quinta-feira, 24 de julho de 2008

MUDANÇAS NA GLOBALTECH

A GLOBALTECH, minha empresa voltada para business intelligence nas áreas de energia e gestão, passará por mudanças para atender melhor nossos clientes e servir melhor à nossa comunidade.

Algumas mudanças são:

1) O site mudará de endereço para o www.globaltech.srv.br. A terminação srv (serviços), é mais apropriada ao que fazemos que a terminação com (comercial). Os email de contato ficarão menores e mais facilmente lembrados.
2) O site, agora um portal, apresentará novos recursos e conteudo relacionado às atividades da empresa, como os projetos de eficiência energética. Haverá uma área de download para documentos tais como Normas Técnicas, Resoluções, Textos explicativos, etc.
3) Novos produtos. A SantosDigital, parceira e braço da Globaltech na área de gestão e web-services disponibilizará no portal a aquisição de um sistema de gestão de CRM, um portal de serviços e uma loja virtual. Além disso iremos oferecer hospedagem de sites e portais na web.

Assim que o portal e o novo conteúdo estiver no ar, darei o link aos leitores.

quarta-feira, 23 de julho de 2008

O Caso Dantas,, a Fusão da BrtOi e o governo

Segue o trecho final do ultimo post que escrevi sobre o caso Dantas e a parte do relatório polícial acerca do papel da mídia: "...Por essa razão, parece a mim, um mero leigo, que esse trecho do relatório sobre a imprensa teve fundamento muito mais militante que outra coisa, até porque em tese, os jornalistas citados possuem como ligação: a) a objeção ao processo de fusão da BrtOi e; b) objeção ao governo Lula em maior ou menor grau. O delegado autor dessa investigação e relatório era e é militante o que explicaria a aderência as acusações contidas no Dossiê VEJA, pelo menos no espírito delas ou na sua essência. Fatos mesmos, daqueles contra os quais não há argumento, não encontrei nenhum, muito pelo contrário. Claro, não sou tonto de dizer que não existem jornalistas a soldo de Dantas, pagos por ele ou que defendem seus interesses. O que acho é que esse documento, relatório, inquérito, seja lá o nome que se queira dar não aponta uma única prova de isso ocorra, embora saibamos que possa ocorrer; e deu um atestado aos jornalistas citados, porque as citações em nenhum momento os implicam nem em conduta ílicita muito menos em conduta criminal..."


Porque repeti-lo? Daquele dia em diante, muito foi dito e escrito sobre o assunto. Reinaldo Azevedo analisou certos aspectos e Gravataí Merengue tem feito uma análise profunda dos fatos relacionados. Note-se que os citados blogueiros não são do mesmo espectro político, não comungam das mesmas idéias, mas no caso em questão ambos concordavam sobre o mesmo e central tema: a questão da SuperTele é o cerne dessa monumental confusão.

Passa o tempo, o o trecho final do meu post vem se comprovando. Por exemplo, em minha análise que disse de início ser imperfeita e superficial trouxe atenção ao fato de um email ser usado como exemplo de que Dantas comprava a espaço na midia (o email falava de orçamento), e notei que o emal fazia referência ao ConversaAfiada do Paulo Henrique Amorim. Ora, se ele sempre foi crítico de Dantas, era então jogo de cena, já que o mesmo seria pago por ele? PHA citado obliquamente no relatório como exemplo daquilo que PHA e Nassif tanto acusaram Mainardi entre outros de fazerem? Pois é; Reinaldo Azevedo fez uma análise um pouco mais investigativa e descobriu que o receptor do email era um tradutor. Isso coloca a coisa completamente sobre outro prisma, já que o email solicita orçamento para "traduzir" artigos da mídia. Ora isso é uma situação perfeitamente normal em um grupo que possua muitos interesses estrangeiros, daí a necessidade de tradução, vai saber, para o inglês ou servo-croata, não importa; ou mesmo para municiar ações judiciais. E não se está falando de matérias favoráveis, já que PHA se limita a não xingar a mãe de Dantas e o resto sendo liberado.

Aonde nos leva essa conclusão? Ora, se Mainardi é cooptado por Dantas , porque Dantas pediu para traduzir documentos que ele tornou público; PHA também é cooptado por Dantas, porque Dantas pediu para traduzir matéria que ele escreveu e com um agravante. Dantas solicita a tradução do material que estava em italiano para o portugues e o de PHA de portugues para supostamente inglês. Então o primeiro classifica-se facilmente como busca de conhecimento e o segundo ferramente de utilização. PHA é cooptado ou jornalista-cela? Não me parece. Porque Mainardi então o seria?

A segunda conclusão é que o delegado e sua equipe após 4 anos de investigação, quebraram o sigilo telefônico e eletrônico dos acusados mas não se deram ao trabalho de investiga-los realmente. Apenas coletaram as informações e montaram o relatório guiados pela "ideologia" que baseou o relatório pelo menos na parte relacionada com a imprensa; o "caso veja" de Nassif e as matérias de PHA, talvez as de Mino Carta; embora a metralhadora giratória do delegado tenha atingido até Delfim Neto, colunista da revista de Mino Carta.

Se o delegado e sua equipe tivessem ido além da pura e simples devassa de emails e telefonemas, muitas das alegações poderiam obter uma profundidade ou abrangência maiores do que o até agora exposto, assim como evitaria manchar esse importante relatório investigativo, com discursos ora panfletário, ora ideológico, ora pura e simples bobagem como o exposto acima.

