sexta-feira, 28 de novembro de 2008

A petrobrás diante da crise II

Dizer o quê?

É óbvio, comum, natural e esperado que um empresa que está acostumada a captar recursos no exterior com juros muito pequenos seja obrigado a buscar recursos nos bancos nacionais de seu principal acionista, no caso o estado brasileiro para cobrir suas necessidades.

Ora, se a Vale, privatizada pode obter recursos do BNDES bem como a Oi e a Brasil Telemar para se fundirem também podem, qual o problema do Petrobrás captar dinheiro na CEF (e foi na CEF, porque o BB não poderia ceder tal volume de dinheiro, já que em outubro já havia feito um empréstimo), sendo que o processo de financiamento foi com taxas normais sem subsídio?

Pois é! Nada demais. Tinha mais que ir atrás do dinheiro, porque a opção, ficar com o caixa a descoberto e não cumprir as obrigações seria pior ainda.

O que chama a atenção nesse caso é:

a) a capacidade da empresa de não antever o preço de seu principal produto adequando seus custos a uma flutuação do preço. Se você considerar que o preço do barril foi de mais de 150 doláres para 50 dolares, isso é ótimo para quem compra oléo mas péssimo para quem o produz não é mesmo? E a Petrobrás produz o quê? Pois é!

É de se perguntar o que uma empresa do tamanho da Petrobrás faz em termos de gestão, para de uma hora para outra perder seu fluxo de caixa. É nessas horas que se percebe que até mesmo uma empresa gigantesca como a Petrobrás, mesmo com ações negociadas em bolsa e milhares de acionistas padece de problemas similares a qualquer estatal. E denota-se isso quando se lê no post abaixo quais as medidas que a Petrobrás resolveu tomar para adequar seu caixa:
- Paralisação da contratação de consultorias (e isso nos remete aquelas consultorias que deram um land-rover para um certo petista e esse depois que caiu em desgraça montou uma empresa para prestar serviços para quem? Adivinhou hein!!);
- Corte nos patrocinios (É realmente impressionante que com tanta verba para patrocinios culturais e esportivos, a empresa tenha que correr para pegar empréstimos para pagar impostos. Fica a dúvida se questionados, os acionistas permitiriam esse verdadeiro sorvedouro de dinheiro);
- Fazer uso de teleconferência ao invés de viagens (outra coisa impressionante. Uma empresa reconhecidamente tecnológica deveria ter como meio comum de comunicação, até por conta de seu tamanho tais tecnologias e no entanto só agora resolve-se preferi-la a preteri-la como se fazia?);
- Diminuir custo com presentes. Sinceramente, cortem a zero. Estamos em crise, não estamos? Ninguem precisa ficar distribuindo presentes de final de ano tendo a corda no pescoço. Todos entendem e os acionistas agradeçem. Estejam certos!!

b) Outra coisa a chamar a atenção é a motivação dada para correr em outubro ao BB e agora à CEF. Pagar impostos.

Claro, sou um completo idiota, por isso me corrijam se estiver errado:

1. O estado, representado pelo governo de plantão recolhe impostos da Petrobrás, cujo dono em grande parte é o próprio estado;
2. O estado, representado pelo governo de plantão empresta para a Petrobrás, atráves dos bancos BB e CEF , bancos que possuem como dono esse mesmo estado;
3. O estado, representado pelo governo de plantão recebe o dinheiro dos impostos da Petrobrás que foi pago com o dinheiro que o governo de plantão emprestou via BB e CEF;
4. O estado, representado pelo governo de plantão receberá o IOF dessa operação;
5. A Petrobras paga os impostos para o estado e irá pagar para o estado, já que o mesmo é o dono dos bancos, os empréstimos e os juros;

Se a empresa estatal se vê sem fluxo de caixa, mas com certeza é credora do estado em outras operações, por exemplo a Eletrobrás que é uam estatal compra oléo diesel fornecido pela Petrobrás. Não seria o caso e o momento de optar por encontro de contas, o famoso escambo, já que é a mesma casa?

Porque operações tão vultosas com juros tão altos para pagar...impostos? Sinceramente, qual o juros cobrado por um atraso de pagamento de impostos? Serão mais altos que os juros praticados pelo BB e pela CEF? Não estou dizendo que a Petrobrás deve dar calote mas convenhamos.

E olha que a Petrobrás afirma que não irá mexer um milimetro sequer dos investimentos programados incluso o oléo pré-sal.

Como é possivel que uma empresa séria como a Petrobrásque não consegue cobrir seu fluxo de caixa do mês não reavalia seus investimentos no futuro?

Empréstimos para pagar impostos?

A Petrobrás diante da crise

Segue um post do blog do Noblat, volto mais tarde em outro post sobre o assunto


Banco do Brasil também socorreu Petrobras

Além da Caixa Econômica Federal, a Petrobras também precisou tomar dinheiro emprestado no Banco do Brasil no fim de outubro. Num momento de crise no crédito e falta de dólares para exportação, a maior empresa brasileira fez uma operação de R$ 750,99 milhões com o banco estatal, além dos R$ 2,022 bilhões tomados junto à Caixa Econômica Federal.

Procurado, o BB não se manifestou sobre a operação.

Com isso, a empresa ficou com 21% de todos os recursos em moeda estrangeira que o BB, principal financiador do comércio exterior, ofereceu aos exportadores em outubro. No mês, para ter uma idéia da dificuldade de obter dólares, houve queda de quase 30% nas operações de financiamento externos em relação a setembro.

A Petrobras fez um ACC (Adiantamento sobre Contrato de Câmbio) com o BB. Esse tipo de financiamento tem como contrapartida uma exportação.

No caso da empresa, o vencimento será em abril de 2009 e custo de 6,3% ao ano. No último leilão de dólares feito pelo BC (Banco Central), a taxa que os bancos cobraram para repassar moeda estrangeira aos exportadores ficou próxima de 4,5% ao ano. Já o empréstimo da Caixa à Petrobras no mês passado corresponde a 44% dos R$ 4,5 bilhões em créditos para empresas concedidos pelo banco estatal em outubro.

A Caixa disse, por meio de sua assessoria, que possui "várias operações desse porte em sua carteira de capital de giro para grandes empresas", mas que, por razões de sigilo, não poderia comentar os contratos.

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Além de recorrer a bancos privados para tentar cobrir seus problemas de caixa, a Petrobras já começou também a fazer pequenos cortes para compensar o brutal encolhimento na receita após o agravamento da crise, em setembro. Só investimentos estão sendo mantidos.

Entre as "gorduras" que estão sendo queimadas, a estatal decidiu, por exemplo, suspender a contratação de consultorias até fevereiro. A despesa da Petrobras com consultoria é calculada em cerca de R$ 1 bilhão por ano.

Outra decisão que deve gerar controvérsia diz respeito aos patrocínios. A Petrobras também decidiu cortar 20% de todos os patrocínios para 2009 nas diversas áreas em que atua, inclusive na cultura e nos esportes. A estatal é a empresa que dispõe da maior verba de patrocínio do país.

Além dessas medidas, a Petrobras também decidiu cortar as tradicionais festas de fim de ano e os brindes da diretoria no período natalino. As viagens foram reduzidas, principalmente para o exterior, e passou-se a estimular o uso de videoconferências. Assinante do jornal leia mais em:

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O empréstimo emergencial de R$ 2 bilhões da CEF (Caixa Econômica Federal) à Petrobras mostra que a crise financeira pegou a empresa desprevenida, atingiu o seu caixa e revelou a real -e pesada- estrutura de custos da companhia e seus problemas de gestão num cenário de queda do preço do petróleo e falta de crédito, dizem especialistas do setor.

"Esse empréstimo preocupa não pelo valor, mas por ser destinado a capital de giro. Agora que o petróleo foi para US$ 50, começa aparecer o real custo dela [Petrobras]. Ficam claras a má gestão e a ineficiência. A atual direção só pegou a fase de bonança da indústria do petróleo, que ficou sempre acima dos US$ 100, na média. Essa fase já passou", diz Adriano Pires, especialista do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura).

A crise bateu com força à porta da maior empresa brasileira, e a revelação dos problemas de caixa da Petrobras surge porque o empréstimo é destinado exclusivamente a capital de giro, dizem especialistas do setor.

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O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) afirmou ontem no plenário do Senado ter informações de que fornecedores da Petrobras "não estão sendo pagos". Ele também insistiu em um pedido de esclarecimentos à empresa.

O tucano fez aparte ao discurso do senador Eduardo Suplicy (PT-SP), que justificava a operação de empréstimo da Caixa à Petrobras.

"Dois fornecedores que estão com seus pagamentos atrasados confirmam que existem atrasos de pagamento, em geral, aos fornecedores da Petrobras. Garanto-lhe", disse Tasso a Suplicy. "Isso me foi dito por pessoas sérias, algumas das quais pode ser que Vossa Excelência conheça também."

Suplicy concordou que o presidente da Petrobras tem de prestar esclarecimentos. No entanto, negou que haja corte a fornecedores.

"O presidente José Sergio Gabrielli me assegurou que a Petrobras não está atrasando pagamentos de fornecedores. Se há um ou outro caso, então vou esclarecer, e inclusive esse nosso diálogo será objeto, obviamente, do conhecimento" do Gabrielli.

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O empréstimo da Caixa Econômica Federal para a Petrobras foi fechado dentro de taxas e prazos vigentes no mercado, mas a operação chama a atenção pelo fato de o banco estatal não costumar atender empresas do porte da Petrobras nem fazer empréstimos a um único cliente no valor de R$ 2 bilhões.

Focada em pequenas e microempresas, a vice-presidência de atendimento a pessoa jurídica da Caixa não tem estruturado um setor independente para atender grandes corporações (Corporate), carro-chefe do Citibank e UBS Pactual.

Na Caixa, o atendimento a grandes empresas fica a cargo da mesma superintendência que atende médias empresas.

Entre os bancos públicos, o que mais atenção dá a esse segmento é o Banco do Brasil. À época, os recursos do BB já estavam comprometidos com a compra de carteiras de crédito e financiamento da agricultura.

Para o consultor Roberto Troster, da Integral Trust, a operação ocorreu "dentro dos parâmetros" de mercado. "Só chama a atenção que esta fora da área de atuação da Caixa."

