quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Para minha mulher...

Completo hoje 25 anos de casamento.

Considerando que namoramos cerca de 2 anos e éramos amigos antes disso por pelo menos 1 ano, estamos juntos a cerca de 28 anos. Como tenho 46 anos, siginifica que mais da metade da minha vida foi compartilhada e ao lado de minha esposa.

Em um quarto de século, vivemos alegrias, suportamos tristezas, perdemos entes queridos ao longo da estrada mas não só cavamos trincheiras quando o bombardeio da vida era pesado mas também monumentos nos momentos de paz.

Olhando para trás afianço que tê-la escolhido por companheira, esposa, parceira e sócia foi o que me permitiu chegar até aqui nesta longa caminhada e se possuo cicatrizes e feridas de guerra pelo caminho, minha esposa é a minha medalha de honra e bravura.

Com ela a tropa cresceu, com duas filhas maravilhosas e se eu não fui, reconheço, um pai maravilhoso, daquele de cinema, ela com certeza foi a mãe que todo mundo precisa e sonha.

Por esses 25 anos meu eterno amor, reconhecimento e agradecimento e espero com renovado anseio e alegria que possamos completar outros 25, 50, 100, 150...







Eu bem que havia escrito...

Quando as revoltas árabes, denominadas romanticamente como primavera árabe estouraram, derrubando ditaduras seculares, fui um dos poucos que escrevi céticamente quanto ao caráter libertário e democrático dessas manifestações.

Na época, escrevi que a revolução do facebook como chamada não era baseada na book do face mas em outro, no caso o alcorão e o resultado seria a troca de uma ditadura secular por uma religiosa e a perda de direitos especialmente as mulheres.

Dito e feito.

Voltas e Revoltas

Quem não trabalha que tampouco coma...ensinou o apóstolo Paulo em uma de suas cartas elevadas ao eterno como parte do Novo Testamento.

E eu como bom cristão, envolvido em projetos profissionais pesados tive que me abster do blog por um período. Ainda bem que foi na época da eleição, tema que me causa certo repúdio, mas enfim...


segunda-feira, 25 de junho de 2012

Paraguai e a Reação Sul Americana

O sistema político do pais vizinho, o Paraguai, utilizando os preceitos de seu arcabouço legal e de sua constituição, afastou o então presidente Lugo, assumindo seu posto o vice-presidente. Na história recente da América do Sul somente o Brasil conheceu situação semelhante com o ex-presidente Collor que renunciou antes da oficialização de seu afastamento, mas que acabou sendo aprovado pelo congresso apesar desse subterfúgio. Apeado do poder pelo rito processual legal e pelo que determina a constituição, o então presidente foi morar em Miami, depois voltou ao Brasil e findo o período quedeveria ficar inelegivel passou a candidatar-se a cargos eletivos.

Como o ex-presidente do Paraguai é de esquerda, os demais paises ficaram ofendidissimos com a retirada de um companheiro que segundo o legislativo de lá, fazia de conta que trabalhava. Deposto segundo o rito processual de lá; os governos sul americanos imediatamente começaram a tratar Paraguai como se tivesse ocorrido um golpe de estado. O que é sui generis dizer isso, porque se assim fosse seria o primeiro caso no mundo que uma constituição legislasse sobre algo que primáriamente trata-se de um crime, a deposição de um governo.

Um golpe de estado foi o que fez o proto-ditador da Venezuela ao tomar o poder. Tentou uma vez e deu errado e na segunda conseguiu o intento. Depois sofreu uma queda que foi igualmente um golpe de estado. Nos dois casos, a ação tomada estava errada conforme todo e qualquer preceito democrático que se conheça.

Isso posto, o que ocorreu no Paraguai foi igual ao que ocorreu no Brasil ou na Venezuela? - A resposta óbvia indica portanto que os narizinhos empinados dos paises sul-americanos só ocorre porque Lugo era um "companheiro". Fosse ele um malvado representante das direitas, todos iriam defender que não se tratou de golpe mas de afastamento conforme os ritos processuais paraguaios.

quarta-feira, 9 de maio de 2012

Ahhhnn??? Não tô entendendo....

Vejamos...a Delta era uma das empresas mais sólidas do Brasil. (aos incaultos e que não estão no mercado, explico: com mais de 90% de suas receitas baseadas em obras públicas, significa que ela possue atestação, experiência e capacidade técnica, capacidade financeira, e está em dia com obrigações tributárias de toda ordem; porque senão não poderia participar de licitações públicas; mesmo considerando as que ela participa em caráter emergencial sem licitação, porque a ela é obrigada a apresentar as mesma idoneidades. Tudo entendido, sigamos daqui).

Envolvida na correnteza do cachoeira e algumas coisinhas a explicar no estado do RJ; a turminha altamente patriota que apareceu envolvida nos redemoinhos que o cachoeira causou; sairam a cantar exaltados sua idoneidade e a necessidade de rever contratos.

Com cerca de dois meses, a poderosa empresa começa a entregar os contratos nos quais participa em consórcio (tenho comigo que para preservar seus sócios); e tenta manter os contratos aonde está sozinha.

Agora negocia-se a venda do pontentado para a J&F Holding.

Até aí estranho essa corrida de carroça pra fugir dos indios jogando tudo fora pra carroça ficar mais leve se é que me entendem. Quem está no mercado, sabe a voracidade com que o time da Delta ia pra cima dos negócios; assim é de se estranhar que pelo receio do que virá a ocorrer, que é a dificuldade de receber dos contratos; consiga-se assim do nada um comprador que irá sofrer do mesmo problema, porque não é a carinha bonita e o sorriso largo do controlador que faz os contratos serem honrados, em especial na esfera pública, mas se os mesmo não possuem vicios insanaveis e se o que foi contratado está sendo entregue.


De qualquer forma, será curioso saber como se comportará a turminha, porque a futura nova controladora do poderosa empresa tem forte participação estatal através do BNDES.


terça-feira, 8 de maio de 2012

Europa

Um socialista venceu a eleição para presidente na França e pronto, a blogaiada progressista saiu valsando alegre os novos tempos e falando bobagem como sempre. O sujeito vai peitar a Alemanha e exigir crescimento.

Ocorre que a turminha aprendeu a nunca analisar as coisas pelo conjunto da obra, porque invariavelmente suas teses se mostram infundadas e optam pela ovação em capitulos.

Os mesmos que elogiam a eleição da esquerda na França esquecem que pelos mesmissimos motivos, a Espanha e Portugal elegeram a direita. A troca do norte ideológico dos partidos é natural em épocas de crise. A crise européia que é basicamente uma crise fiscal ao atingir todos os paises europeus em boa parte porque estão atrelados a mesma moeda e mesmos acordos monetários; obrigou os respectivos governos a adotarem o mesmo pacto de medidas. Isso é uma obviedade, a União Européia se para o bem tem políticas unicas para o mal, por assim dizer é imprescindivel que também sejam.

O problema europeu é fiscal, e apareceu na esteira da crise de 2008 que era puramente financeira, porque os paises europeus tem um gasto estatal em relação ao pib astronômico. Some-se a isso o efeito da crise financeira nas empresas que tiveram que desacelerar fortemente e da incapacidade de gerar empregos.

É preciso estabelecer um equilibrio das contas dos estados e criar uma ambiente mais salutar para as empresas investirem e com isso gerar os empregos necessários.

Sozinhos, os paises europeus poderiam tentar essa ou aquela receita; mas a unificação em um só moeda, o euro impede isso, pois o fracasso de um diminui o sucesso do outro.

Diante disso, o discurso dos extremos a depender de quem está no governo faz tanto efeito na população. Isso fica especialmente claro quando você assiste a Holanda trocando o governo de esquerda por um de direita, a França invertendo isso, e a Alemanha, que está sendo bem sucedida ao que tudo indica manterá o governo na mão da direita.

O discuro do novo presidente francês sobre o crescimento é correto; mas não existe e nem tem como haver a opção entre crescimento e equilibrio das contas publicas. Um crescimento especialmente ancorado em gastos publicos desequilibra qualquer esforço fiscal gerando inflação. Amarrar a economia de forma a obter superávits fiscais, diminui ou inviabiliza o crescimento. A chave do sucesso está em deixar livre o mercado de tal forma que ele possa gerar as condições necessárias para o crescimento e o estado crie as condições para que esse crescimento ocorra de forma sólida.


sexta-feira, 4 de maio de 2012

É cada uma...

Destaque no portal Globo informa que filha entrou com processo contra o pai por abandono e ganhou na justiça. Diante de tantos casos similares, parecidos e afins, porque esse ganharia destaque na Globo? - Fui ler as reportagens e apreciem o resumo.

Homem, empresário, teve um relacionamento a mais de 30 anos com uma mulher que engravidou. Não se casaram. A mãe entrou com ação de paternidade, ao que parece o relacionamento terminara antes dele saber que seria pai. Feito o processo, o sujeito cumpriu com suas obrigações legais, dando-lhe sobrenome e pensão. A filha cresceu, casou-se, teve filhos e é herdeira do homem quando este morrer. Recentemente entrou com um processo de reparação civil exigindo indenização porque não teve "amor" de um pai presente em sua vida. A justiça em primeira instância recusou a demanda porque falta de afeição não é tipificado como crime ou ação que permita demanda indenizatória. A filha recorreu e o STJ decidiu que amor não pode ser mensurado mas condenou o pai a pagar 415.000 reais de indenização. Em recurso, a quantia caiu para 200.000 reais. O pai vai entrar com recurso no STF.

Uma das âncoras de nossa sociedade organizada é que a justiça ampara-se na lei, no arcabouço legal do país. Juizes não são eleitos pelo povo, mas ou concursados, logo são os mais bem preparados profissionais da área do direito ou escolhidos pelo chefe do executivo nas cortes mais altas que considera o notório saber jurídico da pessoa. Isso faz com que suas decisões se transformem em balizas, formem a jurisprudência, ou como o nome indica, o bom senso jurídico. Essa jurisprudência permite que os casos judiciais semelhantes possuam um norte pelo qual o juiz deverá guiar-se na satisfação da justiça que se pleiteia seja do querelante seja da sociedade. E essa jurisprudência é a interpretação correta das leis e da carta magna de forma que a justiça não seja a opinião popular do momento nem a lei ancestral de eras passadas e já esquecidas mantidas pela pura tradição e completramente desfocadas da realidade. E por essa razão, a jurisprudência sofre mutações de forma que o conceito jurídico de justiça mais ou menos se amolde a realidade dos tempos e o poder legislativo a seu tempo, produza alterações nas leis, de forma que a jurisprudência se torna mais concreta e as leis tenham o mínimo de aderência aos tempos vividos.

Ocorre que os juizes tem andado bastante ocupados em determinar o que é correto ou não em termos de comportamento e ação e para isso pouco tem importado a letra da lei. De guardiões da leis, estão se tornando oráculos que determinam qual a vontade dos deuses, no caso, esse deus é a visão progressista que a lei deve se amoldar ao sistema e não o sistema a lei vigente.

E o ativismo jurídico que o STF tem mostrado em várias decisões, está contaminando as cortes inferiores e o que temos acima é um exemplo acabado disso.