A superficialidade de análise ou argumentação demonstrada na parte dedicada à imprensa, na verdade é apenas o método investigativo empregado. Parte de três pressupostos:

a) Os envolvidos são meliantes, praticantes do ilegal e do ilícito;
b) A fama, merecida ou não, demonstra que a presunção de inocência não se aplica; logo as ações mesmo as de aspecto normal ou do cotidiano possuem uma motivação ilegal, imoral ou anti-ética por trás, e;
c) Tudo que disseram ou escreveram e que foi devidamente coletado possuem a qualidade da veracidade intrinsêca. Explico: As coisa ditas ou escritas são tomadas ao pé da letra quanto a intençõa motivadora. Um exemplo já foi demonstrado acima com o email fazendo referência a texto de PHA. Esse item repete-se nas acusações a Naji Nahas que claramente em seus telefonemas jacta-se de amizades ou acesso privilegiado que não possui ligação com o assunto em sí como por exemplo, jactar-se de que sabe que o FED irá baixar os juros, porque a informação quente lhe foi passada pelo presidente do banco mundial, que nada tem a ver com o FED e mais um detalhe; 99 em cada 100 consultores, jornalistas e especialistas acertou esse mesmo diagnóstico. Qual o grande problema moral nesse caso? A jactância pode ser realmente um defeito de caráter ou falha de personalidade, mas não é crime, não é mesmo? Se assim, fosse, o presidente Lula seria preso tão logo deixasse a presidência por conta dos infinitos "nunca antes neste país" que soltou ao longo de dois mandatos.

O relatório demonstra uma importância real naquilo que está em destaque no inicio deste post. A questão central é a fusão da Brt e Oi.

Pesquisem o arquivo desde blog e venho defendendo e compartilhando a mesma tese defendida por blogueiros mais bem informados do que eu como o Gravataí Merengue, Janaina Leite, Reinaldo Azevedo e Diogo Mainardi. A fusão é ilegal, porque a lei não permite. A lei será alterada pelo governo federal para legitimar um negócio e isso deixará o negócio legal mas não o tornará menos imoral. Porque imoral? Porque os negócios devem se adequar às leis e não o contrário. Quantas vezes não ouvimos dizer que um dos problemas brasileiros é o tal do marco regulatório ou marco legal. As determinações do que pode e não pode ser feito para que os contratos sejam respeitados e haja assim segurança jurídica. Ora se os amigos dos que estão no poder podem alterar as leis para seu próprio benefício, o que impede de estando outro grupo no poder os novos amigos fazerem o mesmo? Qual segurança pode-se ter?

Outra coisa que torna a operação imoral é o fato de ter sido aprovado e liberado um empréstimo gigantesco pelo BNDES, a mesma entidade envolvida em recentes escandâlos de liberação de empréstimos que foram desviados; para a fusão que ainda era ilegal ou proibida pela lei. Anteriormente a VIVO havia ensaiado uma operação dessa e não foi pra frente porque a ANATEL com base na lei não aprovaria. A mesma agência aprovou a mesma ação desta feita providenciando alteração na lei para aprovação do governo federal. Por que não fez isso para a outra proposta? Porque eram empresas controladas por estrangeiros, valendo aí o ideologismo burro ou porque não estavam envolvidos os amigos? Seria pelos dois motivos somados? Claro!

O relatório demonstra que advogados militantes do partido do governo estiveram envolvidos na operação visando favorecer o lado de Dantas que tinha enormes interesses na fusão, cerca de um bilhão deles.

Curiosamente, a militância petista ataca a mídia chamando-a de PIG, tão ao gosto de PHA, Nassif e Mino Carta; porque essa ataca o governo e defende os interesses de Dantas. Enquanto isso, esses mesmos militantes petistas e o próprio governo trabalha de forma a atender os interesses de Dantas; e diante desse relatório nada resta a fazer senão apontar trechos editados do relatório tentando mostrar que estavam certos, quando uma leitura atenta e total demonstra justamente o contrário e que aqueles que sempre foram acusados de defender Dantas, sempre atacaram a fusão da BrtOi enquanto que os que defendiam a fusão se considereram opositores a Dantas.

Perguta-se: Se Dantas queria a fusão quem está a favor dele, os que escreveram contra a operação da fusão ou os que a defenderam? É uma lógica simples, não?

De resto, a blogosfera e a mídia vem noticiando mudanças de comando de investigações, juizes tirando férias amuados e o governo bravo, querendo que o negócio da fusão e claro as ilações quanto ao governo sejam retiradas. Retiradas, sobre o que do relatório?

A exemplo da venda da VARIG, mais um caso em que a mistura de interesses comerciais e governos de plantão, resultam em escândalos e prejuizos ao erário. Afinal não é bom que se esqueça que o BNDES não fabrica dinheiro, mas seus recursos vem do tesouro. O BB que fechou um empréstimo bilionário para a OI é uma empresa pública, leia-se estatal, com ações na bolsa. O marketing do BB é de que o BB é o bando do joão, do andré, do... Se fosse assim, porque os acionistas não foram consultados? Dinheiro público e do público dado com a mão esquerda e depois com a mão direita pelo governo que claro, apesar dos recordes de arrecadação insiste que tem pouco dinheiros e é necessário mais impostos como aCPMF.

No fim, sempre tem aqueles que aplaudem. Nós, ficamos com o papel de palhaço, e AQUELES, recebem o aplaudo da platéia, mesmo depois de terem caido do cavalo.

O que nos resta, além de orar? Oremos!

É isso!

quarta-feira, 16 de julho de 2008

O caso Daniel Dantas e o relatório sobre a imprensa

Contam que solicitaram a Isaac Newton que resolvesse um problema matemático proposto e que estava sem solução por alguns anos. Em poucas horas, Newton elaborou a resposta certa, mas solicitou que fosse publicada sem a identificação de seu nome. O autor do problema, no entanto, disse que pela garra é que se conhecia o leão, reconhecendo na resposta a genialidade de Newton.

A pedido do anônimo comentarista de post anterior, faço uma breve e claro, imperfeita e superficial análise da parte do relatório referente a jornalistas a serviço de Dantas.

A parte do relatório voltado a questão da imprensa começa com esse trecho:

No curso da presente investigação nos deparamos com diálogos e emails que apontam para a ocorrência de manipulação da midia pela organização criminosa investigada. Pudemos notar que tudo o que se publica com relação aos interesses do grupo é acompanhado de perto e cuidadosamente – pág 148

Venhamos e convenhamos, qual é a empresa, grupo financeiro ou até mesmo pessoa física que não acompanhe de perto o que é publicado sobre seus interesses? Qual o crime de possuir esse tipo de interesse? Aliás, quanto maior a empresa maior esse interesse e cuidado com a mídia.

Não é preciso ir muito longe. Qualquer participante de Reality Show depois que sai, faz o quê como primeira providência? Acertou para quem respondeu: Contratar um assessor de imprensa.

