terça-feira, 3 de abril de 2012

Quando a pessoa troca a individualidade pela caricatura...

O SBT em seus programas de fim de semana, na procura pela audiência e pela popularidade tenta se alavancar em assuntos que por si mesmos se tornaram ou são populares. Todas as emissoras fazem isso; mas o SBT parece que se tornou mestre nesse tipo de coisa mais digamos assim popularesco.

A mais recente que tive o desprazer de assisitir quando pulava de canal em canal repetia algo que também para meu azar me deparei na semana anterior e que me levou a sentir aquela sensação de vergonha alheia, sabe como é né, quando a pessoa é incapaz de sentir vergonha, por ser sem-vergonha e você acaba sentido a mesma no lugar dela por uma questão de decoro.

Embora a formula seja velha, ela se repete com certa constância sempre que algo atinge uma certa unânimidade midiática.

Refiro-me a exposição de uns coitados cujo maior mérito seria vestir-se e agir de tal forma que pareçam com o Neymar, o atual "mais famoso" jogador do Santos.

Nada contra o Neymar. Seria rídiculo esperar que ele com a idade que tem, vista-se como se um velho fosse. E somando a idade com o dinheiro na conta conta bancária, tem  mais é que se divertir. Se isso é resultado de ser um excepcional jogador de futebol trazendo alegrias para o meu time de coração, melhor ainda não é mesmo?

Ocorre que procurando capitalizar a popularidade do jogador e transforma-la em pontos no ibope, a emissora faz o quê? Chapa a tela com "sósias" do jogador.

Pode ser uma estratégica pobre e rídicula, mas faz parte do jogo das emissoras. O que me assombra é que existam jovens dispostos a abrir mão de sua individualidade para serem vistos como uma caricatura do jogador. E se o programa não explora as possiveis habilidades com a bola dessa turma de "clones", o que resta? Imitar o cabelo, a forma de se vestir e de como chamarei...dançar, duas músicas específicas que se tornaram meio que icônes porque o jovem ídolo fez publicidade delas.

É natural que as pessoas se mirem em determinados comportamentos e acabem associando suas formas de agir, de pensar, suas visões de mundo, em parte a partir de tais estereótipos. Lembro-me que na década de 80 as meninas imitavam a forma de se vestir da Madona, mas não consigo me recordar de programa de televisão buscando sósias da mesma. Houve época que um grupo e vou cita-la aqui apesas da ânsia que estou sentido só de lembrar, chamado de Menudo...arghhh... fez sucesso mas a televisão não foi atrás de adolescentes meio idiotas imitando o grupo. A mesma emissora que cito neste post criou dois ou tres grupos de jovens cantores que seguiram o modelo do grupo porto riquenho e fizeram sucesso. E se é verdade que pode-se dizer que aquele grupo abriu as portas para um Rick Martin, igualmente é verdade que um grupo brasileiro abriu as portas para um Rodrigo Faro que a crítica define como um ótimo apresentador de programas de televisão.

É bem verdade que ícones como Michael Jackson trouxeram na sua esteira os seus clones que dançavam como ele, alguns cantavam como ele e coitados, tentavam ser como eles sem ter a mesma grana no bolso e a fama; mas que se note, dançavam e cantavam e não apenas se vesntiam de forma parecida usando óculos escuros enormes como o ídolo sendo portanto apenas caricaturas, não do jogador, muito menos da pessoa, mas copiando a imagem ele ostenta publicamente para fins de marketing.

Trocar a própria individualidade para ser uma caricatura...sobra o quê depois que o programa acaba, a porta se fecha e o ídolo larga a imagem descolada por outra?

Tristes Tempos....

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