A ninguem é possivel negar que uma relação de pais separados ou uma no qual o pai teve sua partenidade ordenada em juizo é sempre mais dificil que uma no qual os pais vivem juntos e criam juntos seus filhos. Existem casos de pais que tem um relacionamento excepcional com filhos que "apareceram" dessa forma. Tyler, vocalista do Aerosmith é um exemplo disso. Já Pele, um sujeito que é um exemplo de pessoa e de profissional, tinha um relacionamento frio com a filha, já falecida que teve de procurar a justiça para provar ser filha dele.

Sentimento é algo que embora seja esperado não pode ser exigido, por mais que nos pareça estranho que alguem não os tenha. E o que pode fazer a lei? Martim uther King era racional sobre isso, em sua luta pelos direitos civis para os negros americanos quando disse: "...A lei não pode obriga-lo a me amar, mas pode impedi-lo de me linchar...".

Guardadas as proporções devidas, a lei não pode obrigar pai algum a amar um filho, mas pode obriga-lo a sustenta-lo. E é esse o ponto. Esse pai em questão, pode ser considerado por nós o mais miserável dos homens por não ter estado presente na vida da filha, mas não pode ser processado por isso, apenas se deixou de lado a obrigação legal de sustenta-la e educa-la. E isso ele fez.

A filha na reportagem declarou que não é pelo dinheiro, mas pela falta de carinho. Por hipótese, se o pai fizesse uma declaração juramentada de que iria passar 2 horas com ela na semana e os fins de semana com sua familia (filha, netos e genro), ela abriria mão do dinheiro? Pois é!

E nem me atrevo a pensar, já que o pai é empresário, como o mesmo juiz julgaria o caso se o réu fosse um homem que vivesse de catar papelão na rua. Qual seria o valor dessa indenização ou seria levado a cadeia?


quinta-feira, 26 de abril de 2012

Cotas e a decisão "normativa" do STF

Sou desfavorável aos sistemas de cotas, especificamente falando das cotas denominadas raciais nas faculdades.

Já expliquei isso em outros artigos. Entendo que essas cotas deveriam ser sociais. Até 10 salários mínimos de renda familiar e não possuindo bens, os cidadãos poderiam fazer uso de cotas para entrar nas faculdades federais.

O STF está julgando um caso a respeito do tema que servirá obviamente de jurisprudência. O resultado será de 8 a 2 pela constitucionalidade das cotas.

Ninguem em sã consciência é contra que mulheres grávidas, pessoas com deficiências físicas e idosos merecem tratamento diferenciado a frente dos demais. A situação em si permite enxergar a necessidade e pouco importa no caso se a mulher é branca ou negra, se o idoso é mulato ou japones ou se a pessoa deficiente é rica ou pobre. A ninguem, ocorreu a idéia de questionar se esse tipo de atendimento preferencial é inconstitucional já que a carta magna sentencia que todos são iguais perante a lei sem distinção.

As mulheres, é nesse caso pouco importa se elas são humildes ou bem de vida, brancas ou negras, com ótima saúde ou sem ela; são o grupo de pessoas mais perseguido, se é que posso usar o termo, na história da humanidade. Muitas em pleno séculos XXI ainda morrem nas mãos de maridos e companheiros, são escravas de lares, cumprem mais que dupla jornada de trabalho, suas remunerações são históricamente menores que as dos homens, são vítimas contumazes de estupro como arma de guerra, sofrem mais que o dobro de agressões sexuais muitas vezes dentro das próprias famílias e por ai vai.

Analisem os quadros dos principais escalões do governo federal. Seguramente os cargos de ministro da economia, do BNDES, do BB, pra ficar na área financeira, geralmente a mais importante e visivel está nas mãos de homens e as mulheres comandam ministérios inexpressivos. Não vale apontar a casa civil, porque no governo Lula esse ministério com Dirceu e Dilma era forte e agora sequer se houve falar dele.

E com tudo isso, aonde estãos as cotas para mulheres?

De fato, o principio das cotas raciais para adentrar nas faculdades tem um norte meritório, porque a digamos assim parte da população brasileira negra ocupa  também a maior parte dos extratos sociais mais humildes ou baixos. Isso significa pouco estudo, se tem foi adquirido nas escolas públicas, de notória deficiência e dá-se com favas contadas que consiga competir com os outros. Ocorre que no campo "outros" há uma enorme gama de pessoas não necessáriamente brancas de olhos azuis que estão na mesma situação, nordestinos por exemplo que passam pela mesma dificuldade e não terão a mesma chance por não se classificarem como negros.

E  não questiono o mérito da idéia mas sua pertinência diante de um país fortemente miscigenado. E é nesse sentido que tecer comparações com os Estados Unidos por exemplo é algo descabido, porque lá o rascismo é de tal ordem que embora os escravos tivesse sido libertos, não se deu a eles a plena cidadania, coisa que começou a ser discutida nos anos 60 do século passado. Leis segregacionistas impediam cidadãos negros de sentar lado a lado com brancos em transportes coletivos, restaurantes, escolas e faculdades. A parte pobre da cidade era sempre o bairro negro. Diante de tal horror social as ações afirmativas e politicas de cotas fazem todo o sentido do mundo para diminuir o espaço criado entre negros e brancos. E que se note; se a plena igualdade jurídica e material fosse atingida, ainda assim haveria o rascismo e o preconceito, porque como dizia Martin Luther King "...nenhuma lei pode obriga-lo a me amar, mas pode impedi-lo de me linchar...".

No caso brasileiro, temos um padrão de comportamento chamado de universalidade. Nosso sistema de saúde atende a todos indistintamente mediante o SUS. Como o custo de tal proeza é por demais oneroso, o atendimento é sofrivel e quem já penou em fila de atendimento sabe do que estou falando, mas vejam vocês, o sistema de saúde americano não é universal e se você não tiver um plano de saúde, esqueça...

No caso brasileiro, as escolas públicas atendem a todos pouco importando a cor e o tamanho do bolso. Como é uma proeza manter todos dentro da escola, o resultado prático que é oferecer e fazer reter conhecimento é sofrivel; mas vejam vocês, o sistema educacional americano não é aberto a todos, mas utiliza a meritocracia acadêmica e esportiva para preencher suas vagas com a distinção feita a cotas raciais pelos motivos expostos.

Diante disso tudo, cotas raciais deveriam ser sociais como dito e dessa forma a parcela da população negra obviamente seria atendida e não deixaria de lado uma parte significativa da população que merece um tratamento diferenciado por conta do atendimento universalizado que faz de conta que ensina, faz de conta que cura...e faz de conta que o sistema não é rascista e preconceituoso.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

A decisão do STF - aborto de anencéfalos

Pelo andar da carruagem, o STF irá legitimar o aborto de fetos anencéfalos, ou seja, fetos sem cérebro.

A discussão é antiga. De um lado, o sentimento da mulher que sabendo a partir da 12ª semana que o feto irá se desenvolver até o nono mês quando nascerá ou morto ou morrerá minutos ou horas depois porque não terá o cérebro controlando os movimentos automáticos do corpo como a respiração e o batimento cardiáco; que deve ser terrivelmente angustiante.

De outro, o valor da vida e o fato daquela criança por assim dizer merecer vir ao mundo mesmo que seja para deixa-lo minutos depois.

Eu que sou contra o aborto, me coloco no lugar dessas familias e sinceramente não sei se gostaria de viver angustiantes noves meses sabendo que tudo será em vão. Por isso vou tentar aqui fazer uma análise o mais distante possivel da comoção do tema.

O STF foi chamado a falar sobre a legitimidade do aborto de crianças neste estado. Me parece portanto que a discussão deveria terminar em um frio e singelo NÃO. Explico o porquê. A lei permite o aborto, que é a interrupção da gravidez por meio mecânico ou medicamentoso em apenas duas situações: a primeira se a gestação é resultado de estupro e a segunda se há risco de vida para a mãe. Me parece óbvio que não é porque a constituição assim reza, que toda mulher que passe por uma dessas situações é obrigada a praticar o aborto. O pensamento religioso de algumas denominações não aceita o aborto sequer nessas condições permitidas pela lei.

O que temos então é que mesmo a lei permitindo o aborto dadas as pré-condições definidas, a mulher poderá decidir se o pratica ou não. Algumas poderão amar seus filhos e eles nunca a farão lembrar com amargura do momento terrivel quando ele foi concebido e outras preferirão morrer deixando que a familia cuide de seus filhos a escolher mata-lo para sobreviver. Outras, irão nas direções opostas e sinceramente, nesses casos, é dificil a qualquer um julgar o acerto ou o erro das decisões, não é mesmo?

O caso do feto sem cérebro, no entanto, não pode ser classificado como resultado de um ato hediondo como o estupro, pois na verdade foi resultado de um ato de amor e também não se pode afirmar que o feto por ser anencéfalo seja um risco a mãe, porque em geral ele cresce até os noves meses como qualquer feto saudável e a opinião do juiz Marco Aurélio de que segundo médicos, ele pode ser um risco, é uma tremenda bobagem, porque toda gestãção humana tem seus riscos e se assim fosse, todos seriam passiveis de aborto o que não é o caso.

Então, se o caso concreto não pode ser enquadrado como resultado de estupro e enquadra-lo na questão de risco a saúde da mulher é uma distorção da verdade; o que temos é que o fato do feto estar se formando com uma deficiência que impedirá a vida fora do útero não é motivo legal para legalizar o aborto.

Essa é a questão. Acho meritório que no caso específico de fetos anencéfalos, a questão da interrupção da gravidez surja especialmente pelo pesadelo que deve ser a angustia mental de carregar um feto sabendo que irá morrer e por isso o tema deveria ser encaminhado pelas vias corretas, ou seja; que o legislativo alterasse a constituição federal ou o código penal incluindo a terceira situação no qual o aborto seria admitido ou permitido.

Não é possivel, embora isso é o que ocorrerá, que o STF se transforme em casa revisora de lei quando esse papel cabe a outro poder da república.

Essa facilidade por assim dizer abre as portas, no meu entender para que novas ações sejam movidas para abortar fetos com deficiências que embora não impeçam totalmente a vida fora do útero com certeza trazem fortes sentimentos de angustia para a mãe; ou não será tão angustiante quanto, uma mãe saber que seus filhos por nascer são gêmeos siameses grudados ou dividindo partes do corpo?

O estado deve ser laico, e isso significa que não pode ditar-se pelo pensamento religioso nem pode declarar-se ateu. Ocorre que um juiz deve nesse caso obstar uma decisão porque ela se baseia no entendimento do que Deus quis dizer na bíblia mas deve apoiar uma decisão baseada no pensamento de uma escola filosófica ou no que a ciência determina?

Na verdade o juiz deverá julgar considerando a intenção do legislador, respeitando os diferentes credos que formam, queiram ou não, a cultura do povo, da nação e é lógico, não relegando o conhecimento cientifico moderno.

Esse equilibrio me parece deixou de ser dado no voto do relator Marco Aurélio que abraçou a ciência, irônicamente, como se verdade revelada fosse e jogou para escânteio as premissas religiosas do povo para o qual ele, como juiz trabalha.

Eu reconheço como legítima a preocupação do juiz com o sentimentoda mâe; mas o STF não é o forum adequado para essa decisão. O forum adequado era a Câmara Federal.


sábado, 7 de abril de 2012

Imbecilidades...