Aliás não foi com esse objetivo, o de aparecer bem na mídia, que a polícia vazou para a Rede Globo que iria efetuar as prisões, tanto que as equipes da globo acompanharam todas as equipes e teve a primazia do furo de reportagem? Ou alguém acha que os profissionais da Rede Globo resolveram acampar em frente ao prédio da polícia e saíram seguindo cada policial a espera de um furo jornalístico?

Depois vamos para a página 150: ...comprar e manipular alguns meios...Mais uma vez um outro caso...assassinando reputações...

No ínicio falei de Newton. Pois é se é pelas garras que se conhece o leão, são pelas citações que se reconhecem as fontes e nesse trecho, fica, ao menos para mim, bastante claro que esse trecho do relatório foi grandemente influenciado pelo conjunto de textos chamado Dossiê VEJA de Luis Nassif.

A título de discutir o tipo de jornalismo praticado pela revista VEJA, a maior parte dos capítulos gira em torno da suposta ligação entre Daniel Dantas e a direção de VEJA além de dois colunistas da revista, Jardim e Mainardi. Escracha outro colunista, Reinaldo Azevedo e usa como constante o termo, “assassinato de reputação” ao citar as colunas dos jornalistas acima bem como as reportagens de Janaina Leite, à época repórter da Folha de São Paulo.

Nassif é o autor dessa alcunha “assassinato de reputações” e por isso, toda vez que alguém usa esse termo, está citando Luis Nassif mesmo que indiretamente. Adiante;

Mais a frente nas próximas páginas, os emails transcritos demonstram que a coluna de Mainardi com documentos que recebeu da Itália foram citados e que seria importante traduzir para saber o que há de interessante nos documentos. Ora, a acusação de Nassif é que Mainardi era jornalista-cela de Dantas; e o inquérito do delegado Protogenes (que recebeu fartos elogios e até orações de proteção de Nassif em seu blog); demonstoua que a equipe de Dantas interessou-se no material publicado por ele e não que repassou para ele para vê-lo publicado. Ademais, se o pessoal de Dantas tivesse repassado a informação, para que um email solicitando a tradução dos documentos? Será preciso desenhar para entender?

Na página 153 consta o seguinte trecho: Também, o testemunho dele – que novamente é secreto – foi vazado por Nassif (jornalista que é contratado agora por IG, controlado por BT e por que muito tempo foi envolvido em campanha de difamação contra nós

Curiosamente, aqui menciona Nassif vazando informações de um testemunho sigiloso de um processo igualmente sigiloso, porque tinha uma campanha contra Dantas e o processo especificamente era contra Demarco, adversário de Dantas.

É bom relembrar que Mainardi demonstrou em sua coluna (que foi uma resposta ao ataque de Nassif contra ele, por ter aberto o off, ou exposto uma fonte que pediu sigilo), que Nassif copiou como parte de uma reportagem um email de Demarco para ele até com os mesmos erros de grafia. A partir de então começou a guerra entre os dois.

Seguindo a série de exemplos de emails são apesentados trechos de mensagens em inglês e depois a tradução delas. Em um deles cita: Também, ontem Amália lhe enviou uma tradução de um artigo do jornalista Diogo Mainardi. Você deveria acessar o endereço na web indicado. Aparentemente este é um relatório de promotores italianos que se referem à corrupção no Brasil. Isso parece muito útil.

Esse trecho mantém o mesmo diapasão dos anteriores, ou seja informando da existência de um artigo de Mainardi e o acesso a documentos da justiça italiana que poderiam ser úteis.

É lógico que, diferentemente do que pensa Nassif, não foi Dantas e seu “bando” que forneceram dados para Mainardi, mas se aproveitaram dos dados cavados nas reportagens de Mainardi.

Ora bolas, solicitar a tradução é justamente o que Nassif também pediu em seu blog para seus leitores que soubessem italiano. Porque o interesse de Nassif é legítimo e ético e o do pessoal de Dantas não?

Nassif enxerga nisso uma grande teoria conspiratória no qual Dantas alimenta de informações Mainardi para então uma vez publicadas, usá-las na sua defesa em processos judiciais.

Pergunto: um documento se torna mais oficial, verdadeiro ou fundamentado porque foi exposto na mídia primeiro? Ou um documento por si só, pode ter essas qualidades? Claro que a segunda opção é a mais correta e de posse de informações importantes remetê-las diretamente à sua defesa sem precisar dessa pantomima seria o mais correto. A fantasia exposta a realidade perde o impacto não é mesmo?

Aliás, consideremos que Mainardi fosse realmente, nas palavras de Nassif, um jornalista-cela de Dantas. Com tantos grampos e escutas rigorosamente de todos os componentes da equipe de Dantas entre outros, porque em nenhuma delas aparece uma conversa telefônica ou email demonstrando que Mainardi estava sendo “cavalgado”? E antes que alguém replique, já respondo: Se houvessem, porque o delegado não os utilizou como exemplo, já que no final da página 150 e inicio da página 151 (numeração impressa), o relatório afirma: Os diversos relatórios de interceptação telefônica e telemática trouxeram tópicos específicos sobre o tema. Reproduzirei apenas algumas mensagens e áudios, pois é impotante chamar atenção para o tema, uma vez que poderá ter influência na repercussão após a execução deste trabalho.

É obvio a qualquer um que leia com o mínimo de isenção, que Dantas interessou-se pelos artigos de Mainardi naquilo que podia atacar seus adversários mas silenciou quando esses mesmos artigos o atacavam. Ora se existem gravações de emails e telefonemas de Dantas e Cia bela orientando Mainardi, é claro que teriam sido usados pelo delegado. Como não existem, mas o relatório foi fortemente embasado nos ataques de Nassif, era necessário torcer e interpretar a “relação” de Dantas e Mainardi.

Em trecho posterior usa um email de Adriana de Abreu para indicar que a imprensa era orientada. Como o email fala em orçamento, estaria sendo paga também? O que achei interessante é que o email não relaciona os alvos constantes de Nassif como Mainardi, Janaina Leite, etc; mas cita o Jornal do Brasil e o Conversa Afiada que presumo ser o blog de Paulo Henrique Amorim.

