nas quais os Estados Unidos estão envolvidos -- no Iraque e no Afeganistão.

Os números não incluem os custos das guerras para o resto do mundo. No Iraque, por exemplo, a invasão promovida em 2003 --com devastadores ataques aéreos-- destruiu grande parte dos sistemas elétricos e de infra-estrutura, como refinarias, fábricas, hospitais, escolas e outros pilares de qualquer economia.

As razões para os crescentes gastos são várias, dizem os autores. Elas vão desde o surgimento de novas unidades no Iraque, aumento no preço dos combustíveis, novos bônus para realistamento e a necessidade de renovação de equipamentos militares destruídos.

US$ 300 milhões/dia

As estimativas sobre os custos da guerra variam devido a uma série de fatores --principalmente relativos aos itens contabilizados como gasto direto ou indireto.

Segundo o jornal americano "New York Times", a operação militar em si -- helicópteros, tanques, combustível, salários para soldados, salários para reservistas e terceirizados, custos de reconstrução do Iraque -- custa cerca de US$ 300 milhões [R$ 511,8 milhões] por dia.

O valor significa cerca de US$ 2 bilhões [R$ 3,4 bilhões] por semana e até US$ 700 bilhões [R$ 1,2 trilhão] em gastos diretos durante toda a guerra.

Orçamento

Em fevereiro de 2007, o presidente dos EUA, George W. Bush, propôs um orçamento total para o governo de US$ 2,9 trilhões [R$ 4,9 trilhões] em 2008.

Destes, US$ 624,6 bilhões [ pouco mais de R$ 1 trilhão] --mais de um quinto do total do Orçamento para 2008-- serão destinados para gastos militares

Bush prevê que vai gastar US$ 145 bilhões [R$ 247 bilhões] só com as guerras no Iraque e no Afeganistão neste ano.

Os custos incluem também a substituição de equipamentos perdidos em combate. Já para 2009 o Orçamento até agora prevê apenas US$ 50 bilhões [ cerca de R$ 85 bilhões] -- e não pede nenhum recurso para os anos seguintes.

- A nota acima dá o tom dos gastos americanos com a guerra do Iraque. Postei apenas para fazer a comparação desse valor com o citado no post seguinte e depois analisem: Qual o sentido de gastarmos tanto com uma guerra e ao mesmo tempo pede-se pelo amor de Deus para
que nações ajudem a comprar comida? Alguma coisa está errada não é mesmo?

Sobre os novos pecados capitais da Igreja Catôlica

Fazer modificação genética, poluir o meio ambiente, causar injustiça social, causar pobreza, tornar-se extremamente rico e usar drogas estão agora na mesma categoria dos pecados graves, como gula, luxúria, avareza, ira, soberba, vaidade e preguiça. O Vaticano atualizou a lista dos chamados pecados capitais para adaptá-la à "realidade da globalização". A Igreja está preocupada com a redução no número confissões e com a "queda do sentimento de pecado no mundo secularizado”, disse o monsenhor Gianfranco Girotti, responsável pelo tribunal da Cúria Romana que trata das questões internas do Vaticano. Girotti recordou em entrevista para um jornal italiano as recomendações para se receber o perdão: "confissão em 15 ou máximo 20 dias antes ou depois de cometer o pecado, comunhão, oração segundo as intenções do papa, pureza e caridade".

Pois é, hein!!! Crimes possuem um código chamado "penal", que classifica as "penas" a que devem ser submetidas as pessoas que praticam as ações consideradas ilegais. A ninguem ocorre dizer que um praticante de tais atos pode diante de um juiz, de ar contrito, humilhar-se pedindo perdão e o juiz então concede-lhe o perdão desde que o mesmo escreva 150 cartas com um mesmo texto padrão endereçadas ao Supremo Tribunal. Cometeu o mesmo crime de novo, tudo bem!, desde que faça uma nova confissão a cada 15 ou 20 dias na delegacia mais próxima.

Deu pra notar acima, que se fosse aplicada a idéia da penitência religiosa ao nosso dia a dia moderno, qual seria a incidência de crimes na sociedade? O que é um pecado e o que é capital?

