quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

A questão da "ditabranda" e os chiliques em torno do editorial da FSP

Mino Carta era até poucos dias o queridinho das esquerdas e a "alternativa" a VEJA. No entanto bastou criticar o governo no caso do bandido italiano condenado, Cesar Battisti; para ser bombardeado pela turminha saudosa do conjuntinho boina, barba, estrela vermelha.

Cito o caso do Mino Carta, apenas para demonstrar que para um certo grupo de como chamarei, pensadores, a constância é uma qualidade posta em prática. A constância com que batem indicriminadamente em quem canta fora do tom exigido por essa turma, não importando ser amigo ou inimigo é de deixar o queixo caido.

E ai, na semana anterior ao carnaval, eu um verdadeiro grito de pré-carnaval, o que ocorreu?

A FSP, notória, no ponto de vista dessa troupe, como sendo membro fundador de um tal de pig; fez um editorial sobre a vitória de Hugo Chavez nas suas ultimas eleições, na qual ele levou o, como direi, direito de se reeleger ad eternun no cargo de presidente, como fazia Fidel, sendo que lá a eleição pró-forma era indireta, com ele como candidato único e na Venezuela, supostamente serão eleições majoritarias livres, com supostamente, vários candidatos.

Em dado momento do editorial, houve um brevissimo comentário chamando os sucessivos governos militares que o Brasil sofreu na década de 60 e 70 do século passado como ditabrandas, num trocadilho com o termo ditadura; porque esses governos embora ditaduras na acepção da palavra, permitiam uma certa liberdade politica e acesso ao judiciário.

O artigo em nenhum momento foi uma defesa da ditadura militar, mas uma comparação entre essa e outros governos que apareceram na américa latina, autoritários em seus projetos de poder, encabeçados como origem por Alberto Fujimori no Peru.

O artigo porém, por ter usado o termo "ditabranda" está sendo alvo da furia iracunda da mesma turminha que desceu o porrete no Mino Carta.

O festival de chiliques por conta do termo usado, claro, com o agravante de ser num texto crítico a Chavez, o segundo queridinho desse pessoal (o primeiro é Fidel, obvio); poderia ser hilário se não fosse simplesmente triste pela ausência de inteligência do debate.

Gravataí Merengue, postou que Emir Sader lançou um abaixo assinado contra o jornal. Essa turma gosta de abaixos assinados e quem os apoia, porque acham que assinando recebem uma aura de moralidade superior ao alvo do ataque sem ser preciso demonstrar atráves de raciocinio lógico o erro da tese sob ataque se é que existe erro.

Ora, convenhamos, se o artigo em sí não era uma análise sobre o período militar; mas um artigo sobre o autoritarismo, então a reação quase lisérgica ao texto por conta de uma miserável palavra é rídiculo.

Segundo, o artigo posiciona o termo "branda" na comparação não com outras ditaduras sul-americanas, mas compara a situação da organização política e social então permitida com a criada em outros governos totalitários, isso posto na percepção de que o governante acumulou poder em sí ou no seu cargo em detrimento de outro, baseado no desejo popular e cita a gênese desse tipo de autoritarismo com Fujimori no Perú e cujo exemplar máximo hoje seria Chavez na Venezuela. No entanto, até o presente momento não li artigos rebatendo a análise contida no texto mas uma séria de discursos, digamos assim, contra o termo "ditabranda".

Terceiro, a história prova e para verificar basta apenas saber ler, que a ditadura militar brasileira, matou menos que as ditaduras então vigentes na américa. Se tivesse matado apenas uma pessoa e ainda assim com um tiro acidental, o governo de então ainda seria uma ditadura na acepção da palavra por conta da falta de democracia plena e limitação das liberdades civis. Ora se ninguem tivesse morrido, por esses fatores ainda seria uma ditadura. Dizer que o governo de então embora ditatorial era uma ditabranda porque partiam de uma ruptura institucional e depois preservavam ou instituíam formas controladas de disputa política e acesso à Justiça...não implica em dizer que não houve erros, excessos, crimes, etc, ou relativizar as mortes ocorridas; até porque tanto as mortes, torturas, etc; como o número de ocorrências são uma questão de fato e não de gosto.

Quarto, também é questão de fato e não de gosto, que os que lutaram contra a ditadura militar, tinham por objetivo; a) derrubar o governo; b) instalar um governo do "povo" e c) o poder de decisão seria do grupo a ou b a depender do tipo de socialismo que o grupo a ou b defendia, já que uns até hoje são adeptos das idéias de Kruschev ou Stálin, outros liam com afinco o livrinho do Mao, muitos foram treinados em Cuba. Uma vez perdida a guerra física, passou a ocorrer uma luta pela mente; gerando com ajuda da mídia a idéia dos "lutadores pela liberdade", os bons contra os maus, etc. Esse vitimismo, de alguns até com enorme sentido e o peso da verdade dos fatos, em outros por pura malandragem; criou a fábrica de pensões vitálicias, demonstrando que essa guerra de imagem foi vencida pelos "vencidos" e talvez essa seja a principal mola propulsora dos chiliques em torno de uma palavra.

Quinto, ainda que aceite-se com eu aceito, a questão de que a mera comparação aritmética de vítimas de um regime não permitem absolver ninguem, ela serve para identificar um vício, que na verdade é um método. Um repórter da FSP escreveu contra o editorial por conta do uso dessa palavra e tocou na questão da aritmética dizendo que baseando-se apenas nela, Hitler que matou 6 milhões de judeus foi suave perto dos 20 milhões que morrerão sob as ordens de Stálin. Ocorre que o repórter erra no uso da aritmética e erra ao atacar aquilo que o texto não dizia. Até porque Stálin só matou muitos mais porque ficou mais tempo no poder e Hitler não. Stálin matou os que se opunham ou supostamente se opunham ao seu regime e Hitler queria uma pureza da "raça" com a eliminação de etnias inteiras principalmente judeus. Significa que motivos diferentes tornam um ou outro mais palatável? Significa apenas que o homem, não importa sua ideologia, quando dotado de poder supremo é capaz das piores atrocidades possiveis, justificando-as como admissiveis apenas no caso dele, por se sentir moralmente superior aos outros. Em outras palavras, ainda que Hitler não tivesse matado um único judeu, ainda assim ele seria um monstro sanguinário, um ditador frio, a talvez mais próxima encarnação do demônio que já tenha ocorrido no planeta, e isso porque ele não perseguiu unica e exclusivamente judeus, mas perseguiu quase todos os outros seres humanos do planeta.

