segunda-feira, 30 de março de 2009

Escritório móvel para home offices e outros

Seg, 30/03/09 por amoraes | categoria Sem Categoria

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Cada vez mais as empresas estão elegendo a casa como o melhor ambiente de trabalho para seus empregados. A prática, também conhecida como telecommuting, está levando muita gente a trocar o escritório pelo lar, doce lar. Com a propagação crescente dessa idéia, uma empresa inglesa criou um escritório portátil, que pode ser instalado em qualquer jardim ou quintal.

O OfficePOD (clique aqui e saiba mais sobre o conceito) funciona como um escritório, só que a alguns passos da porta de casa. A intenção é solucionar os problemas comuns a quem trabalha fora do ambiente tradicional, como interrupções, distrações e falta de motivação e disciplina. O escritório caseiro é separado do ambiente doméstico, o que facilita a associação do local ao trabalho, não ocupa muito espaço e, claro, é totalmente eco-friendly.

Redução de emissões

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O sistema evita o deslocamento do empregado de casa até o trabalho e ajuda a reduzir as emissões de gases poluentes em até 67%.

Os idealizadores garantem que esse é mesmo um bom negócio. Pelas suas contas, manter um funcionário na empresa custa cerca de 9 mil pounds por ano – quatro mil a mais do que o valor pago pelo aluguel anual do Office móvel.

A estrutura de 2,1m x 2,1 é feita de materiais reciclados/recicláveis e naturais, possui alta eficiência energética e um sistema especial de refrigeração.

Postagem do Mr. Kenobi sobre propaganda de uma marca de vodka

Sei lá o do porque disso, mas Mr. Kenobi um blogueiro de Minas Gerais, lê este blog.

Fico contente de saber que pessoas do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais, tão distantes de minha presente localidade, estejam na verdade tão próximas umas das outras.

Seu ultimo post (o do Mr. Kenobi), é sobre uma propaganda de vodka muito interessante, e reproduzo um pedaço abaixo.

O endereço para ler o post completo: http://thisisafuckinhead.blogspot.com/

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"...Navegando pela internet encontrei um anúncio da vodka Smirnoff extremamente interessante. Vejam:


A anúncio diz que de acordo com o quanto você bebe, você pode assumir certa personalidade:
- Mahatma Ghandi: é o primeiro nível. Apesar de ter bebido um pouco, ainda é incapaz de matar uma mosca;
- Sigmund Freud: você já bebeu o suficiente para começar a falar sobre psicologia, filosofia e tentar explicar coisas inexplicáveis (devo confessar que isso acontece constantemente comigo);
- David Hasselhoff: ator norte-americano alcoolico que fez sucesso na década de 80 com o papel de Michael Knight, da série Knight Rider. Recentemente participou do filme Click, ao lado de Adam Sandler;
- Brad Pitt: nesse nível você já se acha o gostosão e começa a mandar aquelas cantadas do tempo do seu avô;
- James Bond: como podemos ver em seus filmes, o Sr. Bond sempre toma todas antes de levar as bondgirls para a cama. Detalhe: ele nunca fica bêbado, se ficasse não seria James Bond;
- John Rambo: você está tão bêbado que acha que pode enfrentar um exército inteiro somente com uma bandana vermelha na cabeça e uma faca de cortar carne;
- Superman: você já está tão trincado que tem certeza que pode voar, soltar raio-x pelos olhos e que nada pode te destruir. Exceto a ressaca kriptonita.

Até aí tudo bem. Um anúncio inteligente e dinâmico. Porém, todos que possuem um certo senso de observação, notará que há algo mais. Repare o canto inferior esquerdo da imagem:


Letras! Sim, eu vejo letras!
Você pode dizer: "Ah, mas é só o reflexo da palavra Superman!". Eu acho que não meu pequeno..."

O resto da explicação verifiquem lá no blog do Mr. Kenobi. E parabéns ao mesmo pelo achado, é realmente interessante.

Mas de fato, essa propaganda demonstra que o que não se diz e a forma como não se diz é tão importante quanto o que é dito e a forma como é dito.

Libertações, Liberdade, Leis e respeito às Leis

No fim de semana, as notícias voaram com a concessão por parte da justiça de HC´s libertando a dona da empresa Daslu, e os acusados do inquérito "castelo de areia", basicamente doleiros, consultores e funcionários da empresa Camargo Corrêa.

A lei, aquela é rege os direitos e deveres de todos determina que se alguem é acusado e condenado por um crime e apela da sentença condenatória, sendo primário ou melhor, não tendo antecedentes criminais, pode pleitear e obter a liberdade provisória para que aguarda a decisão da apelação em liberdade. Isso porque a lei basei-a no princípio fundamental de que todos são inocentes até que se prove a culpa. Ora, se houve espaço no processo para a apelação da setença é porque essa prova de culpa não foi definitivamente confirmada e aceita. Nesse caso a privação da liberdade, posto que a setença pode ser mudada ou mesmo cancelada; implicaria em dolo ao inocente que não poderia ser ressarcido em hipótese alguma.

Mas isso só ocorreu porque ela é rica? Não! Ocorreu por que seu advogados foram profissionais o suficiente para arguir sua defesa de forma a conseguir usufruir o máximo que a lei permite.

Mas pobre não pode pagar bons advogados! Não, não pode, como também não pode pagar excelentes médicos e não pode pagar a hotelaria de um hospital como o Albert Einstein em São Paulo, o melhor de toda a américa látina.

A vida é injusta, não porque assim queiramos, mas porque a natureza de nossa existência como sociedade ocidental e moderna é assim. A democracia e o capitalismo que são os dois pilares de nossa sociedade permitem que todos possuam chances de crescimento, mas não pode por impossibilidade física que as oportunidades sejam iguais, porque não somos todos iguais.

Para ser justo então, ricos não poderiam ter advogados famosos ou excelentes? Esse então morreriam a mingua? A justiça implicaria então que os profissonais do direito não atingissem a excelência para manterem-se empregados? Rídiculo.

Por fim, o caso da dona da Daslu me parece, demonstra justamente esse desproporção da sociedade.

Seu crime é a evasão fical, manipulando informações para diminuir o imposto de renda e para isso fez uso de contrabando e notas fiscais falsas.

Deve pagar pelo crime? Sem dúvida alguma. Lei nela, respeitando-se o rito processual que serve a todos.

Aonde está a chamada desproporção? Bem, ela cometeu esses crimes e sua clientela é a classe media alta e os ricos da sociedade.

Mas na comparação, o que ela fez e por isso foi condenada é o que dezenas fazem quando vão ao Paraguai e voltam carregados de equipamentos e quinquilharias para vender nos pequenos comércios, ambulantes e camelôs. Esses por trazerem contrabando, manipularem notas falsas e prejudicar o fisco sem a emissão de notas fiscais cometem exatamente os mesmos crimes da dona da Daslu.

O que muda no caso é o público alvo dela e dos outros e os valores das mercadorias vendidas.

A dona da Daslu é uma sacoleira de luxo, talvez não venda produtos pirateados, apenas contrabandeados; mas no fundo os crimes são os mesmos de qualquer sacoleiro paraguaio.

Quantos sacoleiros foram presos até o presente momento pela práticas desses crimes?

Quanto ao pessoal da Camargo Correa. O que dizer?

Fizeram aquilo tudo de que são acusados? Acho muito provável, embora não possua meios de comprovar. A dinâmica das coisas diz que se apenas 10% for verdadeiro é o suficiente para o devido processo legal.

Mas de fato, o inquérito precisa levar ao juiz provas e não meras ilações e achismos para determinar-se a prisão de alguem.

Conversas cifradas são a primeira vista estranhas e devem ser vistas com cuidado; mas até aí o estranhismo se resume a isso se não houver o recolhimento de provas. Qualquer musica ou poem de duplo sentido, pode exemplificar que uma frase por ser entendida em mais de uma forma e ainda assim conservar o sentido.

Se a ação da PF captura documentos, computadores, arquivos ,etc e exige depoimentos de pronto, a prisão temporária de alguem passa a ser absolutamente sem necessidade e a concessão de HC´s demonstra exatamente isso.

De resto, como sempre, pirotecnica!!

quarta-feira, 25 de março de 2009

Ainda sobre a Camargo Corrêa

Estão detidos quatro diretores da empresa: Dárcio Brunato, membro da diretoria de controladoria da empresa; Raggi Badra Neto, diretor da divisão de obras públicas; Fernando Dias Gomes, diretor regimental da diretoria de auditoria e controle e membro do conselho fiscal da CPFL; e Pietro Bianchi, que prestava consultoria para a empresa.