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A ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, afirmou ontem serem "ridículas" as declarações de senadores do PSDB que levantaram dúvidas sobre a saúde financeira da Petrobras. A própria ministra, no entanto, reconheceu que o empréstimo de R$ 2 bilhões- concedido pela Caixa Econômica Federal à estatal do petróleo- se deve a "um problema imediato de caixa".

As declarações foram concedidas após uma visita à quinta edição da Feira Nacional da Agricultura Familiar, que se realiza neste ano no Rio de Janeiro. Ao responder às perguntas sobre a Petrobras, a ministra perdeu o bom humor que ostentava durante a visita.

"Essa é uma acusação ridícula sobre a Petrobras. A Petrobras é a maior empresa, não só de petróleo, mas a maior empresa nacional. Ela não está descapitalizada. Ela tinha um problema imediato de caixa para pagar impostos. Só isso", afirmou Dilma.

Educação sexual e religiosa nas escolas

Esse assunto vez ou outra vem a tona. A mais recente foi no blog do Reinaldo Azevedo sobre o programa de educação sexual.

Basicamente esse programa ensina, através dos professores, as medidas de prevenção de doenças sexualmente transmissiveis e gravidez. Essas aulas incluem o manuseio de camisinhas e os jovens são ensinados a coloca-las em uma prótese, em outras palavras em um pênis de borracha. Essas aulas são ministradas a jovens de 12 e 13 anos.

O que eu acho? Absurdo!

A grade curricular pode muito bem, nas aulas de biologia, por exemplo, ministrar aulas que falem sobre meios de evitar gravidez indesejada e dst´s. O uso de fotos, desenhos e gráficos é suficiente para fazer os alunos entenderem o assunto sem precisar manusear pênis de borracha aos 13 anos de idade. A lógica do argumento seria que esses mesmos alunos ao aprender sobre a doença da raiva deveriam manipular morcegos? Ou para aprender sobre métodos de saneamento básico mexer com o esgoto da escola?

Aos 13 anos, um jovem não pode assistir filmes que simulem um ato sexual, sequer um beijo mais ardente, um amasso daqueles de chamar a atenção dos transeuntes. Porque ele pode observar e manipular um pênis de borracha?

É curioso observar que os, como direi, especialistas que planejaram essas aulas e o material de apoio, não tencionaram explicar aos jovens todas as formas de prevenção de dst´s e gravidez precoce. Mostram as opções que devem ser usadas no e após o ato sexual, mas passam por alto as que podem ser usadas antes do ato sexual em sí, no caso a abstinência.

As pesquisas indicam que os jovens tem sua iniciação sexual na sua maoria aos 16 ou 17 anos. Até essa idade, se os jovens querem transar isso fica contido apenas no desejo, dessa maioria, já que não vão ao cabo da experiência.

A idéia de ensinar aos jovens, ou pelo menos informa-lo de que eles podem dizer "não" ao sexo soa absurda para alguns, na verdade para a maioria, porque a idéia de abstinência é associada a religião e se é religião, automáticamente a idéia e associada às lendas, ao retrógado, ao atraso.

A mim pouco importa se o jovem diga não por motivo religioso, filosófico, de saúde, influência parental. O que importa é que o jovem se sinta seguro de suas opções sem que com isso seja visto como um estranho. Um dos resultados práticos de tais aulas ministradas a jovens tão novos é justamente fazer dos optam pela abstinência serem vistos como "estranhos"; já que discernimento e maturidade em jovens dessa idade só ocorrem com desenvoltura nos jovens de enredos de fimes, novelas e séries.

Minha filha de cinco anos teve aulas de trânsito na escola que lhe ministra conhecimentos. Ela aprendeu a conhecer as cores do semaforo, a atravessar depois de olhar para os lados e na faixa apropiada. Deixada nas mãos dos mesmos, como é mesmo, especialistas do sexo, provavelmente ela seria colocadsa para dirigir um simulador de um carro. Não preciso perguntar qual método foi mais correto para a idade dela não é mesmo?

A idéia estapáfurdia dos cérebros do governo que geraram esse programa, parte do pressuposto que os jovens farão sexo mesmo, logo precisam aprender a se proteger e por isso não se toca no assunto da abstinência. A idéia é tão rídicula que para ter lógica precisaria ser aplicada em outras situações sem resultar em situações absurdas. Vamos tentar?

As pesquisas indicam que muitos jovens usam drogas. Sendo assim, devemos ensinar os jovens desde os 13 anos a fumar sem tragar, manusear corretamente esctasy e como fazer uma carreirade cocaina sem levar a uma overdose. Alguem aprova? Não adianta falar que drogas são contra a lei, porque a lei também proibe expor jovens ao sexo aos 13 anos. Tá certo?

As pesquisas indicam que muitos jovens enveredam pelo crime ainda menores. Sendo assim, devemos ensinar os jovens desde os 13 anos a atirar nas pernas evitando mortes de vítimas.

A ultima prova de admissão na profissão pela OAB demonstrou que a expressiva maioria dos baicharéis não passou nas provas da ordem. Claramente, foram ineficientes os anos de estudo pelos quais passaram. Foi detectada dificuldade de compreensão de texto, segundo informações da mídia. Tradução: Tinham domínio ruim da linha mãe. Ocorre que isso não se aprende na faculdade mas no ensino fundamental e médio.

Aonde quero chegar? Uma escola que é incompetente para atingir seu objetivo básico que é alfabetizar jovens, quer ensina-los a fazer sexo seguro. Se não consegue uma coisa porque conseguiria a outra? Talvez seja por isso que segundo RA, o número de infectados por DST´s tenha aumentado na população jovem.

Resultado: os jovens sairam e saem da escola despreparados para a faculdade ou cursos técnicos e doentes já que as aulas os incentivam a fazer algo que poderiam escolher não fazer, pensando no futuro. Para o primeiro problema já se deu solução, a criação de cotas de forma que o pessoal da rede pública e que tenha ascendência negra ou índia terão acesso a faculdade. Quanto ao segundo problema, bem, tem o SUS aí pra dar um jeito.

Ia me esquecendo das aulas religiosas. O estado é laico e a Constituição diz que as pessoas são livres para escolher sua religião e sua forma de adoração de um ser superior.

Então as escolas não podem privilegiar uma denominação religiosa específica e é impossivel abrir espaço para todas. Qual a solução? Usa-se a grade para falar de história da religião ou filosofia. Em alguns casos a filosofia em sí é ministrada. Ou seja, no limite, o tempo é usado para aulas de história ou para fomentar o livre-pensamento em jovens que sequer possuem alfabetização para compreender textos mais profundos nem dicernimento para separar as bobagens ideológicas e militantes que infestam a área de humanas do, como direi sem ofender, pensamento brasileiro.

Quem dera o tempo fosse melhor aproveitado em aulas de português e matemática. O mundo talvez fosse melhor.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

A fusão BrtOi

Nem vou ficar aqui falando da fusão. Pesquisem no blog e verão que minha opinião sobre o assunto foi exaustivamente repetida neste espaço. A fusão é ou pelo menos era ilegal e só se tornaria legal com mudanças na lei. A fusão é imoral, pouco importando para isso se a lei foi alterada para legalizar a operação. Porque? Porque as razões ditas "empresariais" não se sustentam e porque serve apenas e tão somente para premiar o financiador de campanhas de ontem (Daniel Dantas), com os financiadores de campanhas de hoje (os donos da Telemar/Oi).

A reportagem da VEJA no penultimo post erra ao analisar que a fusão faz todo o sentido, etc e tal.
A área de comunicação no Brasil era até o presente momento fortemente regulada. No primeiro governo FHC saimos de uma situação de estatismo puro para uma situação de concessionárias de serviço público privadas. Trocou-se um monopólio estatal por um privado? Sim no conceito mas não na essência. Por que? Porque foram criadas por leilão as concessões das empresas espelhos que fariam a concorrência e as concessionárias se pretendiam entrar nos rentáveis mercados de celulares e banda larga (que estavam em seu inicio, diga-se), deveriam cumprir as metas de universalização da telefonia.

As novas tecnologias mudaram a forma de ser dos mercados e hoje pode-se viver confortavelmente sem uma única linha fixa de telefone. Quem viveu as épocas que a posse de uma linha telefônica deveria ser declarada como bem na declaração de imposto de renda e constava de lista de bens a serem herdados, sabe muito bem o enorme avanço que a privatização proporcionou. "Mas o atendimento não presta, é ruim, fica-se horas no maldito 0800 e nada ss resolve"; dirão os críticos. Pergunto: Como era o atendimento na época da telefonia estatal? Era bom proporcionalmente ao número de usuários e donos de linhas? Não! era tão ruim quanto, a diferença que o atendimento era feito por um despótico funcionário ao invés de uma voz ao telefone e a relação era de ESTATAL com consumidor, obrigado a obedecer.

Claro, os "jovens" de hoje talvez questionem as coisas e a comparação com o passado talvez surte um efeito bucólico, como dos velhinhos relembrando os tempos de menino. Mas algum dos "jovens", se pudesse viveria naquele tempo, com as limitações da época e dos costumes achando realmente estar no melhor dos mundos? Convenhamos.

Adiante...

O fato da legislação falar em concessões implica em dizer que nenhuma empresa pode chegar aqui e começar a trabalhar sem a devida área de concessão e todo o território nacional já é dividido em concessões. Então não há que se falar em "competições com gigantes". E fora? A área de telecomunicação em qualquer lugar do mundo é uma atividade que exige alto investimento. A crise financeira mundial cortou os meios de crédito de todo mundo. É natural portanto que o apetite por novos mercados seja contido um pouco. Além do quê, salvo o continente africano, qual mercado realmente rentável.

O mercado realmente competitivo dentro da telefonia são os de "provedores de contéudo" para celulares e afins bem como "aparelhos de celulares" cada vez mais compactos, multi-uso, etc.