Da mesma forma, mesmo que Stálin tivesse matado "apenas" 20.000 e não 20 milhões, isso não o tornaria um ser humano mais sádio que Hitler

Por isso a pura e simples aritmética não é o que está em jogo nesse caso mas o método por trás do discurso.

É inegável que assim como Stáline em relação a Hitler, a ditadura de Fidel matou muitos mais que as ditaduras sul americanas hoje a décadas extintas. Isso não significa que aquelas eram mais virtuosas que essa. Mas é questão de fato novamente e não de gosto que o governo cubano é homicida e é uma ditadura.

É nesse ponto que se registra a questão do método. Os mesmos que estão tendo ataques e desmaios por conta do "malvado" artigo da FSP são os mesmos, exatamente os mesmos, que piscam um dos olhos para a ditadura cubana e fazem que não enxergam, o número de mortos, torturados, exilados, etc, mas enxergam apenas o, pelo menos em tese, avanço da medicina cubana; como se isso de alguma forma atenuasse os erros do regime que são exatamente os mesmos de qualquer outra ditadura de esquerda ou de direita.

Vá você, falar do "milagre brasileiro", de itaipú, ou sei lá do quê e logo um turma vem babando pra cima lembrando da tortura e mortes. Cite o nome Cuba e não conseguirá pronunciar mais nada porque virá um discurso interminavel sobre a beleza da ilha; a altivez do povo cubano frente ao vizinho branco e malvado, os EUA; a medicina que não é nem mais de primeiro mundo mas extraterreste; a paixão do povo pelo Fidel.

Sobre a repressão, tortura e mortes, dirão que boa parte é propaganda americana.

E assim vai seguindo a vida nesse carnaval de 2009 com os enredos oscilando entre os escombros da crise, a chamada marolinha por Lula, e os chiliques dessa turma. E nós atrás desse trio elétrico vestindo a fantasia de palhaços.

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

De novo...dossiês, serviços e teorias conspiratórias.

A VEJA veio com uma entrevista de um político do PMDB. Ele desanca o próprio partido e fala coisas que convenhamos, todo mundo já falava ou dizia antes. Logo o político não e necessáriamente um oráculo nem obrigatóriamente alguem colocando a boca no trombone por ter tido interesses "escusos" colocados de lado.

O partido fez muxoxo, mas como tem a digamos assim, alma calejada, deixou a coisa de lado. Até porque outros políticos do partido costumam bater forte no próprio partido e no governo e nem por isso o mundo acabou.

Reinaldo Azevedo em seu blog destacou a entrevista, fez algumas observações e ponto.

Agora vem Luis Nassif e mostra a "verdade" por detráz da entrevista: Basicamente é um acordo de Serra com a revista VEJA para atacar o governo e Dilma. Provas: Bem, o politico em questão é aliado de Serra, critica Sarney por que esse não gosta de Serra e nada fala de Quércia que é aliado de Serra. Ataca Dilma e apoia Serra. Ele não disse nada que ninguem já não sabia, mas estranha que ele não fale sobre o governo FHC. Enfim, VEJA é aquela porcaria de esgoto e não poderia dar outra coisa.

Só faltou Nassif dizer que a idéia da entrevista partiu de Daniel Dantas para atacar Lula.

Como toda teoria conspiratória, a dele tem até detalhes como reuniões na casa de FHC.

É curioso, mas Nassif que está agora preocupado em escrever sobre o período Vargas se esquece da estória mais recente.

O PMDB é governo desde a redemocratização com o presidente sendo Sarney no lugar de Tancredo Neves. Foi base de apoio de Collor, FHC, FHC II, LULA e LULA II e será do próximo mesmo que seja um autômato, et ou um ser mutante. Porque? Porque preocupou-se, desde o plano cruzado que lhe deu enorme peso político, a criar capilaridade nas prefeituras. É lá que ele tem poder porque é ne-las que se gasta o dinheiro que vem do governo federal. Apoiando o governo de plantão mas não sendo O governo de plantão, ele se poupa do stress das decisões dificeis, exige as soluções e coloca gente nos principais ministérios, não principais por conta de decisões estratégicas ou políticas mas os que possuem as maiores verbas. Pesquisem e verão.

Lendo a reportagem, ele fala que o partido como os outros é corrupto e gosta de corrupção. A frase emgloba tudo e todos. Depois fala do governo Lula que é o governo do momento. Nassif no entanto, acha que a entrevista só seria séria se ele falasse de FHC também. Como não especificou, é coisa do PSDB contra o governo. Ele alega que não adianta mais as denúncias, já que a chance ficou pra tráz no primeiro governo, mas exige que o entrevistado aponte erros mais antigos ainda do tempo de FHC. Dá pra entender? Dá, se considerarmos o método, não do entrevistado mas do crítico.

É crível imaginar um político esperto como Serra, idealizando essa espécie de "queima de barco" do político em questão atacando o próprio partido, sabendo que precisará dele para compor o esforço de chegar a presidência em 2010? Nassif acha que sim, e parte desse pressuposto para criar sua "avaliação" da entrevista e do porque dela.

Nassif é adepto do PAC, fã de carteirinha mesmo; e não faz uma virgula de crítica ao fato dele ser um amontoado de projetos velhos com aquilo que a lei já manda fazer ou que os orçamentos determinavam. Diz que todos devem fiscalizar, mas ele mesmo que facilmente teria acesso aos dados não faz isso nem incentiva que sua comunidade o faça. Nassif poupa a ministra da Casa Civil como se fosse um membro da família, ao passo que Serra, o virtual candidato adversário da anteriormente citada, é criticado por ele quando não é vilipendiado e execrado pelos comentaristas.

Até aí, seria uma questão de escolha política e posicionamento ideológico dele. É seu direito. Mas esse direito que é de todos, não é permitido a Reinaldo Azevedo por exemplo. Se ele apoia Serra não é pelos mesmos nobres motivos que Nassif alega para sí mesmo; mas porque o outro é vendido aos iteresses deste ou daquele. Se apoia é porque ganha alguma coisa, se ataca é porque quer esconder algo. Já Nassif é meramente o portador da luz divina, arauto da verdade revelada e portanto é neutro, puro e limpo.