Duas secretárias também tiveram a prisão temporária decretada as secretárias Marisa Berti Iaquinto e Darcy Flores Alvarenga. Outras três pessoas foram presas, entre eles, doleiros.

Segundo a PF, eles fazem parte de uma suposta quadrilha de crimes financeiros que movimentaria dinheiro ilícito através de empresas de fachada e operações de evasão de divisas conhecidas como dólar-cabo.

Os principais crimes investigados são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somadas, as penas para esses crimes chegam a 27 anos de prisão.

Diversos clientes dos doleiros investigados foram também identificados e podem responder por crime de evasão, que chega a seis anos de prisão.

Durante a operação, denominada Castelo de Areia, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Rio de Janeiro.

Outro lado

Em nota, a Camargo Corrêa confirmou que a PF esteve em sua sede na cidade de São Paulo nesta manhã e isolou a área. A construtora também afirma que até o momento não teve acesso ao teor do processo que autoriza essa ação, mas defendeu os funcionários acusados.

"O grupo reafirma que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação, atingindo e constrangendo a comunidade Camargo Corrêa e trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas", diz a nota. "A Camargo Corrêa ressalta que cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais."

Sobre reciclagem de materiais e seu mercado

Lógica da reciclagem é fragilizada pela crise que atravessa o setor

Le Monde
Gilles van Kote

Até o outono, o setor de reciclagem vivia um sonho: avanço de dois dígitos da atividade e do faturamento; preço das matérias-primas secundárias (provenientes da reciclagem) em alta constante; imagem na crista da onda ambiental... Mas, em setembro de 2008, com a crise, tudo parou: "A demanda sumiu", diz Christophe Cros, diretor-geral da Suez Environnement. "A queda dos preços não mudou nada: não há mais demanda".

O efeito se sente hoje no planeta como um todo. Na China, milhões de trabalhadores, cuja atividade consistia em fazer a triagem de lixo vindo de países ricos, perderam seus empregos da noite para o dia. Na Europa e na América do Norte, os estoques de papel, metal e plástico reciclável se amontoam. "De cinco a seis navios de sucata que partiam todo mês para a Turquia, o principal importador mundial, passamos a um ou dois", garante Claude Platier, porta-voz da Federação das Empresas de Reciclagem (Federec).

O faturamento das empresas francesas de reciclagem registrou um recuo de 33% no quarto trimestre de 2008, em relação ao mesmo período de 2007. No primeiro semestre de 2009, 2.400 empregos (em 32 mil do setor) estariam ameaçados. E as perspectivas da atividade permanecem incertas.

É todo o equilíbrio do setor que está sendo reconsiderado pela crise, e, através dele, a estabilidade do setor de triagem, coleta e reciclagem de lixo. "Nós temos duas fontes de renda: as matérias-primas que revendemos, e o serviço de retirada que cobramos do intermediário do lixo", explica Jean-Luc Petithuguenin, proprietário da empresa Paprec. "Se você vende a tonelada de papelão por volta de ? 100, você pode não cobrar nada do intermediário. Mas quando ela está a ? 20, como hoje, não vale a pena ir buscá-lo se você não conseguir ganhar ? 30 ou ? 40 complementares pelo serviço".

Resultado: em vez de pagar, os detentores intermediários de lixo que podem, o armazenam, esperando por dias melhores. Os carros se amontoam no setor, uma vez que o preço atual dos metais e das matérias plásticas não justificam mais economicamente seu desmantelamento. O preço da sucata subiu para ? 480 a tonelada em julho de 2008. Ele abaixou para menos de ? 100 no fim de 2008.

"O setor de reciclagem descobriu que as matérias-primas podem estar sujeitas a variações muito grandes", constata Philippe Chalmin, professor na Universidade Paris-Dauphine. "Esse golpe poderá levar a uma revisão da área, obrigando os absolutistas da reciclagem a serem menos exigentes. A reciclagem não é a única solução: a incineração com recuperação de energia pode ser uma alternativa inteligente do ponto de vista econômico".

Em um estudo publicado na segunda-feira (23), a empresa de consultoria em estratégia Frost & Sullivan crava mais um prego no caixão: a crise do setor "pode levar a uma disparada nos preços da reciclagem, o que reduziria seu atrativo econômico", escrevem os autores, ressaltando que no Reino Unido o preço da tonelada de papel coletado já aumentou £ 20.

A curto prazo, por falta de perspectiva de um aumento rápido nos preços, existe também o risco de ver os armazenadores de lixo perecível tentando se livrar dele, enviando-o para um depósito ou um incinerador. A presidência tcheca da União Europeia se alarmou com o fato em uma nota em 25 de fevereiro. Para sustentar o setor, ela sugere "manter os objetivos existentes em matéria de reciclagem", pedir para os cidadãos que não deixem de fazer a triagem, e estudar a possibilidade de uma redução do IVA (imposto sobre o valor adicionado) para determinados produtos a base de materiais reciclados.

Apesar da gravidade da situação, os agentes do setor parecem continuar relativamente confiantes. "Por que a reciclagem progrediu tanto em 25 anos? Porque é uma solução econômica, comparada com outros modos de gestão de lixo", acredita Petithuguenin, da Paprec. "Se me perguntarem se o setor de reciclagem corre o risco de acabar, minha resposta é não. Ele sofre, mas trata-se de uma fase de ajustes de preços".

Na Suez Environnement, Christophe Cros também adota esse ponto de vista: ele acha que o mercado saiu de um período especulativo que viu os preços atingirem picos artificiais e que hoje chega a "preços que não estão em níveis anormais".

As tensões do setor não deverão ter repercussões diretas para o cidadão comum: o setor de coleta seletiva do lixo doméstico é financiado pelas empresas que comercializam produtos embalados, e as comunidades locais dispõem de cláusulas que lhes garantem a retirada dos lixos recicláveis. "Pedir que as pessoas façam mais ou menos triagem em função da conjuntura não faria sentido", acredita Carlos de los Llanos, diretor do departamento técnico e ambiental da Eco-Emballages.

Tradução: Lana Lima


Ainda sobre a operação da PF na Camargo Corrêa

Dez pessoas foram presas, entre elas quatro diretores e duas secretárias da construtora Camargo Corrêa, em uma operação da Polícia Federal (PF) contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro realizada nesta quarta-feira (25).

De acordo com Mônica Bergamo, colunista da Folha de S.Paulo, a operação vai revelar contribuições para alguns dos principais partidos políticos "por dentro e por fora" com a participação de "uma pessoa muito influente em São Paulo".

Em nota, a Camargo Corrêa manifestou "perplexidade" diante da "invasão" de sua sede em São Paulo pela Polícia Federal. "O grupo reafirma que confia em seus diretores e funcionários e que repudia a forma como foi constituída a ação, atingindo e constrangendo a comunidade Camargo Corrêa e trazendo incalculáveis prejuízos à imagem de suas empresas", diz a nota.

A empresa também se queixa de não ter acesso a documentos que autorizem a ação da PF e ressalta que "a Camargo Corrêa cumpre rigorosamente com todas as suas obrigações legais".

A PF também apreendeu um milhão de reais em um dos locais de busca no Rio de Janeiro. O objetivo da operação, batizada de "Castelo de Areia", é desarticular uma quadrilha que operaria dentro da construtora.

Foram expedidos 10 mandados de prisão - contra o acusado de articular o esquema, funcionários da construtora e doleiros - e 16 de busca e apreensão, 15 deles em São Paulo e um no Rio de Janeiro.

Segundo a PF, a quadrilha movimentava dinheiro de origem supostamente ilícita, por meio de empresas de fachada.

De acordo com a agência 'Reuters', a quadrilha agia enviando para contas abertas no exterior parte do dinheiro oriundo de obras públicas e outros recursos de origem ilícita por meio de empresas de fachada, em operações conhecidas como "dólar-cabo".

Os principais crimes investigados pela PF são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude em licitações. Somadas, as penas chegam a 27 anos de prisão. Clientes dos doleiros investigados também foram identificados e podem responder por crime de evasão, que chega a seis anos de prisão.