07/04/2012 12h34 - Atualizado em 07/04/2012 12h34

Adolescente é preso por postar desenhos do profeta Maomé no Facebook


Um menino de 17 anos, de Assiut, no Egito, foi condenado a três anos de prisão por fazer upload de cartoons do profeta Maomé em seu Facebook. Os desenhos do cristão Gamal Abdou Massoud foram considerados ofensivos à religião muçulmana.
Desenhos de Maomé, publicados no Facebook, foram considerados crime (Foto: Reprodução)Desenhos de Maomé, publicados no Facebook,
foram considerados crime (Foto: Reprodução)
Massoud foi julgado em uma corte especial para menores de idade, mas nem assim escapou da detenção. Na região, este é considerado um dos maiores crimes.
Ofender o profeta é uma falta grave. Vale lembrar que, em 2006, um cartunista dinamarquês fez uma charge de Maomé em um jornal local e se tornou alvo de muitas críticas, e recebeu inclusive ameaças de morte da comunidade muçulmana.
Via Daily Dot

terça-feira, 3 de abril de 2012

Quando a pessoa troca a individualidade pela caricatura...

O SBT em seus programas de fim de semana, na procura pela audiência e pela popularidade tenta se alavancar em assuntos que por si mesmos se tornaram ou são populares. Todas as emissoras fazem isso; mas o SBT parece que se tornou mestre nesse tipo de coisa mais digamos assim popularesco.

A mais recente que tive o desprazer de assisitir quando pulava de canal em canal repetia algo que também para meu azar me deparei na semana anterior e que me levou a sentir aquela sensação de vergonha alheia, sabe como é né, quando a pessoa é incapaz de sentir vergonha, por ser sem-vergonha e você acaba sentido a mesma no lugar dela por uma questão de decoro.

Embora a formula seja velha, ela se repete com certa constância sempre que algo atinge uma certa unânimidade midiática.

Refiro-me a exposição de uns coitados cujo maior mérito seria vestir-se e agir de tal forma que pareçam com o Neymar, o atual "mais famoso" jogador do Santos.

Nada contra o Neymar. Seria rídiculo esperar que ele com a idade que tem, vista-se como se um velho fosse. E somando a idade com o dinheiro na conta conta bancária, tem  mais é que se divertir. Se isso é resultado de ser um excepcional jogador de futebol trazendo alegrias para o meu time de coração, melhor ainda não é mesmo?

Ocorre que procurando capitalizar a popularidade do jogador e transforma-la em pontos no ibope, a emissora faz o quê? Chapa a tela com "sósias" do jogador.

Pode ser uma estratégica pobre e rídicula, mas faz parte do jogo das emissoras. O que me assombra é que existam jovens dispostos a abrir mão de sua individualidade para serem vistos como uma caricatura do jogador. E se o programa não explora as possiveis habilidades com a bola dessa turma de "clones", o que resta? Imitar o cabelo, a forma de se vestir e de como chamarei...dançar, duas músicas específicas que se tornaram meio que icônes porque o jovem ídolo fez publicidade delas.

É natural que as pessoas se mirem em determinados comportamentos e acabem associando suas formas de agir, de pensar, suas visões de mundo, em parte a partir de tais estereótipos. Lembro-me que na década de 80 as meninas imitavam a forma de se vestir da Madona, mas não consigo me recordar de programa de televisão buscando sósias da mesma. Houve época que um grupo e vou cita-la aqui apesas da ânsia que estou sentido só de lembrar, chamado de Menudo...arghhh... fez sucesso mas a televisão não foi atrás de adolescentes meio idiotas imitando o grupo. A mesma emissora que cito neste post criou dois ou tres grupos de jovens cantores que seguiram o modelo do grupo porto riquenho e fizeram sucesso. E se é verdade que pode-se dizer que aquele grupo abriu as portas para um Rick Martin, igualmente é verdade que um grupo brasileiro abriu as portas para um Rodrigo Faro que a crítica define como um ótimo apresentador de programas de televisão.

É bem verdade que ícones como Michael Jackson trouxeram na sua esteira os seus clones que dançavam como ele, alguns cantavam como ele e coitados, tentavam ser como eles sem ter a mesma grana no bolso e a fama; mas que se note, dançavam e cantavam e não apenas se vesntiam de forma parecida usando óculos escuros enormes como o ídolo sendo portanto apenas caricaturas, não do jogador, muito menos da pessoa, mas copiando a imagem ele ostenta publicamente para fins de marketing.

Trocar a própria individualidade para ser uma caricatura...sobra o quê depois que o programa acaba, a porta se fecha e o ídolo larga a imagem descolada por outra?

Tristes Tempos....

terça-feira, 20 de março de 2012

espelhos distorcidos...

Nos parques de diversões antigos sempre havia uma casa de espelhos. Você se via gordo, magro, torto, de cabeça pra baixo, com a cabeça pequena ou muito grande...era diversão, mas em alguns casos os gordos se sentiam bem se vendo magros e o inverso servia as vezes de alívio, enfim...uma certa diversão com um ar de análise existêncial.

Quem tem experência na contratação de profissionais sabe que  as descrições em currículos e entrevistas tem repetido o mesmo efeito das antigas casas de espelho. Peça que um candidato cite um defeito e invariavelmente ele citará algo que logo se transformará em qualidade, por exemplo,  "me considero muito auto confiante"; ou "sou muito exigente comigo mesmo". A depender da situação, auto confiança é uma qualidade importante mas essa qualidade em demasia ou de tal forma dominante que se sobressaia a outras, pode ser classificada como arrogância.  Como todo mundo sabe ou intui que declarar-se arrogante não é algo  fácil de se fazer e pode fechar portas cria-se um eufemismo "excesso de auto confiança". Um defeito é trocado pelo excesso de uma qualidade. Uma forte auto exigência pode ser traduzida por perfeccionismo. A busca da perfeição que é uma qualidade hoje em dia impossivel de ser replicada por qualquer ser humano, demonstra uma clara insatisfação consigo mesmo, com as coisas a sua volta e com outros. Como é obviamente desagradável designar-se como alguem que nunca está contente a espera do impossivel, alguem que é dificil de se agradar, usa-se um eufemismo como ser exigente consigo mesmo.

E claro, no cotidiano observa-se o mesmo jogo de espelhos. Uma pessoa que é grosseira quanto trata outros, define-se como autêntica ou sincera. As pessoas confundem o método com o objetivo. Se é certo, esperado e desejado ser sincero no que se fala ou faz, o método pode inviabilizar o objetivo. Demônios encarnados em homens já causaram o inimaginável quando praticaram o mote de que "os fins justificam os meios"; quando na verdade os meios são o que condicionam a qualificação dos fins.

O mundo está cada vez mais solitário embora nunca estivemos tão ligados como nessa era, pelo menos virtualmente. Os homens estão cada vez mais encastelados em suas próprias visões de mundo embora nunca estivemos mais solidários com as causas alheias como nessa era, pelo menos virtualmente.

Em um mundo cada vez mais hedonista, no eterno jogo de espelhos entre o que somos e o que gostariámos que os outros vissem; estamos abandonando a realidade e vivendo a fantasia. Deixamos o mundo real e privilegiamos o mundo virtual.

De certa forma estamos a trocar o sono pela morte e com isso quem sabe sonhar...

terça-feira, 13 de março de 2012

Um texto muito bom de Reinaldo Azevedo...

A Janela de Overton – Ou: Como fazer a opinião pública se deslocar de um ponto para outro ignorando o mérito das questões

