terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

De novo...dossiês, serviços e teorias conspiratórias.

A VEJA veio com uma entrevista de um político do PMDB. Ele desanca o próprio partido e fala coisas que convenhamos, todo mundo já falava ou dizia antes. Logo o político não e necessáriamente um oráculo nem obrigatóriamente alguem colocando a boca no trombone por ter tido interesses "escusos" colocados de lado.

O partido fez muxoxo, mas como tem a digamos assim, alma calejada, deixou a coisa de lado. Até porque outros políticos do partido costumam bater forte no próprio partido e no governo e nem por isso o mundo acabou.

Reinaldo Azevedo em seu blog destacou a entrevista, fez algumas observações e ponto.

Agora vem Luis Nassif e mostra a "verdade" por detráz da entrevista: Basicamente é um acordo de Serra com a revista VEJA para atacar o governo e Dilma. Provas: Bem, o politico em questão é aliado de Serra, critica Sarney por que esse não gosta de Serra e nada fala de Quércia que é aliado de Serra. Ataca Dilma e apoia Serra. Ele não disse nada que ninguem já não sabia, mas estranha que ele não fale sobre o governo FHC. Enfim, VEJA é aquela porcaria de esgoto e não poderia dar outra coisa.

Só faltou Nassif dizer que a idéia da entrevista partiu de Daniel Dantas para atacar Lula.

Como toda teoria conspiratória, a dele tem até detalhes como reuniões na casa de FHC.

É curioso, mas Nassif que está agora preocupado em escrever sobre o período Vargas se esquece da estória mais recente.

O PMDB é governo desde a redemocratização com o presidente sendo Sarney no lugar de Tancredo Neves. Foi base de apoio de Collor, FHC, FHC II, LULA e LULA II e será do próximo mesmo que seja um autômato, et ou um ser mutante. Porque? Porque preocupou-se, desde o plano cruzado que lhe deu enorme peso político, a criar capilaridade nas prefeituras. É lá que ele tem poder porque é ne-las que se gasta o dinheiro que vem do governo federal. Apoiando o governo de plantão mas não sendo O governo de plantão, ele se poupa do stress das decisões dificeis, exige as soluções e coloca gente nos principais ministérios, não principais por conta de decisões estratégicas ou políticas mas os que possuem as maiores verbas. Pesquisem e verão.

Lendo a reportagem, ele fala que o partido como os outros é corrupto e gosta de corrupção. A frase emgloba tudo e todos. Depois fala do governo Lula que é o governo do momento. Nassif no entanto, acha que a entrevista só seria séria se ele falasse de FHC também. Como não especificou, é coisa do PSDB contra o governo. Ele alega que não adianta mais as denúncias, já que a chance ficou pra tráz no primeiro governo, mas exige que o entrevistado aponte erros mais antigos ainda do tempo de FHC. Dá pra entender? Dá, se considerarmos o método, não do entrevistado mas do crítico.

É crível imaginar um político esperto como Serra, idealizando essa espécie de "queima de barco" do político em questão atacando o próprio partido, sabendo que precisará dele para compor o esforço de chegar a presidência em 2010? Nassif acha que sim, e parte desse pressuposto para criar sua "avaliação" da entrevista e do porque dela.

Nassif é adepto do PAC, fã de carteirinha mesmo; e não faz uma virgula de crítica ao fato dele ser um amontoado de projetos velhos com aquilo que a lei já manda fazer ou que os orçamentos determinavam. Diz que todos devem fiscalizar, mas ele mesmo que facilmente teria acesso aos dados não faz isso nem incentiva que sua comunidade o faça. Nassif poupa a ministra da Casa Civil como se fosse um membro da família, ao passo que Serra, o virtual candidato adversário da anteriormente citada, é criticado por ele quando não é vilipendiado e execrado pelos comentaristas.

Até aí, seria uma questão de escolha política e posicionamento ideológico dele. É seu direito. Mas esse direito que é de todos, não é permitido a Reinaldo Azevedo por exemplo. Se ele apoia Serra não é pelos mesmos nobres motivos que Nassif alega para sí mesmo; mas porque o outro é vendido aos iteresses deste ou daquele. Se apoia é porque ganha alguma coisa, se ataca é porque quer esconder algo. Já Nassif é meramente o portador da luz divina, arauto da verdade revelada e portanto é neutro, puro e limpo.

Nassif apoiou através de sua comunidade uma horda de ataques como nunca se havia visto contra um programa da TV Cultura, o Roda Viva no caso da entrevista com o ministro do STF Gilmar Mendes. Sua ação como general das tropas virtuais na web, foi claramente identificada pela citação final a ele em um post sobre o assunto que partiu do ombusdman da TV Cultura.

Pouco tempo depois, ele que tinha contrato com a TV, teve o contrato interrompido e saiu atirando com posts no blog sobre o assunto.

Agora negocia espaço na TV Brasil, para apresentar um programa sobre políticas públicas. A TV Brasil é a TV do executivo federal, a denominada TV LULA que dá traço de audiência.

A TV CULTURA é claro, não presta, é Serrista. Boa é a TV LULA. Coincidência ou não, começam as críticas contra as emissoras abertas, sua cobertura do caso da brasileira na Suiça, etc e tal.

Mas vá lá dizer que a opinião dele é vendida aos interesses do governo que já lhe deu um acordão de pai pra filho no caso do empréstimo do BNDES que ele renegociou e agora um dinhero extra com programas de televisão que ninguem assistirá. Será atacado pelos comentaristas sem dó nem piedade.

Obviamente, posso estar exagerando e posso estar errado na avaliação que faço, mas fico a me perguntar porque Nassif é tão lépido e fagueiro em tecer posts, argumentos, avaliações e assinar embaixo de comentários que vão parar no corpo principal dos posts quando se trata de assuntos que acabam se relacionando com o governo paulista como ocorreu com a greve da polícia civil paulista paraleo ao caso da jovem Eloá; mas não dá uma unica linha, um comentário sequer pessoal a respeito da decisão do governo de conceder asilo político para Cesare Battisti? Ou evoca críticas a imprensa no caso da brasileira supostamente atacada na Suiça, mas não escreve um miserável linha que seja quanto as sandices ditas por autoridades brasileiras quanto ao caso, numa tentativa rídicula de brindar o governo? Isso pra não falar da descontrução que fez do caso do dossiê de gastos saido da Casa Civil enquanto elabora uma mítica conspiração de VEJA e Serra com o planalto para que Dilma seja aceita pela "elite".

Como já percebido pelo Gravataí Merengue que retorna com o IMPRENSA MARROM, a bndessosfera foi engolida pela petistosfera. Na verdade acho que a primeira tornou-se a joia da coroa da segunda.

Enquanto isso...até nota de falecimento é colocada em dúvida se sai na VEJA, posto ser um veiculo de doutrinação a mando de Serra. Já qualquer idiotice, bobajada, erro ou piada dita por alguem do alto escalão, com excessão do Banco Central, será considerada obra prima do pensamento humano a ser organizada futuramente como a nova coleção de textos sacros a guiar os adeptos dessa nova religião: Igreja de São Lula dos petistas do terceiro mandato.

Oremos!

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