*Com informações da Reuters

Reality Shows - Voyerismo sádico

Segue reportagem de VEJA sobre os realitys shows


Do Troca de Família ao BBB9, os reality shows renovam
os suplícios e humilhações impostos aos participantes.
E alguns já chegam a extremos perigosos

Na semana passada, o reality show Troca de Família, da Record, contrapôs os costumes de um lar argentino aos de uma família negra brasileira. "Como quase não há negros na Argentina, nós esperávamos reações racistas", diz o diretor Johnny Martins. Mas a mãe brasileira, transplantada para a outra casa, se deu bem com seus parentes postiços – e o produto final foi um programa morno. A situação ilustra o dilema dos produtores do Troca de Família. A atração (originada de um formato da rede americana Fox) explora os conflitos, digamos, antropológicos resultantes do intercâmbio entre clãs com valores diferentes. Após duas temporadas, contudo, a fórmula se tornou manjada. Os participantes, escaldados, tendem a posar de vestais da correção política. A estratégia da Record para driblar o problema foi radicalizar. A mulher de um delegado entrou em pânico ao ser despachada para uma colônia hippie (os cabeludos tentaram até extorqui-la). Uma palmeirense fanática assumiu o lugar da esposa do presidente da maior torcida organizada do arquirrival Corinthians. Num programa que vai ao ar em breve, apela-se para o bizarro: uma senhora católica passa uns tempos com um praticante de sadomasoquismo e seus filhos, que vivem numa boate paulistana em meio a jaulas, correntes e escravos sexuais.

O Troca de Família chega a extremos perigosos. No episódio que enfocou o intercâmbio entre torcedores de times rivais, a presença da mãe palmeirense na quadra da torcida rival causou tanto tumulto que ela teve de ser retirada às pressas. Na semana passada, os bispos da Record ainda decidiam se abortarão a transmissão de uma história que, no começo deste ano, terminou em tragédia. Nesse episódio, a participante Deborah expôs sua inusitada situação conjugal: seu marido, o roqueiro Oswaldo Vecchione, do jurássico grupo Made in Brazil, se dividia entre ela e uma amante. Deborah tinha histórico de depressão e se suicidou semanas depois da gravação. É impossível saber até que ponto o programa a afetou, se é que a afetou – mas expor uma pessoa com essa delicada condição psicológica revela, no mínimo, falta de critérios.

Desde o seu surgimento, há cerca de quinze anos, a fórmula do reality show se mostrou elástica. Há programas que abraçam o assistencialismo, como o Extreme Makeover – Home Edition, em que uma família necessitada ganha uma reforma em sua casa. O American Idol (do qual derivou o brasileiro Ídolos) rejuvenesceu os programas de calouros, e o American Inventor, dos mesmos produtores, tem até certo caráter edificante, enaltecendo o empreendedorismo. Há, ainda, as mil variações de gincanas sobre moda e decoração. Mas a nota dominante do gênero é a do voyeurismo sádico: os programas mais populares são aqueles que submetem as pessoas a toda sorte de provações. Voluntariamente, é claro: aparentemente, a fama passageira conquistada nesses programas compensa toda a degradação.

Os suplícios físicos sempre fizeram parte do Survivor, sucesso desde o início da década na televisão americana. Na gincana, refeições à base de vermes e insetos são corriqueiras. E também o risco de ferimentos: em sua edição mais recente, que se passa nos cerrados do Tocantins, um participante perdeu um dos dentes numa prova de mergulho. Nos chamados programas de transformação, apela-se a outra forma de terapia de choque: a humilhação. No 10 Anos Mais Jovem, que estreou há duas semanas no SBT, mulheres ganham plásticas e novos cortes de cabelo, mas antes têm de passar pela execração pública numa gaiola de vidro. Há também a tortura psicológica. O Big Brother Brasil 9 já se valeu de uma técnica militar de interrogatório – a privação sensorial, por meio do "quarto branco". As trombadas culturais do Troca de Família completam esse quadro da miséria humana.

Novo livro de Al Gore sobre o aquecimento global

NOVA YORK, EUA, 24 Mar 2009 (AFP) - O ex-vice-presidente dos Estados Unidos Al Gore anunciou nesta terça-feira que publicará em novembro um novo livro sobre o aquecimento global, sob o título de "Nossa Decisão".

O novo livro, o segundo de Al Gore sobre o tema após "Uma Verdade Inconveniente", será publicado em papel reciclado pela Rodale Books.

"Uma Verdade Inconveniente chegou a milhões de pessoas com a mensagem de que a crise climática ameaça o futuro da civilização, algo que se pode e se deve solucionar", disse Al Gore em comunicado.

Segundo o ex-vice-presidente democrata, "agora que a necessidade de uma ação urgente é mais clara do que nunca, diante de novos e alarmantes dados dos últimos três anos, é hora de um plano global que, realmente, resolva os problemas da crise climática. 'Nossa Decisão' responde a isto".

A campanha ambientalista lançada por "Uma Verdade Inconveniente" e o filme homônimo valeram a Al Gore o prêmio Nobel da Paz de 2007.

Operação da Polícia Federal na Camargo Correa

A Empreiteira Camargo Corrêa, que entre outros negócios é a principal acionista e controladora do Grupo CPFL, que reune distribuidoras de energia no Estado de São Paulo e Rio Grande do Sul; sofreu operação da Polícia Federal contra crimes financeiros.

Segue reportagem da Folha:

da Folha Online

Atualizado às 10h44.

A Polícia Federal realiza nesta quarta-feira uma operação contra crimes financeiros e lavagem de dinheiro. Para a operação, denominada Castelo de Areia, foram expedidos dez mandados de prisão e 16 mandados de busca e apreensão para desarticular uma quadrilha inserida na construtora Camargo Corrêa.

A ação da PF ocorre em São Paulo e no Rio de Janeiro. Diretores e secretárias do alto escalão da empresa estão envolvidos. Procurada pela Folha Online, a Camargo ainda não se manifestou.

Segundo informações da colunista Mônica Bergamo (leia aqui), a investigação vai respingar em alguns dos principais partidos políticos do país.

Os principais crimes investigados são evasão de divisas, operação de instituição financeira sem a competente autorização, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e fraude a licitações. Somadas, as sentenças por esses crimes podem chegar a 27 anos de prisão.

Segundo a Polícia Federal, a quadrilha movimentava dinheiro sem origem lícita aparente através de empresas de fachada e operações conhecidas como dólar-cabo --sem registro no Banco Central, através de depósito em conta brasileira de doleiros que possuem contas no exterior para transferência ao destino final do dinheiro.

O objetivo é prender funcionários da construtora, além do articulador do esquema criminoso e dos doleiros identificados, segundo comunicado da PF.

Diversos clientes dos doleiros investigados foram também identificados e podem responder por crime de evasão, cuja pena chega a seis anos de prisão. Serão instaurados inquéritos policiais para apurar suas participações.

sexta-feira, 20 de março de 2009

Ahhh...uma vida frugal...

Em divórcio, sueca diz que não consegue viver com só US$ 43 milhões
Ela disse que está 'triste' por ter que resolver o divórcio na Justiça.

Separação entre Marie Douglas-David e ex-CEO começou na quarta.

Do G1, em São Paulo, com agências

A sueca Marie Douglas-David, de 36 anos, que está se separando do ex-CEO da United Technologies Corp George David, de 67, disse que não consegue viver com apenas US$ 43 milhões (quase R$ 100 milhões).
Ela disse que "está muito triste" por ter que resolver o divórcio judicialmente. "Espero que possamos resolver isso em breve e cada um possa seguir em frente com sua vida", afirmou a mulher. George David deixou no ano passado o cargo de CEO da companhia, mas ainda é presidente do conselho e tem um patrimônio estimado de US$ 329 milhões. Ele e a ex-esposa se acusam mutuamente no julgamento que começou na quarta-feira.
Eles se casaram em 2002, mas o casamento começou a ter problemas em 2004. No meio de uma série de reconciliações, o casal assinou um acordo em outubro de 2005, no qual ele iria dar US$ 43 milhões quando eles se separassem. No entanto Marie Douglas quer invalidar, pois considera o valor muito baixo. Além disso, ela acusa seu marido tê-la coagido a assinar o acordo. Ela pede cerca de US$ 100 milhões em dinheiro e ações, além de uma pensão mensal de US$ 130 mil. A mulher apresentou ao tribunal documentos que mostram que ela tem mais de US$ 53,8 mil em despesas semanais. Seus gastos incluem US$ 700 por semana para o serviço de limusine, US$ 4.500 para a roupa, US$ 1 mil para cabeleireiro e tratamento de pele, US$ 1,5 mil para restaurantes e entretenimento e US$ 8 mil para viagens.