Nesse aspecto o Brasil fica a mercê de gigantes realmente, na qual a escala e a quantidade de opções são os meios de firmar posições em mercado. Quer um exemplo besta? Aparelhos motorola, nokia, siemens, lg, podem ser vistos nas mãos de usuários em qualquer país dotado de telefonia celular. Então, se é que podemos falar assim, o Brasil carece não de empresas gigantes que ofereçam pulsos ou minutos de telefonia mas tecnologia em programas e aparelhos. A reportagem da VEJA embora não tenha sido essa a intenção, comprova essa fato ao mostrar uma exposição com mulheres de modelos de paparelhos celulares em oferta.

Se a fusão cria uma forte empresa diminuindo concorrência ao invés de amplia-la, qual a razão de tantos lutarem tanto para obtê-la? Vale de novo uma análise ou opinoão que já teci anteriormente repetida no inicio deste post; ou seja, a retribuição aos financiadores de campanhas de ontem e de hoje. Só isso!

Quanto ao post anterior.

Sempre fui um crítico do dossiê VEJA de Nassif. Não porque desgoste dele, já que não o conheço pessoalmente, mas porque ao lê-lo, senti falta de um negócio chamado "provas".

Colocar trechos de uma reportagem ou artigo, críticas favoráveis ou não e a partir da data de publicação fazer conjecturas como se fatos fossem, das "intenções" do que foi publicado, numa coletânea de Ctrl V e C somados a interpretação de intenções segundo sua premissa pessoal das pessoas envolvidas não se pode chamar de provas.

É curioso que a todo o momento, Nassif declarava que VEJA estava a soldo de Dantas. Mas note-se que, como demonstrado no post abaixo; o proprio blogueiro afirma que a VEJA eracontra a fusão mas AGORA que Dantas assinou o acordo ela é favorável, e usa como exemplo o artigo.

Se VEJA estava a soldo de Dantas, porque faria campanha CONTRA a fusão? Agora depois que o presidente Lula assina a lei que mudou a área de telefonia para legitimar o negócio, publicar um artigo achando que a fusão do ponto negocial é razoável, significa ser a favor de Dantas? Só rindo mesmo!

Mainardi, Reinaldo Azevedo, Gravataí Merengue, praficar nos três mais criticados por Nassif, sempre foram CONTRA a fusão. Os motivos? Os mesmos que me faziam ser contra também.

Não acreditem em mim, pesquisem nos blogs deles para ver. Não é a primeira vez que a revista em um artigo adota uma posição contrária a de Mainardi e Reinaldo Azevedo (vejam por exemplo as posições sobre Barack Obama, por exemplo), e nem por isso, os blogueiros mudaram de opinião.

E Nassif? Durante todos os meses que esse assunto foi debatido ele no máximo declarou em um post ver sinergias na fusão, como por exemplo melhor ou maior poder de negociação com fornecedores. Sobre o assunto em sí, as relações com Dantas, governo, financiamento do BNDES nem uma palavra. Agora que a lei autorizando a fusão saiu, ele fez posts para "discutir" o assunto, falando em criticos e favoráveis mas sequer uma linha dele próprio a favor ou contra; mas se insurge contra a comentarista que diz que ele se omitiu.

Nassif e a reportagem da VEJA sobre a fusão BrtOi

Numa resposta a um comentário sobre um post citando Reinaldo Azevedo, a "cara da VEJA" na visão de Nassif em seu dossiê:

"...Critica onde? Desde que Dantas firmou acordo, ela passou a apoiar. "Sob a linha-d'água da supertele. Olha o título:
"Lula assinou decreto que permite a criação da Oi-BrT.
A fusão faz todo o sentido na luta de gigantes da telefonia,
mas a guerra interna entre petistas contra e a favor
mudou a face do partido e do governo"
E onde eu me omito? Sempre que ler algo desse rapaz, confira. Ele é compulsivo.

A matéria da VEJA sobre a fusão BrtOi

Fiquem com a máteria de VEJA sobre a fusão BrtOi; volto depois.


Sábado, Novembro 22, 2008

Sob a linha-d'água da supertele

VEJA

Lula assinou decreto que permite a criação da Oi-BrT.
A fusão faz todo o sentido na luta de gigantes da telefonia,
mas a guerra interna entre petistas contra e a favor
mudou a face do partido e do governo


Ronaldo França e Ronaldo Soares

VEJA TAMBÉM
Nesta reportagem
Quadro: A criação da Oi-BrT

Com uma assinatura, o presidente Lula validou, na última quinta-feira, uma das mais complexas, intrincadas e corrosivas operações do mundo dos negócios no Brasil. A transação, que não sairia sem o aval de Brasília, dividiu o governo em facções, despertou os instintos mais primitivos do lobby privado e mudou a face do Partido dos Trabalhadores. A assinatura do presidente era esperada e adiada desde 2005 em virtude dos desdobramentos políticos e policiais do negócio. Ela altera as regras que vigoravam desde 1998, ano da privatização do sistema Telebrás, e proibiam que uma operadora de telefonia fixa oferecesse serviços em mais de uma região do país. A mudança viabilizou a compra da Brasil Telecom, a terceira maior empresa de telefonia fixa do país, pela Oi, a vice-líder do setor em vendas. Juntas, as duas vão faturar por ano 29 bilhões de reais, formando a terceira maior geradora de caixa do setor privado nacional – atrás apenas da Vale e da Gerdau. Será criada também a 30ª maior operadora de telefonia do mundo. A mudança, feita pelo presidente por decreto, não precisa passar pelo crivo do Congresso. Apenas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) vão ainda analisar o negócio, sem perspectivas de reversão, porém.

Do ponto de vista empresarial, a criação da Oi-BrT faz todo o sentido. Telefonia é, no mundo todo, um embate entre gigantes. Sozinhas, Oi e BrT sumiriam. Juntas, ganham tamanho para enfrentar os concorrentes internacionais. A evolução tecnológica também dissolveu o bem-sucedido modelo de privatização das telecomunicações implementado em 1998 pelo então ministro Sergio Motta. Deixou de existir uma divisão tão clara entre setores como os de longa distância, móvel ou fixo. As novas tecnologias digitais mudam completamente o jogo. A criação da Oi-BrT, portanto, abre uma porta para que o Brasil entre na competição global dos serviços de infra-estrutura de telecomunicações, o que inclui transmissão de sinais de vídeo, de redes de dados e de entretenimento. Isso exige musculatura suficiente para competir por novos mercados, principalmente na América Latina, que hoje se divide quase exclusivamente entre o bilionário mexicano Carlos Slim, que controla a Claro e a Embratel, e a espanhola Telefónica, dona da operadora de mesmo nome. "A divisão dos serviços na América Latina é quase um novo Tratado de Tordesilhas. Só que entre espanhóis e mexicanos", afirma Luiz Eduardo Falco, presidente da Oi, que presidirá a nova empresa. "Vamos acabar com esse sonho de duopólio."

Fotos Eugenio Savio/Folha Imagem e Julia Moraes/Folha Imagem

A NOVA VOZ DA TELEFONIA
Sérgio Andrade e Carlos Jereissati: eles vão comandar uma gigante com faturamento de quase 30 bilhões de reais por ano

Para uma transação de lógica negocial tão óbvia, a chegada ao mundo da Oi-BrT foi muito dolorosa. Essa via-crúcis tem vários ramais. O primeiro e mais conspícuo é o político. Em qualquer país, a telefonia é o setor mais dependente do governo, que estabelece padrões, tipos de equipamento, regiões de operação e, ao fim e ao cabo, decide quem são os perdedores e os vencedores no setor. No caso da Oi-BrT, esse poder deu-se de forma ainda mais forte. Em primeiro lugar, porque ambas as empresas têm como detentores de parte de seu capital os poderosos fundos de pensão dos funcionários de empresas estatais. Em segundo, porque o governo do PT, mais do que o anterior, acredita na planificação e na centralização da economia. Quando o destino do negócio era ainda muito nebuloso, tanto a Oi quanto a BrT trataram de acionar seu lobby em Brasília. Nessa fase valeu tudo. Até o filho do presidente da República, Fábio Luís, o Lulinha, foi alvo dos lobistas. Oi e BrT travaram um duelo para ver quem conseguiria recrutá-lo para sua causa. A Telemar (atual Oi) passou na frente da BrT e investiu 5,2 milhões de reais na Gamecorp, uma produtora de TV e de jogos para celular que tem entre seus sócios o filho do presidente. Na semana passada, esse investimento era o cavalo de batalha de parte da oposição em Brasília em sua condenação à assinatura do decreto. "Essa mudança deveria ter sido encaminhada ao Congresso, por uma questão de probidade", protestou na última sexta-feira o deputado federal Rodrigo Maia, presidente do partido Democratas (DEM). Os controladores da Oi são os empresários Carlos Jereissati e Sérgio Andrade. Jereissati é dono de um dos maiores grupos de shopping centers do país e conhece como ninguém as engrenagens dos fundos de pensão de estatais brasileiras. Andrade é amigo de Lula desde os tempos em que o atual presidente parecia ser apenas um eterno candidato ao maior posto da hierarquia política do país. O Grupo Andrade Gutierrez, que ele comanda, foi o maior doador da campanha de reeleição de Lula, em 2006, com 6,4 milhões de reais. Sérgio Andrade é hoje o empresário mais próximo do presidente.

Feng Li/Getty Images

QUANTO MAIS, MELHOR
Modelos chinesas anunciam um novo aparelho de celular: quem manda é a escala

Como parece ser sua sina estar presente em todo negócio confuso do país, neste também aparece como personagem o financista Daniel Dantas. O decreto assinado por Lula significa para Dantas um cheque a seu favor que, dependendo da quantidade e do valor das ações que detém, chegará a alguma coisa entre 1 bilhão e 2 bilhões de reais. Mas esse é o mesmo Daniel Dantas, o inimigo número 1 do governo petista? Não é ele o alvo da mais cara e mais alardeada operação da Polícia Federal, a Satiagraha? Sim, caro leitor, é o mesmo Daniel Dantas. Como ele saiu dessa ainda mais rico do que era é um desses paradoxos do capitalismo estatal, com suas sombras inescrutáveis. Para lembrar: Dantas era o controlador da Brasil Telecom até 2005. Foi praticamente expulso pelos fundos de pensão de estatais – manobrados politicamente pelo ex-ministro Luiz Gushiken, partidário de uma empresa de telefonia 100% estatal. Ao sair, Dantas decidiu manter uma posição em ações na BrT e comprar quanto pôde de ações da Oi no mercado. Manteve acesos também os processos judiciais que movia contra os fundos de pensão. Como é do seu feitio, municiou-se de dados sensíveis e das alianças que construiu no coração do petismo. Dividido entre os inimigos de Dantas e os partidários de Dantas, o PT deixou-se arrastar para o terreno comercial, perdendo quase todo – se não todo – o seu decantado purismo ideológico. Quando as negociações para a fusão entre a Oi e a BrT prosperaram, no ano passado, Dantas foi chamado a negociar e fechou um acordo por meio do qual receberia seus bilhões, a que tem direito agora, depois que Lula apôs sua assinatura ao decreto.