janela-de-overton
O que esta imagem faz aí no alto? Explico.
Se vocês entrarem na Internet para pesquisar o que é “Janela de Overton”, encontrarão duas referências principais: uma delas diz respeito a um conceito de manipulação — ou, se quiserem, de “operação” — da opinião pública segundo conceitos elaborados por Joseph P. Overton, ex-vice-presidente de um think tank chamado Mackinac Center for Public Policy. Outra, relacionada com a primeira, é um romance policial de Glenn Beck, o demonizado (pelas esquerdas) âncora da Fox News, que usou o conceito para imaginar uma grande conspiração contra os EUA. Mas o que é “Janela de Overton”?
A coisa tem sido explicada por aí de modo capenga. Peguemos justamente o caso do aborto no Brasil. A maioria dos brasileiros é contra, e isso obrigou, inclusive, a presidente Dilma a contar uma inverdade na campanha eleitoral sobre a sua real opinião, que ela já havia expressado. Era favorável à legalização —  chegou a empregar essa palavra — e teve de recuar.
Muito bem: a Janela de Overton registra como pensa a maioria da sociedade num dado momento sobre um determinado assunto. As posições, claro, variam do absolutamente contra ao absolutamente a favor. O pensamento da janela é o máximo que um político, a depender de sua ambição, pode sustentar publicamente. É evidente que um militante do aborto pode ser eleito deputado por eleitores abortistas — mas teria problemas para se eleger presidente da República ou senador.
Muito bem! É possível deslocar a janela para um lado ou para outro? É! Isso demanda trabalho de pessoas especializadas em manipulação da opinião pública. Notem: quando emprego a palavra “manipulação”, não estou querendo dizer “conspiração”. Empresas organizadas passam a atuar na sociedade para lhe oferecer valores que levem ao pretendido deslocamento.
Continuemos com o aborto. Mesmo quando era favorável, Dilma dizia que nenhuma mulher pode gostar da coisa em si, que é um sofrimento. O mesmo afirma sua agora ministra Eleonora Menicucci. Há dias, o impressionante Fernando Haddad afirmou que, “como homem”, é contra — nota: creio que tentou dizer que, como político, nem tanto, sei lá… Repararam que, nessas intervenções, deixa-se de discutir o aborto para debater um outro tema? Que outro? A proposta da tal comissão o evidencia: “as condições da mulher”.
O que isso significa? Para tentar deslocar a janela de opinião do “contra” para o “menos contra”, até chegar à “neutralidade” e, quem sabe?, um dia, ao “a favor”, é preciso trabalhar algum outro valor relacionado ao tema. Para esse trabalho, entra em campo um verdadeiro exército de “especialistas em opinião pública”: assessores de imprensa, relações públicas, institutos de pesquisa, think tanks, agências de lobby. E vai por aí.
Peguemos a questão do Código Florestal, outro exemplo gritante. É evidente que a maioria da população se oporia a que famílias fossem desalojadas ou a uma queda na produção de alimentos. Se a maioria é contra, dificilmente um político com ambições nacionais abraçará essa causa. Mas por que não outra? A da “conservação da natureza” certamente é simpática e tem condições de operar o deslocamento da janela. É o que tem conseguido Marina Silva, que conta com assessoria de imagem profissional. É o que têm conseguido ONGs americanas financiadas pelo setor agrícola dos EUA. Criminalizam os agricultores brasileiros, transformando-os em sinônimo de desmatadores. O caso mais bem-sucedido de que se tem notícia nessa área é o terrorismo feito com o tal aquecimento global. O que pode ser maior do que “salvar o planeta”?
Verdades e mentiras
Governo e políticos gastam fortunas tentando vender “idéias” à opinião pública. Quase não há pessoa pública no Brasil que não seja cliente de uma empresa — ou de várias — de assessoria e gerenciamento de imagem. O que se pretende é bem mais do que informar a sua “agenda”. O trabalho é mais amplo: trata-se de detectar um determinado sentimento da sociedade e passar a trabalhar para mudá-lo — eventualmente neutralizá-lo. Querem ver?
O tucano José Serra, pré-candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, não tocou até agora em palavras como “aborto” e “kit gay”. No PT, já se manifestaram sobre o assunto o pré-candidato do partido, Fernando Haddad; o presidente da legenda, Rui Falcão; o “chefe de quadrilha” (segundo a PGR) José Dirceu, entre outros. O tema passou a ser tratado pelos próprios petistas, COM A AJUDA DE SETORES DA IMPRENSA, sugerindo que o “outro lado” vai explorar esses temas em campanha e que isso, na verdade, é “uma baixaria”. O trabalho é tão bem-feito que foram buscar declarações contrárias àquela que seria à abordagem não-virtuosa dessas questões até de tucanos, como o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Vale dizer: meteram FHC na campanha pró-PT!
Ora, por que isso? Porque o PT tem pesquisas em mãos que demonstram que esses temas são potenciais fontes de desgaste do candidato petista. Então é preciso aplicar uma espécie de vacina, de remédio preventivo. Antes que o adversário se refira a esses assuntos, Haddad já sai gritando: “Isso é uma baixaria!”.
Nesse caso, o trabalho de manipulação da opinião pública consiste, numa ponta, em transformar o aborto numa decorrência natural dos “direitos da mulher”, desfetalizando o debate. O feto passa a ser uma mera derivação do seu corpo; se a incomoda e se ela não quer, tira-se. Também se vai insistir nas escandalosamente mentirosas 200 mil mortes de mulheres em decorrência de abortos clandestinos. Outro argumento forte, que tende a mover uma fatia dos setores mais conservadores, diz respeito à segurança pública: crianças abandonas pelos pais seriam potencialmente violentas e ameaçariam a sociedade. Na outra ponta, qualifica-se de “reacionários”, “conservadores” e “avessos ao progresso” aqueles que têm uma posição contrária, de modo a silenciá-los. Tudo dando certo, a janela se move.
Sacolinhas plásticas
Os temas variam dos mais graves, como o aborto e o Código Florestal, que dizem respeito, respectivamente, à vida humana e à segurança alimentar, aos mais bizarros — mas nem por isso menos lucrativos, como as sacolinhas plásticas nos supermercados. Ninguém convenceria de bom grado um consumidor a sair do mercado carregando compras em caixas de papelão ou em sacolas de lona. Os incômodos são muitos. Alevantou-se, como diria o poeta, um valor mais alto — e hoje base de várias teses autoritárias influentes: a conservação da natureza.
Huuummm… Em nome dela, nada mais de sacolinhas feitas de derivado de petróleo! Certo! Considerando que os brasileiros não comem plástico, aquele troço servia, leitor amigo, na sua casa e na minha, de saquinho de lixo, certo? Sem um, aumenta o consumo do outro, e o resultado tende ao empate. Os supermercados podem ganhar uns trocos não fornecendo os saquinhos, a indústria de plástico pode compensar a baixa do consumo de um produto com a elevação do consumo de outro, e só o consumidor se dana. Mas esperem! Há a sacolinha reciclável, feita, parece, com algum derivado do milho… Descobriu-se de pois que havia um único fornecedor para o produto… É mesmo?
Cuidado!
É preciso tomar cuidado para não cair na paranóia de que o mundo é uma grande conspiração; de que forças secretas se movem nas sombras e que estamos sempre sendo administrados por alguém. Não deixem que a “Janela de Overton” abra a “Janela da Conspiração” na sua cabeça. Somos sempre influenciados pelo debate público, pelas opiniões alheias, pela propaganda, pelo trabalho, sim!, dos assessores de imprensa, assessores de imagem, administradores de crise, essas coisas… Isso é normal é do mundo livre. Chata era a vida nos países comunas, onde só se podia ser influenciado pelo… partido!
Como, então, distinguir o “meu pensamento” dessa algaravia de outros pensamentos e lobbies organizados? Bem, não tenho a receita. O que costumo recomendar é o seguinte: verifique sempre se as pessoas estão debatendo o mérito da questão ou algum tema associado, que pode até guardar algum parentesco com o assunto principal, mas que é um óbvio desvio.
Se você se pegar falando sobre o desvio, o tema paralelo, não duvide: você caiu na rede profissional dos operadores de opinião pública. Não faz tempo, o caos nos aeroportos brasileiros e o péssimo serviço oferecido por algumas companhias aéreas acabaram surgindo no noticiário como evidências do sucesso do governo petista na política de distribuição de renda, que teria levado os pobres para o avião. A questão essencial ficou de lado: por que aeroportos e companhias aéreas não se organizaram para isso? A janeja da opinião pública, é evidente, estava numa posição crítica, contrária ao governo e à bagaunça das companhias. Mas se deslocou um pouco para recepcionar a tese do “bom caos”, gerado por motivos edificantes.
Encerro
No curto prazo, governos investem somas fabulosas em propaganda, divulgando seus feitos. Aquele outro trabalho, de mudança de valores, é mais sutil. As oposições brasileiras não têm sabido enfrentar nem uma coisa nem outra.
Por Reinaldo Azevedo

Se murar vira hospício...se cobrir com lona é circo.

Li no blogo do Reinaldo Azevedo e não crendo, fui na fonte e lá estava. Uma ong deseja banir o lvro A divina Comédia de Dante Alighieri. Motivo? Bom...ele descreve a pena infernal de Maomé como criador de uma seita; descreve o sofrimento de sodomitas, o antigo nome para homossexuais e descreve Judas Iscariotes sendo mastigado pelo tinhoso em pessoa. O tinhoso possui três rostos, numa espécie de trindade do mal e em cada uma, um traidor famoso da história; Judas, Brutus e não me recordo agora do terceiro são mastigados pela eternidade. Ao colocar Judas em tal inglória situação, Dante estaria cometendo o crime de rascimo. Nos outros dois exemplos, os pecados seriam do preconceito sexual e religioso.

Quando penso que essa turminha militante e progressista do "belo, justo e virtuoso", não conseguiriam me surpreender, eles conseguem a proeza de provar que eu estou errado e o fundo do poço da insensatez pode ser bem mais fundo do que se imaginava.

Judas traiu o Cristo por 30 moedas de prata. Isso está registrado nos evangelhos e de modo algum os escritores registraram isso para "criar preconceito" contra os judeus. Porque? - Por que os escritores eram judeus com excessão de um deles que era prosélito religioso convertido ao cristianismo. A troco do quê os escritores iriam formular uma prática dessas se o objetivo deles era justamente ganhar os judeus para o cristianismo? - Séculos depois, a Cristandade (aquilo no qual se converteu o "caminho" depois que a partir do século II, deixou-se misturar com filosofia grega, paganismo e tornando-se religião do estado; misturou poder político e religioso); é que resolveu, numa leitura porca e irresponsável dos fatos dizer que os judeus como grupo, raça, etnia, não importa era culpado pela morte do Cristo pela eternidade a frente. Logo, não é o texto de Dante que cria preconceito contra os judeus. Queriam o quê exatamente, um redesenho da estória colocando Judas sob um ponto de vista positivo? - Só rindo mesmo.

Sobre os demais exemplos então, deixo de comentar por pura preguiça...

Dante terminou a obra por volta de 1321 vindo a morrer pouco depois. Ele condensou na obra o pensamento da época sobre muitas coisas.

Não me parece crivel, que alguem após ler a Divina Comédia passe a ter preconceitos contra judeus, islâmicos e outros, da mesma forma que não é crível que alguem use essa obra como base de prova para a existência do inferno de fogo e tormento eterno como descrito por Dante, até porque ele descreve os titãs que lutaram contra Jupiter ou Zeus. Eles existiram?: - Pois é!

Use os argumentos dessa turminha progressista, e outros escritores deveriam ser banidos também. Dúvida? Charles Dickens, tornou imortal o judeu marginal que se aproveita dos outros, Fagin, na obra Oliver Twist.

E o que dizer de O mercador de Veneza, que apresentou Shylock, que tornou-se o imaginário do judeu, que só pensa no dinheiro acima de tudo e que marcou de certa forma a visão da época sobre os judeus?

O pior é que não se lida com uma grupelho de meia duzia de gatos pingados mas com uma verdadeira Legião, a exemplo do outro que questionado pelo Senhor qual era seu nome respondeu "legião", por serem muitos. E o pior é que neste caso não há manada de porcos que dê jeito, se é que me entendem.




segunda-feira, 12 de março de 2012

PHA, alcunha de Paulo Henrique Amorim, apresentador da Rede Record e blogueiro do ConversaAfiada foi processado por um réporter da Rede Globo.

O réporter em questão, era o primeiro profissional de cor negra a apresentar o Jornal Nacional que ainda é, quer gostem ou não, o jornal televisivo que apresenta a maior audiência.

Como o profissional em questão não é um militante das ideologias ongueiras sobre direitos raciais, sendo contra por exemplo as quotas raciais em universiades; o intéprido blogueiro referiu-se a ele como um negro de alma branca, o que significa um homem negro que se contenta em viver sób o código de conduta branco por assim dizer, tentando fazer parte do sistema e não se opondo a ele. Vai ver que guardadas as devidas proporções queriam seus detratores que ele aceitasse o cargo de apresentador e inaugurasse a primeira vez vestindo trajes africanos.

O réporter caluniado entra na justiça e diante da derrota iminente, já que uma condenação na vara cível traria prejuizo em um processo semelhante na vara criminal; faz um acordo no qual ele pagará a indenização pleiteada na forma como fora pedida (doação para uma instituição escolhida pela vítima da agressão), e uma retratação do que disse em jornais de circulação e no seu blog.

O valente jornalista assina o acordo e passa a dizer que a vítima reconheceu que não houve injúria e por isso não fora ele condenado e aciona a blogosfera militante para defende-lo do indefensável.

Esse PHA é o mesmo profissional que nos dois governos FHC fora defensor intransigente do governo e desafeto da oposição e nos dois governos Lula foi defensor intransigente do governo e desafeto da oposição, com excessão de uma única ocasião, quando em sua luta contra Daniel Dantas bateu forte no governo por conta da fusão da Telemar com a OI.

Normalmente uma coisa quando é certa, ela é certa para todos e não somente se o beneficiário desta coisa certa é nosso aliado, amigo ou goza de nosso respeito. O outro lado da moeda é igual. Uma coisa não é errada somente quando os inimigos, adversários ou gente que não goza do nosso respeito se dão bem ou são beneficiados.

Neste caso em particular, PHA errou. Ele julgou e caluniou uma pessoa que tendo a cor da pele negra, conseguiu galgar um espaço profissional de respeito e unica e exclusivamente por não comungar das idéias militantes não "mereceu" a menção de que por seus méritos era o primeiro profissional negro a dividir a bancada do jornal nacional. A constatação é óbvia. Se ele fosse um militante da agenda ongueira teria tido todas as loas de PHA e sua turma. Esse é o cerne da injuria e da calúnia, que levou a difamação.

Todos que emitem suas opiniões na web, incluso eu, são responsáveis pelo que publicam. Se alguem se ofender ou se sentir caluniado e o que foi escrito realmente não tinha o devido respaldo e foi usado com esse objetivo é preciso reparar o erro.

Não chego ao ponto dos politcamente corretos que preferem não opinar porque acham que é preciso respeitar a opinião dos outros ou seu modo de agir ou pensar. Ocorre que ao assim fazer, essas pessoas abrem mão de seu direito a opinião e acabamos nos tornando vítimas da minoria mais barulhenta ou organizada que obriga a maioria a se adequar a ela.

