sexta-feira, 24 de julho de 2009

Paraguai vai aceitar a oferta do Brasil sobre a hidrelétrica binacional de Itaipu

THIAGO GUIMARÃES
enviado especial da Folha de S.Paulo a Assunção

O Paraguai vai aceitar a oferta do Brasil sobre a hidrelétrica binacional de Itaipu, o que encerraria disputa que há 11 meses afeta a relação entre os países e trava o Mercosul.

A confirmação foi feita ontem a Folha pelo presidente paraguaio de Itaipu, Carlos Mateo Balmelli, representante da ala moderada de negociadores dentro do governo Fernando Lugo, que prevaleceu sobre setores que defendiam a revisão do Tratado de Itaipu, de 1973.

"Se o Brasil nunca quis renegociar o tratado, para que vamos insistir?", afirmou Balmelli, que classificou como "histórico" o acordo que deve ser assinado no sábado entre os presidentes Lugo e Luiz Inácio Lula da Silva.

A proposta brasileira aceita pelo Paraguai foi antecipada anteontem pela Folha: a liberação gradual da venda da energia excedente do Paraguai para o mercado livre brasileiro e a triplicação do preço -de US$ 120 milhões para US$ 360 milhões- do que continuar sendo vendido exclusivamente para a Eletrobrás.

Pelo Tratado de Itaipu, cada país tem direito a metade da energia, mas o Paraguai consome só 5% da sua parte. Como o Brasil financiou a construção da usina, o vizinho abate parte de sua dívida vendendo ao Brasil a cota de energia que não utiliza. O Brasil paga cerca de US$ 45 o megawatt (MW), mas o Paraguai recebe US$ 2,8 --com a revisão do fator de ajuste da compensação, o valor pago pelo Brasil se triplicará.

Balmelli afirmou ainda que o acordo prevê o financiamento, por Itaipu, de obras civis e eletromecânicas que ficaram pendentes do lado paraguaio da usina, como seccionamento de linhas de transmissão e uma torre turística com mirante e teleférico, estimadas entre US$ 80 milhões e US$ 90 milhões.

A forma da venda do excedente de energia no mercado brasileiro ainda será objeto de discussão, bem como a parcela da energia que será liberada, afirmou Balmelli, para quem e "impossível" definir esses temas ate sábado. "É preciso ir passo a passo."

O Paraguai estima que a venda no mercado brasileiro permitirá à estatal Ande (Administração Nacional de Energia) obter US$ 20 milhões por ano por 300 MW comercializados. Para Balmelli, contudo, a entrada no Brasil será gradual.

"O Paraguai não que perturbar o mercado energético brasileiro", disse.

O presidente paraguaio de Itaipu afirmou que buscará sócios brasileiros para entrar no mercado vizinho de energia, processo que, diz, não se dará de um dia para o outro.

Balmelli destacou o componente político do acordo. "Se não tivesse saído de um político como Lula, que reconhece o efeito político de uma obra de infraestrutura, o problema não seria resolvido."

Ainda que não contemplem a revisão do tratado, as concessões do Brasil em Itaipu serão apresentadas como vitória pelo governo Lugo, enfraquecido por acusações de paternidade e falta de apoio do Congresso. "Lugo precisa de um troféu imediato para consolidar politicamente sua gestão", afirmou à Folha o analista politico Pablo Herken.

terça-feira, 21 de julho de 2009

Trabalho em casa - O Home Office

1 - Família, família, negócios à parte
Quem opta pelo home office tem de conscientizar a família de que não está disponível durante o expediente. No início, Carlos, da Genzyme, fez questão de que até a esposa usasse o telefone para falar com ele. A estratégia de Moacyr Queirolo Filho, gerente de relacionamento comercial da Research In Motion (RIM), fabricante do Black- Berry, para educar os dois filhos foi usar um boné da empresa para indicar que estava trabalhando. “Quando eu tirava o boné eles pulavam em mim.”

2 - Delimite seu espaço de trabalho
“Se a pessoa não tem um espaço para fazer o escritório, orientamos que delimite um lugar e avise à família que aquele é seu canto de trabalho”, diz Fabio Filho, gerente de desenvolvimento de negócios para a América Latina da Canonical, distribuidora do sistema operacional Ubuntu, com mais de 80% do pessoal trabalhando em casa. “Se for necessário dividir o espaço, estipule horários e evite que o escritório esteja próximo a distrações como home theater”, diz Eliana Tameirão, diretora de relações corporativas da Genzyme, que trabalha em home office há dois anos, em Belo Horizonte, Minas Gerais.