Pablo Valadares/AE

AINDA MAIS RICO
Protógenes Queiroz, delegado do caso Dantas: o alvo da investigação vai ganhar até 2 bilhões de reais com o decreto assinado por Lula

Um lado e outro do rubicão comercial do petismo vão ver a Oi-BrT a seu modo. Para um, foi uma rendição à iniciativa privada e uma vergonhosa maneira de enriquecer ainda mais Daniel Dantas. Para o outro lado, foi um passo do governo coerente com sua visão de mundo. É o mais provável. Lula sempre foi entusiasta da proteção e formação de grandes empresas nacionais. A criação da Oi-BrT se encaixa perfeitamente nesse contexto. É claro que o entusiasmo do presidente e do PT vai muito além de criar condições para a existência de poderosos grupos nacionais no campo comercial, industrial e de serviços. Se pudessem, eles iriam mesmo para a materialização do sonho que não escondem: a criação de empresas estatais hegemônicas em seus campos de atuação. Ao anunciar na semana passada a compra da Nossa Caixa, o banco estatal paulista, pelo Banco do Brasil, Lula disse que o objetivo do BB é voltar a ser o maior banco nacional – posto perdido pela recente fusão do Itaú com o Unibanco. "Não é um problema de partido, não é um problema ideológico. O Brasil ganha com o negócio porque haverá um banco público mais sólido e competitivo, com muito mais agilidade e muito mais dinheiro", disse Lula.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Na encruzilhada...

Sobre o post anterior:

Nos Estados Unidos e aqui no Brasil são comuns as lendas sobre as encruzilhadas. O ponto de encontro de duas estradas, formando uma cruz, é o local para contatar o mal encarnado, o demônio. E com ele fazer tratos que sempre irão resultar no malefício final do contratante.

Teço alguns comentários. Não quero entrar muito no mérito da opção religiosa da mulher; como diz o ditado "ado, ado, ado, cada um no seu quadrado". Mas posso afirmar que dificilmente empregaria em minha empresa alguem que afirme ser adorador do demônio.

Sou preconceituoso? Não é essa a questão. Hoje as empresas para definir se contratam alguem buscam informações sobre essa pessoa na internet e seu perfil na orkut se houver, é verificado também. Um sujeito que participa de comunidades do tipo "odeio meu chefe", "detesto acordar cedo", as chamadas comunidades do ódio; dificilmente irá conseguir uma vaga de emprego.

Uma empresa cujo dono seja evangélico ou cuja maioria de ações ou quotas seja de uma entidade religiosa provavelmente recusariam alguem com o perfil como o da mulher em questão.

Uma empresa cuja atividade seja vender produtos relacionados ao partido dos trabalhadores, dificilmente irá colocar como gerente um militante do DEM ou do PSDB.

Da mesma forma que uma empresa cujos produtos sejam voltados para a parcela da população adepta do GLTS jamais teria como principal executivo um homem que desse como perfil na orkut como sendo macho, heterossexual, chauvinista e que só encosta em gay se for pra dar porrada.

Isso é preconceito? Em um sentido muito amplo até poderia ser. Ocorre que entendo que as pessoas devem arcar com os benefícios e os males de suas escolhas. E todas elas sempre implicam nos dois efeitos.

A escolha do tipo de música, do tipo de roupa, da opção política, sexual, etc; tudo passa por filtros de aceitação ou rejeição, o que gera a formação de correntes, tribos, comunidades, grupos, partidos, etc. As pessoas simpatizantes à mesma escolha claro, elogiarão a coragem da escolha, etc. Já os que não concordam, criticarão. Porque as pessoas aceitam tão facilmente o coro positivo, os elogios e não querem a contrariedade.

Ser contra, opinar desfavoravelmente, desde que o combate se mantenha no campo das idéias e não gere agressões físicas, são opções válidas que sempre enriquecem o debate.

Certamente, demitir alguem por conta da religião, da opção política ou sexual é ilegal e imoral. Eu não faria isso. E é exatamente por isso que antes de contratar alguem, mesmo que para um serviço provisório, verifico todas as informações. Nunca se sabe realmente com que tipo de gente estamos lidando.

Falei que não opinaria muito a questão religiosa e fiz isso até agora. Adiante;

Da reportagem posso tirar duas conclusões:

1a.) A falta de eficácia dos serviços públicos resultou na morte de um jovem de 19 anos. Mas quem matou não foi a mãe em surto psicótico? Foi; mas a reportagem declara que os vizinhos chamaram um ambulância do serviço público e ela NÃO COMPARECEU. Adentremos ao mundo do "SE". Se a ambulância tivesse chegado ao local e levado a criatura para tomar um sossega leão, o jovem teria sido morto? Pois é! A continuar por essa estrada, na qual serviços públicos ineficientes vão na direção oposta a impostos cada vez mais altos, o que esperar dos dias a frente, com a crise que se avizinha?

Adiante;

A polícia foi chamada ao local. Essa compareceu. Bateu na porta, interfonou e...nada! meia hora depois ouviram um grito e resolveram arrombar a porta. Nesse meio tempo, o jovem levou 15 facadas. Faça um teste em sua casa leitor amigo. Pegue aquele pedaço de patinho ou picanha que sua esposa ou você mesmo resolveu assar para o almoço e aplique 15 facadas nele e verifique quanto tempo você levará. Faça o teste num peito de frango com osso para imitar a resistência do torax humano. Pois é! SE a polícia tivesse metido o pé na porta e levado a mulher para o hospital, o jovem teria sido morto? Novamente, Pois é!

2a.) Outra questão é a Orkut. Mais um exemplo do perigo de tais comunidades. Ela fazia parte de comunidades religiosas. Até aí... Ocorre que a orkut é um site de RELACIONAMENTOS. E como demonstrado nunca sabemos que está do outro lado. A mulher, obvio, sofre de pertubações mentais. Sérias o suficiente para faze-la matar. Até que ponto tais comunidades alimentaram a psicose?

Essa estrada sem asfalto, iluminação e segurança que é a internet é um mundo selvagem, daqueles de faroeste, aonde todos devem andar armados e a depender da hora, com o dedo no gatilho. Os sites de relacionamento em geral mostram aquilo que as pessoas querem não o que realmente são, e por isso não é de se estranhar que vicejam comunidades, páginas, sites e blogs que mostram como positivo coisas que são perigosas quando não abjetas como anorexia e pedofilia. Agora mais uma categoria: seitas com sacríficios.

Quando a estrada da incompetência dos orgãos públicos cruza com a estrada da facilidade de se relacionar com pessoas perigosas, forma-se um encruzilhada, que diz a lenda é o local em que se encontra o mal encarnado.

Essa pequena história do cotidiano acabou repetindo literalmente a lenda do encontro com o mal.

Crise psicótica e morte

Mãe mata filho de 19 anos em ritual de magia negra em SP

Antes de cometer crime, ela chamou vizinhos para orar e pisoteou a Bíblia.
PMs invadiram apartamento e viram rapaz com 15 facadas no colo da mãe.

Do G1, em São Paulo


Uma encarregada de setor de 43 anos foi presa em flagrante por matar com 15 facadas o filho, um estudante de 19 anos. O crime aconteceu na tarde de terça (18) no apartamento onde moravam, na Avenida Jaguaré, no bairro do Jaguaré, zona Oeste de São Paulo. Ela estava em crise psicótica e pertencia a comunidades religiosas não convencionais da Internet.



Segundo o boletim de ocorrência, vizinhos disseram que, desde o começo da tarde, a encarregada Maria Lúcia Rufino, 43, chamava todos para 'orar'.



Ela falava sobre demônios e assuntos satânicos. Segundo vizinhos, em determinado momento, ela pisoteou um exemplar da Bíblia Sagrada. Devido ao estado da mulher, eles chamaram uma ambulância do SAMU, que não compareceu no local.

Logo em seguida, os vizinhos tentaram acalmá-la. A mulher, aparentemente em transe, dizia que o filho, o estudante Leonardo Macedo Gadducci, 19, tinha que ser morto por um 'bem maior'. Assustados, eles chamaram a polícia. Quando os PMs chegaram no local a porta do apartamento estava trancada.

Os policiais tocaram a campainha, interfonaram e bateram na porta sem sucesso. Passados trinta minutos um grito veio do local. A porta do apartamento foi arrombada. A mulher estava com o filho no colo e esfaqueava a vítima. Ele foi golpeado, pelo menos 15 vezes no pescoço e tórax. Seis policiais foram necessários para segurar a encarregada.

O estudante foi socorrido para o Hospital Universitário da USP, onde não resistiu aos ferimentos e morreu. Outros dois filhos da mulher estavam escondidos em outro cômodo. Em diligências no local, a delegada plantonista localizou três computadores de Maria Lúcia.

Averiguando o material apreendido, a delegada descobriu que a encarregada fazia parte de sites religiosos não convencionais que adotam o sacrifício. Ela acessava as páginas da internet e mantinha contato com outras pessoas com os mesmos interesses pelo site de relacionamento 'Orkut'.

No apartamento, duas facas foram encontradas e apreendidas para perícia. A encarregada também foi hospitalizada no Pronto Socorro do Hospital da Lapa onde, até a elaboração do boletim de ocorrência, permanecia em observação e sedada para avaliação psiquiátrica. Ela está sob escolta policial e, assim que tiver alta, será presa pelo crime.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

O novo presidente americano

É sempre a mesma coisa. Diante de uma crise financeira, o povo opta pela saída que considera a menos custosa. Entre manter o partido de Bush no poder que carrega a pecha de ilegalidade de sua eleição nas costas (a primeira, contra Al Gore, não a segunda que foi vencida em cima da questão da segurança), e resultou após oito anos em: uma guerra com duas frentes, Iraque e Afeganistão, tendo que rugir grosso contra o Irã e Russia e um crise financeira sem precedentes desde os anos da depressão na década de 30; o que faz o povo americano?