Defenda sua opinião e se no calor da batalha houve ofensas, desculpe-se. Isso não engrandece o adversário mas demonstra que você possui honra.

quinta-feira, 8 de março de 2012

Dia internacional da Mulher

Ahhhh Mulheres!!!!

Dizer o quê? - Pra quem merece respeito e consideração todos os dias, um só é pouco...

Deus mostrou ser Deus quando tudo criou....mas provou ser um verdadeiro poeta quando criou a mulher.
...
Parabéns pra Ele e sua decisão genial...parabéns pra vocês todas também...

Quem sabe, logo chegará o dia que não será mais necessário dias especiais para lembrar que todos merecem tratamento especial.

Até lá, que assim seja, um dia especial para lembrar o valor real da mulher, das mulheres; que cuidam, sustentam, criam, defendem, constroem...de nós e para nós.

Se não fosse por vocês, o homem já estaria extinto.

segunda-feira, 5 de março de 2012

Ditadura, Anistia, Comissão da verdade...

Nem vou me deter na questão política por puro enfado. Limito-me a questões históricas e a lógica.

Mais uma vez fala-se em comissões da verdade. Basicamente um grupo de pessoas que irão vasculhar documentos, entrevistar pessoas e compor um retrato, um relatório de um determinado assunto. No caso concreto, dos mortos e desaparecidos durante a ditadura militar.

A questão tem sua razão de ser por dois motivos básicos: a) um indefinido número dos que foram mortos, jamais tiveram seus corpos recuperados e b) não se tratava de estrangeiros invasores, logo inimigos, mas cidadãos e por serem cidadãos, uma vez presos deveriam ter sua vida e integridade física preservada.

Esses dois motivos são mais do que suficientes para que se determine que se saiba os fatos como realmente ocorreram.

Agora uma ressalva que é preciso ser feita para que a discussão seja feita no campo correto.

1) Como a lei da anistia no Brasil foi ampla geral e irrestrita, permitindo que crimes dos dois lados em luta, por assim dizer, ficassem sem punição; nenhum crime relacionado com os atores do processo no período em questão poderão ser julgados em qualquer tipo de esfera e na possibilidade de serem, a setença mesmo negativa sera nula por conta da anistia.

2) A atual constituição foi feita a partir do mesmo texto que validou a anisitia com esses aspectos. Assim se alguem desejar alterar essa lei ou revoga-la, fará isso com a constituição inteira, segundo entendimento da maioria do STF ao julgar ação sobre o tema recentemente.

3) O exemplo de paises como Argentina e Chile que abriram processos judiciais por conta de crimes no período de ditadura apesar de terem leis similares de anistia, não procede como demonstração de que o Brasil deva fazer o mesmo, porque naqueles paises a lei de anisitia serviu apenas para os agentes do estado mas não cobriu os contra o governo na maioria de esquerda. No caso da Africa do Sul, a anistia foi similar ao que foi feito no Brasil e as chamadas comissões da verdade registraram o que ocorreu na luta de ambos os lados sem no entanto se tornarem peças criminais contra essas pessoas.

4) A ditadura ocorreu no Brasil pela falta de gente a defender justamente a tal democracia que tantos estão a bater no peito dizendo que defenderam. Militares ultranacionalistas com medo abjeto de uma ditadura de receita comunista, perpetraram eles mesmos uma ditadura de cunho nacionalista. Não era portanto uma questão de perder uma democracia para uma ditadura, mas quem iria mandar nela. Do outro lado, havia a pressão mais ou menos organizada de grupos de esquerda. Com a implantação do governo militar através de um golpe, esses grupos optaram pela luta armada. O vinculo ideológico, planejamento e apoio era da urss e cuba principalmente. O objetivo desses grupos era a tomada do poder com a derrubada do governo militar e é bom que se note, em seu lugar não se falava em eleições livres, em democracia. Não era portanto uma questão de restabelecer uma democracia (até orque a mesma não existia nos paises com quem esses grupos tinha vínculos), mas quem iria mandar na ditadura que se instalaria, do proletariado.

Para se ir para a frente é preciso saber aonde se estava lá tráz. Para planejar aonde se quer estar no futuro, é preciso entender aonde estavámos no passado. Entender esse passado recente é primordial para se entender certas coisas do presente. Só não pode servir de palco para os histrionismos ideológicos porque ai nada se precisa saber realmente.  E isso serve para ambos os lados.

sexta-feira, 2 de março de 2012

Quando você acha que alguns são idiotas ao extremo, eles conseguem provar que podem ser ainda mais...

Reproduzo um texto de Reinaldo Azevedo sobre um artigo a respeito do aborto, mas no caso uma espécie especial de aborto. Recomendo a leitura do texto do Reinaldo Azevedo.

02/03/2012
às 5:41

ELES CHEGARAM LÁ: DUPLA DE ESPECIALISTAS DEFENDE O DIREITO DE ASSASSINAR TAMBÉM OS RECÉM-NASCIDOS

Os neonazistas da “bioética” já não se contentam em defender o aborto; agora também querem a legalização do infanticídio! Eu juro! E ainda atacam os seus críticos, acusando-os de “fanáticos”. Vamos ver. Os acadêmicos Alberto Giublini e Francesca Minerva publicaram um artigo no, ATENÇÃO!, “Journal of Medical Ethics” intitulado “After-birth abortion: why should the baby live? - literalmente: “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?” No texto, a dupla sustenta algo que, em parte, vejam bem!, faz sentido: não há grande diferença entre o recém-nascido e o feto. Alguém poderia afirmar: “Mas é o que também sustentamos, nós, que somos contrários à legalização do aborto”. Calma! Minerva e Giublini acham que é lícito e moralmente correto matar tanto fetos como recém-nascidos. Acreditam que a decisão sobre se a criança deve ou não ser morta cabe aos pais e até, pasmem!, aos médicos.
Para esses dois grandes humanistas, NOTEM BEM!, AS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICAM O ABORTO JUSTIFICAM O INFANTICÍDIO, cujo nome eles recusam — daí o “aborto pós-nascimento”. Para eles, “nem os fetos nem os recém-nascidos podem ser considerados pessoas no sentido de que têm um direito moral à vida”. Não abrem exceção: o “aborto pós-nacimento” deveria ser permitido em qualquer caso, citando explicitamente as crianças com deficiência. Mas não têm preconceito: quando o “recém nascido tem potencial para uma vida saudável, mas põe em risco o bem-estar da família”, deve ser eliminado.
Num dos momentos mais abjetos do texto, a dupla lembra que uma pesquisa num grupo de países europeus indicou que só 64% dos casos de Síndrome de Down foram detectados nos exames pré-natais. Informam então que, naquele universo pesquisado, nasceram 1.700 bebês com Down, sem que os pais soubessem previamente. O sentido moral do que diz a dupla é claro: soubesse antes, poderia ter feito o aborto; com essa nova leitura, estão a sugerir que essas crianças poderiam ser mortas logo ao nascer. Não! Minerva e Giublini ainda não haviam chegado ao extremo. Vão chegar agora.



Francesca Minerva; o riso mais franco da morte
Francesca Minerva; o riso mais franco da morte




Por que não a adoção?
Esses dois monstros morais se dão conta de que o homem comum, que não é, como eles, especialista em “bioética”, faz-se uma pergunta óbvia: por que não, então, entregar a criança à adoção? Vocês têm estômago forte?. Traduzo trechos da resposta:
“Um objeção possível ao nosso argumento é que o aborto pós-nascimento deveria ser praticado apenas em pessoas (sic) que não têm potencial para uma vida saudável. Conseqüentemente, as pessoas potencialmente saudáveis e felizes deveriam ser entregues à adoção se a família não puder sustentá-las. Por que havemos de matar um recém-nascido saudável quando entregá-lo à adoção não violaria o direito de ninguém e ainda faria a felicidade das pessoas envolvidas, os adotantes e o adotado?
(…)
Precisamos considerar os interesses da mãe, que pode sofrer angústia psicológica ao ter de dar seu filho para a adoção. Há graves notificações sobre as dificuldades das mães de elaborar suas perdas. Sim, é verdade: esse sentimento de dor e perda podem acompanhar a mulher tanto no caso do aborto, do aborto pós-nascimento e da adoção, mas isso NÃO SIGNIFICA que a última alternativa seja a menos traumática.”
A dupla cita trecho de um estudo sobre mães que entregam filhos para adoção: “A mãe que sofre pela morte da criança deve aceitar a irreversibilidade da perda, mas a mãe natural [que entrega filho para adoção] sonha que seu filho vai voltar. Isso torna difícil aceitar a realidade da perda porque não se sabe se ela é definitiva“.
Voltei
É isso mesmo! Para a dupla, do ponto de vista da mulher, matar um filho recém-nascido é “psicologicamente mais seguro” do que entregá-lo à adoção. Minerva e Giublini acabaram com a máxima de Salomão. No lugar do rei, esses dois potenciais assassinos de bebês teriam mesmo dividido aquela criança ao meio.
Querem saber? Essa dupla de celerados põe a nu alguns dos argumentos centrais dos abortistas. Em muitos aspectos, eles têm mesmo razão: qual é a grande diferença entre um feto e um recém-nascido? Ao levar seu argumento ao extremo, deixam a nu aqueles que nunca quiseram definir, afinal de contas, o que era e o que não era vida. Estes dois não estão nem aí: reconhecem, sim, como vida, tanto o feto como o recém-nascido. Apenas dizem que não são ainda pessoas no sentido que chamam “moral”.
Notem que eles também suprematizam, se me permitem a palavra, o direito de a mulher decidir, a exemplo do que fazem alguns dos nossos progressistas, e levam ao extremo a idéia do “potencial de felicidade”, o que os faz defender, sem meios-tons, o assassinato de crianças deficientes — citando explicitamente os casos de Down.
O Supremo e os anencéfalos
O Supremo Tribunal Federal vai liberar, daqui a algum tempo, os abortos de anencéfalos. Como já afirmei aqui, abre-se uma vereda para a terra dos mortos, citando o poeta. Se essa má-formação vai justificar a intervenção, por que não outras? A dupla que escreveu o artigo não tem dúvida: moralmente falando, diz, não há diferença entre o anencéfalo e o recém-nascido saudável. São apenas pessoas potenciais. Afinal, para essa turma, quem ainda não tem história não tem direito à existência.
Um outro delinqüente intelectual chamado Julian Savulescu
A reação à publicação do artigo foi explosiva. Os dois autores chegaram a ser ameaçados de morte, o que é, evidentemente, um absurdo, ainda que tenham tentado dar alcance científico, moral e filosófico ao infanticídio. No mínimo a gente é obrigado a considerar que os dois têm mais condições de se defender do que as crianças que eles defendem que sejam mortas. A resposta que dão à hipótese de adoção diz bem com quem estamos lidando.
Savalescu: o prosélito da morte de bebês agora acusa a perseguição dos fanáticos
Savulescu: o prosélito da morte de bebês agora acusa a perseguição dos fanáticos
Julian Savulescu é o editor da publicação. Também é diretor do The Oxford Centre for Neuroethics. Este rematado imbecil escreve um texto irado defendendo a publicação daquela estupidez e acusa de fundamentalistas e fanáticos aqueles que atacam os dois “especialistas em ética”. E ainda tem o topete de apontar a “desordem” do nosso tempo, que estaria marcado pela intolerância. Não me diga!!!
O que mais resta defender? Aqueles dois potenciais assassinos de crianças deveriam dizer por que, então, não devemos começar a produzir bebês para fazer, por exemplo, transplante de órgãos. Se admitem que são pessoas, mas ainda não moralmente relevantes, por que entregar aos bichos ou à incineração córneas, fígados, corações?
Tudo isso é profundamente asqueroso, mas não duvidem de que Minerva, Giublini e Savulescu fizeram um retrato pertinente de uma boa parcela dos abortistas. Se a vida humana é “só uma coisa” e se os homens são “humanos” apenas quando têm história e consciência, por que não matar os recém-nascidos e os incapazes?
Estes são os neonazistas das luzes. Mas não se esqueçam, hein? Reacionários somos nós, os que consideramos que a vida humana é inviolável em qualquer tempo.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

O caso de Sto André e uma disgressão sobre a defesa

Ainda é cedo pra discutir o caso, mas não posso deixar de comentar o discurso da advogada de defesa do marginal que matou aquela garota em Sto André.