Pecado é basicamente erro de alvo, do ponto de vista divino. Capital seria o qualitativo do mesmo, posto que alguns desses pecados seriam penalizados com a danação eterna; já que não ocorre a nnguem tirar a vida física de alguem porque o sujeito ficou rico demais, não é mesmo?Do ponto de vista puramente religioso, esses procedimentos catôlicos estão muito longe de atingirem o objetivo proposto. Pecado é pecado, e o que realmente importa é que se abandone a prática do mesmo e não que simplesmente se "confesse" o mesmo, recite-se um número determinado de vezes a mesma oração num ritual vazio, já que a "conversa" com Deus é trocada pelo equivalente a um gravador repetindo vezes e vezes as mesmas palavras.

Até agora, e a história demonstra, sequer os papas levaram muito a sério essa história de pecados capitais. Se assim fosse, seriam líderes espirituais e não políticos e militares mais preocupados em preservação de status quo, direitos e riquezas.Boa parte senão a grande maioria dos denominados catôlicos, (aproveito para fazer um parenteses para notar que a igreja catôlica é talvez uma das poucas senão a única que possui uma curiosa separação de membros, nos quais os próprios se distinguem como catôlicos praticantes e não praticantes), age em seu dia-a-dia, sem ligar para os ditames morais, religiosos, filosóficos determinados pela igreja.

Manter ,diminuir, aumentar e atualizar lista de "pecados" não altera em nada o mundo, até porque ninguem está dando a mínima para o que a igreja catôlica determina. Quem vai medir ou determinar o que é ser "rico demais"? O que significa "gerar probreza", Sujar o meio ambiente é para as grandes corporações ou vale para o sujeito que atira pela janela do carro o palito do sorvete?

Como disse o Mestre, "invalidaste a palavra de Deus, por ensinarem mediante doutrina o mandado de homens".

Tristes tempos esses.

A crise americana e seus efeitos

As economias nacionais e uso o termo nacional no lugar de local, a muitos décadas estão interligadas com as demais economias, salvo países a margem dos sistemas internacionais ou que estão fechados em sí por esse ou aquele motivo como Koréia do Norte e Cuba por exemplo.

Qualquer país com grandes empresas cujas ações sejam negociadas internacionalmente estão sujeitos ao ambiente hostil com venda de ações para se proteger de prejuizos por partes de fundos de investimentos e excesso de cautela na aquisição de novas ações. As grandes empresas já estão sentido conforme foi veiculado nos jornais especializados em economia, uma baixa de valorização de suas ações. O que isso significa na prática? As empresas se capitalizam ou tomando empréstimos bancários ou vendendo ações. Com a diminuição do segundo, resta o primeiro que sempre, por conta do custo do dinheiro e juros, será uma opção mais cara obrigando a natural elevação de preços e prejudicando o consumidor final. Essa é uma realidade embora a economia brasileira é uma das poucas que possui uma terceira via de capitalização, o dinheiro barato do BNDES montado nos fundos criados com dinheiro da população e que capitaliza empresários com juros de mãe para criarem enormes conglomerados como a mais recente fusão noticiada da OI com a BrasilTelemar.

Os bancos centrais americanos e europeus injetaram enormes somas de dinheiro no sistema de forma a evitar que o sistema se quebrasse e isso adiou um pouco o cataclisma. Esse ano, quando os bancos terão que demonstrar em seus ativos os valores reais de suas carteiras é que saberemos o tamanho real do buraco.Quanto ao Brasil, com o banco central americano combatendo o problema com diminuição de juros (objetivando aquecer a economia), o resultado prático é a desvalorização do dolar frente a outras moedas cujos papeis pagam juros maiores como o Brasil, levando a uma valorização sartificial sem muita lógica do real frente ao dolar. Essa valorização causa uma melhora de custos para a população porque torna as importações mais baratas, permitindo que se tenha o "melhor" mais "barato".

Na sequência, a importação começa a crescer frente a exportação e o Brasil começa a sentir isso, sem contar que a valorização do real acaba com as empresas exportadoras já que vendem por valor mais baixo com que produzem aqui.Um processo recessivo também pode gerar outra consequencia na forma de aumento de barreiras e tarifas e ajuda a produtores nacionais para equilibrar suas contas frente a produtos do exterior, como é costumeiro na Europa e nos EUA e isso prejudica o Brasil, porque embora o atual governo tenha se esforçado em abrir mercados, principalmente na Africa e Asia, a balança comercial é pífia entre esses paises e o Brasil, tanto que a relação comercial com os EUA não diminuiu. Logo um agravamento da crise recessiva americana pode afetar e já afeta o Brasil de forma que ufanismos não protegem economias que estão interligadas por computadores.

