quarta-feira, 19 de novembro de 2008

Na encruzilhada...

Sobre o post anterior:

Nos Estados Unidos e aqui no Brasil são comuns as lendas sobre as encruzilhadas. O ponto de encontro de duas estradas, formando uma cruz, é o local para contatar o mal encarnado, o demônio. E com ele fazer tratos que sempre irão resultar no malefício final do contratante.

Teço alguns comentários. Não quero entrar muito no mérito da opção religiosa da mulher; como diz o ditado "ado, ado, ado, cada um no seu quadrado". Mas posso afirmar que dificilmente empregaria em minha empresa alguem que afirme ser adorador do demônio.

Sou preconceituoso? Não é essa a questão. Hoje as empresas para definir se contratam alguem buscam informações sobre essa pessoa na internet e seu perfil na orkut se houver, é verificado também. Um sujeito que participa de comunidades do tipo "odeio meu chefe", "detesto acordar cedo", as chamadas comunidades do ódio; dificilmente irá conseguir uma vaga de emprego.

Uma empresa cujo dono seja evangélico ou cuja maioria de ações ou quotas seja de uma entidade religiosa provavelmente recusariam alguem com o perfil como o da mulher em questão.

Uma empresa cuja atividade seja vender produtos relacionados ao partido dos trabalhadores, dificilmente irá colocar como gerente um militante do DEM ou do PSDB.

Da mesma forma que uma empresa cujos produtos sejam voltados para a parcela da população adepta do GLTS jamais teria como principal executivo um homem que desse como perfil na orkut como sendo macho, heterossexual, chauvinista e que só encosta em gay se for pra dar porrada.

Isso é preconceito? Em um sentido muito amplo até poderia ser. Ocorre que entendo que as pessoas devem arcar com os benefícios e os males de suas escolhas. E todas elas sempre implicam nos dois efeitos.

A escolha do tipo de música, do tipo de roupa, da opção política, sexual, etc; tudo passa por filtros de aceitação ou rejeição, o que gera a formação de correntes, tribos, comunidades, grupos, partidos, etc. As pessoas simpatizantes à mesma escolha claro, elogiarão a coragem da escolha, etc. Já os que não concordam, criticarão. Porque as pessoas aceitam tão facilmente o coro positivo, os elogios e não querem a contrariedade.

Ser contra, opinar desfavoravelmente, desde que o combate se mantenha no campo das idéias e não gere agressões físicas, são opções válidas que sempre enriquecem o debate.

Certamente, demitir alguem por conta da religião, da opção política ou sexual é ilegal e imoral. Eu não faria isso. E é exatamente por isso que antes de contratar alguem, mesmo que para um serviço provisório, verifico todas as informações. Nunca se sabe realmente com que tipo de gente estamos lidando.

Falei que não opinaria muito a questão religiosa e fiz isso até agora. Adiante;

Da reportagem posso tirar duas conclusões:

1a.) A falta de eficácia dos serviços públicos resultou na morte de um jovem de 19 anos. Mas quem matou não foi a mãe em surto psicótico? Foi; mas a reportagem declara que os vizinhos chamaram um ambulância do serviço público e ela NÃO COMPARECEU. Adentremos ao mundo do "SE". Se a ambulância tivesse chegado ao local e levado a criatura para tomar um sossega leão, o jovem teria sido morto? Pois é! A continuar por essa estrada, na qual serviços públicos ineficientes vão na direção oposta a impostos cada vez mais altos, o que esperar dos dias a frente, com a crise que se avizinha?

Adiante;

A polícia foi chamada ao local. Essa compareceu. Bateu na porta, interfonou e...nada! meia hora depois ouviram um grito e resolveram arrombar a porta. Nesse meio tempo, o jovem levou 15 facadas. Faça um teste em sua casa leitor amigo. Pegue aquele pedaço de patinho ou picanha que sua esposa ou você mesmo resolveu assar para o almoço e aplique 15 facadas nele e verifique quanto tempo você levará. Faça o teste num peito de frango com osso para imitar a resistência do torax humano. Pois é! SE a polícia tivesse metido o pé na porta e levado a mulher para o hospital, o jovem teria sido morto? Novamente, Pois é!

2a.) Outra questão é a Orkut. Mais um exemplo do perigo de tais comunidades. Ela fazia parte de comunidades religiosas. Até aí... Ocorre que a orkut é um site de RELACIONAMENTOS. E como demonstrado nunca sabemos que está do outro lado. A mulher, obvio, sofre de pertubações mentais. Sérias o suficiente para faze-la matar. Até que ponto tais comunidades alimentaram a psicose?

Essa estrada sem asfalto, iluminação e segurança que é a internet é um mundo selvagem, daqueles de faroeste, aonde todos devem andar armados e a depender da hora, com o dedo no gatilho. Os sites de relacionamento em geral mostram aquilo que as pessoas querem não o que realmente são, e por isso não é de se estranhar que vicejam comunidades, páginas, sites e blogs que mostram como positivo coisas que são perigosas quando não abjetas como anorexia e pedofilia. Agora mais uma categoria: seitas com sacríficios.

Quando a estrada da incompetência dos orgãos públicos cruza com a estrada da facilidade de se relacionar com pessoas perigosas, forma-se um encruzilhada, que diz a lenda é o local em que se encontra o mal encarnado.

Essa pequena história do cotidiano acabou repetindo literalmente a lenda do encontro com o mal.

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