3 – Organize seus e-mails
“Quem trabalha com tecnologia pode receber até 1 000 e-mails por dia. O que eu faço é marcar as mensagens com cores diferentes (particulares, colegas, diretorias nacional e internacional).
Assim fica fácil de selecionar e priorizar a leitura”, diz Fabio Filho, que afirma ser necessário ter um “espírito empreendedor” para conseguir trabalhar remotamente.

4 - Use a tecnologia a seu favor
O essencial para quem trabalha em casa é dispor de serviço de internet de banda larga e de uma rede de telefonia eficiente. Ambos os serviços, internet e e-mail, mantêm em sintonia uma equipe que não divide o mesmo espaço. Impressora, scanner, celular, smartphone e até mesmo uma linha de telefone fixo exclusiva para usar durante o período de trabalho ajudam a separar a vida pessoal da profissional.

5 - Não leve o estresse do trabalho para casa
Já que você não terá de se deslocar até o escritório, aproveite as horas a mais dormindo ou acordando mais cedo para fazer exercícios, ler jornal ou conversar com a família. “O profissional pode, às vezes, ‘mover’ seu escritório para o restaurante de um shopping, para arejar a cabeça ou dar umas ‘férias’ para as pessoas da casa”, diz Moacyr, gerente da ResearchIn Motion.

6 - Crie uma rotina diária
A flexibilidade de horário é uma faca de dois gumes, diz Moacyr Queirolo Filho, gerente de relacionamento comercial da Research In Motion (RIM), fabricante do BlackBerry: “A vantagem
é que você pode conciliar sua atividade profissional com a vida pessoal. A desvantagem é o profissional começar a trabalhar às 7h e ir até as 22h, sem fazer pausas”. A solução é estipular uma rotina diária, com horário para começar e encerrar o expediente. Moacyr aconselha ainda que o profissional vista algo confortável, porém “não vinculado ao descanso”. Ou seja, nada de pijama.

Fonte: Voce SA

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Da série: Alguns pensam com o Figado: Pouso do Homem na Lua

No aniversário de 40 anos do pouso do homem na lua, aparece aquela legião de gentes a dizer que tudo é falso e mentiroso.

Um determinado site se coloca como razão de existência provar essa fraude e o site para orgulho tupiniquim é brasileiro.

Cada um pensa o que quiser e tem direito a isso. O que não pode é agir como se fossemos todos, completamente idiotas e ele o unico a possuir a verdade revelada.

Segue aqui um avaliação das "provas":

1) Fotos com iluminação extra solar: Declaram os entusiastas dessa teoria conspiratória que as fotos foram todas produzidas em estúdio. Porque? Porque as sombras com diferentes projeções indicam várias fontes de iluminação, já que com apenas o sol, as sombras iriam para o mesmo lugar.

Pois é, quem se formou no ensino fundamental sem ser muito afeito a leitura e passou pel osegundo grau lendo revistas em quadrinhos, pode realmente dar crédito a isso. Ocorre que para tanto, a topografia lunar precisaria ser lisa como uma quadra de tênis. Com relevos na topografia a luz cria sombras para direções diversas. O próprio autor cai em contradição quando aponta as fotografias mas quando assiste o filme que gerou as fotografias, ele confirma que o relevo do local pode diminuir a projeção de sombras. Mas afirmar que errou na avaliação, nem pensar.

2) Fotos de objetos que deveriam ficar escuros na lua: Declaram os entusiastas dessa teoria conspiratória que as fotos comprovam terem sido feitas na terra, porque na lua a penumbra sem atmosfera não permitiria visualizar objetos e dá como melhor exemplo, a foto do astronauta na sombra do módulo.

Pois é, uma pouco mais de pesquisa mostraria que a lua possui na sua superficie um mineral quae como uma poeira, uma areia bem fina. Sem ventos já que não existe atmosfera, ela não fica suspensa no ar, mas impregna tudo por lá, tanto que os astronautas tinham que aspirar cuidadosamente as roupas para impedir que a mesma entrasse no módulo. Essa poeira tem alto grau de reflação da luz, razão cientifica para explicar porque ela é tão iluminada ao ponto do texto bíblico chama-la de luzeiro menor. Essa deflação da luz permite identificar corretamente na lente de fotos os objetos mesmo que estejam na sombra e isso não ocorre na terra por conta de nossa atmosfera que filtra os raios solares.