De qualquer forma a americana ainda é a maior e mais influente economia do mundo e sem dúvida isso não é resultado do amadorismo de seus dirigentes. O mundo hoje está muito mais interligado do que estava na década de 20 no século passado e no entanto a queda da bolsa de NY em 29 levou os EUA aos anos da Depressão e recessão e os demais paises sofreram igualmente. Logo a influência poderia ser muito maior, se junto com a maior interligação, também não tivessem sido criados diversos mecânismos de proteção e compensatórios.

De fato será interessante observar como o atual governo tomará as decisões que precisará tomar frente a sua primeira crise internacional a frente; já que segundo alguns relatórios a recessão americana iniciou-se em Dezembro passado e está muito longe de terminar.

Matrizes Energéticas

A preocupação com o fim dos combústiveis fosseis e a questão ambiental principalmente o aquecimento global, levam as empresas e nações a buscar matrizes alternativas de energia. Quais são elas - Vantagens e Desvantagens

CARVÃO = Calcula-se que haja reservas suficientes para durar mil anos. Em todo o mundo, as usinas elétricas alimentadas a carvão suprem cerca de 40% da eletricidade mundial. No entanto, num recente comunicado à imprensa, o Instituto Worldwatch dizia: “O carvão é o combustível fóssil de maior concentração de carbono, liberando 29% mais carbono por unidade de energia do que o petróleo, e 80% mais do que o gás natural. É responsável por 43% de todo o carbono liberado anualmente em todo o globo — cerca de 2,7 bilhões de toneladas.” Além do impacto sobre o meio ambiente, que efeito a queima do carvão pode ter sobre a saúde humana? Para citar um exemplo, um recente relatório da ONU Global Environment Outlook declarou: “Em 11 das maiores cidades da China, a fumaça e as partículas microscópicas resultantes da queima do carvão são responsáveis por mais de 50 mil mortes prematuras e 400 mil novos casos de bronquite crônica por ano.”

PETRÓLEO = Calcula-se que o total das reservas mundiais de petróleo era de cerca de 2 trilhões de barris, dos quais quase 900 bilhões já foram consumidos. A previsão é de que, com base nos índices atuais de produção, os suprimentos de petróleo durem mais 40 anos. A revista New Scientist adverte: “Se os índices de produção caírem e a demanda continuar a aumentar, é provável que o preço do petróleo suba de modo vertiginoso ou fique muito instável, aumentando a perspectiva de um caos econômico, de problemas relativos ao transporte de suprimentos, e até mesmo de guerras, ao passo que países disputem entre si o pouco petróleo disponível.” O dióxido de carbono que produzimos com a queima de petróleo continua a aquecer o planeta; no entanto, a economia e o meio ambiente ainda são tratados em geral como assuntos separados.”

GÁS NATURAL = Em cerca de 20 anos, aproximadamente, “espera-se que o gás natural seja a fonte de energia primária de crescimento mais rápido no mundo todo”, declara o relatório IEO2003. O gás natural é o combustível fóssil de queima mais limpa, e acredita-se que haja na Terra enormes reservas desse gás. No entanto, “ninguém tem condições de saber quanto gás natural existe até que ele seja extraído”, declara a Associação de Fornecimento de Gás Natural, com sede em Washington, DC. O metano é o componente primário do gás natural, e é “um gás muito potente com efeito estufa. De fato, a capacidade do metano de reter calor é quase 21 vezes mais eficaz que a do dióxido de carbono”, declara a associação já citada.

ENERGIA ATÔMICA = “Uns 430 reatores nucleares fornecem cerca de 16% da eletricidade mundial”. Além desses reatores já existentes, o relatório IEO2003 diz: “Desde fevereiro de 2003, dos 35 reatores que estão sendo construídos no mundo todo, 17 pertencem às nações da Ásia em desenvolvimento.” Apesar da possibilidade de acidentes, como o de Chernobyl em 1986 na antiga União Soviética, persiste a dependência da energia nuclear. A revista New Scientist noticia que “os reatores existentes na América estão ficando cheios de rachaduras e de corrosão”, e que em março de 2002 o reator Davis-Besse, em Ohio, “chegou perto de um acidente catastrófico” por causa de problemas relativos à corrosão.