O próximo exemplo dado foi um email com um editorial da Folha de São Paulo sobre o caso do dossiê FHC. Nesse caso, o relatório da polícia afirma que o Jornal Folha de São Paulo tem seu editorial pautado por Dantas e não porque a Folha de São Paulo faça oposição ao governo Lula. E quando ela fazia forte oposição ao governo FHC, ou ao governo do estado, de quem era a pauta então?

No próximo trecho menciona uma MNI (mulher não identificada), que é Janaina Leite. Em seu blog ela deu os detalhes da conversa que tratava da briga dela com Nassif. O inquérito cita esse trecho como exemplo, por conta, claro, da citação a Mainardi. A explicação de Janaina é bastante coerente (não vou reproduzir aqui, por conta do tamanho, é só acessar o blog dela).

Outro trecho, já foi elucidado por outros jornalistas, incluso Janaina Leite, é a primeira citação da jornalista Andrea Michael da Folha de São Paulo, citada por um membro da equipe de Dantas como estando atrás dele para fazer uma matéria encomendada.

O trecho segue informando que A Folha está querendo saber da desenvoltura de Daniel e quem o está ajudando, e o que ele iria fazer com o dinheiro que irá receber.

O termo “encomenda” significa a mando da redação. Segundo as explicações é um jargão do meio, da mesma forma que o termo “vendeu a reportagem” significa que ela foi aceita pelo editor. O trecho do relatório deixa isso claro porque cita “A Folha está querendo saber...”. Não precisa desenhar pra entender, não é mesmo?

Ademais, se a matéria é por encomenda, então deveria ser Dantas a procurar a jornalista e não o contrário.

Não sou jornalista, mas me orgulho de ter saído do segundo grau sabendo ler, escrever e interpretar textos, e o acima me dizem exatamente isso.

Segue depois outros trechos: Ricardo diz para Rodenburg que a nota da FOLHA foi prometida para sexta...

...Otani Aparecida Leite, provavelmente jornalista e esta diz: “eu acabei com a palhaçada” da história do LUIZ NASSIF...

No primeiro caso, seria bem mais interessante se o relatório mostrasse a tal nota da tal sexta posterior ao dia 09.04.08; porque se a informação pode ser entendida pelo que poderia ser de pior (matéria encomendada a favor de Dantas), também pode ser lida pelo que poderia ser de melhor (matéria com o outro lado ou a versão de Dantas em determinado assunto ou sei lá uma nota social, procura-se cãozinho perdido, vai saber). Apresentar o trecho do jornal com a nota citada é o que daria peso à afirmação de que se trata de matéria encomendada. Do jeito que está é só uma ilação e ilações, convenhamos, o inquérito está tão cheio delas que simplesmente tiram parte da credibilidade que o relatório deveria ostentar.

Quanto ao segundo trecho, verificar explicações, novamente coerentes no blog da Janaina Leite.

Em outro trecho, finalmente um exemplo do que pode ser uma relação muito próxima da imprensa com Dantas. Trata-se do Relatório 06/08 – STG áudios 2181288143 2008045122825 1 8029364.wav Em 25/04/2008,às 12:26:25s – HUMBERTO...GREENHALGH ter recebido de um jornalista (HUDSON CORREA), que é do Correio e da Folha de São Paulo, um e-mail sobre a matéria onde a PF diz que Daniel Dantas é alvo de investigação. A matéria trata de uma operação em andamento envolvendo Daniel Dantas, Naji Nahas...repassar informação...

A jornalista Andrea Michael foi acusada de fazer uma reportagem antecipando a investigação que resultou nesse inquérito. Pois bem, essa mensagem de áudio, demonstra que um colega com acesso à reportagem informou Greenhalgh. Ocorre que a gravação pelo que está transcrito envolveu o próprio Greenhalgh. Abrem-se então duas explicações ambas razoáveis embora excludentes: A primeira é que o jornalista, sendo contato de Greenhalgh, o avisou e esse por sua vez alertou a manada toda. A segunda explicação é que sendo a investigação tão grande com tantos investigados, cabia verificar com cada um seu lado ou ponto de vista e esse jornalista ficou encarregado de Greenhalgh. Este por sua vez começou a alertar a turma para ir atrás de informações.

Obviamente quem sou eu para dizer que essa ou aquela opção são as corretas, mas é fato que o inquérito ou relatório considera apenas a primeira opção, já que esse é a proposta desta parte do relatório.

A próxima conversa é em seqüência a anterior acima e não fica claro que jornalistas são informantes, mas que enviaram perguntas para serem respondidas por conta de uma reportagem que estava sendo feita.

Adiante;

O próximo texto cita novamente Janaina Leite. Este trecho específico gerou outra troca de tiros entre Nassif, Janaina e do franco-atirador Gravataí Merengue, que com lógica impecável atingiu Nassif na cabeça:

Ocorre que o trecho deixa claro que a Janaina estava escrevendo sobre a participação do BNDES na criação da BrtOi e a questão do endividamento e perguntou a Dantas se era uma situação similar ocorrida na Itália e Dantas confirmou.

O mesmo Dantas que ganhou quase um bilhão de dólares na transação.

Nassif usou um trecho dessa parte do relatório excluindo o trecho acima, porque Janaina sempre foi contra a operação e seu texto foi no sentido de destruir as alegações a favor da mesma. Nassif editou o trecho para demonstrar o quanto estava certo atacando Janaina em seu Dossiê VEJA.

Janaina replicou o texto mostrando o trecho inteiro do relatório mas antes disso, Gravataí Merengue no blog Imprensa Marrom, desconstruiu sem dó o post de Nassif demonstrando a desonestidade dele na citação dos fatos.

Nassif se esqueceu que uma vez publicado na internet, qualquer um teve acesso ao relatório, como eu tive, vejam vocês; e que não duraria muito a sua, digamos assim, “revelação dos fatos”.