3) A pressão e temperatura destruiriam os filmes: Esses, como direi, estudiosos, afirmam que filmes fotográficos e filmes não aguentariam a pressão e mudanças de temperatura. Provas? Uma maravilhosa. segundo o autor desse site da teoria conspiratória , ele entrou em contato com a Kodak brasileira perguntando qual temperatura seria correta para preservar os filmes e se existem filmes especiais. A resposta da Kodak brasileira foi que devem ser preservados em temperatura ambiente e não existem filmes especiais.

Conclusão: A NASA mentiu. Venhamos e convenhamos, quer dizer que sei lá, a Ford do Brasil pode afirmar se existia ou não projetos de carros anfibios na matriz nos EUA? Ou a IBM no Brasil pode asseverar que a IBM não ajudou o governo nazista? Melhor ainda, a Microsoft no Brasil pode afiançar que Bill Gates não fez praticou truste? Só rindo mesmo!!! Tudo isso baseado na resposta de um call center já que o "investigador" mandou sua instigante pergunta para o site da Kodak no Brasil.

Em tempo: quantos milhões de dolares por uso indevido de imagem a Kodak já não teria ganho contra a NASA se a afirmação do investigador fosse verdadeira, e olha que pra processar alguem por isso nos EUA é mais rápido que parir um filho.

4) Pegada no solo lunar: Segundo os teóricos no solo seco e sem umidade não teria como marcar uma pegada no solo.

Ocorre que no vácuo, é possivel, como demonstrado mo programa mithbusters, imprimir o pé de uma bota no solo no vácuo como se fosse em solo úmido. Eles também comprovaram o chamado movimento da bandeira como ocorreu no vácuo.

Nesse quesito de provas, o investigador aponta também os pés dos módulos solares pousados delicadamente. Ocorre que os módulos possuiam uma haste que afundava no solo e esse contado permitia ao piloto pousar suavemente controlando o manche.

Você para o carro e imediatamente salta dele? Não! voce desliga o carro, tira o cinto, etc, etc e demanda um tempo ainda que curto entre a parada do carro e a saída dele. No ambiente lunar, a poeira levantada volta ao sola quase que na hora por falta da atmosfera. Então quando os astronautas saem obviamente não havia poeira suspensa. É demais pensar nisso?

5) Ajuda do cinema: Essa é demais. O investigador afirma com uma foto borrada e pouco nítida que um sujeito agachado é Stanley Kubrik, cineasta que um ano antes da chegada do homem à lua, dirigiu o filme 2001.

Um internauta mandou uma foto do mesmo acontecimento de outro angulo e prova que não é o cineasta.

Qual a resposta do "investigador"? A foto do internauta, não a dele, pode ter sido alterada pela NASA para esconder o cineasta.

6) O presidente da época era Richard Nixon: Mais uma prova de fraude, porque Nixon foi o tal que montou o escândalo watergate. Vai ver ele também deve ser o autor do atentado contra Kennedy o anterior presidente, não é mesmo?

7) Comentarios pessoais: O investigador a certo tempo declara: "...
amos ver agora a fotos dos Três Patetas, digo, dos Três Pinóquios, quero dizer, dos três astronautas que honraram os Estados Unidos com A Fantástica Viagem do Homem à Lua! Nesta foto, esses astronautas estão em quarentena, após retornarem à Terra, recebendo os cumprimentos de suas adoráveis esposas na Base da Força Aérea de Ellington..."

O sarcasmo pode ser sim uma ferramenta no combate das idéias. Eu mesmo, faço isso neste blog. Mas o sujeito chama os tres astronautas de tres patetas depois que formula sua tese. Foi tudo uma farsa no deserto, e homens do governo mataram os técnicos que participaram. O resto é efeito especial do cinema.

O resto é de dar pena.
Realmente, não sei se é caso de pena ou misericórdia; ou remédio e camisa de força.