Escolhe o candidato do partido que não viu durante os oitos anos de mandato que o mercado do sub-prime iria explodir (embora o partido democrata tenha também responsabilidade nisso)? Escolhe o candidato do partido que clama em altoe bom som "never surrender"? Prefere claro, o candidato do partido que afirma que irá diminuir impostos da classe média taxando os mais ricos (quem não gosta de ver rico pagando impsotos, hein!?!?). Prefere o candidato do partido que afirma que não vai levar desaforo pra casa mas prefere conversar antes de apertar o dedo no gatilho.

O povo americano não escolheu um negro para a presidência; até porque poderia ter escolhido uma mulher, no caso Hilary Clinton. Barack Obama venceu duas eleições na verdade. A primeira foi a indicação do partido, que me pareceu mais violenta até que a campanha propriamente dita; e venceu porque o americano queria algo novo e Hilary seriaa volta dos Clinton, não é mesmo? A cor da pele não teve influência alguma nessa parte da eleição.

Quando a campanha ficou entre os dois indicados (que se esqueça os chamados independentes, que existem nas nem contam); a cor da pele foi o que menos contou, pelo menos para os brancos. Reinaldo Azevedo em seu blog fez um levantamento interessante e demonstrou que o grosso de votos que Barack Obama recebeu veio dos brancos.

Isso não significa que o conservadorismo deixou de existir. Por exemplo, Na California embora tenham votado expressivamente em Obama, os mesmos eleitores votaram contra o casamento gay. Então dizer que o racismo, o preconceito, o conservadorismo diminuiu é rídiculo.

Os americanos estão sentindo profundamente a perda dos dolares nas contas bancárias e das vidas humanas na guerra. Querem um pouco de sossego e a eloquência de Barack Obama atingiu esse anseio.

Não fosse a soma desses dois problemas, acredito que Obama não teria sido eleito, já que a questão da crise pegou o governo americano em cheio.

Curiosamente o governo Bush começou com a crise das empresas de teles com balanços falsos gerando milhões de prejuizos para os americanos e o ataque terrorista às Torres gêmeas. Agora o governo Bush termina engolfado por uma crise financeira mundial e envolvido em dois fronts de batalha sem um fim a vista. É obrigatória uma visão de mudanças.

Se boa parte dos eleitores de Obama seriam por natureza de seu adversário por questões ideológicas, ele não poderá governar pensando no seu apoio natural. Portanto chegamos aquilo que já postei anteriormente. Barack Obama governará visando os interesses americanos. Se a solução da crise passa por apertar taxas e tributos sobre produtos estrangeiros para aumentar a venda interna ele o fará sem pensar duas vezes.

Retirar o bloqueio comercial contra Cuba, pode até ser, desde que comprem produtos made in USA.

Quanto a guerra; provavelmente irá dar apoio logístico para o novo governo e vai diminuir o custo da guerra esvaziando as operações. Não parece que tá fugindo e corta os gastos do governo.

Quanto ao comercio, dará força aos acordos bilaterais.

Alguns analistas falam no perigo da China. China? A China não oferece o mesmo tipo de perigo que oferecia Cuba e a URSS que queriam exportar sua ideologia política. A China quer manter controle ferrenho sobre seus, como direi, cidadãos; isso é certo, mas dos outros paises ela quer são os dolares. Posso estar errado? Claro, alguem me ajude, por favor, qual a ajuda financeira que a China dá para o hermano comunista cubano? Para o doido fundamentalista que governa o Irã? Para aquele criminoso que controla a Coréia? A pergunta tem pertinência porque ele troca seu programa de armas e misseis em troca de ajuda americana em dinheiro e comida mas não faz acordo com a China? Curioso isso, não?

A ultima guerra justa travada por injustos foi a segunda guerra contra o horror nazista. De lá pra cá as guerras sã o o resultado da soma de hipocrisia com o comercio e ultimamente só o comércio.

Barack Obama tem dois gigantescos problemas pela frente. Se conseguir aliviar o problema financeiro, não resolve-lo já terá feito muito; e se tomar ações sensatas quanto ao segundo problema, o militar; então ele já terá assegurada a reeleição em 2012. Torcendo, é claro que aquele louco da Russia não resolva ser a reencarnação de Ivan o terrivel e coloque fogo no Europa.

A mãe de todas as crises...

Pois é...a semana passou com decisões do Supremo e as reações a elas; a eleição de Barack Obama e as reaçoes a ela; as ações contra a crise e as reações sobre elas; tantos assuntos não?!?

Infelizmente a mãe de todas as crises, a renal, atingiu este país soberano que sou eu. Tentei dar uma de Lula, dizendo para meus orgãos internos que a dor é só uma marolinha, mas que nada; o tsunâmi veio com tudo.

Agora, depois que passei o fim de semana injentando doses cavalares de recursos, digo remédios, no meu sistema financeiro, digo, circulatório; o ataque especulativo aos rins cessou (o rim direito apostava na queda do número de pedras mas o esquerdo, sempre almejando o fim do sistema mudando tudo que está aí, esperava pelo aumento delas e pela quebra da visícula, quando finalmente o fígado tomando de assalto o poder, substituiria o cerébro).

Como não amanheci essa segunda feira coçando a orelha com o pé esquerdo nem escrevendo com o direito, posso afirmar que o rim esquerdo perdeu a batalha especulativa.

Então...adiante!

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

Presidentes Americanos - Observações Históricas

1897-1901: William McKinley, republicano

1901-1909: Theodore Roosevelt, republicano

1909-1913: William Taft, republicano

1913-1921: Woodrow Wilson, democrata

1921-1923: Warren Harding, republicano

1923-1929: Calvin Coolidge, republicano

1929-1933: Herbert Hoover, republicano

1933-1945: Franklin Roosevelt, democrata

1945-1953: Harry Truman, democrata

1953-1961: Dwight Eisenhower, republicano

1961-1963: John F. Kennedy, democrata

1963-1969: Lyndon Johnson, democrata

1969-1974: Richard Nixon, republicano

1974-1977: Gerald Ford, republicano

1977-1981: Jimmy Carter, democrata

1981-1989: Ronald Reagan, republicano

1989-1993: George Bush, republicano

1993-2000: Bill Clinton, democrata

2001-2008: George W. Bush, republicano

2009- : Barack H Obama, democrata

12 presidentes foram do partido republicano e 08 foram do partido democrata, no século XX e inicio do XXI.

A questão militar:

Embora o partido republicano seja o "direitista", "militarista", o partido dos "falcões", etc, alcunhas que o governo Bush elevou a enésima potência é interessante observar que:

Eram democratas, boa parte dos presidentes que governaram envolvidos em guerras ou ações militares:

- O presidente Woodrou Wilson, que governou os EUA quando ingressou na primeira grande guerra;
- O presidente Roosevelt, talvez o mais importante presidente americano até hoje, liderou os EUA na segunda guerra mundial;
- O presidente Truman autorizou o uso das bombas atômicas sobre cidades japonesas;
- O presidente Kennedy que assumiu uma figura quase mítica enfrentou como ninguem a URSS quase levando o mundo a uma guerra atômica com o caso dos misseis sovieticos em Cuba, financiou a operação Baia dos porcos na tentativa de retomada de Cuba e incrementou a presença americana no Vietnam, em resposta ao financiamento chines do vietnã do norte comunista;
- O presidente Lyndon Johnson tornou a presença americana no Vietnã em força combatente;
- O presidente Carter foi humilhado com o sequestro de americanos no Irã e a tentativa frustrada de resgate;
- O presidente Clinton nada fez para evitar o genocidio em Ruanda e soldados americanos foram mortos na Somália (episódio filtrado pelas camêras do cinema com o filme "falcão negro em perigo").

Quanto aos democratas:

- O presidente Eisenhower com os EUA a frente da OTAN lutou na Coréia sem vitória mas com a divisão do país em dois, Norte e Sul.
- O presidente Nixon, perdeu a guerra do Vietnã, embora tenha reatado relações com a China.
- O presidente Reagan, alimentou diversas contra-revoluções, embora tenha conseguido o fim da URSS como poder oposto ao ocidente.
- O presidente Bush, com os EUA a frente da maior força aliada da história retirou as tropas agressoras do Iraque, lebertando o Kwait mas não se moveu um milimêtro a mais do que era necessário e do que permitia a resolução da ONU.
- O presidente Bush (filho), revidou os ataques às torres gêmeas depondo o regime do afeganistão e do Iraque. Deixa o governo com as duas guerras em aberto.

Quem tem mais experiência ou expertise em ser falcão? Os democratas ou republicanos?

A questão da aprovação do povo

Tá certo que o abaixo não é uma conceituação exata e cientifica dos fatos, mas pode-se aceitar como sendo em parte verdade que a reeleição de um mandatário é sinal de aprovação popular do político em si, ou de sua atuação, mesmo que pessoalmente não seja carismático. Partindo desse pressuposto temos:

Dos 07 presidentes democratas (sem considerar obviamente o recém-eleito), 4 se elegeram e reelegeram sendo que Roosevelt por 3 vezes consecutivas; 01 foi morto no primeiro mandato, Kennedy, mas sua popularidade sem dúvida o levaria a reeleição e 2 se elegeram apenas uma vez.

Dos 12 presidentes republicanos contando o atual, 4 se elegeram e reelegeram e 8 se elegeram apenas uma vez. Nixon se reelegeu mas no primeiro ano renunciou e quem terminou seu mandato foi o vice.

Por esse aspecto particular, sem maiores considerações históricas pode-se afirmar que os presidentes democratas embora governaram os EUA menos tempo e em um menor número de vezes, foram mais bem sucedidos na aprovação de seus respectivos governos do que os republicanos, que elegeram mais presidentes mas reelegeram o mesmo número de presidentes. Ocorre que não se está considerando que Roosevelt, democrata, se elegeu e foi reeleito mais duas vezes morrendo no cargo; Kennedy foi morto no meio do primeiro mandato e tinha tudo para postular e conseguir a reeleição e Nixon por sua vez, foi reeleito mas renunciou devido as denúncias de espionagem. Por essas razões pode-se afirmar que os democratas são mais bem sucedidos em obter aprovação popular do que os republicanos, embora os ultimos sejam mais votados.

