sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Educação sexual e religiosa nas escolas

Esse assunto vez ou outra vem a tona. A mais recente foi no blog do Reinaldo Azevedo sobre o programa de educação sexual.

Basicamente esse programa ensina, através dos professores, as medidas de prevenção de doenças sexualmente transmissiveis e gravidez. Essas aulas incluem o manuseio de camisinhas e os jovens são ensinados a coloca-las em uma prótese, em outras palavras em um pênis de borracha. Essas aulas são ministradas a jovens de 12 e 13 anos.

O que eu acho? Absurdo!

A grade curricular pode muito bem, nas aulas de biologia, por exemplo, ministrar aulas que falem sobre meios de evitar gravidez indesejada e dst´s. O uso de fotos, desenhos e gráficos é suficiente para fazer os alunos entenderem o assunto sem precisar manusear pênis de borracha aos 13 anos de idade. A lógica do argumento seria que esses mesmos alunos ao aprender sobre a doença da raiva deveriam manipular morcegos? Ou para aprender sobre métodos de saneamento básico mexer com o esgoto da escola?

Aos 13 anos, um jovem não pode assistir filmes que simulem um ato sexual, sequer um beijo mais ardente, um amasso daqueles de chamar a atenção dos transeuntes. Porque ele pode observar e manipular um pênis de borracha?

É curioso observar que os, como direi, especialistas que planejaram essas aulas e o material de apoio, não tencionaram explicar aos jovens todas as formas de prevenção de dst´s e gravidez precoce. Mostram as opções que devem ser usadas no e após o ato sexual, mas passam por alto as que podem ser usadas antes do ato sexual em sí, no caso a abstinência.

As pesquisas indicam que os jovens tem sua iniciação sexual na sua maoria aos 16 ou 17 anos. Até essa idade, se os jovens querem transar isso fica contido apenas no desejo, dessa maioria, já que não vão ao cabo da experiência.

A idéia de ensinar aos jovens, ou pelo menos informa-lo de que eles podem dizer "não" ao sexo soa absurda para alguns, na verdade para a maioria, porque a idéia de abstinência é associada a religião e se é religião, automáticamente a idéia e associada às lendas, ao retrógado, ao atraso.

A mim pouco importa se o jovem diga não por motivo religioso, filosófico, de saúde, influência parental. O que importa é que o jovem se sinta seguro de suas opções sem que com isso seja visto como um estranho. Um dos resultados práticos de tais aulas ministradas a jovens tão novos é justamente fazer dos optam pela abstinência serem vistos como "estranhos"; já que discernimento e maturidade em jovens dessa idade só ocorrem com desenvoltura nos jovens de enredos de fimes, novelas e séries.

Minha filha de cinco anos teve aulas de trânsito na escola que lhe ministra conhecimentos. Ela aprendeu a conhecer as cores do semaforo, a atravessar depois de olhar para os lados e na faixa apropiada. Deixada nas mãos dos mesmos, como é mesmo, especialistas do sexo, provavelmente ela seria colocadsa para dirigir um simulador de um carro. Não preciso perguntar qual método foi mais correto para a idade dela não é mesmo?

A idéia estapáfurdia dos cérebros do governo que geraram esse programa, parte do pressuposto que os jovens farão sexo mesmo, logo precisam aprender a se proteger e por isso não se toca no assunto da abstinência. A idéia é tão rídicula que para ter lógica precisaria ser aplicada em outras situações sem resultar em situações absurdas. Vamos tentar?

As pesquisas indicam que muitos jovens usam drogas. Sendo assim, devemos ensinar os jovens desde os 13 anos a fumar sem tragar, manusear corretamente esctasy e como fazer uma carreirade cocaina sem levar a uma overdose. Alguem aprova? Não adianta falar que drogas são contra a lei, porque a lei também proibe expor jovens ao sexo aos 13 anos. Tá certo?

As pesquisas indicam que muitos jovens enveredam pelo crime ainda menores. Sendo assim, devemos ensinar os jovens desde os 13 anos a atirar nas pernas evitando mortes de vítimas.

A ultima prova de admissão na profissão pela OAB demonstrou que a expressiva maioria dos baicharéis não passou nas provas da ordem. Claramente, foram ineficientes os anos de estudo pelos quais passaram. Foi detectada dificuldade de compreensão de texto, segundo informações da mídia. Tradução: Tinham domínio ruim da linha mãe. Ocorre que isso não se aprende na faculdade mas no ensino fundamental e médio.

Aonde quero chegar? Uma escola que é incompetente para atingir seu objetivo básico que é alfabetizar jovens, quer ensina-los a fazer sexo seguro. Se não consegue uma coisa porque conseguiria a outra? Talvez seja por isso que segundo RA, o número de infectados por DST´s tenha aumentado na população jovem.

Resultado: os jovens sairam e saem da escola despreparados para a faculdade ou cursos técnicos e doentes já que as aulas os incentivam a fazer algo que poderiam escolher não fazer, pensando no futuro. Para o primeiro problema já se deu solução, a criação de cotas de forma que o pessoal da rede pública e que tenha ascendência negra ou índia terão acesso a faculdade. Quanto ao segundo problema, bem, tem o SUS aí pra dar um jeito.

Ia me esquecendo das aulas religiosas. O estado é laico e a Constituição diz que as pessoas são livres para escolher sua religião e sua forma de adoração de um ser superior.

Então as escolas não podem privilegiar uma denominação religiosa específica e é impossivel abrir espaço para todas. Qual a solução? Usa-se a grade para falar de história da religião ou filosofia. Em alguns casos a filosofia em sí é ministrada. Ou seja, no limite, o tempo é usado para aulas de história ou para fomentar o livre-pensamento em jovens que sequer possuem alfabetização para compreender textos mais profundos nem dicernimento para separar as bobagens ideológicas e militantes que infestam a área de humanas do, como direi sem ofender, pensamento brasileiro.

Quem dera o tempo fosse melhor aproveitado em aulas de português e matemática. O mundo talvez fosse melhor.

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