Mas como o investigador disse, o que eu acho da investigação está protegido..."Evitando qualquer processo judicial que poderia ocorrer contra a minha pessoa, declaro, desde já, que o conteúdo deste site pode não corresponder à realidade e expressa apenas as minhas idéias a respeito do assunto, idéias estas publicadas aqui preservando e colocando em uso o meu direito de liberdade de expressão garantido pelos artigos 5o e 200o da Constituição Brasileira..."



Brasil cede ao Paraguai em acordo de Itaipu II

Bem, o que significa ceder pelo texto do Estadão?

A Eletrobrás é a Petrobrás do setor elétrico, digamos assim. É através dela que as usinas federais vendem a sua energia ao mercado.

No caso de Itaipu, o Paraguai que praticamente cabe dentro de São Paulo usa 5% da energias produzida tendo direito a 50% dela. Como energia não se guarda em deposito nem na geladeira, ou se desperdiça essa produção ou usa quem mais precisa.

Compare agora o tamanho dos dois paises. O Brasil usa seus 50% e mais os 45% excedentes da parte paraguaia não porque seja bonzinho mas porque precisa dela.

Qual o custo? é dolarizado e a Eletrobrás paga o préço médio aplicado no Brasil. Equivale dizer que o Paraguai recebe a preço de mercado a energia comprada.

O Paraguai até agora foi completamente incompetente em disponibilizar essa energia em seu próprio país mas teima em querer venda-la para outros (no caso Argentina), porque acha que ganharia mais.

Então o ocorre? O estado brasileiro que cede para a Argentina por conta do MercoSul, tratamento alfandegário ruim para produtos brasileiros; que cede para a Bolívia as duas refinárias da Petrobrás a preço da banana; agora cede ao Paraguai que venda seu excedente de energia no mercado brasileiro sem ser pela Eletrobrás.

Na prática o que é isso? É a oferta de energia no mercado livre. Grandes consumidores podem comprar energia por meio de contratos bilaterais de compra e venda de energia sem precisar ser cliente cativo. Por conta da liberdade de escolha tais clientes conseguem uma economia na fatura final de quase 45% em média. Isso é bom para os negócios e praticamente todas as distribuidoras de energia e principalmente as geradoras possuem contratos desse tipo.

Mas qual a vantagem para o Paraguai vender sua energia num mercado que pagará menos do que a Eletrobrás atualmente paga?

Se eventualmente algum leitor que seja conhecedor do mercado livre de energia quiser me explicar fico agradecido.

Brasil cede ao Paraguai em acordo de Itaipu

O Brasil vai permitir que o Paraguai venda livremente sua cota de energia de Itaipu no mercado brasileiro, acabando com a obrigação de operar apenas com a Eletrobrás. Mas a mudança seria feita de forma gradual e estaria completa em 2023, quando o tratado entre os dois países será renegociado.

Com a concessão, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ajuda na sobrevivência política do colega Fernando Lugo, acuado pelas revelações de que teve filhos quando era bispo. A avaliação no governo brasileiro é que, sem a compreensão do Brasil, Lugo não termina o mandato.

A nova proposta foi entregue na quinta-feira ao governo paraguaio pela embaixada do Brasil em Assunção. Segundo um dos principais negociadores, o Paraguai conquista a "soberania energética", enquanto o Brasil ganha "garantia de fornecimento" porque os paraguaios não poderão vender energia de Itaipu para outros países.

A medida se somará ao pacote para fomentar o setor produtivo paraguaio que Lula ofereceu duas vezes neste ano, que foi desconsiderado por Lugo. A expectativa é que os presidentes assinem um acordo sobre o tema na próxima sexta-feira, em Assunção, na reunião do Mercosul. Seria o fim a uma disputa que contamina as relações bilaterais e o bloco há 11 meses.

O assunto causou polêmica no governo, mas prevaleceu a posição do Itamaraty. O Ministério de Minas e Energia era contra, por temer aumento no preço pago pelo consumidor pela energia de Itaipu. A diretoria brasileira da binacional está decepcionada com a decisão.

O acordo só foi possível depois que o Paraguai trocou os negociadores. O engenheiro Ricardo Canese irritou o Brasil ao questionar a legitimidade da dívida de Itaipu e ao dizer que recorreria à arbitragem internacional. Lugo escolheu então o diretor-geral paraguaio da binacional, Carlos Mateo Balmelli, para cuidar do assunto. A proposta de entrada gradual do Paraguai no mercado livre brasileiro é de Balmelli.