Nassif apoiou através de sua comunidade uma horda de ataques como nunca se havia visto contra um programa da TV Cultura, o Roda Viva no caso da entrevista com o ministro do STF Gilmar Mendes. Sua ação como general das tropas virtuais na web, foi claramente identificada pela citação final a ele em um post sobre o assunto que partiu do ombusdman da TV Cultura.

Pouco tempo depois, ele que tinha contrato com a TV, teve o contrato interrompido e saiu atirando com posts no blog sobre o assunto.

Agora negocia espaço na TV Brasil, para apresentar um programa sobre políticas públicas. A TV Brasil é a TV do executivo federal, a denominada TV LULA que dá traço de audiência.

A TV CULTURA é claro, não presta, é Serrista. Boa é a TV LULA. Coincidência ou não, começam as críticas contra as emissoras abertas, sua cobertura do caso da brasileira na Suiça, etc e tal.

Mas vá lá dizer que a opinião dele é vendida aos interesses do governo que já lhe deu um acordão de pai pra filho no caso do empréstimo do BNDES que ele renegociou e agora um dinhero extra com programas de televisão que ninguem assistirá. Será atacado pelos comentaristas sem dó nem piedade.

Obviamente, posso estar exagerando e posso estar errado na avaliação que faço, mas fico a me perguntar porque Nassif é tão lépido e fagueiro em tecer posts, argumentos, avaliações e assinar embaixo de comentários que vão parar no corpo principal dos posts quando se trata de assuntos que acabam se relacionando com o governo paulista como ocorreu com a greve da polícia civil paulista paraleo ao caso da jovem Eloá; mas não dá uma unica linha, um comentário sequer pessoal a respeito da decisão do governo de conceder asilo político para Cesare Battisti? Ou evoca críticas a imprensa no caso da brasileira supostamente atacada na Suiça, mas não escreve um miserável linha que seja quanto as sandices ditas por autoridades brasileiras quanto ao caso, numa tentativa rídicula de brindar o governo? Isso pra não falar da descontrução que fez do caso do dossiê de gastos saido da Casa Civil enquanto elabora uma mítica conspiração de VEJA e Serra com o planalto para que Dilma seja aceita pela "elite".

Como já percebido pelo Gravataí Merengue que retorna com o IMPRENSA MARROM, a bndessosfera foi engolida pela petistosfera. Na verdade acho que a primeira tornou-se a joia da coroa da segunda.

Enquanto isso...até nota de falecimento é colocada em dúvida se sai na VEJA, posto ser um veiculo de doutrinação a mando de Serra. Já qualquer idiotice, bobajada, erro ou piada dita por alguem do alto escalão, com excessão do Banco Central, será considerada obra prima do pensamento humano a ser organizada futuramente como a nova coleção de textos sacros a guiar os adeptos dessa nova religião: Igreja de São Lula dos petistas do terceiro mandato.

Oremos!

Crise atinge Cassinos de Trump

Com uma dívida calculada em US$ 1,7 bilhão, o grupo de cassinos do magnata americano Donald Trump, o Trump Entertainment Resorts, recorreu nesta terça-feira (17) à proteção da lei de falências norte-americana. O capítulo 11 da lei permite a reestruturação de uma empresa em amparo dos credores.

A demanda marca a terceira aparição do grupo a um tribunal de falências", segundo o Wall Street Journal. O grupo não efetuou o pagamento de US$ 53 milhões em juros em dezembro e tinha até esta terça para quitar o débito. O bilionário Donald Trump deixou o conselho da empresa no início do mês, dizendo não concordar com as decisões tomadas pelos demais acionistas.

O Trump Entertainment Resorts possui várias áreas de jogos em Atlantic City, cidade de Nova Jersey onde moradores de Nova York costumam fazer suas apostas. Os lucros com as apostas na cidade tiveram uma queda de 7,6% em 2008, no segundo recuo anual, com a recessão mantendo afastados os apostadores.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Sei que é difícil, mas o respeito a inteligência alheia exige...

Vejam que coisa!

Uma brasileira foi atacada, violentamente atacada ao ponto de ter abortado seus filhos em gestação. A agressão foi tão violenta que seu corpo foi coberto de cortes, alguns deles formando a sigla do partido governante, de direita.

A imprensa, capitaneada pela Globo, tendo por fonte o pai da brasileira, deu manchete do caso.

As autoridades brasileiras, incluso o presidente, reclamam solução, investigação, punição, etc e tal e o ministro das relações exteriores fala em levar o caso a ONU, outro evoca o nazismo, outro exige o mesmo respeito que os estrangeiros aqui recebem.

A blogosfera mais ou menos em peso, foi na mesma direção.

Dois expoentes dela no entanto divergiram na forma e direção. Reinaldo Azevedo, blogueiro hospedado na VEJA, reclamou do tratamento que a imprensa dava ao país, no caso a Suiça e reclamou fortemente das atitudes do governo. Entendeu desde o começo que a Suiça não é formada por nazi-fascitas e seria preciso aguardar as investigações.

Já Luis Nassif, como tem se acostumado a fazer nos casos mais polêmicos, cria posts a partir de notícias da imprensa e vai dando destaque aos comentaristas. Ocorreu o mesmo no caso da menina paulista morta pelos pais, no caso do sequestrador em Sto André e mais recentemente no caso do italiano condenado que recebeu status de asilado político.

Nesse caso específico, deu post retratando a chamada "barriga" que a Globo e a imprensa brasileira criou no caso.

Enquanto isso, Reinaldo Azevedo reclama dos colunistas da imprensa que diante dos fatos novos que levam a acreditar que a brasileira não estava grávida, pode não ter sido atacada e que os ferimentos foram auto-aplicados, tentam racionalizar a questão, dizendo basicamente que a Suiça não tem culpa no caso, mas veja bem, até poderia ter, por conta disso e daquilo.

Então qual conclusão se pode tirar? Não do caso em concreto, posto estar sob investigação; mas da postura da imprensa, da blogosfera, do governo nesse caso?

É quase desnecessário dizer, mas vamos lá. A linha defendida por Nassif reclama da imprensa um rigor impossivel de se ter. A Globo, tendo por fonte o pai da brasileira deu manchete do caso. O que se queria? Que se exigisse uma atestado de sanidade mental ou resultado de polígráfo para só então dar nota?