Diz o ditado que contra fatos não há argumentos. O que se notou no discurso da advogada foi uma luta inglória para escapar das garras do bom senso e do equilibrio.

A advogada, tivesse ela mais uma hora para discurssar teria acusado a sociedade brasileira, a colonização portuguesa, o massacre dos povos índigenas, a cristianização forçada do novo mundo, as invasões bárbaras, a queda do império romano. - Impressionante.

O marginal é um sujeito bom, apaixonado até hoje pela falecida, bom moço que não tinha a intenção de matar, que o genio da menina ajudou a selar seus destino, que a policia errou quando invadiu, que a imprensa errou quando noticiou...e por ai foi.

Chegou a lembrar do caso do jornalista Pimenta Neves que durante o julgamento ficou livre mas o coitadinho, ficou preso por ser pobre e portanto bode expiatório da sociedade.

Merece comentários:

O sujeito até poderia ser um bom moço, e não duvido que fosse, posto que gozava da confiança da família; até o momento que entrou na casa armado, fazendo reféns e que culminou na morte de uma e quase morte de outra. Fosse bom moço teria entregue as armas e não estariámos a falar nisso. Do momento que comente um crime ou uma sucessão deles, ele se tornou um criminoso. A advogada pode fazer os rocócós  linguisticos, gramaticais e semânticos que desejar; o que não impede da verdade ser claramente distinguida pelos demais e que são os realmente bons.

Apaixonado por uma pessoa falecida, não cabe a mim dizer se é verdade ou não; mas posso afirmar que o argumento é reciclagem de uma velha desculpa que vez ou outra volta a tona: matou por amor. Os normais e dotados de bom senso, sabem que mata-se por ódio que no caso é a ausência do amor; por ciume que é o desejo doentio da posse; por inveja que é o desejo de possuir o que não é nosso; por ganância que é o desejo de possuir tudo; por doença mental no caso dos psicopatas e outros; mas por amor...pode-se deixar matar, pode-se entregar a vida em sacríficio, mas matar? - Definitivamente não. Seria muito melhor que a advogada eleva-se o nivel do argumento dizendo que o criminoso não sabendo trabalhar seu sentimento de amor o transformou em inveja do suposto namorado, em ganância nao desejando que ela fosse de outro, em ciume doentio levando-o a desejar uma fantasia no lugar da jovem real e que naquele momento estava ele tomado de violenta emoção e não controlava seus sentimentos.

Se ele não tinha a intenção de matar, porque diabos atirou uma vez em cada menina e na cabeça?

O rapaz namou a menina com 19 anos e ela 12 durante dois anos. Ele tinha 22 e ela 15, portanto 1 ano após o namoro, quando resolveu que ia mandar a menina pro saco, por conta do genio dela? - O que pensa um sujeito de 19 anos que começa a namorar uma pré-adolescente de 12? Espera o que dela? Maturidade, que sequer ele possui? - só rindo mesmo!

Tenho un senão neste ponto. Na época escrevi isso em tres postagens e basta peqeuisar o blog para ler (caso de sto andré I, II e III).

O senão é o que diabos tinham os pais da menina na cabeça que permitiram que uma criança de 12 anos namorasse um rapaz de 19, legalmente portanto, maior de idade? - Tá certo que os valores e os costumes mudaram tanto de forma, cor, cheiro e tamanho que a sensação de errado ser o certo e vice-versa é tanta que se fica tonto só de pensar; mas mesmo assim, não é plausivel um rapaz de 19 anos sentir-se atraido por uma criança e os pais dela acharem ok? E mesmo que fosse, caberia aos pais colocar um freio na coisa até a menina possuir mais maturidade.

Quanto a policia ter errado, eu acho que errou em não ter plantado uma bala na cabeça desse idiota na primeira oportunidade que tivesse e se deixado emcabrestar pela midia que acorreu ao local.

Quanto a imprensa; o papel dela é informar, caberia a policia desligar agua, energia, telefone e arrancar os cabos da antena de televisão e colocar musica hardrock pesada na porta pra tirar o sossego do sujeito. Oferecer comida com soniferos ou coisa que o valha e prender o sujeito ou mata-lo. Quando deixou as coisas correrem frouxas, até porque estava lidando com jovens e no momento já se sabia, sem antecedentes criminais, o coisa deu no que deu.

Mas que fique claro, quem apertou o gatilho não foi a imprensa, nem a policia, nem as vítimas mas o sujeito que segurava a arma e podia tê-la largado em qualquer momento.

Quanto a comparação com o jornalista Pimenta Neves, desde o começo ele confessou o que fez, o que não foi muito diferente do caso em questão; mas teve desde o começo advogados que souberam usar a lei. Não parece ser o caso dessa advogada, porque se assim fosse ele também estaria em liberdade, por suposto.

Claro, dirão que ricos podem pagar bons advogados e pobres ficam com o resto. De forma geral isso não é verdade. Ricos podem pagar os advogados famosos e os que possuem relacionamentos. Obvio, um advogado que já foi ministro do STF ou minstro da justiça tem uma experiência muito maior que um advogado de porta de cadeia.

Mas o fato é que a advogada ao afirmar o que afirmou quis dizer que sendo ela uma advogada que um pobre pode pagar, ele está ferrado de qualquer jeito e por isso deveria gozar do mesmo privilégio do outro que pagou advogado caro. Não cabe a ela ser mais competente, mas que o sistema aja de forma isonômica. Seria o caso de perguintar: pra que advogados então, não é mesmo?

O defensor dos Nardoni, perdeu a causa mas não saiu derrotado. Ele honrou a advocacia defendendo seu cliente e lutando para obter uma sentença justa. A defensora desse sujeito, perderá a causa, com toda a certeza e também sairá derrotada.


quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

A crise européia

Como tudo na vida, as coisas são mais ou menos cíclicas. A economia moderna tal e qual está montada, vive de períodos de bonanças seguidos de períodos de crise. Tal qual o velho sonho do faraó, o mundo assistiu um período de crescimento que chegou a ser tachado de irrascional. Sem a divisão do mundo em dois como ocorria na guerra fria e com todos os paises buscando encontrar mais ou menos os mesmos objetivos, com a exceção quase óbvia de uma meia duzia de idiotas e o inimigo comum a todos, o mundo cresceu em riqueza assustadoramente.

Um crescimento tão espetácular (basta lembrar que a meros 30 anos, a Coréia do Sul não possuia marcas de eletroeletrônicos e de automóveis, que fossem competitivos mundialmente), possuem um efeito colateral em paises e pessoas: - As regras de segurança vão sendo afrouxadas. Essa libealidade com o digamos assim, bom senso, fez com que empréstimos vinculados a hipótecas fossem dados a pessoas que normalmente não oobteriam tais empréstimos porque não possuiam as condições básicas para paga-los. Com efeito, quando essas pessoas passaram a tingir de vermelho os resultados das empresas, bancos e seguradoras, o mundo veio abaixo nos EUA e o resto do mundo teve de rebolar feio para evitar uma crise esmagadora de proporções globais.

Agora na Europa, a crise embora possa até ter uma gênese similar a da crise de 2008, ela possui outra particularidade. A crise é fiscal dos paises dentro da zona do euro e a confiança de que esses paises irão honrar seus compromissos é pequena.

A origem da crise, que embora afete todos os paises da zona euro atinge de forma mais forte seus parceiros mais recentes e que apresentavam elevados índices de crescimento depois que ingressaram na zona do euro; demonstra que a frouxidão com a segurança e o bom senso é o mesmo pecado praticado nos EUA que levou a crise de 2008.

Irlanda, Portugal, Grécia, pra ficar nos três exemplos mais contundentes eram os primos pobres da Europa unificada no MCE e que viveram uma bolha de crescimento enorme com a implantação da moeda comum. Ocorre que os gastos excessivos desses estados, está cobrando uma conta que antes da crise de 2008 dificilmente seria cobrada. Com a crise americana, as agências de risco se viram engolfadas na incredulidade de vez após vez atestarem que tudo estava bem e normal e não perceberam ou nada fizeram quando a bolha imobiliária estourou em 2008. Agora da mesma forma que quem quasem morre afogado tem medo até de banheira; as agências de risco estão mais que atentas e baixaram as notas de paises europeus.

É certo que elevar ou baixar notas tem um forte conponente político e de interesses; mas de fato, a relação de dívida e pib que os paises europeus citados demonstram não permite que sejam considerados  locais de investimento sem risco ou com o mínimo dele. Durante a década de 80 e 90, o Brasil tinha sua nota praticamente fundeada com ancoras porque o tamanho da dívida era gigantescamente desproporcional, além de ínumeros outros problemas.

Além disso, embora esses paises europeus estejam atrelados uns aos outros na zona do euro, o mercado comum europeu não possui uim organismo unico que monitore e controle os gastos governamentais dos paises membros (lembrando que qualquer país que ingresse em um bloco ecônomico, dá em troca da musculatura que ganha  em termos de negociação, um pedaço de sua liberdade de decidir individualmente o que fazer); com isso ações preventivas se tornam quase impossiveis de serem implantadas.

Com a redução de notas e o evidente desequilibrio, quem tem papéis desses paises procura se desfazer deles tão logo quanto possivel para não serem micados. Quando isso ocorre, o país obviamente não possui os recursos em caixa e precisa emitir novos titulos que para serem aceitos pagam juros cada vez mais altos e prazo de resgate cada vez mais curtos e isso piora o desequilibrio entre dívida e geração de receita.

Quando você soma a isso tudo, problemas políticos internos e externos, o que se tem a frente e uma expectativa de caos.

O custo até o momento foi de mais de 110 bilhões de euros apenas para a Grécia e foi criado um fundo de mais 750 bilhões para qualquer pais europeu que precise de proteção em seus pagamentos até que suas contas se acertem.

Pois é...

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sobre a greve de policiais...

Não vou me deter sobre direitos, deveres, salários dignos e todo o blá-blá-blá a cerca do assunto.

A Constituição Federal PROIBE que militares façam greve. As policias militares são forças auxiliares do exército (vem daí o termo militar, óbvio), e militares precisam obedecer voz de comando e hierárquia (por isso a policia tem como no exército, patentes).