Paradoxal, mas enfim...

terça-feira, 4 de novembro de 2008

A fusão do Itaú e Unibanco

(texto revisto em 05.11.08)

Não sou economista e de banco o que sei é quanto devo a eles. Mas analisemos alguns aspectos dessa fusão.

Fusões não acontecem porque os donos dos bancosem questão, acordaram certa manhã com vontade de "fundir". A fusão só ocorre por que uma das partes ou ambas enxerga forte impedimento ao crescimento no futuro próximo, seja por alguma deficiência interna seja por conta de um cenário externo desfavorável. E nesse caso, me parece, acontecem as duas coisas.

Fundir para manter-se vivo.

O Brasil assistiu um sem número de solavancos e crises econômicas e não por acaso, ostenta com razão possuir a tecnologia bancária mais moderna e confiável do mundo. Então o que assistimos hoje é praticamente a consolidação de um modelo de força. Foi-se o tempo em que os bancos eram empresas particulares pequenas quando muito regionais, vivendo a sombra de um poderoso Banco do Brasil. Um sem-número de fusões, compras e recompras foram se sucedendo, a criação de redes e bandeiras e grandes quebradeiras, em especial de bancos pequenos deixaram o mercado bastante compactado sem muito espaço para os pequenos sobreviverem.

Sejamos francos, qual nome de banco particular que você lembra? Puxe pela memória? Itaú, Unibanco, Real, Bradesco? Tem outros? Pois é. O mercado é para grandes.

Essa é uma das razões que explica a fusão.

A cultura organizacional e nicho de mercado

A segunda explicação é cultural. Embora diferentes, uma boa observação das duas instituições mostra que possuem uma cultura semelhante. Não é a toa que o Bradesco sempre teve uma imagem de banco do povo, popular e o Itaú uma imagem mais elitista. O unibanco possui mais semelhanças com o Itaú nesse sentido, do que com outros bancos. E acredito que por isso, ao invez de se manterem em luta constante pelo mesmo tipo de cliente, a fusão é a saída mais indicada para o momento; momento esse que está sendo ditado pelo crescimento e fortalecimento dos bancos públicos federais. Volto a isso mais tarde.

A crise financeira

A crise financeira, sem nenhuma dúvida, é outra razão que "adiantou" a fusão. Mas esse bancos iam quebrar? Claro que não! Até porque os bancos vivem de emprestar dinheiro ao governo e não ao mercado, diga-se de passagem; pelo menos aqui no Brasil. Mas em uma situação em que o crédito internacional escasseou, o tamanho é importante para manter rentabilidade num cenário no qual o crédito para ser concedido passará por mais filtros do que já passava antes.

Os bancos públicos federais

E o mercado atual? Voltemos a questão dos bancos públicos. Existem uma série de entraves jurídicos e ideológicos que impedem um banco privado de adquirir um público, o que não ocorre com bancos públicos querendo adquirir bancos públicos.

O Banco do Brasil, por exemplo, trabalha para adquirir o Nossa Caixa paulista e mais outros três bancos estaduais. Com a crise, o governo emitiu Medida Provisória para que o BB e a CEF adquiram empresas em dificuldades. Para um banco privado atuar dessa forma é mais difícil. Por exemplo, no caso do NossaCaixa; se um banco privado resolve brigar para comprar o banco concorrendo com o BB; ele até pode levar o banco; mas o que realmente importa no banco não é sua capilaridade que se restringe a São Paulo, mas o gerenciamento de depósitos judicias feito pelo NossaCaixa, contas públicas que a lei determina fiquem em um banco público. Assim esse volume enorme de recursos irão fatalmente para o BB ou CEF.

O governo obviamente aponta para uma concentração do mercado para enfrentar a crise econômica e seria estupidez os bancos privados ficarem ao largo desse movimento.

Alguns dizem, que o governo torceu o nariz para a fusão, porque significa o fortalecimento de um concorrente privado para competir com os públicos. Isso é bobagem, principalmente se considerarmos que o governo atuou fortemente para legalizar a fusão de duas empresas privadas na área de telecomunicações, a BrtOi para o país ter uma empresa de Tele forte. Porque não um banco, o maior do hemisfério, por enquanto?

O cenário a frente

Existe outra razão, o cenário a frente, que torna positiva essa fusão, embora esse cenário a frente não tenha relação direta com os bancos. Alguns apostam na rodada de Doha, que ela será liberalizante por conta da crise, etc. Pelo menos é essa a fala do governo federal.

Sinceramente, eu não acho.

Gostaria de estar errado; mas quando o mundo inteiro surfava a gigantesca onda de crescimento e riqueza, a chamada rodada de Doha foi uma sucessão de reuniões que terminaram em fracasso. Paises emergentes querem a abertura dos mercados consumidores dos paises desenvolvidos mas querem proteger suas índustrias. Paises desenvolvidos querem abrir seus mercados desde que possam inundar os mercados emergentes. Alguma novidade nisso? Não

Qual será o cenário agora com a grande maioria dos paises desenvolvidos tomando caldo da onda e perdendo a prancha e os emergentes aguarrado nas pranchas com medo de ficar de pé?

Não são apenas os índices de desemprego que crescem. Junto com eles, crescem os gastos públicos de subsídios e gastos "sociais" e diminui a entrada de impostos. A soma impressionante de recursos que foram colocados a disposição dos governos para debelar acrise não deixa de criar outro buraco, nas contas públicas que deverá ser, mais cedo ou mais tarde, coberto. Alguem sinceramente acha que nessa situação os governos irão abrir mercados mais do que o necessário?

Se enquanto os benesse da globalização se faziam sentir com toda a força, não houve essa abertura, porque haveria agora, que o mundo sente os efeitos negativos dessa mesma globalização?

Nesse cenário, com crédito mais curto e mercados mais fechados, o tamanho das organizações fará diferença.

É nesse sentido, me parece, que a fusão de iguais é um acerto.

Problemas resultantes da fusão

Existem dois problemas com fusões ou compras desse tamanho e que não será a ultima que veremos.

O primeiro problema é a diminuição das opções de crédito para o cliente. O segundo problema é uma possivel demissão de funcionários.

Quanto ao primeiro problema, tendo a relativiza-lo um pouco. Numa economia com o crédito escasso ou liberado mas com juros mais altos por conta da política do BC que mantêm juros altos para conter o crédito para conter o consumo para manter a inflação em baixa; uma opção a mais ou a menos num mercado que é muito planificado não me parece exatamente um grande problema, nem será sentido pelos usuários das instituições tão fortemente assim.

Quanto ao segundo problema, é inevitável que isso ocorrerá. Porém as duas instituições são por demais enxutas. Não sendo públicas, não são usadas politicamente nem são cabides de emprego; então me parece que esse problema também não irá ser fortemente sentido.

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

Fusão do Itaú e Unibanco

03/11/2008 - 10h15
Itaú e Unibanco anunciam fusão e criam maior banco do hemisfério sul
Da Redação
Em São Paulo
Os bancos Itaú e Unibanco anunciaram nesta segunda-feira a fusão das duas instituições, formando o maior conglomerado financeiro privado do hemisfério sul e um dos 20 maiores bancos do mundo, segundo comunicado divulgado pelo Unibanco.

O nome oficial do novo banco será Itaú Unibanco Holding S.A., mas não foi divulgado o nome fantasia, pelo qual será conhecido pelos clientes. O patrimônio líquido estimado é de R$ 51,7 bilhões. A operação ainda precisa ser aprovada pelos acionistas dos dois bancos e pelo Banco Central.

Segundo dados da consultoria Economatica, a nova instituição é a sexta maior em valor de mercado entre os bancos dos EUA e da América Latina, ficando apenas duas posições atrás do Citigroup e na frente de Goldman Sachs e Merril Lynch. Esses dados referem-se à situação em 31 de outubro (veja gráfico abaixo).


O total de ativos combinado das duas instituições é de mais de R$ 575 bilhões, o maior do hemisfério sul.

Comunicado divulgado pelo Itaú informa que as negociações ocorriam há 15 meses.

A Febraban (Federação Brasileira dos Bancos) disse que não comentará a fusão.

Segundo o documento divulgado pelo Itaú, os controladores da Itaúsa e Unibanco constituirão uma holding em modelo de governança compartilhada.

A presidência do Conselho de Administração ficará a cargo de Pedro Moreira Salles (do Unibanco), e o presidente-executivo será Roberto Egydio Setubal (do Itaú).

Para Pedro Moreira Salles, "um dos aspectos mais significativos da associação diz respeito ao grande alinhamento de princípios entre as duas instituições, pautado por valores elevados, capacidade empreendedora e a obstinação de buscar sempre os melhores talentos".

Roberto Setubal destaca "o orgulho que sente pela associação, que possibilitou a criação de uma das maiores instituições financeiras internacionais, com plena capacidade de disputar o mercado com os maiores bancos globais".

Mercado
Os dois bancos juntos têm 14,5 milhões de clientes de conta corrente, ou 18% do mercado.

As operações de cartões de crédito passam a contemplar as empresas Itaucard, Unicard, Hipercard e Redecard.

O novo banco terá cerca de 4.800 agências e postos de atendimento, representando 18% da rede bancária

Em volume de crédito representará 19% do sistema brasileiro. Em total de depósitos, fundos e carteiras administradas atingirá 21%.

No mercado de seguros, a nova instituição nasce com uma participação de 17%. Na previdência, são 24%.

O negócio de "private bank", segundo a nota divulgada, será o maior da América Latina, com aproximadamente R$ 90 bilhões de ativos sob gestão

sábado, 1 de novembro de 2008

A verdadeira questão das Teles.

As coisas são muito curiosas neste pedaço do planeta abaixo da linha do Equador.