A imprensa deu a notícia com as pinceladas carregadas da emoção que até então os fatos demonstravam possuir. A imprensa erraria se diante das novas informações ela mantivesse a mesma posição. É isso que alguns colunistas fizeram e Reinaldo Azevedo foi no fígado deles. Nassif deu o post sobre a barriga mas não emitiu um comentário sequer a mais.

E o que dizer do governo? Bem esse tinha a obrigação de se somar com mais e melhores informações antes de sair por aí reclamando, tecendo opiniões e generalizando uma crítica superficial e genérica, criando um problema político com outro país.

Paulo Vanuchi evocou o fantasma do nazifascimo porque a moça havia sido atacada por skinheads. Ora, toda a semana em São Paulo, jovens idiotas dessa tribo espancam outros, por serem negros ou homosexuais, ou só por serem diferentes fisicamente deles. Alguma autoridade evoca a sombra do nazismo ou trata a coisa pelo que é; um crime cometido por marginais?

A brasileira não é judia, também não é negra, mas é branca, advogada, com visto de permanência e estudante. Porque seria atacada por nazistas? Ou só tem brasileiros na Suiça? Convenhamos!

Lula, exigiu que os brasileiros sejam bem tratados lá fora como os estrangeiros são aqui. Ainda bem que não existe essa reciprocidade que ele tanto exige, porque senão daria medo visitar outro país. Quantos turistas ou estrangeiros residentes foram assaltados e quantos foram mortos no Brasil? Não sei não, mas acho que a balança pesa muito mais contra nós nesse aspecto para ficarmos ditando o que se deve fazer ou qual tratamento ter. Ou alguem já esqueceu da inglesa esquartejada pelo amigo ou namorado? turistas japoneses mortos no RJ após assalto? Precisa mais? Verifique no oráculo, digo google.

E o ministro das relações exteriores? Quer levar o caso a ONU por conta da xenofobia? É o mesmo ministro que comandou a brilhante atuação brasileira na mesmíssima ONU que votou não para uma moção contra o governo do Sudão que não impediu, como é mesmo, um genocidio em Darfur, um ataque xenofóbo por conta de religião? E quer acusar a Suiça porque uma brasileira em mais de 60 anos foi supostamente atacada por skinheads? Não pode ser sério, não é mesmo?

Claro, enquanto isso, a Espanha prende e devolve turistas e empresários brasileiros nos aeroportos e o governo brasileiro toma sérias providências...pediu para a embaixada ver o que está acontecendo. Só rindo mesmo! É verdade, também tem a Itália que ousa questionar uma decisão do governo brasileiro, que diga-se de passagem, lhe afeta, e a petistada exige uma declaração de guerra aos carcamanos stronzos.

Sei que é difícil para alguns, mas o respeito a inteligência alheia exige que pensemos antes de emitir opinões, não é mesmo?

Tem mais um detalhe. Qualidade profissional a parte, posto que me é impossivel discuti-la, acho curioso que Nassif silencie sobre as ações do governo nesse caso e no caso do bandido italiano, justamente quando está negociando um programa de televisão na TV Brasil, aquela TV do executivo federal. Segundo ele, com sua entrada e com os profissionais que estão sendo contratados (com o nosso dinheiro, diga-se), o jornalismo da TV Brasil terá maior relevância.

Hoje essa televisão dá traço no ibope e por conclusão da fala de Nassif o jornalismo até agor foi irrelevante. O que virá a frente?

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

As drogas voltam ao cenário

A coisa é cíclica. Não tem jeito. Vira e mexe alguem traz de volta, da terra dos mortos, o fantasma da velha discussão da legalização das drogas.

Eu, já escrevi a respeito, sou contra. Sou até mais rigoroso. Acho que quem produz, vende e usa, deveria ser preso. A lei atual no entanto, não permite a prisão de usuário ou daquele que planta ou produz para consumo próprio. Quando muito leva um pito da autoridade policial. Já traficantes e gente que carrega digamos assim, quilos da coisa, sofrem os rigores da lei.

Para as drogas serem legalizadas no Brasil, os demais paises deveriam fazer o mesmo. Caso contrário seriámos o paraiso dos "malucos" com toda a carga emocional, social, violência e saúde que o problema traz no seu bojo.

É certo que a dependência em parte depende do organismo da pessoa. Mas não é a capacidade de tornar dependente que faz as drogas serem proibidas. Se assim fosse, o chocolate, a televisão e as acadêmias de ginásticas também deveriam ser proibidas já que existem pessoas viciadas em chocolate, em assistir TV, em fazer exercícios, etc.

Decerto, o fumo e a bebida também causam dependência em certos individuos e mesmo que não a cause o excesso no uso, leva a danos na saúde própria, de outrens, quando não acidentes que vitimam pessoas.

Em tese tudo deveria ser proibido então. Ocorre que a civilização ocidental, essa sociedade que vivemos, aceita o uso do fumo e a ingestão de bebida alcoolica, consciente de seus efeitos. E essa mesma sociedade aceita que a decisão pessoal de fumar e beber não deve ser ostensivamente alimentada com propagandas, coisa hoje limitada ao mínimo possivel.

Significa que as drogas deveriam ser liberadas como o fumo e o cigarro? Não, porque essa mesma sociedade não enxerga as drogas como faz com a bebida alcoolica ou com o fumo. Alem do mais, embora o excesso de bebida e do fumo seja devastador ao usuário a longo prazo, a devastação que as drogas ílicitas causam é ainda maior e as pesquisas indicam que muitos dos efeitos são permanentes.

Lógico, ninguem precisa acreditar em mim, por isso recomendo que visitem algumas clínicas de reabilitação de dependentes químicos. Vejam lá, se a vida daquelas pessoas é igual a alguem preso ao vício do fumo ou que se excede no uso de bebida alcoolica.

Há é claro, os ingênuos que acham que se as drogas forem legalizadas, acaba o crime organizado, os traficantes nas favelas, etc.

É preciso esclarecer a esses coitados, que só existem traficantes nas favelas, porque a acesso a elas é dificil, as vias de escape são mais fáceis, etc. Não existem favelas como as brasileiras nos EUA mas existem traficantes de drogas.

Além do quê, os verdadeiros donos do crime organizado não vivem nas favelas, nem no meio do mato, mas nas avenidas ricas das grandes cidades em aptos ou condomínios de alto luxo.