E porque Nassif editou ou escolheu só um pedaço do trecho citado no relatório? Porque a parte desconsiderada cita o BNDES que é órgão estatal que emprestou uma grana preta para Nassif e depois a renegociou dentro de um processo judicial de cobrança em condições extremamente positivas para o devedor, Nassif. A considerar que o BNDES também é uma das instituições que vira e mexe patrocina as atividades dele, em outras palavras, paga seu salário, seus honorários, escolha o nome que queira dar; ficaria ruim mostrar que o BNDES é citado no relatório em uma situação na qual entra com a possibilidade grande de perder dinheiro na transação (fusão da BrtOi). A citação demonstra qual a intenção da jornalista em falar com Dantas. Retirado o texto, fica-se com a errõnea impressão de que Janaina Leite era orientada por Dantas.

Na seqüência, o relatório fala sobre vazamento de informações.

Como já foi demonstrado, o furo de reportagem da jornalista Andrea Michael, se foi passada para Dantas, o foi por outro jornalista e mesmo assim, a título de investigação. É plenamente razoável e possível essa explicação.

Neste trecho, como a reportagem dava detalhes, nomes e fatos que realmente estão no relatório e as pessoas citadas foram realmente presas; o relatório sentencia que a jornalista vazou a informação e a partir daí, a quadrilha de Dantas passou a se mexer para evitar o pior, serem presos.

Afinal, queria o delegado o quê? Que eles aguardassem os acontecimentos e quando os citados fossem acusados e presos aí tentar se proteger? O que queria o delegado que a jornalista ou mesmo o Jornal Folha de São Paulo, fizessem? Que esperassem os acusados receberem voz de prisão para então dar a notícia numa espécie de diário oficial dos fatos ocorridos? A Folha recebeu as informações, investigou e virou notícia. Ponto. Fez o papel dela.

O que o relatório não diz é quem vazou a informação para a jornalista. Porque médium ela não deve ser, não é mesmo? Conseguiu a informação aonde? Em uma taboa ouija, cartas de tarô ou jogando búzios? É obvio que alguém de dentro da polícia é que vazou a investigação.

Diga-se mais, o requinte de detalhes foi tanto, que somente um policial por dentro da investigação poderia tê-lo feito. Ora, se o delegado encarregado, segundo o que a imprensa noticiou fez a coisa debaixo de bombardeio da própria polícia, usando pessoal da ABIN; quem vazou só pode ter sido alguém de dentro de sua equipe. Pergunta-se então: Se esse inquérito é sigiloso e a políciais são por natureza funcionários públicos; porque não houve o devido aperto na equipe diretamente relacionada para saber quem deu com a língua nos dentes? Porque não pediu ao juiz maiores investigações para saber quem quebrou a lei ao passar as informações sigilosas para a imprensa e processa-lo?

Nada disso é feita salvo pedir ordem de prisão para a jornalista e apreensão de documentos em sua residência; coisa que o juiz sensatamente recusou, assim como recusou toda essa parte do relatório contra a imprensa.

Outro dado interessante é que apesar do relatório citar Mainardi, Janaina, Andrea Michael como jornalistas a serviço de Dantas, dando “corroboração” às acusações ( que ao meu ver influenciaram o relatório), de Luis Nassif; o quadro de pessoas físicas cujo sigilo fiscal foi solicitado, não consta o nome de nenhum dos jornalistas citados. Vejam lá no ultimo bloco de PDF.

É de se convir, por uma questão de respeito à lógica, que os jornalistas citados como exemplos de assassinos de reputações, a soldo de Dantas, etc, deveriam ter seus sigilos quebrados para verificar se o que percebem como salário está compatível com a renda declarada e se receberam dinheiro de Dantas.

Acho muito estranho que depois de um sem número de páginas demonstrando que há jornalista a soldo de Dantas, que nenhum deles seja denunciado, como se realmente estivessem a soldo de Dantas, porém nada receberam dele; trabalharam de graça. Logo merecem um pito do juiz e não processo. Têm cabimento? Não!

Por essa razão, parece a mim, um mero leigo, que esse trecho do relatório sobre a imprensa teve fundamento muito mais militante que outra coisa, até porque em tese, os jornalistas citados possuem como ligação:

a) a objeção ao processo de fusão da BrtOi e;

b) objeção ao governo Lula em maior ou menor grau.

O delegado autor dessa investigação e relatório era e é militante o que explicaria a aderência as acusações contidas no Dossiê VEJA, pelo menos no espírito delas ou na sua essência.

Fatos mesmos, daqueles contra os quais não há argumento, não encontrei nenhum, muito pelo contrário.

Claro, não sou tonto de dizer que não existem jornalistas a soldo de Dantas, pagos por ele ou que defendem seus interesses. O que acho é que esse documento, relatório, inquérito, seja lá o nome que se queira dar não aponta uma única prova de isso ocorra, embora saibamos que possa ocorrer; e deu um atestado aos jornalistas citados, porque as citações em nenhum momento os implicam nem em conduta ílicita muito menos em conduta criminal.

É isso!


segunda-feira, 14 de julho de 2008

A pesquisa do Gravataí Merengue

As perguntas do Gravataí em preto e as minhas respostas em azul:

- Quem é contra e quem é a favor da fusão BrTOi?

R: A favor tem o Luis Nassif que vê sinergias na fusão. A favor o Daniel Dantas que colocou no bolso quase um bilhão de dolares e colocou na empresa..quanto mesmo? Fica a dúvida sobre esse valor, porque os fundos de pensão estatais estraram pesado e o BNDES financiou a privatização. A favor da fusão temos o governo federal a pretexto de montar uma grande cia nacional de telecomunicação (versão oficial) e pagar os favores de amigos empresários (versão oficiosa). Existe a militância petista a favor é claro e quem mais?

Eu particularmente sou contra e pelo motivo mais prosaico. A lei não permite. Ahhhh! mas a lei será alterada e nesse caso pode. Pois é, poder fazer a fusão poderá, mas deveria? Quer dizer que as leis são adaptadas aos negócios quando deveria ser o contrário? Trabalho com cosnultoria em eficiência energética. Aí um bestalhão sei lá na Eletrobrás, acha que o programa Procel deveria ser o único instrumento a ser usado em projetos de eficiência energética; pede uma mudança na lei tornando a atividade uma função obrigatóriamente da Eletrobrás e eu passo então a vender coco na praia porque a lei adaptou-se ao negócio. O problema de mudar leis para satisfazer negócios particulares gera justamente esse tipo de incerteza jurídica. O exemplo que dei é extremo, claro, mas a sensação de incerteza é a mesma.
Tempos atrás a Vivo tentou uma ação similar e parou porque a Anatel havia dito o óbvio: a fusão é contra a lei. Pergunto: Porque naquela época não alteraram a lei para tais ações então, só o fazendo agora, porque é do interesse de membros do governo e amigos dos mesmos?