O mercado de Carbono e o Brasil

Existem duas linhas principais de inserção do Brasil no mercado de carbono. A primeira é por meio de projetos do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo que têm sido realizados no país com investimento de países desenvolvidos. Dados do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) mostram que em 20 de junho de 2008 o Brasil apresentava 287 atividades de projetos de MDL, que significa desde projetos em alguma fase do ciclo até projetos já aprovados - esses totalizam 139, atualmente -, representando uma redução anual estimada em 39 milhões de toneladas de carbono equivalente. Isso faz do Brasil o terceiro desempenho no MDL. O país com maior número de projetos é a China, com 1212 projetos e redução anual de emissões estimada em 282 milhões de toneladas de carbono equivalente, seguida da Índia, com 987 projetos e redução anual de emissões projetada em 113,5 milhões de toneladas de carbono equivalente. Atualmente, o total de projetos em MDL é de 3471, que resultam em uma redução anual de emissões estimada em 561 milhões de toneladas de carbono equivalente para o primeiro período de obtenção de créditos.

Do total de projetos de MDL no Brasil, 67% estão relacionados ao dióxido de carbono, 32% ao metano e 1% ao óxido nitroso. Em relação ao escopo setorial, 49% dos projetos são de energia renovável, 16% de suinocultura, 14% da substituição de combustível fóssil e os 21% restantes divididos em outras atividades.

A segunda forma de inserção do país no mercado de carbono corresponde à criação do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões (MBRE). Pioneiro entre os países emergentes, o Brasil iniciou em 2005 a implantação dessa plataforma de negociação nos moldes do Protocolo de Quioto. O MBRE é uma iniciativa do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) e da Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F).

O MBRE está estruturado sobre dois eixos. O primeiro é o Banco de Projetos para registro de iniciativas do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo validadas por Entidades Operacionais Designadas (certificadoras credenciadas pela ONU) que deverão gerar Reduções Certificadas de Emissão. O sistema acolhe também intenções de projeto, que são propostas parcialmente estruturadas para futura validação pelo MDL, e intenções de compra, com a descrição do tipo de projeto que um determinado investidor está buscando. O Banco de Projetos da BM&F se torna um instrumento de divulgação para interessados em oferecer financiamento ou adquirir os créditos de carbono a serem gerados no futuro.

O segundo eixo do MBRE, que deverá operar de modo integrado ao Banco de Projetos, corresponde ao sistema eletrônico de leilões de créditos de carbono. Em fase de implementação, o sistema tem por objetivo de viabilizar a negociação (no mercado à vista) de créditos de carbono já gerados por projetos de MDL. Será criado ainda um módulo específico para negociação a termo de créditos que ainda estejam em processo de geração e certificação.

É possível citar ainda a política de produção e exportação de agrocombustíveis como uma forma de inserção indireta do Brasil no mercado de carbono, uma vez que o combustível brasileiro de base vegetal, com destaque para o etanol da cana-de-açúcar, é comprado por outros países para que façam em seus territórios a substituição de combustíveis fósseis, reduzindo a emissão de CO2, o que permite a geração de créditos conforme estabelece o Protocolo de Quioto.

Projeto de geração de crédito de carbono pode ser financiado em até 90%, diz executivo do BNDES. Segundo Otávio Vianna, que gerencia o setor de renda variável do Banco, o Brasil tem potencial para ampliar sua participação nesse mercado.

O Programa Desenvolvimento Limpo do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) financia a implantação de projetos voltados à geração de créditos de carbono dentro do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), previsto pelo Protocolo de Quioto.

A informação é do gerente de Fundos do Departamento de Mercado de Capitais do BNDES, Otávio Lobão Vianna, que participou do Seminário "Como as Mudanças Climáticas Impactam os Negócios?", realizado nesta quinta-feira (11) na sede da Fiesp.

Vianna destacou a boa posição que o Brasil ocupa no mercado mundial de comercialização de créditos de carbono – terceiro lugar, com 8% do total de projetos. É superado apenas pela Índia, que tem 29%, e a China, com 35%.

"Isso acontece porque o Brasil já dispunha de uma matriz energética limpa", esclarece Vianna. "Assim, não temos muitos projetos voltados à área de energia, diferentemente do que acontece com a Índia e a China, que têm muitas termelétricas e conseguem créditos de carbono cada vez que substituem uma matriz suja por outra mais limpa."

Criado em junho de 2007, o programa do BNDES apóia projetos em vários segmentos, como aterros sanitários, reflorestamento, manejo e tratamento de resíduos, pequenas centrais hidrelétricas (PCHs) e geração de energia a partir de fontes renováveis.


Brasil tem que ir para a ação no mercado internacional de carbono, diz especialista

Para Marco Antônio Fujihara, que integra o Conselho Superior de Meio Ambiente da Fiesp, o país precisa regulamentar o setor.

A falta de regulamentação dificulta a participação do Brasil no mercado internacional de carbono. A constatação foi apresentada pelo especialista Marco Antônio Fujihara nesta quinta-feira (11), durante o Seminário “Como as Mudanças Climáticas Impactam os Negócios?”, realizado na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp).

Fujihara explicou que, embora os títulos resultantes de reduções certificada de emissão (RCEs) sejam comercializados na BM&F desde 2006, grande parte das transações ainda é feita por meio de contratos de balcão, realizados em agências bancárias. “Temos muitas ferramentas para calcular créditos, mas precisamos partir para a ação”, ele declarou.

Os RCEs possuem natureza jurídica de valor mobiliário para efeito de regulação, fiscalização e sanção por parte da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No entanto, a CVM não é legalmente reconhecida como a responsável pelo registro e validação das entidades operacionais designadas, o que dificulta as transações.

O tema foi discutido em uma mesa-redonda mediada pelo jornalista Rogério Ruschel, da Revista Business do Bem, com as participações de Otávio Vianna, do BNDES, de Alexandre Heinermann, da empresa especializada em mercado de capitais KPMG, de Roberto Gonzáles, da Apimec (Associação dos Analistas e Profissionais de Investimento do Mercado de Capitais), e do diretor de Meio Ambiente da Fiesp Gilberto Barbero.

Terceiro do mundo

Hoje, o Brasil tem participação de 8% no mercado mundial de créditos de carbono, que movimenta cerca de US$ 30 bilhões anuais. É superado pela China e pela Índia, que possuem, respectivamente 35 e 29% de participação.

Os principais geradores de créditos de carbono no País são os usineiros, que vendem cotas decorrentes da geração de energia elétrica a partir da biomassa. Os compradores são países que precisam reduzir emissões de gases de efeito-estufa, com destaque para o Japão e para as nações européias.

(Fonte para matéria = Envolverde/Fiesp)

quarta-feira, 18 de março de 2009

O caso do 171 do post anterior

O que se tira de lição do caso em questão? Não é uma mas várias;

1) A justiça americana é obviamente mais rápida do que a nossa. Fosse ele um brasileiro...

2) O estratagema dele, mais antigo que o automóvel era a pirâmide. Os mais novos sócios na verdade pagam a remuneração que os mais antigos deveriam receber. A premissa é a entrada de novos, como direi, patos. Como a crise financeira quebrou muita gente, a fonte de Mardoff se esgotou. Esgotada a fonte e não tendo como pagar os mais antigos, a pirâmide veio abaixo. Como ele conseguiu enganar tanta gente? A primeira leva foi capturada pelo medo da crise que então corroia a economia americana na década de 90, e a lábia do sujeitinho que emgabelou todo mundo. Na segunda fase, a lábia foi amplificada pelo portfólio de clientes grandes, ricos, famosos ou fundos de pensão. A soma das duas coisas, convenhamos, leva no bico muita gente, como realmente levou. A percepção da verdade das coisas por fim foi adulterada com a apresentação de extratos falsos. Quem duvidaria de um sujeito assim?

Disso depreende-se uma lição importante: Sempre desconfiar. Se você vai investir seu dinheiro procure conhecer o sujeito que será responsável por ele. Busque informações na internet, com outros investidores, conheça o local da sede da empresa responsável. Muitos negócios são realizados pela internet. Até aí tudo bem; mas a empresa que irá investir seu dinheiro tem sede física real? possui recursos para cobrir perdar? Se você não pode ter essas informações, deixe seu dinheiro em um banco de serviços investido em renda fixa, ou outra coisa do gênero. Na pior das hipóteses, deixe na poupança. Voce pode não ganhar o rio de dinheiro que prometeram mas ele não irá virar fumaça da noite pro dia.