Legalizadas as drogas, os que vivem do dinheiro fácil do tráfico passarão a fazer outra coisa ílicita e de retorno financeiro rápido. Ou alguem imagina que o sujeito que entra no mundo do tráfico o faz porque é uma opção entre ser dentista ou traficante; ser verdureiro ou sinetinha do mal; ser bancário ou soldado da boca? Quem entra nesse mundo, posto ser uma organização paralela à sociedade, o faz por escolha pessoal e porque deseja conseguir rapidamente aquilo que no mundo real ou comum aos outros demanda tempo, grande tempo, de estudo e trabalho? Não é uma decisão a cargo da natureza ou do local de moradia porque se assim fosse, todos os moradores de favelas seriam bandidos quando na verdade a grande maioria é formada por trabalhadores, estudantes e frise-se, com um senso de honestidade e moralidade maior que muitos ricos.

O contrário é verdadeiro. É justamente a classe média e alta babaca que cada vez que compra um cigarro de maconha ou aspira uma carreira de cocaina, dá força ao traficante, ao marginal e delega a população honesta a viver sob o comando de marginais.

Legalizar algo não torna a prática inexistente, antes elimina a punição pela mesma. Ou alguem é idiota o suficiente para achar que se o homícidio deixasse de ser crime, o número de assassiatos cairia perto de zero? Só rindo mesmo.

Mas a discussão é sintomática do período que vivemos. Enquanto grupelhos discutem e lutam pela legalização das drogas, há aqueles que querem controlar a propaganda de biscoitos porque a população jovem está ficando obesa e isso acarretará em custos para a saúde no futuro, etc e tal.

Fazer o que, além de orar?

Oremos!

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Imposto de Renda 2009

Os contribuintes terão de 2 de março até a meia-noite do dia 30 de abril até para declarar o Imposto de Renda Pessoa Física (IRPF) 2009, ano-base 2008. A multa para quem perder o prazo será de, no mínimo, R$ 165,74.

De acordo com o Supervisor Nacional do Imposto de Renda, Joaquim Adir, “algumas experiências mostram que muitas pessoas tentam mandar a declaração até a meia-noite do último dia” - por isso o horário foi estendido das 20h para as 24h. A novidade nas regras para declaração do imposto de renda é que, a partir deste ano, o contribuinte poderá entregar o disquete com os dados de sua declaração nos postos da própria Receita Federal. Até a alteração, o envio só era possível por meio das agências bancárias. A medida, segundo a Receita Federal, pretende facilitar a entrega da declaração e evitar problemas com o prazo determinado. A declaração do IRPF também pode ser apresentada pelo programa Receitanet no site da Receita Federal, em disquete nas agências do Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, ou em formulário a ser adquirido por R$ 4,00 nas agências dos Correios. Também não é mais obrigatório ao contribuinte apresentar número do recibo do último do IR. De acordo com Joaquim Adir, porém, o processo continua seguro, uma vez que todos os dados cadastrais do cidadão serão confirmados durante a análise da declaração. 25 milhões de declarantes

A expectativa é de que 25 milhões de pessoas entreguem o IR. No ano passado, 24,3 milhões declararam o imposto. “No ano anterior houve aumento [do número de declarações] e foi por causa do aumento de renda. Mas este ano não, porque proporcionalmente ao aumento de redá houve a correção na tabela [de alíquotas de contribuição], então um anula o outro”, pondera Adir.

Obrigados a declarar

Pessoas físicas que tiveram rendimentos tributáveis acima de R$ 16.473,72 em 2008 são obrigadas a declarar Imposto de Renda. Quem ganhou acima de R$ 40 mil de rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, também. Contribuintes apresentados como dependentes na declaração de terceiros estão dispensados de apresentá-lo – mesmo quem já tenha obtido a renda mínima estipulada pelo órgão em 2008.

Quem obteve receita bruta em valor superior a R$ 82.368,00 com atividade rural também é obrigado a apresentar a Declaração de Ajuste Anual do Imposto sobre a renda referente ao exercício de 2009. O contribuinte que participou, em qualquer mês, do quadro societário de uma empresa, como sócio ou acionista ou quem realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas também estão obrigados a declarar o imposto.

Em contrapartida, ficam dispensadas de apresentar a declaração pessoas que tiveram participação em sociedades cujo valor de constituição tenha sido inferior a R$ 5 mil; aqueles cujos bens comuns sejam declarados outro cônjuge, desde que o valor total dos bens não exceda R$ 80 mil; e quem constar como dependente em declaração por outra pessoa física. O cidadão pode optar pela declaração simplificada, na qual as deduções previstas na legislação são substituídas pelo desconto padrão de 20% do valor dos rendimentos tributáveis, limitado a R$ 12.194,86. A opção do desconto simplificado é vedada ao contribuinte que pretende compensar prejuízo da atividade rural ou imposto pago no exterior. Retificação e declaração fora do prazo O contribuinte que perder o prazo para entrega da declaração do Imposto de Renda deve entregar sua declaração pela internet, pelo programa de transmissão Receitanet, ou em disquete nas unidades da Receita Federal. A multa para quem perder o prazo será de, no mínimo, R$ 165,74. O valor máximo é de 20% do imposto de renda devido.

Já o contribuinte que cometer algum erro ao entregar sua declaração, pode fazer uma retificação. Como a declaração retificadora tem a mesma natureza da declaração originarial, esta deve conter todas as informações anteriormente declaradas, com exceção das alterações necessárias.

Ela pode ser entregue pela internet ou em disquete nas agências do Banco do Brasil, Caixa Econômica ou ainda nos postos da Receita Federal. É preciso apresentar o recibo de entrega referente à declaração anterior.