- Quem é contra e quem é a favor da grana do BNDES nesse negócio?

R: Nassif é a favor, já que em seu blog o Banco Central toma pau todo o dia mas não existe uma única palavra contra o empréstimo. Os novos donos são a favor, já que não precisaram dispor de um centavo sequer próprio para a operação. O governo é a favor porque tem interesse na operação. A militância petista é a favor, já que o S do BNDES significa Social, social é povo e povo significa sindicatos e os representantes do povo que terão claro, o mesmo direito de solicitar dindin.

Eu particularmente seria a favor se o banco aprovasse a operação após e somente após a mudança na lei (coisa que sí mesma que já considero imoral). A operação também não deveria ser total mas de uma parte, exigindo garantias e aporte de capital das partes interessadas. Em tempo: Sabe quando 2 ou 3 empresas de pequeno ou médio porte conseguiriam de dinheiro do BNDES para uma fusão entre sí na busca de melhor posicionamento no mercado? Pois é, você entendeu.

- Quem é contra e quem é a favor de uma investigação desse processo?

R: Vejamos, Nassif seria contra, porque CPI´s servem de show e simulacro apoiado pela mídia como ele bateu no caso da CPI dos cartões, do dossiê de gastos FHC, do mensalão, etc. O governo seria contra, aceitando uma CPI mas impedindo as investigações. A oposição também não fará empenho, por conta dos interesses dos mesmos no BNDES. A militância petista que verá a investigação como mais um meio de querer derrubar Lula.

Particularmente, sou a favor da investigação, embora ache que ela deveria ser política (CPI), e séria (judiciário).


O caso de Dantas e companhia limitada

Acompanhei, como de resto, o país todo; o caso da prisão do empresário Daniel Dantas e companhia limitada.

O que entendi da confusão toda: As partes publicadas nas revistas semanais e nos jornais, permite deduzir que os motivos alegados para imputar crimes aos personagens presos necessitaria ou de maior embasamento comprobatório ou alteração nos motivos alegados para elementos mais críveis.

1) Sobre Dantas, é aquilo que se falava, uns mais outros menos sobre o sujeito, embora a questão do suborno, que é a parte realmente mais séria da acusação, sofra algumas ressalvas. Explico: Qualquer um que pretendendo se livrar de uma multa, de um processo, sei lá, que ofereça para tanto a famosa cervejinha pra autoridade policial é presa em flagrante delito. O que acho estranho é a gravação sem som de uma cena na qual os policias dizem que ocorreu a oferta de propina. Qual ligação existe entre a ação filmada (um encontro em um restaurante), e a oferta de propina, açao eminentemente verbal? Ahhh!, mas o fulano reconheçeu que fez a oferta. Tá certo, mas quase todo mundo sabe que o que é dito frente as camêras no momento em que o sujeito é preso ou respondendo ao delegado pode ser mudado quando se estiver em juizo. Para sanar e evitar qualquer dúvida, deveria haver o som da filmagem. De duas, uma: Ou a "oferta" foi montada ou o que é mais provável, houve incompetência na hora de gravar o ilícito.

2) Sobre Pitta, veja bem, conversas telefônicas ligam o sujeito ao Nahas porque pediu dinheiro a ele. Pedir dinheiro a um amigo é crime? Acho que não! Essa amizade já vem de longa data ou começou agora? É antiga. Esse dinheiro é fruto de algo ilícito? Veja bem, cabe a polícia provar. De resto me parece que o cidadão, posto estar fora da política por sua clara ineficiência é uma carta fora do baralho, porém marcada o suficiente para dizerem: Tá vendo, demorou mas pegaram!

E agora uma ilação? Porque o tal do Greenhalgh que as tais gravações colocam no epicentro das coisas não teve o mesmo destino de Pitta?

3) Sobre Nahas, é nesse ponto que a coisa vira roteiro de filme B, coisa de esquete da série Agente 86. As acusações são:

a) Gravação mostra Nahas mandando comprar ações da Petrob´ras e interlocutor reclama da perda de valor e Nahas informa que açõe vão subir. Semana depois, avisos da descoberta de petróleo na bacia de Santos elevam o valor das ações da Petrobrás. Qual é a fonte de Nahas na Petrobrás ou na ANP, já que o presidente dela andou soltando notas sobre descoberta de campos que fizeram as ações da Petrobrás subirem de valor? Alguem foi indiciado após a vigorosa investigação que usou os agentes 86 e 99, digo, da ABIN? E a alta do preço do petróleo, motivo real que elevou o valor de praticamente todas as cias de petróleo? Nahas teve algum mérito nisso? Venhamos e convenhamos...

b) Nahas teve acesso dias antes aos números do FED, que permitiu reposicionar suas posições. ALguem precisa avisar o autor do inquérito consultorias americanas acertam 99% das decisões do FED, como aqui no Brasil, os especialistas acertam 99% dos resultados das reuniões do COPOM. Devem ser todos presos? E qual o crime no Brasil, se fosse verdade essa bobagem do FED, que ele tivesse acesso a esse tipo de informação? Qual crime no Brasil teria sido praticado?

Quer dizer que acho todos eles, personalidades ilibadas quase sacras; daqueles que merecem estátua em praça ainda em vida e serem canonizados após a morte? Longe disso, acho que são culpados. É mais ou menos como aquela história do sujeito que não sabe porque tá batendo no outro mas o outro sabe porque está apanhando.

O problema é que esse inquérito, pelo que veio a público serve mais para ajudar os envolvidos a se safarem, tamanha são as bobagens alí depositadas, que os advogados de defesa terão muito pouco trabalho para inocentar seus clientes.

Nem deveria ser preciso lembrar, mas vou, que Collor foi impedido de se manter na presidência, perdeu seus direitos políticos, foi processado e no fim, foi inocentado. Não era culpado? Claro que era! mas as devidas provas conforme manda a legislação não foram claramente identificadas.