3) Desonesto foi o Mardoff, não os investidores. Esses foram enganados. Fica um senão a parte da operação no Brasil, que pegou investidores que aplicaram "caixa 2". Chega a ser gozado! Praticaram um ilícito, no caso o caixa 2, e querendo ganhar um troco com o dinheiro ilícito, aplicaram a grana com um 171 maior ainda. Nem dá pra chamar a polícia. Pra esses, bem feito!

171 de primeiríssima qualidade

Três meses e um dia. É o tempo que se passou entre a prisão preventiva do maior larápio financeiro da história, o investidor Bernard Madoff, e sua confissão, na última quinta-feira, da prática de onze crimes cujas penas, somadas, poderão condená-lo a 150 anos de cadeia. Nos últimos vinte anos, 4 800 clientes – entre fundos de investimento, entidades de caridade, figurões de Hollywood e simples poupadores de classe média – nutriram a fantasia de ter 65 bilhões de dólares investidos nas empresas de Madoff, uma aplicação que reputavam sólida e rentável. Esse dinheiro simplesmente sumiu no ralo da maior pirâmide financeira da história. O investidor, uma verdadeira celebridade no mundo financeiro, ex-presidente da bolsa eletrônica Nasdaq, admitiu na semana passada que trapaceou com todos esses milhares de clientes. E que nunca investiu um único centavo a ele confiado.

"Durante muitos anos, até minha detenção, em 11 de dezembro de 2008, eu operei um esquema de pirâmide financeira", admitiu Madoff em uma confissão entregue ao juiz Denny Chin, do Tribunal Federal de Manhattan. Uma pirâmide consiste em remunerar os clientes mais antigos com o dinheiro dos novos investidores, sem produzir rendimentos reais. Depois da confissão, Madoff teve sua liberdade condicional revogada, foi algemado e colocado novamente atrás das grades. O investidor, de 70 anos, deixará para sempre a sua cobertura de 7 milhões de dólares e agora passará os próximos dias entre uma cela de 5 metros quadrados e o pátio onde poderá se exercitar, dia sim, dia não, no Metropolitan Correctional Center – o mesmo que já guardou gente como o mafioso John "Junior" Gotti e o terrorista Omar Abdel-Rahman. Ao menos formalmente, ele ficará preso até o anúncio de sua sentença, em 16 de junho. Com a provável condenação, Madoff deverá passar o resto de seus dias na cadeia.

A confissão faz parte de um acordo com os promotores por meio do qual Madoff reconhece a culpa em troca de benefícios ainda não divulgados. Entre esses benefícios está o de livrar-se de um longo e desgastante processo em que seria publicamente execrado. Até o momento, os promotores conseguiram localizar apenas 1 bilhão de dólares dos clientes. Isso significa que praticamente 99% do dinheiro evaporou. Em sua confissão, Madoff relata de forma objetiva e cândida como enganou milhares de investidores (veja as frases abaixo). Esse relato dissolve dois mitos:

1) Imaginava-se que, ao menos no início de sua carreira, Madoff tivesse operado em Wall Street como um investidor honesto. Ele deixou claro que era um criminoso desde então: "Minha fraude começou no início dos anos 90", disse ele. "O país estava em recessão e não era um bom momento para investir em títulos e ações. (Mesmo assim) recebi dinheiro de alguns investidores institucionais, e eles esperavam retornos maiores do que os disponíveis no mercado."

2) Imaginava-se que, para roubar seus clientes na era da informação, Madoff se servisse de mecanismos financeiros sofisticados. Balela. O investidor simplesmente tomava o dinheiro dos clientes e, de boca, prometia investi-lo usando uma estratégia financeira infalível desenvolvida por ele, apelidada de split strike conversion strategy (convém nem tentar traduzir). Um nome pomposo que não significa absolutamente nada. Nas palavras do próprio picareta, serviu apenas para "dar aos clientes a impressão de que eu alcançaria os resultados esperados". Para onde então ia o dinheiro? Era depositado em uma conta-corrente com baixa remuneração, em nome do próprio Madoff. Os clientes eram mantidos no escuro porque recebiam em casa extratos falsos. Imaginavam que seus lucros fossem exponenciais. Eram ludibriados.

Madoff tinha talento para atrair o dinheiro no mundo todo. No Rio de Janeiro, contava com um sócio que se especializou em buscar fundos oriundos de caixa dois. Os lesados agora não podem reclamar o prejuízo na Justiça americana sem se complicar com a Receita Federal brasileira. Em São Paulo, Madoff tinha um fundo associado ao Banco Safra, que, segundo o jornal Financial Times, está indenizando alguns clientes. Cerca de 100 vítimas de Madoff acompanharam a audiência em Manhattan. Não contiveram os aplausos quando souberam de sua prisão. "Quando colocaram as algemas nele, foi emocionante. Não sou uma pessoa vingativa, mas quando algo assim acontece você quer justiça", disse Burt Ross, consultor imobiliário que disse ter perdido 5 milhões de dólares. "Esse é o momento em que apreciamos o sistema judicial que temos. Em três meses, esse homem foi colocado atrás das grades, para que passe o resto de sua vida preso."

fonte: VEJA

Sobre o post anterior

hoje os jornais dão nota de que o sujeito voltou atrás e aceitou todas as acusações.

Então tá!

Antes ficaria preso para toda a vida. Com todas as acusações ficará preso por toda a vida mais um dia.

É pouco!

Deveria ser sob trabalhos forçados até a morte!

segunda-feira, 16 de março de 2009

Teorias e teorias conspiratórias

Paulo Lacerda, como chefe da polícia federal esteve a frente de operações "espetaculosas", envolvendo gente graúda da sociedade, empresários, etc. Com o tempo foi alçado a direção da ABIN, orgão do governo brasileiro equivalente no papel a CIA americana mas que na prática atua como o C.O.N.T.R.O.L.E do famoso agente 86 da televisão.

Com isso encarregou um delegado cujo pensamento batia com o seu e já havia demonstrado "rigor" na prisão de um político graúdo, o Maluf; para ficar a frente de uma investigação envolvendo um banqueiro, Daniel Dantas.

Como na visão da dupla dinâmica, a policia federal estava tomada por agentes duplos e pessoas pagas por Daniel Dantas, a ABIN ficaria a serviço do nosso agente 86.

Agora, Luis Nassif, PHA e outros fazem questão de defender e repercutir a idéia de que a ação de pessoal da ABIN era legal e correta. Mas pergunto, se foi assim tão correta porque os principais envolvidos não declararam de pronto a extensão e número de agentes envolvidos? Porque as diferentes versões cada vez mais volumosas em termos de pessoal envolvido?

Da mesma forma que os famosos "mortadelo e salaminho" que no afã de cumprir suas missões invariavemente metiam-se em confusões e dores; a nossa dupla começou bem e terminou mal.

O primeiro relatório do Satiagraha era uma descrição de um lugar que ia do nada ao lugal algum, com excesso de auto-elogio em defesa da pátria e exemplos pífios e sem importância quando não, simplesmente pueris ou que nada tinham a ver com o fato que se queria demonstrar, tanto que o juiz rejeitou todas as partes referentes a mídia que pareciam muito mais um enredo ruim de um samba do delegado doido escrito em parte sob o manto do tal dossiê "VEJA" de Luis Nassif.

Agora, a revista VEJA expoê em reportagens partes do inquérito que investiga o delegado e descobre-se que ele possui arquivos, audios e transcrições de grampos. Segundo ele, parte do material do Satiagraha. Ocorre que os políticos alí citados não foram mencionados no inquérito do Satiagraha. Então que fazia ele com documentos de inquérito, documentos esses que não são citados nos relatórios?

O Delegado Protógenes alga que as reportagens são mentirosas e que os documentos mostrados são montagens.

Se são montagens, porque a Polícia Federal citada não declara que as informações são falsas? É porque não são.

Juizes, promotores e outros citados, tem declarado que a revista errou. Ora se ela apresentou documentos que afirmam que o delegado Protógenes disse isso ou aquilo, quem errou foi o delegado Protógenes e não a revista. No entanto, a blogosfera ataca a revista pelo que o delegado disse fazendo de conta que só vale o que ele disse se for do interesse da teoria conspiratória do momento.

Agora, o delegado acusa em carta ao presidente americano, o presidente brasileiro de fazer parte do esquema "Dantas".