VENTO = O entusiasmo pela utilização da energia eólica espalhou-se rápido pelo globo inteiro. Moinhos de vento, de alta tecnologia, são agora usados em todo o mundo para gerar suficiente energia renovável, não-poluente, a fim de fornecer eletricidade a 35 milhões de pessoas. A Dinamarca, com apenas o uso da força do vento, já produz 20% da eletricidade que consome. A Alemanha, a Espanha e a Índia estão adotando rapidamente a força do vento, e a Índia afirma ter a quinta maior capacidade do mundo em matéria de utilização desse tipo de energia. Os Estados Unidos têm no momento 13 mil moinhos de vento que geram eletricidade. E alguns analistas dizem que, se todos os locais apropriados para produzir esse tipo de energia nos Estados Unidos fossem desenvolvidos, aquele país poderia usar a energia eólica para produzir mais de 20% da eletricidade que necessita atualmente.

SOL = Células fotovoltaicas produzidas pelo homem transformam a luz do sol em eletricidade quando os raios do sol excitam os elétrons dentro das células. No mundo todo, são produzidos quase 500 milhões de watts de eletricidade por esse método, e a procura por células solares cresce a uma taxa de 30% ao ano. Atualmente, porém, as células fotovoltaicas não são muito eficientes, e a eletricidade que elas produzem é cara em comparação com a de combustíveis fósseis. Além disso, para fabricar essas células, são usadas substâncias químicas tóxicas, como o sulfeto de cádmio e o arsenieto de gálio. Visto que essas substâncias químicas permanecem no meio ambiente por séculos, “o descarte e a reciclagem do material das células inoperantes poderiam tornar-se um grande problema”, observa a revista Bioscience.

ENERGIA GEOTÉRMICA = Se uma pessoa cavasse um buraco na crosta terrestre em direção ao núcleo incandescente que, segundo se calcula, tem cerca de 4 mil graus Celsius, a temperatura aumentaria em média cerca de 30 °C a cada quilômetro cavado. No entanto, o calor da Terra está mais facilmente disponível às pessoas que moram perto de fontes termais ou de fendas vulcânicas. Água ou vapor quentes produzidos por pontos quentes na crosta terrestre são usados em 58 países para aquecer lares ou gerar eletricidade.

ÁGUA = As usinas hidrelétricas já suprem mais de 6% das necessidades energéticas do mundo. De acordo com o relatório International Energy Outlook 2003, nos próximos 20 anos “o aumento das fontes de energia renovável se dará em grande parte devido aos projetos em larga escala de usinas hidrelétricas no mundo em desenvolvimento, em especial nos países da Ásia em desenvolvimento”. No entanto, a revista Bioscience acautela: “É comum um reservatório de água cobrir valiosas terras de aluvião, produtivas para a agricultura. Além disso, represas alteram o ecossistema das plantas, dos animais e dos micróbios existentes.”

HIDROGÊNIO = Na Terra, o hidrogênio faz parte fundamental do tecido animal e do vegetal, está vinculado aos combustíveis fósseis e é um dos dois componentes da água. Além disso, a queima do hidrogênio é mais limpa e mais eficiente do que a dos combustíveis fósseis. Basicamente a água “pode [ser] separada em hidrogênio e oxigênio quando passa eletricidade através dela”. Ao passo que esse método poderia produzir grandes quantidades de hidrogênio, a revista observa que “esse processo, aparentemente simples, ainda não é econômico”. O processo para extrair esse hidrogênio envolve o uso de combustíveis fósseis — o que também libera o gás venenoso monóxido de carbono e o gás dióxido de carbono, aumentado o efeito estufa.

MARÉS = Usinas geradoras de energia das marés já operam na França, na Russia e no Canadá. No Canadá pode ser gerados 4.800 megawatts — 6,5 milhões de cavalos-vapor — de energia elétrica e cerca de 30 milhões de quilowatts-horas de energia por ano — o bastante para alimentar 8.000 residências.