A avaliação no governo paraguaio é que suas demandas foram atendidas. O único ponto pendente é o reajuste do valor pago ao Paraguai por ceder sua energia. O país consome apenas 5% da produção de Itaipu. Os negociadores brasileiros vão reapresentar a oferta de elevar dos atuais US$ 105 milhões para US$ 215 milhões. O Paraguai, que chegou a pedir US$ 800 milhões, espera que chegue a US$ 240 milhões.

O pacote traz ainda a criação de um fundo binacional e a abertura de uma linha de US$ 1,5 bilhão no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Os recursos financiariam uma linha de transmissão de energia de Itaipu a Assunção de US$ 450 milhões.

No Itamaraty, a perspectiva é que o pacote será aceito. Com o gesto adicional do Brasil, Lugo poderia rotulá-lo como uma "vitória" de sua diplomacia e não mais como "espelhinhos e migalhas" do imperialismo brasileiro.

Fonte: Estadão

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Prejuizo do Apagão de 2001

Com sete anos de atraso, o TCU quantificou os prejuízos que o apagão elétrico da era FHC impôs ao país: R$ 45,2 bilhões.

A cifra consta de relatório aprovado pelo tribunal em sessão realizada nesta quarta (15). Redigiu o texto o ministro Walton Alencar Rodrigues.

É a primeira vez que as perdas do apagão, ocorrido entre 2001 e 2002, é quantificada.

De acordo com as conclusões do tribunal, o prejuízo infelicitou o bolso do brasileiro –direta ou indiretamente.

O grosso do dano (60%) –R$ 27,12 bilhões— veio na forma de aumentos cobrados nas contas de luz de empresas e pessoas físicas.

O resto foi bancado pelas arcas do Tesouro, nutridas pelo contribuinte. Segundo o TCU, o governo teve de aportar recursos em companhias de energia elétrica.

O reforço foi provido ora pelo BNDES ora pela CBEE (Comercializadora Brasileira de Energia Emergencial).

A CBEE foi constituída emergencialmente para gerir as verbas coletadas por meio do chamado "seguro apagão".

Um detalhe conferiu à sessão do TCU ares de inusitado: a presença de José Jorge.

Ex-senador, José Jorge (DEM-PE) era ministro de Minas e Energia de Fernando Henrique Cardoso na época do colapso no fornecimento de energia.

Depois de ter sido alojado pelo governador ‘demo’ José Roberto Arruda na CEB (Cia. de Energia Eletrica de Brasília), José Jorge virou ministro do TCU.

Viu-se compelido a votar a favor do relatório do colega Walton Rodrigues, aprovado por unanimidade.

O texto realça que, além dos R$ 45,2 bilhões, houve outros prejuízos. Lembra que a falta de energia roeu o PIB.

Antes do apagão, em 2000, a economia crescera 4,3%. Em 2001, o PIB despencou para 1,3%.

Com isso, lembrou o ministro, sobrevieram problemas como o desemprego e a queda na arrecadação tributária.

O TCU decidiu encaminhar à Casa Civil da ministra Dilma Rousseff um lote de “recomendações”.

Entre elas o reforço do orçamento da Aneel, a agência governamental que cuida da fiscalização do setor elétrico.

Segundo Walton Rodrigues, o setor movimenta R$ 90 bilhões por ano. E o orçamento da Aneel foi, em 2008, de R$ 365 milhões.

Para complicar, apenas um pedaço da verba destinada à Agência Nacional de Energia Elétrica –R$ 150 milhões—foi efetivamente gasto.

O resto foi retido pelo Ministério da Fazenda na malha do do chamado “contingenciamento” de gastos.

O TCU pede à ministra Dilma que mande verificar se a estrutura do governo está efetivamente aparelhada para evitar novos desastres.

Recomendou-se que a verificação não fique restrita à Aneel. Deve ser estendida inclusive à pasta de Minas e Energia, hoje confiada a Edson Lobão.

Lobão é apadrinhado do presidente do Senado, José Sarney. Foi à Esplanada para preencher a cota do PMDB, não porque exibisse notório saber elétrico.

A despeito do seu papel estratégico, agora tonificado pela gerência do pré-sal, o ministério continua submetido às negociações trançadas sobre o balcão da baixa política. Ontem, o PFL-DEM. Hoje, o PMDB.