Sem as duas coisas, se tornam bandos armados, milicias na verdade e a população civil e desarmada é quem paga o pato.

O resto é blá-blá-blá de sindicalista e militante ideológico.

Que os líderes sejam presos, processados e expulsos da corporação. É o mínimo!

E o resto da tropa que volte ao trabalho rápido e sem reclamar. Quem estiver muito descontente, mude de profissão.

É verdade, se a tropa reclama do salário ou do soldo, e tem todo o direito de fazer isso, que reclame nos canais competentes mas sem quebrar a lei que a todos é dado obedecer.

É incrivel...mas é verdade...

Tenho ouvido comentarios a respeito do ultimo post sobre o aborto que publiquei e sobre o tema em alta por conta dos ditos e não ditos de minitras sobre o assunto.

É óbvio que existem os favoráveis e os contrários à prática em questão. O búsilis é outro: - Alguns, até mesmo amigos meus que se ofenderam ao ponto de irem as lágrimas com o video da violência da enfermeira louca contra um pequeno cachorrinho se mostram favoráveis ao aborto.

A maioria acha que a prática é válida se o feto é doente ou se mãe não tem condições de criar.

Acho incrivel, que alguem capaz de exigir laços, prisão em masmorra e tortura com oléo fervente na imbecil que torturou o animalzinho que nada podia fazer pra se defender, entenda como aceitável que um ser humano em formação seja "cancelado" por uma mal formação congênita ou porque a mãe não possua condição de criar.

Não vou me deter em desconstruir a idéia, e chama-la assim já é um elogio e tanto; mas apenas emitir um espaço em branco...(                                                      ).

O espaço em branco é o suspiro que se origina do cansaço moral que nos surpreende todas as vezes que nos sentimos, digamos assim, sozinhos em meio ao mar de mediocridade que assola o planeta e o país em especial.

Aos amigos, minhas desculpas pelo chute no traseiro, porque entendo que até chutes no traseiro são válidos quando nos impulsionam para frente. Aos adversários, minhas desculpas por não ter chutado tão forte quanto vocês merecem ou secretamente desejam, se é que entendem...



quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

A questão do aborto mais uma vez...

Já escrevi diversos posts a respeito, mas obrigo-me a repetir o tema dada sua volta aos jornais.

É bem verdade que, como das outras vezes, isso se dá por conta da fala de ministros empossados, e como já sabem pelo título, refiro-me ao aborto.

Sou contra. Absoluta e irredutivelmente contra. E faço questão de explicar o motivo, em razão de alguns leitores do blog serem a favor do mesmo.

Entendo que a vida começa na concepção. Como tudo tem um principio, a vida no caso a tem na concepção, sabe como é? - quando o espermatozoide se junta ao óvulo e começa a se duplicar em duas, quatro, oito células e por ai vai.

Milhões pensam como eu e pouco importa se esse pensar é embasado em crença religiosa, opção filosófica ou experiência pessoal. O fato é que milhões pensam assim e por assim pensarem, entendem que a prática do aborto como método para parar uma grávidez deve se manter proibido.

Um breve abrir e fechar de parenteses:

E como a prática se fosse liberada, seria custeada pelo SUS que é mantido pelo dinheiro dos nossos impostos, seria algo um tanto quanto exótico que milhões sendo contra não praticariam o ato mas sustentariam os que o praticariam com parte de seus impostos.

Voltando,

Os defensores da prática alegam basicamente duas nobres e virtuosas motivações para se liberar o aborto: o primeiro é impedir que mães morram em procedimentos feitos às escondidas em clínicas clandestinas. Chegam a citar números elevadíssimos de abortos clandestinos. O segundo nobre motivo é o direito da mulher a sua sexualidade e ao seu corpo.

No caso da primeira alegação: - Se as clínicas são clandestinas, como se chega nesse número gigantesco? A turminha o cria a partir das intervenções feitas em hospitais como a curetagem, que é a limpeza do útero quando uma gravidez é interrompida. Ou seja, misturam no mesmo balaio, os casos realmente originados em abortos clandestinos e os abortos naturais que ocorrem milhões de vezes nos seres humanos.

Deve-se ter em conta que um aborto clandestino ocorre por questões financeiras. A mãe, por assim dizer, é pobre e sendo pobre decide interromper a gravidez e se coloca nas mãos de um imbecil qualquer. Ou alguem vai me dizer que ricos não praticam o aborto? Praticam, é óbvio, mas o fazem em clínicas particulares com todos os cuidados.

Então o que temos é que a liberação do aborto não irá eliminar as clinicas clandestinas e os açougueiros, simplesmente porque as pessoas continuarão pobres e não poderão se dar ao luxo de ficar meses esperando vaga no sistema público, como ocorre com os coitados que precisam de tratamento oncológico e levam meses para conseguir um exame, que dirá o tratamento. E se algum político afirmar que no caso de abortos, o sistema seria mais ágil, eu perguntaria ao ignóbil porque essa agilidade não é posta em prática hoje especialmente no caso dessas doenças graves? - Ou somente eu assisto pelos jornais gente precisando de internação deitados no chão aguardando dias por um leito?

No caso da segunda alegação: - A mulher tem direito a sua sexualidade e ao seu corpo. Ninguem em sã consciência ousaria negar isso. Ocorre que o sexo, nos tempos de antanho tinha por objetivo primeiro a concepção e o nascimento de filhos. O prazer do sexo era um compensação, digamos assim. Hoje em dia o objetivo primeiro pode ser completamente controlado para não dizer eliminado com os métodos contraceptivos  atuais e operações; restando portanto o prazer como objetivo do sexo. Convenha-se portanto que se uma mulher fica grávida diante de tantas oções disponiveis para não ficar; restam apenas duas explicações: ou desejou a gravidez, ou não a desejando foi irresponsável em não evita-la. Quando engravidou sua situação mudou. Ela passou a carregar outra vida que é dependente dela por inteiro até seu nascimento. Essa dependência é o enlace indelével que nos torna parte da raça humana e desse ponto de vista, ela abre mão temporáriamente de alguns de seus direitos naturais em favor dos direitos daquele que ela carrega no ventre.

Ter direito a sua própria sexualidade e ao corpo, envolve principalmente dizer não ao sexo, se não deseja ou não consegue arcar com os custos de métodos contraceptivos ou se não pode arcar com os cuidados que precisará ter com a outra vida que pode vir a carregar.

Vale um novo e breve parenteses: Isso serve para os homens. Engravidou? - Tem que ajudar a criar e isso começa com o pré-natal. Não precisa necessariamente casar, mas deve arcar com os custos, exatamente a metade deles. Assumir a responsabilidade é ser homem realmente e não um bípede não emplumado comedor de grama como muitos.

Voltando

Ocorre que nesse mundo virado do avesso em seus valores mais básicos e comezinhos, prefere-se dotar as mulheres e homens do "direito" de abortar. Ao faze-lo, os defensores da prática ensinam que não é necessário buscar maturidade nas relações, responsabilidade com uma parte cotidiana da vida que é o sexo e capacidade de agir conforme suas próprias capacidades. É mais fácil entregar-se ao sabor das ondas e dos ventos e no caso de ter o azar de engravidar, retira-lo como se fosse um pequeno tumor.

E antes que alguem lembre que abortar seria melhor que deixar crianças na rua e em orfanatos como aquele sujeito metido a religioso, Edir Macedo; eu gostaria de lembra-los que muitas crianaças em orfanatos é porque não possuem família e não necessáriamente que todos eles tenham sido abandonados. Levada a idéia ao extremo seria o caso de ser melhor abate-las a tiros para não se tornarem adultos com problemas emocionais? - Pois é! Até para pensar idiotices como fez Edir Macedo é preciso um mínimo de inteligência e apego a lógica.








segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

171 virtual...é cada uma...

Mulher é presa por vender por um US$ 1 milhão de falsas ações do Facebook

 Marianne Oleson foi presa em Illinois, nos Estados Unidos, ao tentar vender e negociar US$ 1 milhão em falsas ações do Facebook. Para convencer as pessoas, ela dizia que havia comprado as ações antes da abertura de capital da empresa porque sua filha conhecia Mark Zuckerberg , o fundador da rede social. O irônico é que Oleson chegou a presentear a menina no Natal com parte das ditas ações.
Marianne Oleson Oleson tentou vender e negociar até US$ 1 milhão de dólares em ações do Facebook (Foto: Divulgação)

Entre as vítimas encontra-se um construtor civil que trabalhou na casa de Oleson. Ela tinha uma dívida de US$ 18 mil e, por isso, ofereceu ao profissional as falsas ações como forma de pagamento. A acusada ainda tirou dele US$ 10 mil em dinheiro, na venda de ações extras.

Segundo investigadores, existem pelo menos duas outras vítimas da farsa elaborada pela norte-americana. A primeira audiência do caso foi marcada para a próxima quarta-feira (08/02), e a fiança de Oleson foi estipulada em US$ 50 mil. O episódio aconteceu na mesma semana da abertura de capital do Facebook.


Fonte = TechTudo

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Facebook e sua captação de recursos

A empresa facebook está lançando uma oferta pública de ações esperando captar algo em torno de 100 bilhões.

É mais do que provável que conseguirá, porque o facebook ao lado do google são as empresas ponto.com que se tornaram herdeiras da terra por assim dizer.

Curiosamente as duas partem de principios similares:
a) São empresas jovens;
b) São dirigidas por jovens;
c) Seus donos, por assim dizer se tornaram multimilionários, vendendo ar, na falta de expressão melhor, porque as duas são empresas ponto.com; ou seja não produzem um grão de alimento, uma porca de parafuso, nada palpável mas apenas a possibilidade de achar algo virtual, seja um resumo de um livro seja um amigo.
d) São pelo menos no discurso, idílicos, autruistas e idealistas, não enxergando seus negócios como uma empresa, logo visando lucro e rentabilidade; mas como um serviço a humanidade, tentando se igualar a sei lá eu, Sabin; Braille, Guttemberg, Marconi, Curie, e por ai vai.


O fato de uma empresa tão jovem obter tamanho peso demonstra a facilidade com que o mundo virtual alavanca, ao mesmo tempo tendo a capacidade de destruir uma empresa. Não é preciso ir longe; no Brasil pouco se falava em facebook porque a maioria usava o orkut. Quem na época resolvesse apostar todas as fichas no orkut talvez hoje se sentiria decepcionado, não é mesmo?

O fato dessas empresas serem dirigidas por jovens faz com que as mesmas sejam ageis, com menos burocracia e um curso mais livre da criatividade dos profissionais da empresa. Mas por trás delas, por trás desses jovens idealistas, existem os velhos tubarões do mercado que não necessariamente são profissionais dessas empresas mas controlam fundos de investimentos que financiam essas empresas. Como quem manda é quem coloca o dinheiro; esses fundos em geral tem peso para determinar o que deve ser feito. No caso especifico do Facebook, esse IPO serve tão somente pars remunerar esses fundos e os primeiros investidores. O dono com uma fortuna de mais de 30 bilhões não precisa desse IPO e a empresa tem condições como teve até agora de expandir sua atividade sem precisar lançar-se no mercado. Assim, no documento de lançamento do IPO, os controladores atuais não perdem um milimetro do poder atual de conduzir a empresa como bem entenderem; logo o IPO se configura em mero processo de rentabilizar os que investiram até agora.