A lei que protege canalhas serve na verdade para proteger a nós, os cidadãos comuns, da mão poderosa do estado; senão, estariamos todos perdidos, bastando não dizer amém ao grupo de plantão no poder.

A mesma lei protegerá os envolvidos no caso em questão se as provas e não ilações, achismos, arrepios na nuca forem devidamente apresentados.

4) Sobre o envolvimento da mídia, a parte do relatório que trata da ação da mídia parece ter sido escrita apenas e tão somente tendo por base o chamado dossie VEJA de Luis Nassif, ou o texto apoplético de Paulo Henrique Amorim.

O blog do Nassif no fim de semana, trombeteou partes do relatório que ele disse ter tido acesso, clamando aos quatro ventos que Mainardi e VEJA foram mencionadas no inquerito. Gravataí Merengue no blog imprensa marrom, analisou o post de Nassif e diferentemente da avaliação de Nassif, entendeu que os trechos citam trechos de um coluna de Mainardi como exemplo do que queriam provar que ocorria na imprensa e o relatório menciona outros jornalistas de outras empresas de comunicação. Nassif depois em novo post alega que os citados o foram de forma positiva. A Folha de São Paulo entendeu diferente. Como Nassif responde? A leitura da Folha está errada e a dele correta. Ou seja, Mainardi e VEJA são citados como vilões não citações e os demais como exemplos de contatos normais. A Folha entende que todos são acusados.

O juiz desconsiderou as partes relativas a mídia, tanto que sequer faz parte de seu relatório citações a mídia e não permitiu que uma jornalista da Folha fosse presa. Qual o motivo que queriam a prisão dela? Porque uma fonte, obviamente de dentro da Polícia, deu a fita toda sobre a investigação e ela aproveitando o furo, fez uma reportagem em Abril sobre a investigação. Logo ela foi classificada de estar a soldo de Dantas (como Nassif fez acusando sem provas a Janaina Leite e que por conta disso até hoje é enxovalhada no seu blog por valentes anônimos que a chamam de jornalista vendida, daí pra baixo). E a Globo, que recebeu a dica das prisões e estava lá de madrugada acompanhando as equipes da PF? Seria então vendida aos que são inimigos de Dantas? Esse tipo de dualismo, que existe nos texto de Nassif e PHA seria apenas ridículo, se não trouxessem no bojo, a violência iracunda dos militantes na blogosfera.

Em suma apoio a campanha de Reinaldo Azevedo: Fala, Dantas!!

sábado, 12 de julho de 2008

A Guerra entre Nassif e Mainardi

E não é que a guerra, que parecia ter ficado no estilo "tiro de trincheira" como na primeira guerra, voltou ao estilo Poderoso Chefão com direito a rajadas de metralhadoras e bombas?

A prisão de Daniel Dantas ativou a alça de mira de Nassif que recebeu em troca um pesado bombardeio de Mainardi.

Agora minhas considerações:

A coisa está posicionada na blogosfera como se fosse uma luta do bem (Nassif), contra o mal (Mainardi), ou VEJA, ou RA, ou DD (a escolha de letrinhas fica a cargo do leitor, porque Nassif mistura tudo no mesmo saco). A pouco um leitor escreveu mandou um comentário para um post antigo no qual disse que a guerra entre os blogs tornou Mainardi a Geni da mídia nacional, já que todo mundo fala mal mas não vivem sem ele. O comentário dizia que vive-se bem sem ele e que ele irá pagar pelos crimes que cometeu.

Claramente, é alguem que lê Nassif e tomou o lado dele na questão. Respeito esse direito de posicionar-se desde que, demonstrado o erro da ação a pessoa de público, demonstre que errou e não que crie teorias conspiratórias para explicar o insucesso de sua escolha.

Avaliando as posições, o que escrevem e como escrevem, mantenho minha opinião desde o ínicio, de que Nassif está devendo explicações. Que ele ataque Daniel Dantas, por entender que o outro lado está certo, é um direito que lhe assiste, bem como atacar ou criticar a revista VEJA ou outros veiculos de comunicação que em sua visão estejam errados. Quando, no entanto, suas críticas e ataques passam a contar também com as motivações dos outros, sempre funestas ou erradas como se ele e somente ele fosse portador da bem-aventura qualidade da pureza moral e ética; aí a coisa fica mais difícil; porque a posição adotada exige mais do que "achismos" e coletâneas de "Ctrl C e V" de trechos de artigos, na maioria sem os links para que o inteiro teor possa ser lido.

É interessante que os tiros começaram no blog de Nassif e não sei quantos aos outros leitores, mas quando acesso o blog em questão, a área reservada para o "dossiê VEJA" antes com cerca de 11 capítulos mostra agora apenas um deles, com os ataques ao Mainardi.

O post no qual ele cita o inquerito, que ainda não é público, que cita nominalmente Mainardi, coisa que foi altamente valorizada por Nassif e comentaristas, teve um trecho alterado, depois que o blog imprensa marrom do Gravataí Merengue, destrinchou pedaço a pedaço e notou que havia erro de citação de uma coluna de Mainardi em VEJA. Logo de manhã havia lido Nassif e depois a tarde reparei que o trecho fora alterado. A questão era o tema de um coluna. A coluna chamav-se "Entendeu, Thabita" e foi colocada como "Entendeu, Trabalha". Pode parecer bobagem, mas pensei o seguinte:
a) Nassif acertou o post, obviamente após ser alertado por alguem que leu o blog do Garavataí. Faltou no entanto a atitude elegante de mencionar o fato. Não o fez porque Gravataí é hoje um desafeto, porque atacou Nassif em defesa de Janaina Leite? Mas a ética e o rigor jornalístico não deveriam estar acima dessas coisas?
b) O trecho em questão do post de Nassif é um trecho do tal inquerito, que ninguem ainda teve acesso. Pergunto: O erro foi dele, de digitação; e o inquerito possui o tema da coluna correta? O erro é do inquerito, como dá a entender a leitura do post? Se o erro é do inquerito, o correto seria Nassif por uma questão de rigor jornalistico manter o trecho como foi "transcrito" e explicar o erro como demonstrou Gravataí. Além do mais porque não deu o link de acesso ao inquerito? O que realmente está nele, já que parte transcrita é alterada por conta de erro e que não deve ter sido alterado no original que está com o juiz?