Reinaldo Azevedo questiona com razão: Talvez seja caso de chamar um médico e não a polícia.

O monstro austriáco

O austríaco Josef Fritzl, acusado de sequestrar, estuprar e ter sete filhos com sua própria filha, declarou-se nesta segunda-feira (16) culpado de estupro, incesto e sequestro, mas negou a acusação de homicídio de um de seus "filhos-netos". Fritzl, de 73 anos, também afirmou perante o tribunal que não é culpado da acusação de "escravidão". O julgamento do austríaco teve início nesta segunda-feira em Sankt Poelten, a 60 km ao oeste de Viena.

Fritlz é acusado de ter mantido sua filha Elisabeth em cárcere privado pela maior parte da vida dela em um porão da cidade de Amstetten e de ter tido sete filhos com ela. O caso veio à tona em abril do ano passado. Três das crianças jamais haviam visto a luz do sol.

O advogado de Fritzl argumentou que a acusação de escravidão era inapropriada e que ele contestaria a acusação mais grave, de assassinato. A acusação diz que Fritzl é responsável pela morte de um gêmeo pouco depois de seu nascimento no porão, em 1996. Ela classifica o ato como um assassinato por negligência porque Fritzl não buscou ajuda para o bebê, cujo corpo foi queimado em um forno. Fritzl construiu o porão, à prova de som e com uma porta reforçada, sob sua casa, na cidade de Amstetten.

Se for considerado culpado de assassinato pelo júri em St. Poelten, perto de Viena, ele pode pegar pena de prisão perpétua ou de 10 a 15 anos de prisão. Seu advogado diz que Fritzl não é um "monstro sexual", mas espera passa o resto da vida atrás das grades. Três juízes e oito jurados decidirão sobre a culpa ou inocência de Fritzl, acusado de incesto, escravidão, sequestro, estupro e assassinato. O veredicto deve ser conhecido até o fim da semana.

A filha de Fritzl e os seis filhos que ela teve com o pai, três dos quais encarcerados desde o nascimento, vivem agora em um local secreto sob nova identidade.

As vítimas não comparecerão pessoalmente ao tribunal. O depoimento da principal delas, Elisabeth, a filha de Fritzl que hoje tem 42 anos, foi filmado e as 11 horas de vídeo serão exibidas por partes ao tribunal nos próximo dias. Durante o julgamento, Elisabeth e os seis filhos, que não querem enfrentar a curiosidade da imprensa, voltaram para a clínica psiquiátrica onde a família morou até o fim de 2008.

Fonte: G1 - portal da Globo

Comento:

Diante da exposição dos fatos, ele só podia se declarar culpado mesmo. Rebater fatos determinados pela ciência e pelo próprio testemunho das vítimas? Que o leitor não pense portanto que declarar-se culpado seja índicio de remorso. Não é! É apenas uma forma de atenuar a imagem e conseguir com isso uma dureza menor do jurí.

O fato do advogado contestar a acusação de escravidão como inapropriada como também contestar a acusação de assassinato demonstram a intenção real do criminoso.

Faço apenas uma ressalva. Até concordo com o advogado quando diz que a acusação de escravidão é inapropriada. Recomendo ao doutos senhores da lei na Áustria que mudem a acusação para cárcere privado, tortura e violação dos direitos humanos.

Fica melhor assim, monstro austriáco?

quinta-feira, 12 de março de 2009

Caso Satiagraha e as novas revelações

Do enrosco todo, o que se sabe? Depende da versão:

Versão 1= A da VEJA;

Segundo a ultima edição, a revista teve acesso aos documentos que indicam que o delegado Protógenes mantinha documentos, gravações de audio e filmagens que foram realizadas durante o período coberto pelo inquérito Satiagraha.

O Imprensa Marrom do Gravatái Merengue fez uma análise ponderada do que foi mostrado pela revista e não vou ficar aqui repetindo o que lá está escrito.

Cabem apenas alguns comentários:

- O delegado em sua entrevista ao programa roda viva foi claro em dizer que os HC concedidos pelo ministro Gilmar Dantas foram resultado de acerto entre esse e Daniel Dantas. Provas? Fotos que mostram o advogado de Dantas reunido com assessores do presidente do STF. Ocorre que a revistas mostrou essa foto e nela não estão presentes nenhum dos assessores. A tal atitude suspeita deles era pelo jeito matar a fome, que diga-se de passagem, era o que fazia o delegado alí, em um vejam vocês, restaurante.

Se como a foto comprova, não havia assessores do ministro Gilmar Mendes no local, significa que o delegado mentiu, assim como os que compraram sua tese e a divulgaram como fez Luis Nassif em seu blog.

Porque mentir? Talvez para lançar um nuvem de fumaça de forma a desfocar o importante, qual seja, o inquérito, importante em sua essência não possuia no entanto o respaldo necessário para uma ação espetaculosa de prisão e por isso era necessário desqualificar uma eventual e certa ação de relaxamento da prisão.

Até porque o delegado até hoje, sempre falou mas nunca mostrou a foto que dizia possuir, alegando um segredo de justiça ridículo, já que no fundo o que importava era sua honra e a verdade.

- A revista VEJA nunca afirmou ter ouvido uma gravação em aúdio de um grampo envolvendo o ministro Gilmar Mendes. Teve acesso a degravação do audio; ou seja o texto do que foi ouvido. Confrontado, o ministro confirmou a conversa.

Agora a nova reportagem demonstra que os depoimentos informam que agentes foram incumbidos de fazer degravações, coisa que foi o que foi afirmado na edição sobre o grampo.

Qual a versão 2 desse caso? O de Luis Nassif, seguido de Ildeber e do proprio delegado, sem esquecer claro de PHA.

E essa versão é de que é tudo mentira. Invenção da revista para destruir o delegado salvando Daniel Dantas com Gilmar Mendes a frente dessa operação.

Quanto às informações das reportagens, não foi dada um única virgula de informação que a confrontasse, salvo as mesmas desqualificações de sempre. Sobre a foto que era prova e mostrou-se não ser nada; nem uma palavra sequer.

Apenas a alimntação do mito do heroi paladino contra os malvados homens brancos que querem destruir o país.

Em tempo:

Nassif reclamou que a VEJA não deu atenção ao congelamento de depósitos do banco Oportunity de Daniel Dantas. Agora o governo americano decongelou depósitos mantendo apenas um preso e deu prazo ao governo brasileiro para apresentar provas de ilicitude para mantê-lo preso.

Sabe quantas notas Nassif deu sobre isso? Nenhuma! Enquanto isso, RA, o blogueiro pago por Daniel Dantas deu nota do congelamento bem como do descongelamento. Mas o primeiro se considera jornalista sério e o segundo é tratado a chutes.

Pois É!

A crise: Mera marolinha ou furacão tropical?

Ia escrever um texto sobre o assunto. Ainda mais considerando que otimismo é bonito mas não enche a barriga de ninguem; as previsões de que o crescimento será próximo de 0 e não 4 por cento como preceituava o oráculo Lulês; apenas demonstram o que estamos sentindo na prática.

Mas acredito que o texto de Reinaldo Azevedo seja quase definitivo sobre o assunto e por isso o transcrevo abaixo:

Quando Lula afirmou que o tsunami financeiro chegaria no Brasil como uma marolinha, o que vimos? Uma marolinha de indignação para um tsunami de tolice.

Alguns se calaram por interesse. Outros por burrice. E um terceiro grupo se deixou mover por uma espécie particular de estupidez: o pensamento mágico. Como economistas erram aqui e ali — a exemplo de meteorologistas (menos os do aquecimento global, que acertam sempre, especialmente quando erram), médicos e videntes —, houve certo receio de admitir que o Brasil está inserido na economia global. E se Lula estivesse certo? “Afinal, ele é um homem que costuma contrariar o óbvio e as estatísticas”, cheguei a ler. Em algumas áreas do neopentecostalismo lulista, uma seita que reúne uns poucos fanáticos, alguns calculistas e uma esmagadora maioria de vigaristas, a crise ganhou o selo de “psicológica”. Isto mesmo: o mundo estava sendo sacudida pela maior crise desde 1929-1930, mas o Brasil resistiria intacto. Convinha não contrariar Lula. Afinal, quem tem 80% de popularidade pode decretar: “A crise não existe”. E, no entanto, a crise está aí.