O fato desses jovens serem agora multimilionários os torna ícones e modelos de comportamento, porque qualquer ser humano normal gostaria de ser um deles. Ocorre que a forma como o dono do facebook agiu com seu sócio de primeira linha, demonstra que nem sempre a criatividade, ou a genialidade demonstrada por um desses novos "mestres do universo" siginifica um cárater digno de ser imitado. O anti-herói quase deificado por grande parte da mídia, na verdade ensina que compensa ser desleal e trair os amigos, parceiros e investidores porque quando se confrontar com a necessidade de ressarcir o erro, o valor será um café pequeno em relação ao tamanho do negócio produzido.

Sou um usuário do facebook. Mas não me faço cego ao fato de que não existe almoço gratis. O uso gratuito do facebook é coberto pelos anuncios dirigidos e pela valorização das ações. Com esse IPO é um excelente negócio ter ações dessa empresa; mas não sei até onde ela vai vendendo ar.

E pra finalizar, lembro aos leitores amigos que a CARGIL fundada no final do século XIX; existe até hoje produzindo coisas reais e sem ter lançado IPO´s até hoje.





quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Pinheirinho...

Aguardei a poeira assentar, achando que isso fosse possivel é claro, para falar sobre o assunto. Infelizmente ele está de tal modo usado pela militância visando politica e as eleições que tudo que se fale vira automáticamente um flaxflu dos diabos.

Quero portanto, externar não uma análise objetiva, porque considero isso impossivel dada a quadra acima descrita, mas uma mera opinião.

1. A invasão do local deu-se a oito anos atrás. Atenção, oito anos atrás. Isso significa que pelo menos duas administrações municipais, duas estaduais e duas federais passaram pelo poder e nenhuma solução foi dada, especialmente considerando que o terreno é de propriedade de uma massa falida e tres dos principais credores são justamente os poderes executivos que não receberam da empresa falida os impostos devidos. Por conclusão, era do interesse dos credores que o terreno fosse devolvido para ser vendido e restituir os credores de seus direitos.

2. Se interesse houvesse, a união poderia anos atrás ter desapropriado o terreno para construção de casas populares, doação aos moradores irregulares, ou coisa que o valha. Mas nada disso ocorreu nas diversas esferas de governo.

3. A retirada dos invasores foi negociada com a justiça. Logo tanto as lideranças do local e partidos sabiam disso que criaram uma espécia de exercito de brancaleone armados de escudos improvisados do corte em dois de barris plásticos, capacetes de motoristas e cassestetes improvisados. Inclusive se posicionando para fotos em jornais como se fossem uma centuria de um legião romana. Então ofende a inteligência de qualquer um que se orgulhe de pensar, dizer que a expulsão foi um ato arbitrário e supreendente como se tivesse sido um ato da natureza como a chuva ou a queda de meteorito.

4. Decisão judicial deve ser obedecida. O Nassif em seu blog me fez rir dizendo que o estado poderia ter se recusado a obedecer a ordem judicial porque sabia que estava sendo negociado um acordo. Olha o raciocinio, levado a outros exemplos: A polícia se recusa a prender o assassino de um parente seu, leitor, porque ela sabe que o advogado do assassino vai entrar com um pedido de habeas corpus. Voce ficaria feliz com essa digamos assim, ação pragmática da policia? - Pois é! Voce pode discutir o assunto, pode até ser amicus curi do paciente na ação judicial, mas não pode deixar de executar uma ordem judicial sob pena do crime de desobediência.

5. Em menor proporção, verdade seja dita, o governo federal também usou a PM de Brasília para expulsar invasores de terras da união. Não houve até agora uma misera passeata contra essa agressão a pessoas desprovidas, mais até, das que moravam no pinheirinho. Senso de justiça como demonstrada pela turminha não pode ser seletiva, criticando uma ação porque o executor da ação não comunga da mesma ideologia e aplaudindo, ou va lá fazendo um silêncio obsequioso quando a mesma coisa é praticada por gente da turma, digamos assim. A isso dá-se o nome de hipocrisia, que normalmente confunde-se com a palavra "política", se é que você leitor me entende.

Conclusão: O destino daquelas pessoas só interessa se pode ser usada como arma em campanha partidária. Sucessivos governos nas três esferas não se preocuparam em resolver a questão habitacional dessa gente e ao mesmo tempo resolver em definitivo a questão da invasão. Pouquissíma gente consegue analisar esse tipo de coisa sem se deixar levar pela militância partidária. Daqui alguns meses ninguem mais se lembrará desse pessoal, porque os interesses deles como massa de manobra terão perdido efeito.







terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Quando algo se torna sucesso, dificilmente as pessoas param para pensar qual a causa desse sucesso.

Vou pegar como exemplo o caso da série televisiva House. A série trata do dia-a-dia em um hospital que possui uma particularidade, um médico cuja função é diagnósticos. Sua equipe é uma espécie de swat médica agindo nos casos que nenhum outro médico consegue sucesso. Até aí, ínumeras séries de tv ambientadas em hospitais ou envolvendo médicos mostram as mesmas situações em termos de enredo. O diferencial de House está na personalidade do personagem principal que é tão grosseiro que chega ao ponto de tornar sua visáo de mundo (todos são idiotas, menos ele), charmosa.

É obviamente irresistivel se pegar pensando como seria bom ser como ele, sem papas na lingua, falando e fazendo o que dá na cabeça e fazendo da vida dos outros ao redor um verdadeiro passeio no inferno; e é claro com sucesso profissional e dinheiro no bolso suficientes para justificar a personalidade absolutamente detestável.

É por conta dessa atração pelo anti-herói que frases e idéias elocubradas pelo personagem viraram mensagens em botons, redes sociais, blogs e por ai vai; tornando suas digamos assim idéias mensagens a serem consideradas.

Eu gosto da série como centenas ou milhares de outros, mas não podemos desperceber que House é um personagem fíctício.

Sua digamos assim visão de mundo, uma vez praticada por alguem de carne e osso, o tornará o mais miserável dos homens, porque o resultado prático que ocorre com o personagem, solidão e tristeza é o que ocorre na vida real e nem sempre temos a disposição um Dr. Nelson disposto a ser saco de pancadas do amigo servindo de consciência do mesmo, vez após vez desconsiderado mas estando alí como uma espécie de muleta existêncial.

Tem gente que afirma porque gostamos do House mas não suportamos pessoas como ele na vida real e ao fazer a afirmação as pessoas respondem a questão. - Porque House é ficção e sendo ficção enxergamos aquilo que as vezes gostariámos de fazer mas que convenções sociais, ou códigos religiosos ou a própria formação impedem que façamos.

De resto, a formula é antiga. House é Sherlok Holmes e Hercule Poirot travestido de médico e não detetive particular. Dr. Nelson é Watson e Cap. Hastings travestido de amigo associado.

Os dois personagens fizeram a fama e a fortuna de Arthur Conan Doyle e Agatha Christie respectivamente, e ambos os personagens estão em House dimensionados, embora Sherlok Holmes esteja praticamente por inteiro com o uso da bengala e o vicio, que em Holmes era de cocaina e em House é em remédios para dor.

Divirta-se amigo leitor com as peripécias do Dr. House, mas evite transformar suas falas (tiradas de um roteiro, diga-se), em norte filósofico ou ideológico de sua vida. Você sem dúvida será uma pessoa pior, até porque a genialidade que Holmes, Poirot e House ostentam que de alguma forma suaviza seu caráter, dificilmente existem na vida real.

Você, meu amigo, do jeito que é, é muito mais interessante de se conviver do que com House, se de verdade fosse.






sábado, 28 de janeiro de 2012

171 en nome de Deus

Renascer em condenações

Penitência: TCU sentencia Sônia Hernandes a devolver dinheiro e pagar multa ao Erário (FOTO: Nelson Antoine/Futura Press)

A bispa Sônia Hernandes, líder da Igreja Renascer em Cristo, foi condenada a devolver R$ 785 mil aos cofres públicos. Em 2004, esse dinheiro foi repassado à Fundação Renascer, presidida pela bispa. Deveria ter sido aplicado na alfabetização de 8 mil pessoas. Não há provas de que tenha sido gasto para esse fim. Pior: os recursos foram sacados na boca do caixa e não podem ser rastreados. As irregularidades levaram o Tribunal de Contas da União a multar Sônia Hernandes em mais R$ 100 mil. Não chega a ser surpresa num currículo que inclui prisão nos Estados Unidos e acusações por lavagem de dinheiro, estelionato e falsidade ideológica no Brasil. Os advogados da pastora dizem que ela ainda não foi informada da sentença.
Felipe Patury

quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

O estigma do capitão covarde

O Capitão do Titanic optou por afundar com seu navio. Centenas de comandantes de vasos de guerra de todas as nações envolvidas na segunda guerra, preferiram ficar em seus navios à abandonar seus homens.

Não existe lei que obrigue um capitão a ficar e morrer no navio no caso de um acidente sério; mas a tradição naval diz que assim deve ser e assim se espera. Diferentemente de qualquer outro meio de transporte, os paises consideram os navios como parte do território nacional e por isso, as embarcações carregam as bandeiras nacionais dos donos dos mesmos. Um ataque a um navio estrangeiro equivale a uma declaração de guerra e capitães de navio são os únicos fora os clérigos e juizes autorizados a ordenar e fazer casamentos.

Por isso houve o assombro de assistir pelos jornais que o capitão do Costa Concordia fez valer aquela que talvez seja a mais simples e primitiva das emoções humanas, o instinto de sobrevivência.

Antes de qualquer coisa, que seja dito, o sujeito foi um tremendo covarde; mas lá no fundo e bem no fundo, ele talvez tenha feito o que a maioria em pânico talvez fizesse. E pra que ele não seja tomado por uma besta-fera, e bom que se diga que os dois abaixo da linha de comando fizeram o mesmo. Logo pode-se dizer que é uma façanha, uma proeza, porque não dizer quase uma intervenção divina daquelas de figurar no livro dos livros que quase a totalidade dos passageiros tenha se salvado.

Mas não estou aqui a defender esse capitão covarde. Porque se nós os mortais comuns temos o direito de entrar em pânico e sair correndo gritando ao menor dos perigos e não o fazemos; espera-se muito mais fibra daqueles que permitimos que fiquem em posição de autoridade sobre nós nas mais diversas situações.

Porque o outro capitão, por simplesmente ter gritado que o covardão voltasse ao navio, ordem essa incrementada com um sonoro palavrão para não deixar dúvidas de quem era o macho alí; torna-se um herói da república se estava simplesmente fazendo o que se esperava dele? - Porque o mundo inteiro e a Itália nesse particular está assistindo uma desconstrução da autoridade como nunca se viu. Convenha-se que se o primeiro-ministro abre mão do cargo, porque envolvido está em processos que demonstram, se comprovados, um sujeito amoral e sem caráter,  que fornicou até com tomadas elétricas; deixando seu país adernando em uma das piores crises de sua história; porque um capitão de um navio de passageiro, não pode, com o perdão do trocadilho, saltar do barco na primeira oportunidade?

O atual sistema em que vivemos, a muito tempo colidiu com o iceberg da realidade e estamos assistindo o navio afundando em todos os seus sentidos; e o mais triste é que não haverá capitães a frente do resgate porque estão todos a disputar um lugar nos botes.

Tristes Tempos!