OSCAR 2009

Os indicados (Os que eu acho que irão ganhar, estão com um X ao lado).
MELHOR FILME
> O Curioso Caso de Benjamin Button (X)

> Quem Quer Ser um Milionário?
> Milk
> O Leitor
> Frost/Nixon
MELHOR DIRETOR
> David Fincher (O Curioso Caso de Benjamin Button) (X)
> Danny Boyle (Quem Quer Ser um Milionário?)
> Gus Van Sant (Milk)
> Stephen Daldry (O Leitor)
> Ron Howard (Frost/Nixon)
MELHOR ATRIZ
> Angelina Jolie (A Troca, de Clint Eastwood)
> Anne Hathaway (O Casamento de Rachel, de Jonathan Demme)
> Melissa Leo (Rio Congelado, de Courtney Hunt)
> Meryl Streep (Dúvida, de John Patrick Shaley)
> Kate Winslet (O Leitor) (X)
MELHOR ATOR
> Frank Langella (Frost/Nixon)
> Sean Penn (Milk) (X)
> Brad Pitt (O Curioso Caso...)
> Mickey Rourke (O Lutador), de Darren Aronofsky)
> Richard Jenkins (The Visitor, de Thomas McCarthy)
ATRIZ COADJUVANTE
> Penélope Cruz (Vicky Cristina Barcelona, de Woody Allen) (X)
> Taraji P. Henson (O Curioso Caso...)
> Amy Adams (Dúvida)
> Viola Davis (Dúvida)
> Marisa Tomei (O Lutador)
ATOR COADJUVANTE
> Heath Ledger (Batman – O Cavaleiro das Trevas, de Christopher Nolan) (X)
> Josh Brolin (Milk)
> Robert Downey Jr. (Trovão Tropical, de Ben Stiller)
> Philip Seymour Hoffman (Dúvida)
> Michael Shannon (Foi Apenas um Sonho, de Sam Mendes)

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Uma conclusão moral

O que a semana e o fim dela nos proporcionaram e qual a conclusão moral delas?

Jogos políticos com os mesmos personagens que em décadas não tiraram seus estados dos niveis mais pobres mas que posam de grandes defensores do povo;

Políticos que criam artimanhas e mecânismos para evitar o pagamento de impostos e não são capazes de diminuir a carga que a população carrega, carga essa que eles mesmos se recusam a carregar;

Blogueiros que ávidos de alimentar suas teorias conspiratórias com as quais buscam alimentar-se das migalhas que caem da mesa dos poderosos, ficam a clamar por provas do desdisse e quando aparecem provas a respeito de provas, buscam na interpretação própria em sua lógica própria desdizer a prova que tanto clamavam como prova;

Conclusão:

Considerando o bem que não praticaram, e o mal que não evitaram, teria lhes sido melhor nunca terem nascido.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Comentando a questão do PAC

Sabe aquela estória do 'politicamente correto"? Chamar por nomes mais "educados" ou complexos para evitar preconceitos, etc? Por exemplo negro é afro-americano nos EUA ou afro-brasileiro aqui. Cego é deficiente visual, paralítico é deficiente locomocional ou locomotivo, gordo é obeso. Bem, PAC é o termo "politicamente correto" criado pelo governo para "gastos de infra-estrutura e investimentos".

Qualquer um sabe disso, mas vamos lá; precisa-se da elaboração de um orçamento para saber aonde será gasto quanto do dinheiro que entrará no caixa. No caso de governos, que trabalham exclusivamente com impostos e tributos coletados da população existe o valor real tirado da população. Sob esse valor em geral do passado, se fazem previsões considerando crescimento da economia, nivel de inflação, etc. A partir desse número equaciona-se a parte de investimento obrigatório, que são percentuais definidos em lei, custeio da máquina e o que será gasto em infra-estrutura e investimento que são: construção de estradas, pontes, escolas, esgoto, canalização de rios, irrigação, construção de casas, redes de transmissão e distribuição de energia, etc. Ou seja, tudo que depende do estado fazer por si mesmo, pelas estatais ou em parceria com empresas privadas.

O governo, mestre que é em marketing pessoal, criou uma expressão PAC, Plano de Aceleração da Economia e divulgou em 2007 esse projeto. Ocorre que se você, caro internauta, esmiuçar o tal do PAC, perceberá que ele informa o que será investido em infra-estrutura basicamente ao longo de cinco anos. Como o orçamento é anual, fez-se uma previsão do que será gasto. Como foi feita? Pegando na gaveta aqueles milhares de projetos aguardando dinheiro. Dividiu-se isso tudo em cinco anos, deu-se a devida atualização nos valores por conta de inflação e aumento de arracadação e assim o PAC informa "previamente" o que será indicado nos orçamentos a frente ao longo de cinco anos.

Para ser um PAC na acepção da palavra, o programa deveria indicar dinheiro novo para projetos novos ou dinheiro novo para projetos antigos de forma que o tempo de execução fosse menor. Somente assim seria "Aceleração". Quando muito, o PAC deveria ser chamado de PAO; Programa de Aceleração (de informação) do Orçamento, com o termo informação escondido numa silepse.

O PAC em si teria um enorme efeito positivo que é a centralização de seu comando ou gerenciamento. Realmente, nisso pode-se ver um avanço porque implica em gestão mais responsável e evita-se o velho engalfinhar-se dos ministérios. Mas com menos de 10% do PAC executado, o que temos em termos de impacto é apenas o de marketing do governo e seus atuais mandatários.

A reportagem reproduzida no post anterior demonstra que a diferença do governo FHC e Lula é que o primeiro é ruim de marketing e propaganda. O segundo não é. Só isso!

O atual governo segue literalmente a política econômica do governo FHC e inclusive segundo amplamente noticiado elogia em material de revistas estrangeiras, material pago diga-se, o governo anterior na área economica. Assim, baseado nos melhores fundamentos e com os ventos da economia impulsionando, o governo atual poderia ter investido muito mais, feito muito mais. Entretanto fez exatamente o mesmo apesar de ter arrecadado muito, mas muito mais. E apesar disso, unicamente por conta do marketing, a imagem que passa é de um gigante desbravador.

Não tenho os dados para avaliar, mas qual foi a carga de aumento no custeio da máquina e no plano assistêncial? Esse também nascido como vários planos no governo FHC e unificados sob o mesmo nome "bom de marketing", Bolsa-Família que ficou no lugar do mítico "Fome 0" como principal plano assistencial ou social do governo.

Apesar do PAC, governo Lula investiu igual ao gpoverno FHC

BRASÍLIA - Mesmo com as obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), criado em janeiro de 2007 e que recebeu mais R$ 142 bilhões só até 2010 em obras novas , os investimentos da União ficaram em 0,97% do PIB em 2008. Em 10 anos, o melhor resultado foi em 2001, durante o governo FH: 1,12%. Este patamar, porém, recuou em 2002 a 0,69% do PIB. Considerando os gastos do Orçamento da União e das estatais, os investimentos públicos totais passaram de 2,29% do PIB em 1998 para 2,80% em 2008, um acréscimo de apenas 0,5 ponto percentual, revela reportagem publicada nesta sexta-feira pelo Globo.