Conheço o peso da intolerância com a crítica. Já fui até mesmo enquadrado num grupo acusado de cultuar o “pessimismo sombrio”. Um pessimista sombrio é assim: Lula diz que a crise será só uma marolinha, e o vitimado por essa moléstia moral responde: “Ih, acho que não.” Como vocês sabem, este escriba não é especialista em economia — de verdade, os meus adversários têm razão: não sou especialista em nada. Só tenho certo apreço pela lógica, que me serve como a lanterna de Diógenes. Só sou mais discreto em público quando contrariado. Ela me ajuda a não cair no mentira de pessoas dedicadas ou à autoflagelação ou à auto-exaltação. Eu ainda era de esquerda e já me protegia dessa vocação de Lula para ser porta-estandarte da escola de samba de um homem só. Aliás, quando trotskista, via o Apedeuta como uma derivação teratológica da luta pelo socialismo; quando deixei de ser trotskista, passei a vê-lo como uma derivação teratológica pura e simplesmente. Adiante.

Lula passou alguns bons anos chamando para si a responsabilidade pelo crescimento da economia mundial. Em um dos seus muitos arroubos de vulgaridade acintosa, que passam por descontração à brasileira, chegou a dizer que Deus tinha mesmo privilegiado “esse baianinho”. Ressentido porque apontassem que, afinal, apenas surfava na onda do crescimento mundial, aceitou abrir mão do mérito de ser a causa das virtudes desde que o considerassem um instrumento de Deus. Lula é assim: se não é o primeiro entre os homens, reivindica ser ao menos ser a segunda pessoa da Trindade.

“Se Lula, e não a economia mundial, é a causa do crescimento, então continuaremos a crescer, certo?, já que Ele continuará no meio de nós”. Não houve uma só vez em que tenha feito aqui tal ironia que não fosse perseguido por um tsunami de estupidez adesista. Que conseguia se agigantar ainda mais a cada rodada de pesquisas que indicavam recordes sucessivos de popularidade.
“Aí, tá com inveja (???), né?”
“Aí, choooora, minoria”.
Arrogante, Lula se oferecia para dar conselhos ao então presidente dos EUA, George W. Bush. A propósito: há certo desconsolo no mundo, agora que o diabo se aposentou... Depois que Obama assumiu e que mais um demiurgo se viu confrontado com a realidade, o mago nativo baixo um pouco o farol da prepotência. Agora, ele não dá mais conselhos; apenas reza pelo Mago do Norte...

Não! Lula não era “a” causa do crescimento, o que implica que também não é “o” responsável pela crise. Esse negócio de culpar o presidente por crises internacionais é coisa de petista, de vigarice política que manda às favas o interesse do país e mira apenas nas estratégias de tomada do poder e de ocupação do aparelho de estado. As oposições não caíram nessa — o que não quer dizer que não tenham sido, também, omissas na crítica. Omissão devidamente compartilhada com boa parte da imprensa. Que não puxou as orelhas de Lula nem mesmo quando saiu proclamando: “Compre, compre muito; se você comprar, a crise ficará longe de nós”. Acabará sendo um dos responsáveis, aí sim, por muito desempregado endividado.

LULA NÃO É O RESPONSÁVEL PELA CRISE, MAS É O RESPONSÁVEL POR TER ENGANADO O PAÍS. Há dois meses, ele e Guido Mantega, ministro da Fazenda, ainda insistiam no crescimento de 4% em 2009, o que todo o mercado considerava um delírio. Mas sem alarido. Afinal, como é mesmo?, “Lula sempre contraria as estatísticas e as previsões”... QUEM NÃO ENTENDE A CRISE, OU MENTE A RESPEITO, NÃO SE PREPARA PARA ELA. Eis o ponto.

O tsunami chegou, sim, ao Brasil, e Lula não pode nos deixar a herança do crescimento. Ele se foi, tragado por fatores que estão fora do alcance do Brasil. Mas há uma herança que ele nos deixa. E ela tem a sua assinatura, a sua marca inequívoca, as suas digitais. LULA NOS DEIXA A HERANÇA DO DESCONTROLE DE GASTOS. E PROMETE GASTAR AINDA MAIS. Entre 2003 e 2008, o dispêndio com pessoal e encargos sociais no Brasil saltou de R$ 98,9 bilhões para R$ 130,8 bilhões; os benefícios previdenciários pularam de R$ 139,7 bilhões para R$ 199,5 bilhões; o desembolso com custeio foi de R$ 94,5 bilhões para R$ 164,1 bilhões. Parcela considerável dessa gastança foi decidida quando o mundo já dava claros sinais de desequilíbrio. O mérito de Lula é ter atrapalhado pouco o crescimento quando o mundo crescia. E seu grande demérito é ter elevado brutalmente os gastos do governo mesmo depois de a crise ter mostrado as fuças.

Não é só isso...
Nos jornais e nas TVs, economistas das mais diversas correntes imploram ao Banco Central ousadia no corte da taxa de juros. Mesmo alguns que sempre consideraram quase uma sabotagem qualquer crítica à política monetária passaram a ver na decisão do Copom uma tábua de salvação — e, de fato, não vai salvar grande coisa, não agora. A POLÍTICA MONETÁRIA É A MAIOR EVIDÊNCIA DE QUE GOVERNO E BANCO CENTRAL ESTAVAM COM UMA LEITURA ERRADA SOBRE OS EFEITOS DA CRISE FINANCEIRA NO BRASIL. Não se trata de crucificar ninguém, mas de admitir o erro. É um passo importante para que não se erre de novo. Durante alguns meses, o Brasil foi tomado por várias loucuras diferentes, algumas opostas, mas combinadas:
- Lula e Mantega diziam que a crise seria amena no Brasil, que cresceria 4%;.
- ao mesmo tempo, a Fazenda pressionava o BC a baixar juros;
- o BC dizia que o problema não eram os juros, mas os gastos (o que também é verdade) e decidiu demonstrar que ninguém dava pitaco no Copom: "Aqui quem manda é nóis";
- temerosos de que a independência do BC fosse maculada pela Fazenda, certos setores passaram a usar o acerto para justificar o erro: até que o governo não cortasse gastos, não dava para ser mais agressivo no corte dos juros. Os gastos tinham e têm de ser controlados, o que não quer dizer que os juros não tivessem num patamar irrealista.

Em suma, a leitura macroeconômica estava errada. Os vários agentes do governo não entenderam a natureza da crise. E quem poderia fazer a crítica ou se ausentou (setores da oposição) com receio da popularidade de Lula ou preferiu adotar como conselheiro o clichê do avestruz: “se eu esconder a cabeça, o perigo passa”.

E notem: não obstante as dificuldades, a irresponsabilidade continua — ou, então, a depender do futuro, urde-se uma grotesca mentira. Lula e a ministra Dilma Rousseff estão prometendo um milhão de casas de graça. É isto mesmo: de graça. Com pagamento meramente simbólico — e a candidata já avisou: quem não puder não vai pagar. Creio ser a primeira vez na história em que um agente financiador de um benefício apresenta como seguro ao financiado o direito ao calote. Nunca antes nestepaiz...

QUAL É O IMPACTO FISCAL DE TAL MEDIDA SE EFETIVAMENTE IMPLEMENTADA? O MAIS PROVÁVEL É QUE NADA ACONTEÇA. Se Dilma vencer as eleições, o PT cumpre a promessa se e quando puder. Caso o vitorioso seja Serra, os petistas botarão na rua os sem-casa para que o tucano cumpra a promessa feita pelo antecessor. Que não terá constrangimento nenhum em dizer que, como é mesmo?, seu sucessor encontrou “a prateleira lotada de projetos”. Quem se empanturra com projetos em prateira são as traças.

O PAC e a crise
Cada um com as suas ilusões. Eu alimento uma, confesso. Em algum futuro, não sei quando, historiadores se debruçarão sobre esses dias e, então, poderão elaborar alguma teoria sobre momentos da história dos países em que uma espécie de ilusão coletiva se sobrepõe à realidade.

O inexistente PAC — SIM, O PAC NÃO EXISTE — não foi vendido apenas como o maior programa de obras da história brasileira. Não! Ele também era, assegurou-nos Dilma Rousseff, o instrumento de intervenção anticíclica, que permitiria ao Brasil passar quase incólume pela crise. E essa irrealidade continuará a ser brandida pelos palanques. E boa parte da imprensa especializada continuará a ignorar os números do programa. Pode parecer impressionante, mas, até agora, boa parte mesmo dos leitores de jornais e revistas, ignora que aqueles R$ 500 bilhões do PAC, depois transformados em mais de R$ 1 trilhão, nunca existiram. Nem existirão.

