sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

As drogas voltam ao cenário

A coisa é cíclica. Não tem jeito. Vira e mexe alguem traz de volta, da terra dos mortos, o fantasma da velha discussão da legalização das drogas.

Eu, já escrevi a respeito, sou contra. Sou até mais rigoroso. Acho que quem produz, vende e usa, deveria ser preso. A lei atual no entanto, não permite a prisão de usuário ou daquele que planta ou produz para consumo próprio. Quando muito leva um pito da autoridade policial. Já traficantes e gente que carrega digamos assim, quilos da coisa, sofrem os rigores da lei.

Para as drogas serem legalizadas no Brasil, os demais paises deveriam fazer o mesmo. Caso contrário seriámos o paraiso dos "malucos" com toda a carga emocional, social, violência e saúde que o problema traz no seu bojo.

É certo que a dependência em parte depende do organismo da pessoa. Mas não é a capacidade de tornar dependente que faz as drogas serem proibidas. Se assim fosse, o chocolate, a televisão e as acadêmias de ginásticas também deveriam ser proibidas já que existem pessoas viciadas em chocolate, em assistir TV, em fazer exercícios, etc.

Decerto, o fumo e a bebida também causam dependência em certos individuos e mesmo que não a cause o excesso no uso, leva a danos na saúde própria, de outrens, quando não acidentes que vitimam pessoas.

Em tese tudo deveria ser proibido então. Ocorre que a civilização ocidental, essa sociedade que vivemos, aceita o uso do fumo e a ingestão de bebida alcoolica, consciente de seus efeitos. E essa mesma sociedade aceita que a decisão pessoal de fumar e beber não deve ser ostensivamente alimentada com propagandas, coisa hoje limitada ao mínimo possivel.

Significa que as drogas deveriam ser liberadas como o fumo e o cigarro? Não, porque essa mesma sociedade não enxerga as drogas como faz com a bebida alcoolica ou com o fumo. Alem do mais, embora o excesso de bebida e do fumo seja devastador ao usuário a longo prazo, a devastação que as drogas ílicitas causam é ainda maior e as pesquisas indicam que muitos dos efeitos são permanentes.

Lógico, ninguem precisa acreditar em mim, por isso recomendo que visitem algumas clínicas de reabilitação de dependentes químicos. Vejam lá, se a vida daquelas pessoas é igual a alguem preso ao vício do fumo ou que se excede no uso de bebida alcoolica.

Há é claro, os ingênuos que acham que se as drogas forem legalizadas, acaba o crime organizado, os traficantes nas favelas, etc.

É preciso esclarecer a esses coitados, que só existem traficantes nas favelas, porque a acesso a elas é dificil, as vias de escape são mais fáceis, etc. Não existem favelas como as brasileiras nos EUA mas existem traficantes de drogas.

Além do quê, os verdadeiros donos do crime organizado não vivem nas favelas, nem no meio do mato, mas nas avenidas ricas das grandes cidades em aptos ou condomínios de alto luxo.

Legalizadas as drogas, os que vivem do dinheiro fácil do tráfico passarão a fazer outra coisa ílicita e de retorno financeiro rápido. Ou alguem imagina que o sujeito que entra no mundo do tráfico o faz porque é uma opção entre ser dentista ou traficante; ser verdureiro ou sinetinha do mal; ser bancário ou soldado da boca? Quem entra nesse mundo, posto ser uma organização paralela à sociedade, o faz por escolha pessoal e porque deseja conseguir rapidamente aquilo que no mundo real ou comum aos outros demanda tempo, grande tempo, de estudo e trabalho? Não é uma decisão a cargo da natureza ou do local de moradia porque se assim fosse, todos os moradores de favelas seriam bandidos quando na verdade a grande maioria é formada por trabalhadores, estudantes e frise-se, com um senso de honestidade e moralidade maior que muitos ricos.

O contrário é verdadeiro. É justamente a classe média e alta babaca que cada vez que compra um cigarro de maconha ou aspira uma carreira de cocaina, dá força ao traficante, ao marginal e delega a população honesta a viver sob o comando de marginais.

Legalizar algo não torna a prática inexistente, antes elimina a punição pela mesma. Ou alguem é idiota o suficiente para achar que se o homícidio deixasse de ser crime, o número de assassiatos cairia perto de zero? Só rindo mesmo.

Mas a discussão é sintomática do período que vivemos. Enquanto grupelhos discutem e lutam pela legalização das drogas, há aqueles que querem controlar a propaganda de biscoitos porque a população jovem está ficando obesa e isso acarretará em custos para a saúde no futuro, etc e tal.

Fazer o que, além de orar?

Oremos!

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