Carro-chefe do governo Lula, o PAC reúne investimentos financiados por várias fontes - Orçamento, estatais, bancos de fomento e setor privado -, mas os especialistas consideram que o melhor termômetro para medir a evolução dos investimentos de um país é o Orçamento da União, financiado com a arrecadação de impostos. É dele que saem recursos para a construção e conservação de rodovias.

No Brasil, os investimentos se mantiveram nos últimos 11 anos próximos de 1% do PIB, patamar muito aquém das demais despesas do governo com custeio da máquina e pessoal. Mesmo nos últimos anos, quando a economia registrou crescimento robusto, a situação se manteve inalterada. Entre 1998 e 2008, a receita total do governo, impulsionada pelo aumento da arrecadação, passou de 18,74% para 25% do PIB, um crescimento 6,26 pontos percentuais.

A oposição atacou a ampliação, em R$ 142 bilhões, do orçamento do PAC até 2010. O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), afirmou que os números "são virtuais" e constituem "um factóide, um engodo". O líder do PT na Câmara, Cândido Vaccarezza, rebateu as críticas.


fonte: O Globo

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

Distribuidoras da CPFL reajustam tarifa em 11% na média

Cinco distribuidoras pertencentes à CPFL Energia tiveram ontem autorização para reajustar, na média, em cerca de 11% as tarifas de energia para os consumidores industriais de suas áreas de concessão. Para os consumidores residenciais, o reajuste ficou na média em 8,8%. As novas tarifas impactam as contas de energia de fevereiro e devem afetar positivamente o faturamento do grupo já no primeiro trimestre do ano. Juntas, as cinco distribuidoras faturaram até setembro do ano passado, último dado disponível, cerca de R$ 500 milhões ou 5% do faturamento total da CPFL.

Os reajustes permitidos ontem pela Aneel superam as expectativas do Comitê de Política Monetária (Copom), que na ata de sua última reunião esperavam um reajuste nos preços de energia em cerca de 8% para este ano. Basicamente o aumento das tarifas das distribuidoras da CPFL refletem uma série de fatores.

O primeiro é a variação da inflação, medida pelo IGP-M no período. A alta do dólar que afetou o preço da energia de Itaipu comprada pela CPFL também afetou a decisão. A Aneel destacou ainda que também foi determinante o repasse às tarifas do aumento dos custos com o Encargo de Serviços do Sistema (ESS), que nada mais é que o custo de ter se mantido as usinas termelétricas no ano passado. Como as térmicas servem apenas para segurança de fornecimento, elas foram acionadas em função da falta da chuva do início do ano e da meta de se manter os reservatórios das hidrelétricas cheios. O custo total com ESS chegou a R$ 2,2 bilhões em 2008. No ano anterior, esse custo não chegou a 5% desse valor.

O maior reajuste autorizado ontem pela Aneel foi de 18,76% e será aplicado para as indústrias que estão na área de concessão da CPFL Leste Paulista, que atende os municípios de São José do Rio Pardo, São Sebastião da Grama, Divinolândia, Casa Branca, Itobi, Tapiratiba e Caconde. O maior reajuste residencial aprovado foi de 14,62% e afeta a área da Santa Cruz, que atende 24 municípios do interior de São Paulo e três do Paraná. As outras empresas que sofreram reajustes foram as de Mococa, Jaguari e Sul Paulista.

Ainda ontem, a Aneel também aprovou o resultado da segunda revisão tarifária da Energisa Borborema, que na prática eleva em mais de 10% a tarifa para os consumidores de alta tensão. Os de baixa tensão terão uma redução na conta de energia de 2,37%.

Comento: em outubro, a CPFL Piratininga teve aumento aprovado de 16% em média.

Votorantim continua a se desfazer de ativos

O grupo Camargo Corrêa fechou acordo com a Votorantim para assumir a participação indireta do grupo na companhia de energia elétrica paulista CPFL, numa operação com valor aproximado de R$ 2,56 bilhões.

O acordo prevê a compra pela Camargo Corrêa da participação que a Votorantim Participações tem na VBC Energia, empresa que integra o grupo de controle da CPFL com 27,8% do capital votante e total da empresa.
A Camargo Corrêa comprará de forma indireta os 50% que ainda não possuía da VBC Energia, informou a empresa. A aquisição deve ser concluída em 20 de fevereiro.

Fonte:Gazeta Mercantil

Comento: A Camargo Corrêa já havia adquirido a parte do Bradesco na VBC e agora com a saída da Votorantim (o V de VBC), a Camargo Corrêa se torna a única dona do grupo CPFL (sem considerar os demais minoritários, óbvio).

A Votorantim, em decorrência da crise ao que parece retrocede para suas atividades básicas: cimento, alumínio e papel; com o fortalecimento de sua presença nessas áreas mais do que já é.

O setor de energia, embora importantissimo para a Votorantim é um negócio mais recente com a compra da CPFL Paulista e através dela de parte da D2, uma das distribuidoras criadas com a divisão da Eletropaulo em 4 para sua privatização. A D2 se tornaria a Bandeirante Energia e essa seria cindida em duas. A parte responsável por regiões do interior (Sorocaba, Jundiaí e Baixada Santista), se tornou uma distribuidora independente que foi chamada de CPFL Piratininga.

A Votorantim que possui usinas geradoras de energia, com a venda de sua parte da VBC deixa o setor de energia como investidor e player desse mercado.


terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Mais um sobre o BBB

O reality show da Globo entrou em seu nono ano ou edição. Fiz um post sobre o assunto. Agora depois de alguns capítulos exibidos, digamos assim, algumas considerações:

É curioso como os "jogadores" se tornaram profissionais do jogo. Explico; o discurso de quase todos ele é que entraram sem querer "jogar". Estão alí inteiros e puros. Como a afirmação de cada um é sobre si mesmo, infere-se que os outros não estão sendo inteiros e puros. Outro termo recorrente é "mascaras cairão".

Na verdade, só o fato de alguem afirmar que não quer jogar ou que não está jogando já é um jogo em sí. Porque? Porque os "jogadores" acostumaran-se com as edições anteriores nas quais o público determinou que:

a) Pune os malvados e aqueles que tentam puxar o tapete dos outros;
b) Gosta e prêmia os "sinceros", que são "eles mesmos";
c) Tende a querer fazer justiça social, premiando os "pobrinhos", os que "mais necessitam".