Encerro observando que há uma boa notícia, sim: O BRASIL NÃO VAI ACABAR. Aliás, o Haiti ou o Sudão são a prova de que países não acabam nunca. Hoje em dia, eles nem mesmo quebram. Ou, de fato, nunca quebraram. Peguem o caso da Argentina: fosse uma empresa, teria fechado as portas na crise que depôs Fernando de la Rúa. E há, sem dúvida, como VEJA demonstrou na edição retrasada, motivos para apostar que a crise, por aqui, será bem menos devastadora do que em outros países. Isso, em si, é bom e demonstra virtudes da economia brasileira que foram sendo construídas ao longo dos últimos 20 anos.

Essa perspectiva não nos pode impedir de apontar os erros cometidos pelo governo: sua insanidade na escalada dos gastos públicos; sua perspectiva irrealista em relação à crise, revelada pela política monetária e pelas previsões equivocadas; sua irresponsabilidade ao estimular o “compre, que o Lula garante”.

É claro que não cabia a Lula e ao governo liderar o cordão do pessimismo.Mas o que pode ganhar um país com o irrealismo dos governantes?

As crianças, o estupro e a questão da igreja

Uma criança de nove anos fica grávida, aguardando o nascimento de outra criança. Essa por sua vez foi resultado de um estupro por parte de um membro da própria família.

Em que pese a consideração de que um aborto é sim, um atentado contra a vida, entendo que seja uma questão de escolha se a vida da mãe estiver em risco. Como uma criança de nove anos (três anos mais velha apenas que minha filha mais nova que ainda vejo como um bebezão), pode parir um criança sem haver risco para ela? Isso portanto, me parece, um assunto que caberia a jovem e a sua mãe decidir (posto que o padastro foi o autor do estupro, o fazendo a tres anos segundo reportagens).

O estupro e principalmente o de crianças é um crime tão vergonhoso que espera-se, o sujeito pague com os rigores das leis propostas pela justiça bem como pelas leis das ruas. Em outras palavras, que pegue a pena máxima e lá seja transformado numa latrina pública pelos demais "companheiros".

O aborto me parece tambem um crime, mas a lei prevê tal ato em casos como dessa criança, já que nela uniu-se as duas excessões permitidas ao aborto; ser resultado de estupro e haver risco a mulher. O problema não é da lei, mas a moralidade por detráz do assunto.

E nesse ponto chega-se a questão de fundo. Os meios noticiosos fizeram mais escárceu com a fala de um bispo do que sobre o estupro em sí.

O bispo argumentou que quem praticou o aborto e quem autorizou, estariam excomungados da igreja, por terem praticado um ato contrário aos ditames da igreja, mas que eles não deveriam esperar a hora da morte para arrepender-se.

Ai a mídia desceu de pau.

Na prática, essa "excomunhão" serve para qual propósito. Fosse a entidade séria, a excomunhão, espulsão ou desassociação poderia ser um peso enorme a fazer o errante voltar do proceder errado. Mas na prática, o que significa ela para um catôlico? Nada, porque nada muda.

Então, por que a gritaria toda?

A igreja, por mais que as vezes queira, e já quiz isso muito nos séculos anteriores, não pode fazer de seus pontos de vista, uma norma para toda a sociedade.

A igreja pode e deve determinar para seus membros e seguidores o que podem fazer ou não.

Quem não é membro ou seguidor da igreja que dê uma banana pra ela.

Quem é membro ou seguidor e deseja ser fiel que o faça e defenda seu direito de assim fazê-lo.

Quem é membro ou seguidor e não deseja seguir as diretrizes, procure outra igreja ou religião. É simples assim.

De fato, milhares de pessoas que se dizem catôlicas, mesmo aquelas que vão a missa, etc; levam suas vidas poucos preocupadas se suas ações no dia-a-dia são aprovadas pela igreja, etc e tal.

De fato, os que mais reclamam, em geral são aqueles que mais quebram os chamados 10 mandamentos, assim o que dizer de um conjunto de regras, boa parte delas destoantes das práticas de seus próprios seguidores?

A questão importante é que o estuprador não seja colocado em liberdade e pague pelo crime cometido. O resto é conversa mole.

quarta-feira, 11 de março de 2009

Pausa no blog

Correndo para recuperar o prejuizo deixado pela crise, fiquei um tempo sem postar.

Agora, percebo que nesse hiato de tempo, ocorreram fatos importantes:

a) A descoberta de que o delegado Protogenes se considera um "cruzado" da verdade, portanto acima do cumprimento das leis que jurou fazer cumprir;
b) O caso do aborto da menina de nove anos estuprada pelo padastro ou pai e a confusao em torno da chamada expulsao da familia da igreja;
c) Os efeitos da marolinha do Lula que do nada viraram um furacao tropical.

Postagens sobre os assuntos serao colocadas. Antes preciso arrumar o teclado que insiste em nao teclar os acentos...

segunda-feira, 2 de março de 2009

A questão de fundo do MST

A semana passou com a chamada "petistofera", blogs que defendem um ponto de vista pestita, ou de esquerda, de apoio aberto ou moderado ao governo, blogs chapa branca ou de cores beeemmm claras, digamos assim; reclamando da fala do ministro presidente do STF que reclamou sobre o repasse de dinheiro público ao MST que pratica atos ilícitos, logo que repassa dinheiro, também prática o ilícito. Nem se precisa dizer que nos blogs trovejou sendo que em alguns como o do Luiz Nassif, que critica Gilmar Mendes num post e no outro também, ocorreram tornados.

Mas qual a questão de fundo? O MST é uma organização sem real existência jurídica, no mundo do direito portanto ele, o movimento não existe. Se existisse, suas ações deveriam obediência a letra da lei e com isso e por isso, atos ilegais como a invasão de propriedades privadas e prédios públicos que são ações tipificadas como criminosas, sofreriam as sanções determinadas em lei. Como são usados trabalhadores desempregados (reportagens já demonstraram que a grande maioria dos "militantes" é formada por desempregados das áreas urbanas), os líderes em geral saem ilesos.

Até aí, seria uma estratégia para evitar que ações legais impedissem um movimento legítimo. Ocorre que não sendo uma pessoa jurídica, com existência legal, ela não pode obter recursos sejam eles públicos ou privados.

O que ocorre então? Cria-se um sem número de associações, ongs, etc com fins sociais, digamos assim, e essas executam o ballet com os governos em seus diferente niveis. Obtidos esses recursos eles são repassados às ações do grupo que se denomina MST, que pratica invasões de terra e acha-se no direito de matar pessoas como ocorreu recentemente.

Não é a primeira vez. E nisso, o que efetivamente incomoda é que quando políciais insanos mataram mitantes do movimento, até hoje, passado mais de uma década, louva-se os martires do movimento (enquanto os líderes estão bem vivos, diga-se de passagem). Já os que foram mortos pelos militantes do movimento...alguem lembra quem eram? Pois é!

É mais ou menos como a estória da luta armada contra a ditadura militar. Sabe-se nome, sobrenome, profissão, vida pregressa de cada um dos perto de 450 que morreram. As famílias receberam indenizações altíssimas e pensões vitálicias. Já os pouco mais de 200 que morreram, alvos dos que aderiram a luta armada; são desconhecidos, as pensões, se recebem, são as normalmente pagas pelo INSS.

Mas a questão de fundo do MST são as ONG´s e Associações qe recebem dinheiro público ou que se isentam de pagamento de impostos e que não sofrem a menos das auditorias para se saber se o dinheiro público está:

a) sendo empregado no objetivo social proposto pelas ONG ou Associação;
b) como as ações empregadas estão cumprindo com o objetivo social proposto;
c) qual resultado a partir do objetivo social proposto está sendo obtido.

Se a ONG ou associação recebe donativos particulares ela quando muito deve satisfação a quem, doou e se o governo não remete dinheiro público para essa determinada ong ele não tem que se meter no que a ONG faz ou deixa de fazer, salvo se o MP for provocado a investigar uma determinada situação.

Agora, como é o caso das diversas ONG´s e Associações que alimentam o MST com dinheiro público, elas tem obrigação de dizer o que fizeram com o dinheiro público e o governo tem a obrigação de fiscalizar como foi gasto esse dinheiro.

Qualquer coisa menor, mais fácil ou a sorrelfa que isso é prevaricação do segundo e puro roubo do primeiro.