E Mainardi? Na podcast, demonstra e comprova que antes até de Paulo Henrique Amorim vociferar contra o governo acusando Dantas de ser a fonte de dinheiro do mensalão, o Mainardi já fazia essa constatação em suas colunas. Portanto, as proprias colunas e podcast de Mainardi demonstram que o mesmo jamais poderia ser um jornalista a soldo de Dantas, porque rigorosamente todos seus artigos batem direta ou indiretamente em Dantas.

Qual a lógica de acusar um jornalista de fazer algo que seus artigos demonstram ter feito justamente o contrário? Tá certo, acusar Dantas de financiar o mensalão, de financiar Lula, poderia ter um efeito sobre os mais de 45% de eleitores que não votaram em Lula? Qual efeito, além de confirmar que agiram certos em não votar no Lula? E os demais 55% que votou em Lula? Acusar Dantas deveria tê-lo feito subir na admiração destes e principalmente dos militantes. Mas foi isso que vimos acontecer? Pelo contrário, Dantas foi e continua sendo satanizado pela militância. Então qual foi o trabalho de Mainardi a favor de Dantas?

Nassif deixa mais ou menos claro que uma vez que jornalistas escrevam negativamente contra adversários de Dantas, é porque estão do lado dele, logo a soldo do mesmo. Nassif escreve contra Dantas usando o dossiê VEJA para isso; mas aí ele não está a soldo dos adversários de Dantas, ele é só um instrumento da verdade. Vai ver, é por isso que o blog não traga links, e se pareça com trechos de livros sagrados, aonde o fiel depende da interpretação do homem santo para entender o texto.

O inquerito, que iniciou-se no processo do mensalão mas teve toda sua vertente voltada para a briga pelo controle das teles que culminou na fusão da Br e na Oi; é usada para dizer que jornalistas foram usados no interesse de Dantas. Ora Dantas ganhou 1 bilhão com a fusão das duas teles, fim do processo contra o citybank aqui e nos EUA. Logo é de se presumir que Dantas fosse a favor da operação, como realmente era. Quais jornalistas falaram a favor ou se omitiram?

Reinaldo Azevedo, o blogueiro de esgoto segundo a particular visão de Nassif, desde que essa notícia estourou pela primeira vez, disse ser contra simplesmente porque era contra a lei. Para o negócio vingar seria preciso mudar as leis e isso era inadimíssivel. Bem, a fusão ocorreu, toda com dinheiro do BNDES e depois pediram para a ANATEL aprovar, que para faze-lo encaminhou mudança na lei de telecomunicação para o prsidente assinar. Isso mudou o ponto de vista de RA? Não, ele manteve a mesma postura contrária ao negócio.

A revista VEJA, noticiou o assunto em tom de crítica.

Diogo Mainardi, o "assassino de reputações", segundo a particular visão de Nassif, desde que essa notícia estourou pela primeira vez, disse ser contra simplesmente pelas mesmas razões apontadas por RA.

Janaina Leite, jornalista acusada por Nassif de escrever a soldo de Dantas, foi uma das poucas jornalistas a descer o pau na operação comercial em artigos na Folha de São Paulo e em seu blog pessoal.

Gravataí Merengue, que no ínicio deu apoio ao dossiê VEJA e depois vendo que o mesmo frente as acusações contra Janaina era um barco fazendo agua, acusou as incoerências do mesmo até quanto a pesquisa do mesmo e sofre bombadeio de Nassif sendo acusado também de estar a soldo. Pois é; esse blogueiro que no geral discorda das posições de RA, de Mainardi e da revista VEJA, também era contra a operação das teles.

Até por motivos distintos, também era contra Mino Carta, embora sua posição era muito mais porque Dantas seria beneficiado do que a questão da ilegalidade da operação.

Paulo Henrique Amorim, era a favor, fazendo pouco caso dos que eram contra e mesmo os enxovalhando. Depois, percebendo que Dantas, seu arqui-inimigo, seria altamente beneficiado, passou a ser contra. Depois chegou a dizer que Dantas era o alimentador do mensalão, coisa que Mainardi já havia dito, diga-se, bem como não custa lembrar, que PHA dizia que o mensalão era uma invenção da mídia para derrubar Lula. Ou se trata de um caso clássico de esquizofrênia somada a ingestão de teorias conspiratórias sem receita médica, ou mais um caso clássico de escrever a soldo de alguem ou da militância e quando essa falha, muda-se o lado do argumento.

Bem; e quem foi a favor? Nassif quando o negócio era apenas notícia de jornal, disse que aguardaria os fatos para opinar. Na ocasião, até estranhei já que seu blog fala sobre qual vinho é melhor acompanhante de pão-de-queijo até questões de defesa e indústria bélica passando por música e seu carro-chefe, as análises econômicas e empresariais. Para alguem que dá palestras a torto e a direito e faz análises sobre programas do PAC e de qualidade; esperava uma explanação sobre a questão. Depois com o anúncio da fusão, ela escreve que vê "sinergias" a favor da fusão. Sobre o financiamento do BNDES? Nada demais. Mas não é contra a lei? Veja bem...

Quem escreveu a favor dos negócios de Dantas no final das contas? Apenas aquele que detratou todos os outros.

Porque o silêncio frente a operação de financiamento do BNDES? Porque teve seu financiamento com a mesma intituição vantajosamente negociado? Entendo, e isso é só minha opinião, que se Nassif tivesse tido com o BNDES nesse caso, apenas 10% da veemência que demonstra contra o Banco Central, a ponto de acharem melhor que ele não participasse do Roda-Viva com o Henrique Meirelles, ele já teria se comportado como exige dos demais. Seu silêncio ou melhor a defesa velada que faz do BNDES em seus posts, demonstra o mesmo pecado que teima em acusar nos outros.

Resta-nos ler a inteira peça do delegado para verificarmos e darmos o devido valor aos trechos transcritos, porém só por ele já é possivel fazer um juizo de valor a favor de Mainardi.

Para os que desejem uma análise profunda segue o link abaixo:

http://www.interney.net/blogs/imprensamarrom/2008/07/