A atual edição mostrou os jogadores justamente usando essas armas. A maioria falando da vida dificil que tiveram ou tem; perdas dos pais, naufrágios sentimentais e emocionais, etc.

A maioria se esforça a demonstrar posturas éticas, recriminando o que seriam atitudes ruins.

A maioria se descreve lá dentro como sendo o que é aqui fora.

A maioria tenta descontruir a imagem que os outros querem montar, ao ponto de determinar que esse ou aquele não precisa estar lá por conta das posses da família, coisa e tal.

E a maioria das pessoas que assistem acabam comprando essas coisas e vão formando as torcidas, em grande parte por conta do que é editado pelo programa.

A população não leva em consideração que:

1) A maioria é formado, o que demonstra nesse país, que possuem ou vem de famílias con renda. Praticamente todos os homens se declaram empresários, artistas. Uma é advogada. Outra jornalista. Boa parte possui idade "friends". Não são adolescentes mas ainda não são os quarentões com filhos, hipotecas, etc.
2) As mulheres, mesmo aquelas que choram a dificuldade financeira familiar pagaram operações estéticas como a colocação de silicone nos seios, operação que custa por baixo, cerca de R$ 6.000 a R$ 10.000,00. Não é coberta pelo SUS nem por planos de saúde. Como pode?
3) O pudor e o digamos assim o recato; tão exigido dos outros jogadores logo é esquecido pelos eliminados que participam de ensaios "sensuais" e aceitam convites para posar sem roupas para revistas masculinas e femininas. Claro se forem, como é mesmo que dizem; fotos de bom gosto, artísticas, tudo bem.

Ao final do programa esses se juntarão aos anteriores formando um grupo pouco maior que 100 pessoas que ostentarão como um cartão corporativo o termo "ex-bbb".

Fazer o quê!?! Se quem paga é você!?!

Popularidade e Culto a Personalidade

Manchetes de hoje dão conta de que:

A) Aprovação de Lula atinge 84%.
B) 34,4% conhece alguem que demitido, logo desempregado, pelo menos formalmente; após o ínicio da crise financeira mundial.
C) 42,7% tem receio de perder o emprego por conta da situação.
E) 76,6% acreditam que Barack Obama na presidência tornará o mundo melhor.

Os números acima são de uma pesquisa com 2.000 pessoas em 136 munícipios nos 24 estados.

Não sei quais são os municipios, mas reza a teoria que isso espelha mais ou menos o que se passa no pais.

O que temos então?

Na minha visão de leigo, percebo que o grau de otimismo do brasileiro com o americano Barack Obama é maior do que o demonstrado com Lula. Explico: Lula entrou no seu penultimo ano de governo, sendo apenas esse o que se considera como um ano de crise já que a mesma estourou pra valer no final do ano passado. Já Barack Obama não tem sequer um mês de governo própriamente dito e chega bem perto da popularidade de Lula. 76,6% e 84% respectivamente. Ora se a margem de erro é de 3% para mais ou para menos, no limite temos um empate entre ambos.

O que temos portanto? De uma lado a visão de Lula como sendo um de "nós". O povão que chegou lá. Isso é algo alimentado vezes sem conta tanto pelo governo, quanto pelo partido. Vou mais longe. O próprio faz desse discurso seu mantra.

E nem adianta demonstrar que a realidade é bem outra. Antonio Ermírio de Moraes não é considerado como sendo do "povão" mas sua origem, de seu pai, é justamente no povão. Lula não é bilionário como Antonio Ermírio; mas sairá da presidência milionário. Seu salário é aplicado religiosamente no sistema financeiro, já que suas despesas são bancadas pelo erário. Seu filho, pelo menos um deles, deixou de ser funcionário do zôo de São Paulo para ser um empresário milionário. Dono de imóveis em São Bernardo do Campo, Lula terá uma vida extremamente confortável para quem boa parte dos anos, viveu em casas de amigos como sendo um favor.

Por isso a "elite"; a nova elite o considera um dos seus. Por isso o "povão" o considera um dos nossos.

A popularidade de Lula está claramente descolada de seu governo, em boa parte devido a esse verdadeiro culto a personalidade.

Mas o brasileiro cai nessa? Claro que cai. Porque Barack Obama tem a "aprovação" de 76,6% dos brasileiros com menos de um mês de governo. Por qual razão? Por que reflete o culto a personalidade criado em torno do americano desde o início da campanha.

E os fatos reais? Bem o atentado de 11 de setembro não foi resultado de ações contra o governo Bush. Ele foi criado e montado durante o governo americano de Clinton. O primeiro atentado às Torres Gêmeas foi durante o governo Clinton. E quem cuida da área internacional e econômica? membros e colaboradores da administração Clinton, incluso a ex-primeira-dama. Quem cuida da questão de segurança? gente do governo anterior, do malvado Bush.

Então o que temos? A atual administração tem idéias do governo Clinton e do governo Bush que a seu tempo foram alvos de ira, críticas, etc. Mas 76,6% acham que Barack Obama dará solução aos problemas. Quais problemas? Ora aqueles que se originaram ou que não foi dada solução pelas pessoas que agora estão no novo governo.

Se a lógica, apenas a torçida, não explica esse percentual de aprovação, caimos na questão do culto a personalidade, esse messianismo criado em torno do americano. E que no fundo, convenhamos, guardadas as devidas proporções, é o mesmo que foi criado e é alimentado em torno de Lula.

34,4% conhecem alguem demitido por conta da crise. É possivel concluir portanto, que 34,4% das pessoas estão desempregadas por conta da crise , numa regra de 1 por 1 (até porque alguem pode estar falando em causa própria).

Temos também que 42,7% tem receio de perder o emprego por conta da crise. Logo, 77,1% tem receio de sofrer ou já sofre perdas com a crise. E mesmo assim 84% aprovam Lula.

A aprovação de Lula está descolada da situação real da crise, assim como está descolada de seu governo, o que explica que a aprovação ao "governo" seja menor que a aprovação ao "presidente".

E assim vamos indo...

Quem for bamba em matemática, pesquisas, etc e quiser demonstrar que minha avaliação é furada, fique a vontade.