Uma navegação sem destino certo na blogosfera demonstraria ao internauta que existem três grandes assuntos sendo tratados:

a) A "unção" de Barack Obama como a pedra de toque que faltava para a "esquerda" tomar o poder e não perca seu tempo, leitor amigo, de tentar convencer os, como direi, analistas e pensadores, que o que se chama de esquerda americana não tem nada ver com a esquerda petista, com Lula e muito menos com a visão de esquerda de Evo Molares, de Chavez e daquele padre com nome que lembra brinquedo de armar, Lugo. Ah!, é claro, não perca seu tempo em faze-los voltar a razão porque a maioria imagina um mundo dourado com o novo presidente mudando tudo que lá está aí e sendo o redentor do mundo. Só dois exemplos apenas: McCain e sua vice usaram aviões da Embraer porque ou já estavam disponiveis ou inham custo mais barato e foram pressionados a usar Boeings, produtos americanos. McCain é favorável ao fim de subsídios ao etanol americano favorecendo o produto brasileiro e Obama votou contra o fim dos subsídios.

b) Construção de explicações para a derrota do PT em São Paulo ou descontrução das vitórias e não perca tempo, leitor amigo, de tentar convence-los, até porque a maioria é militante, de que não tem nada a ver dizer:

- Que houve preconceito contra a candidata, por ser mulher. Não adianta argumentar com o fato de que a cidade já escolheu mulheres antes e desse mesmo partido. Sabe porque não adianta? Porque os militantes chegam a desconstruir as próprias vitórias num enome paradoxo, para legitimar a explicação. Dizem que Erundina só ganhou porque na época não havia segundo turno, e no caso de Marta, ela só ganhou porque o governo anterior, de Pitta foi extremamente ruim. Viram? Não houve mérito ou qualidade nas candidatas para atingirem a vitória, houve falha ou defeito nos outros.

- Que houve preconceito pela questão homossexual. Não adianta argumentar com a fato de a cidade escolheu como prefeito justamente alguem acusado de esconder ser homossexual. Sabe porque não adianta? Porque os militantes chegam a descontruir as próprias ações do partido como por exemplo a reação ruim a campanha pelo pessoal GLT e a retirada da peça publicitária. Alegam que nunca ocorreu nada, mas a imprensa, essa malvada de sempre, fez as ilações terriveis para que o povo mandasse a candidata petista para escanteio.

- Que houve apoio de malufistas e dessa turma nojenta da direita. Não adianta desenhar que o partido de Maluf é o PP que é por sua vez o antigo PDS e que por sua vez era a antiga Arena, partido de apoio aos governos militares; partido esse que nadou de braçada no mensalão e que tem ministério no governo Lula, por ser da BASE de apoio do governo federal. Sabe porque não adianta? Porque os militantes chegam a desconstruir as proprias alianças porque o que vale é a contextualização, a relativização, a troca dos fatos por sua particular interpretação.

- Tem um monte de outras explicações e contra-explicações. A que me causa mais risos é a força como os militantes petistas afirmam que o governador Serra não ganhou nada com a vitória do candidato do DEM. Os risos vem de saber que se eventualmente a candidata do PT tivesse levado a eleição, os mesmos militantes e "analistas" estariam escrevendo como a vitória da candidata foi uma vitória do Lula por causa de seus 80% de popularidade.

c) A crise e os efeitos dela no Brasil.

Enquanto isso, um importante assunto vai se consolidando e que está meio que entrameado com outros assuntos que estão em aberto. Esse assunto importante é a fusão da Brt e Oi.

A Brasil Telecom era uma empresa de telefonia resultante da privatização do sistema telebrás. Essa em especial ficou com Daniel Dantas, telecom Italia e fundos de pensão, enquanto que a Telemar ficou com Carlos Jereissati do grupo Laforte e fundos de pensão. A telesp ficou com a telefonica espanhola. O BNDES entrou com empréstimos para os interessados que em troca cederam as ações e participações como garantias.

De lá pra cá, uma série de brigas e disputas foram se sucedendo entre planos de pensão, Daniel Dantas e sócios estrangeiros. Enquanto isso; as empresas de telefonia iam marcando posições e o mercado de celular era o filão. Assim as teles atráves de participações tinham empresas na área de telefonia móvel além da fixa. Com a compra da Embratel por Carlos Slim, mexicano, o sistema de telecomunicação brasileiro não tinha nenhuma estatal mas diversas empresas e as chamadas concorrentes espelhos com áreas de concessão determinadas pelo govenro e controladas pela ANATEL e sua lei de outorga.

Uma das cláusulas dessa lei era o impedimento de um grupo ser controlador de mais de uma empresa de telecom. Na prática essa cláusula impede que uma empresa compre a outra ou se funda, evitando assim uma dominância de mercado, ainda mais porque esse mercado é dividido em concessões, não é um mercado livre. Explico: o cliente é livre em termos, para escolher sua operadora de celular desde que ela tenha autorização para operar na aréa de concessão aonde está o cliente. Por exemplo, em SP, você pode escolher usar um celular da Vivo, da Claro, da Tim, mas não podia usar da OI, porque a OI não tinha concessão para operar em SP. No caso das tarifas de DDD você pode usar as disponiveis no mercado; mas se quiser adquirir uma linha fixa de telefone, em SP você é obrigado a comprar essa linha da Telesp. Adiante;

Com o crescimento e incremento do uso do sistema celular; essa operação foi ficando tão importante que a OI, a operadora de serviço de celular da Telemar ficou maior que a mesma e a Telemar passou a comunicar como Oi-Telemar e agora simplesmente Oi.

A BrasilTelecom, designada Brt não adquiriu a mesma força que a Oi ou mesmo outras empresas da área.

Falemos dos donos;

Daniel Dantas era a estrela dos anos 90 adquirindo essa fama e posição, pelos contatos que tinha no governo e sua ascenção no mundo dos negócio na época do governo FHC. Ele era sem sombra de dúvidas um dos grandes financiadores de campanha do então PFL atual DEM e PSDB. Daí o ojeriza com que a militância de esquerda e do PT o tratam até hoje.

Ocorre que agora sabe-se o que alguns já haviam advertido e muitos fecharam os olhos; que Daniel Dantas também financiava os partidos agora no poder, e da pior forma possivel, aquela por baixo do pano. Segundo Mainardi, que foi o primeiro a falar nisso, Dantas era a verdadeira fonte do mensalão.

Então temos em uma ponta, Daniel Dantas, que sempre apoiou financeiramente partidos e políticos, com um problema enorme nas mãos que era a briga pelo controle da Brasil Telecom com a itália Telecom, fundos de pensão e Citibank. (Não esqueça, leitor amigo, que em parte essa briga ocorre porque um lado dos petistas no governo, que controlam os fundos de pensão eram contra Dantas e outra facção, nos ministérios era a favor).

Na outra ponta, temos os donos da Oi que são os maiores financiadores e apoiadores de campanha do PT e do presidente Lula.

Adular o presidente e criar meios de força na área de telecom é um caminho natural, embora não seja lá muito ético, de defender interesses comerciais.

Dantas fez isso, bancando despesas de uma empresa pequena que começava seus primeiros passos e que tinha como sócios, filhos de petistas, um deles, filho de Lula. Após bancar despesas pequenas, Danta deu o bote com proposta de capitalização da empresa, a gamecorp, através da BrasilTelemar. Lula, no entanto, aconselhado por petistas amigos, fez o filho rejeitar a oferta.

Mas a empresa precisava de sustentação e em socorro dela apareceu a Oi então ainda Telemar comprando participação ao custo de alguns milhões de reais e a gamecorp passou a desenhar jogos para celular para a Oi.

O crescimento foi tão frenético que a gamecorp fez um acordo comercial com a TV Bandeirantes e passou a controlar a programação de televisão do canal 21 com o nome de PlayTV.

Lembram-se das pontas? De um lado, temos a BrT, de Daniel Dantas que deu sustentação a base do governo alimentando o mensalão e na outra ponta a Oi, do grupo La fonte, que não é qualquer empresa mas é a empresa que deu sustentação a gamecorp, empresa do filho de Lula e tambem foram grandes se não foram os maiores, financiadores da campanha petista e da campanha de Lula.

Como amarrar essas pontas que são do mesmo novelo, o emaranhado resultante da mistura de interesses comerciais, políticos, financeiros?

A resposta é a fusão da Brt com a OI. Porque?

1) A receita da fusão, enquanto negócio, é sem dúvida um belo retorno pelo financiamento de uma campanha tão vitoriosa quanto a petista. Abre caminho para o OI ter atuação nacional, com uma campanha promocional no mínimo simpática ao cliente e que tem e terá enorme resultado.

2) É um meio de ressarcir Dantas do jogo em que esteve metido e como a BrT não tem tamanho nem poder para comprar a OI, o jogo lógico é a OI comprar a Brt e dessa compra, Daniel Dantas sai com mais de 01 bilhão de reais no bolso, sem as pendengas judiciais com os sócios e os fundos de pensão com tamanho e poder de decisão mais reduzidos, fortalecendo a atual e mais forte facção do PT no poder, já que a fusão encerra uma disputa interna dos militantes.

Como explicar no entanto, uma operação comercial dessas, além do que, é ilegal, já que a lei de outorga entçao vigente proibe essa operação?

Deve-se mudar a lei, obviamente, mas como fazer isso e ainda contar com apoio da turma, da manada?

Usa-se a velha tática do nacionalismo bocó.

O governo passado foi entreguista e estamos nas mãos dos malvados estrangeiros. O que fazer? Criar uma estatal? Não dá! Convenhamos, esse motivo "nacionalista" é só uma desculpa. A resposta é fortalecer uma empresa NACIONAL. Qual? a Oi. Mas ela não é Nacional em termos de abrangência. Então tá, ela se funde com a Brt, outra coitadinha, pequenina, que está no meio de uma briga de investidores estrangeiros malvados e elas, juntas terão "sinergia" para negociar com fornecedores e fazer frente ao mexicano capitalista, aos espanhois imperialistas e ao ET de Varginha.

A coisa é tão certa, que o BNDES entrou com um financiamento gigantesco para que a Oi e Brt façam a fusão. Mais a frente, a OI conseguiu outro empréstimo gigante com o Banco do Brasil.

Com tantos nobres interesses a serem atingidos, o governo indica para a cadeira vaga na direção da ANATEL, uma pessoa indicada por José Sarney que por mera coincidência, era favorável a fusão das teles e votou a favor da mudança da lei. (é curioso que esse raciocinio torto a favor dessa mudança, não considera que o malvado mexicano com o talão de cheques recheadissímo, pode adquirir por exemplo a Telefonica dos espanhois, a VIVO dos portugueses e espanhois, a TIM dos italianos e ficar dez vezes maior que a OI).

Enquanto isso, tem jornalistas e blogueiros que lançam uma cortina expessa de fumaça em torno do assunto, levantando uma bandeira de luta contra Daniel Dantas e acusando revistas, jornais e outros profissionais da mídia de vender sua "pena" aos interesses de Dantas. Quando o governo age em favor desses mesmos interesses, concordam por conta da "sinergia". Quando o BNDES financia uma operação até então ilegal, concordam com seu silêncio. Quando a FSP, a revista VEJA, Mainardi e outros publicam críticas ao governo, a Lula, a Dantas; tudo não passa de armação para defender Dantas.

E assim as coisas vão se sucedendo...

Tem mais uma coisa interessante. Paulo Henrique Amorim, acusou a Brasil Telemar ou Brt, dona do portal IG de censura-lo e manda-lo embora por sua luta contra a fusão Brt e OI. Ele então cria uma página e passa a cantar as glórias de ser independente. Mas se você olhar o registro do site verá que a empresa que mantêm o site tem como um de seus principais clientes com direito a banner enorme no site da empresa, adivinha quem? a OI que na verdade é telemar, uma das pontas da fusão BrtOI.

O segredo docasamento

Texto de Stephen Kanitz sobre o segredo do casamento. O texto é extraordinário.

Meus amigos separados não cansam de me
perguntar como eu consegui ficar casado trinta anos com a mesma mulher. As mulheres, sempre mais maldosas que os homens, não perguntam a minha esposa como ela consegue ficar casada com o mesmo homem, mas como ela consegue ficar casada comigo.

Os jovens é que fazem as perguntas certas, ou seja, querem conhecer o segredo para manter um casamento por tanto tempo.

Ninguém ensina isso nas escolas, pelo contrário. Não sou um especialista do ramo, como todos sabem, mas, dito isso, minha resposta é mais ou menos a que segue.

Hoje em dia o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade. Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu.

O segredo do casamento não é a harmonia eterna. Depois dos inevitáveis arranca-rabos, a solução é ponderar, se acalmar e partir de novo com a mesma mulher. O segredo no fundo, é renovar o casamento, e não procurar um casamento novo. Isso exige alguns cuidados e preocupações que são esquecidos no dia-a-dia do casal. De tempos em tempos, é preciso renovar a relação. De tempos em tempos, é preciso voltar a namorar, voltar a cortejar, voltar a se vender, seduzir e ser seduzido.

Há quanto tempo vocês não saem para dançar? Há quanto tempo você não tenta conquistá-la ou conquistá-lo como se seu par fosse um pretendente em potencial? Há quanto tempo não fazem uma lua de mel, sem os filhos eternamente brigando para ter a sua irrestrita atenção?

Sem falar nos inúmeros quilos que se acrescentaram a você, depois do casamento. Mulher e marido que se separam perdem 10 quilos num único mês, por que vocês não podem conseguir o mesmo? Faça de conta que você está de caso novo. Se fosse um casamento novo, você certamente passaria a freqüentar lugares desconhecidos, mudaria de casa ou apartamento, trocaria seu guarda-roupa, os discos, o corte de cabelo e a maquiagem. Mas tudo isso pode ser feito sem que você se separe de seu cônjuge.

Vamos ser honestos: ninguém agüenta a mesma mulher ou marido por trinta anos com a mesma roupa, o mesmo batom, com os mesmos amigos, com as mesmas piadas. Muitas vezes não é sua esposa que está ficando chata e mofada, são os amigos dela (e talvez os seus), são seus próprios móveis com a mesma desbotada decoração. Se você se divorciasse, certamente trocaria tudo, que é justamente um dos prazeres da separação. Quem se separa se encanta com a nova vida, a nova casa, um novo bairro, um novo círculo de amigos.

Não é preciso um divórcio litigioso para ter tudo isso. Basta mudar de lugares e interesses e não se deixar acomodar. Isso obviamente custa caro e muitas uniões se esfacelam porque o casal se recusa a pagar esses pequenos custos necessários para renovar um casamento. Mas, se você se separar, sua nova esposa vai querer novos filhos, novos móveis, novas roupas, e você ainda terá a pensão dos filhos do casamento anterior.

Não existe essa tal "estabilidade do casamento", nem ela deveria ser almejada. O mundo muda, e você também, seu marido, sua esposa, seu bairro e seus amigos. A melhor estratégia para salvar um casamento não é manter uma "relação estável", mas saber mudar junto. Todo cônjuge precisa evoluir, estudar, aprimorar-se, interessar-se por coisas que jamais teria pensando fazer no início do casamento. Você faz isso constantemente no trabalho, por que não fazer na própria família? É o que seus filhos fazem desde que vieram ao mundo.

Portanto, descubra o novo homem ou a nova mulher que vive ao seu lado, em vez de sair por aí tentando descobrir um novo e interessante par. Tenho certeza de que seus filhos os respeitarão pela decisão de se manterem juntos e aprenderão a importante lição de como crescer e evoluir unidos apesar das desavenças. Brigas e arranca-rabos sempre ocorrerão: por isso, de vez em quando é necessário casar-se de novo, mas tente fazê-lo sempre com o mesmo par.

Stephen Kanitz é administrador por Harvard (www.kanitz.com.br)

Editora Abril, Revista Veja, edição 1922, ano 38, nº 37, 14 de setembro de 2005, página 24

A crise e os homens alfa na visão sensacional de Stephen Kanitz

NÃO PRECISO ESCREVER NADA, A ANÁLISE ABAIXO É PERFEITA.

Stephen Kanitz O fim dos homens alfa

"Na próxima crise, tenha mais cuidado
com o poder de persuasão e sedução
dos homens que querem aparecer"

A crise mundial que estamos presenciando é um fenômeno conhecido por zoólogos como o estouro da manada. Ela ocorre quando os machos alfa se assustam por alguma razão, seja um vulto de leão, um relâmpago ou um trovão. Sem analisar a situação por um segundo, fogem em pânico, na esperança de que comido será o bezerro retardatário. As fêmeas, surpresas, fogem atrás, seguindo "o nobre exemplo" do macho alfa em disparada. Os primeiros a sair gritando "fogo", numa casa de espetáculos, e dizendo que "200 bancos americanos vão quebrar e o mundo vai derreter" foram os machos alfa. O alfa dos alfas, o diretor-geral do FMI, saiu a público afirmando que as bolsas iriam derreter 20% em dois dias, algo que uma pessoa na sua posição jamais poderia dizer. Boa parte daqueles que saíram resgatando fundos de investimento foram pessoas inocentes, que confiavam nos profissionais do Fed e do FMI. Mas, se eles mesmos estão em pânico, o pânico se espalha.

O macho alfa sobrevive usando a força bruta, e não a inteligência. Ele quer e detém o poder. É sedutor, aprende a falar bem, acha que sexo se consegue ou com poesia ou mentindo descaradamente. Numa crise, são os homens alfa os mais interessados em aparecer, no rádio ou na televisão, que, devido à concorrência, baixam seu padrão de seleção. Eles tratam primeiro de salvar a própria pele. Raramente pensam nos mais fracos, como gostam de afirmar, muito menos procuram acalmá-los. Nenhum alfa brasileiro saiu acalmando os investidores brasileiros ou estrangeiros, mostrando-lhes que o Brasil não tinha esse tal de "subprime", nem "alavancagem financeira", nem bancos com prejuízo, prestes a quebrar. Só disseram que a crise iria piorar e atingiria o Brasil, profecia que se cumpriu. Nenhum alfa brasileiro saiu apresentando fatos concretos, informando que nossos bancos financiam governo, e não imóveis, que nosso crédito ao consumidor não passa dos 36% do PIB, contra os 160% do americano, que metade dos bancos já era estatal, que o momento era para comprar ações dos alfas apavorados, e não para sair vendendo junto. "Será pior do que 1929", berrava o professor Nouriel Roubini, encantado com sua súbita notoriedade, correndo de entrevista em entrevista. "Será igual a 1929", afirmava o antigo alfa aposentado Alan Greenspan, quando o correto teria sido o silêncio.

Ilustração Atômica Studio


O desemprego nos Estados Unidos não chegará aos 24% de 1929 nem 4.000 bancos quebrarão. E, mesmo que 4.000 bancos quebrassem, o dinheiro hoje está em fundos DI, e não em contas remuneradas. Os fundos DI e de investimento estão no nome dos cotistas, e não dos bancos. Eles conseguiram, com suas previsões, provocar uma corrida aos fundos de investimento, e não aos bancos, como em 1929. As fotos do professor Roubini rodeado de mulheres são sintomáticas de alguém que quer ser associado aos alfas, ao contrário das fotos de Hank Paulson e Sheila Bair, do FDIC (a agência federal de seguro de depósitos), tentando conter o estouro da manada. Como nessas horas nossos instintos são parecidos com os dos animais, machos alfa contaminam gente inocente. O homem ômega e a maioria das mulheres têm coisas mais importantes a fazer no meio de uma crise, como cuidar das crianças e das finanças em perigo, do que dar entrevistas. Não se culpe por ter-se deixado levar por homens que você achou que eram mais inteligentes do que você. A crise caminhará para o fim quando os alfas cansarem de correr.

Na próxima crise, tenha mais cuidado com o poder de persuasão e sedução dos homens que querem aparecer. Aplique seu dinheiro com homens ômega mais velhos, preferencialmente avós experientes, gente que não se abala com crises, pois já as viu acontecer muitas vezes. Ignore solenemente os homens alfa, daqui por diante. Eles são um atraso evolutivo e estão em extinção. Vire a página, mude de canal. Ouça mais aquele homem ômega que você tem em casa, aquele que não se desesperou, correndo e berrando "fogo" numa casa de espetáculos. Confie naquele que lhe deu apoio e proteção, naquele que se preocupa com os retardatários e que ficou ao seu lado. Eles são os verdadeiros "machos" da história da humanidade, o resto é balela e encenação.