quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Avaliações, escolhas e personagens

Bem vamos lá, começo a escrever e já aviso aos sensiveis, poderá ser longo, mas afinal de contas, me propus ao criar o blog, de tecer "análises" e não apenas clipagem de notícias, embora as faça.

Quando começou a recente briga dos blogs em torno do programa do Roda Viva, de um lado, RA informando que faria parte do programa e Nassif de outro, fazendo a clipagem do anúncio do programa diretamente do site dele com um breve comentário jocoso sobre o equilibrio da bancada escolhida; começou uma operação de desmonte e aparelhamento como poucas vezes se viu e na velocidade que ocorreu. E isso foi tão sério que levou o ombusdman a publicar posts sobre o programa em sí em tres ocasiões diferentes, antes durante e depois do programa. Sobre ele é claro e sobre os efeitos dele na blogosfera.

Quando o programa estava ainda por ocorrer; corri até o site do programa e observei que o programa anterior fora com o ministro de direitos humanos Paulo Vanuchi. E observei pela bancada escolhida que foi uma "conversa amigável" sem contraditórios e tudo mais. Passou em branco por tuodo mundo, até por RA, um crítico contumaz desse ministro.

Em um determinado blog, fui o único a observar isso e fui recriminado por muitos. Repeti a argumentação no blog Imprensa Marrom e recebi de Gravataí acolhida ao comentário. Outros observaram positivamente e concordaram. Resolvi então ir mais fundo na pesquisa e perguntei a Santo Google, protetor dos ignorantes preguiçosos, qual fato ligaria o ministro Vanuchi aos entrevistadores, se é que havia algum.

E o que respondeu o santo? A Lei da Anistia. O ministro defende sua revisão do alto de sua experiência como ex-guerrilheiro e hoje ministro. E os demais, eram intelectuais ligados a movimentos dos direitos humanos e defensores da revisão dessa Lei, para punir os torturadores de então.

Ora, o assunto, a meu ver, é tão importante, que gerou briga entre ministros inclusive, que mereceria um contraponto ou o famoso "contraditório"; já que há aqueles que são contra a revisão da lei como há também aqueles querem que a revisão também seja ampla, geral e irrestrita punindo guerrilheiros, terroristas e marginais que ficaram anistiados pela Lei.

Não foi isso que ocorreu e ninguem, de um lado ou de outro reclamou, mandou centenas de emails para a Cultura, se imolou em praça pública e ah, é claro, nem onbusdman deve ter assistido o programa, por que reclamou do anterior com um maluco que não gosta de televisão e deitou falação contra ela; reclamou deste com o juiz do STF, mas nem um palavra sequer sobre o programa, importante em razão do tema, do ministro Vanuchi.

No dia 16, fiz um post para este blog avaliando o programa e essa diferença de atitudes já que o programa com o ministro dos direitos humanos passou em brancas nuvens com três entrevistadores a favor e o de Gilmar Mendes foi criticado em verso, prosa e jogral. E que se frise, a questão principal das críticas era a bancada "amiga", o ar de "chá da tarde". Ora pra quem se declara lúcido, defensor do certo, lutador do bem, etc, haveriam de se posicionar contra o 'amiguismo" de cada edição e não somente desta, não é mesmo?

Encaminhei um email ao Gravataí Merengue com essa pesquisa e ele publicou essa avaliação e reconheço, de forma mais suscinta e melhor do que eu.

Hoje, RA fez um post lançando mão dos mesmos argumentos. É obvio que ele não me lê, mas com certeza deve ter lido o Imprensa Marrom, porque fomos os únicos a publicar essa avaliação. ou então acabou fazendo mais tardiamente o mesmo caminho que fiz de pesquisar esse assunto, mas enfim, lá estava o argumento, questionando a falta de ação do ombusdman sobre exatamente o mesmo assunto em outra entrevista, imediatamente anterior.

Comentaristas, algunsdeles, resolveram explicar o inesplicável no blog Imprensa Marrom e um deles ao ler o post, o reproduziu como comentário no blog do Nassif que gerou também algumas dessas "explicações".

Basicamente qual? que o ministro Vanuchi não é conhecido, já o ministro do STF sim. Conclusão, o primeiro por ser "desconhecido" podia ter uma claque e não entrevistadores e o segundo, deveria ter debatedores, não, na verdade inquisidores. que o primeiro não está envolvido em nenhum disputa séria pública e o segundo, age claramente a soldo de Dantas.

Dá pra entender essas explicações? Pois é!

Nassif agora publica trechos de artigos do ombudsman, reverberando-os pela blogosfera e RA faz o mesmo destruindo os argumentos com balas de uranio empobrecido.

E aí? Quem gosta de RA vocifera contra os outros e os que gostam de Nassif rosnam contra RA. Nada mudou. Gilmar Mendes não ficou menos inocente na visão de uns e continua satânico na visão de outros.

Mas porque o 'pega pra capar com foice no escuro" dos blogs e das suas, digamos assim, mílicias; na entrevista do juiz do STF? Porque ele concedeu os HCs para Daniel Dantas, porque criticou o juiz de primeira instância Sanctis, que seria uma espécie da "cavaleiro da távola redonda" e inventou a gravação de sua conversa para desmoralizar o delegado, a estrela vesper do PSOL.

Luiz Nassif ataca sem dó o ministro Gilmar Mendes e entende que ao faze-lo, combate Daniel Dantas e nisso, aparentemente lidera seu exército de brancaleone, formado por Mino Carta e Paulo Henrique Amorim e outros blogueiros.

RA, na sua visão ortodoxa das coisas, que convenhamos não possui demérito algum em sí, defende Gilmar Mendes, ataca ações de juizes de primeira instância, embora não se prive de criticar o STF com0 fez com o caso das células tronco embrionárias e o caso da reserva índigêna Raposa-Serra do Sol.

Mas no âmago de tudo, está a revista VEJA e Daniel Dantas. As pessoas julgam a partir das ações a intenção, mais do que isso a motivação delas. Só isso explica como e porque, outro ministro do STF, Marco Aurélio de Mello foi criticado sem dó nem piedade por comentaristas de Nassif, sendo citado como errático e que sempre é voz unitária e vencida nos julgamentos, foi incensado a posição de único juiz do STF, porque como sempre na verdade, julgou de forma unitária e foi voz vencida no julgamento de mérito da concessão de HCs a Daniel Dantas. Os outros foram reduzidos a pó. Curiosamente, os mesmos como direi, comentaristas silenciaram quando o mesmo ministro votou isoladamente e foi voz solitária contra o processo de um juiz do Superior tribunal de Justiça e agora paralisou o julgamento de Raposa-Serra do Sol pedindo vista de processo e que, diz a experiência, deverá abrir dissidência em seu voto.

É o que dá comentar e opinar a partir da ideologia, da visão militante. Quando se prejulga a motivação para uma determinada ação.

Claro, isso tudo é uma opinião, mas acho e isso é achismo puro que certas coisas deveriam ser ficar muito mais as claras.

RA é violento em palavras, não mede o que escreve, baixa o porrete sem dó? É! ele faz tudo isso. Passou a faze-lo depois que seu blog ficou hospedado na VEJA? Não! Antes ele já era assim. Então pode-se reclamar do método mas não se pode afirmar, salvo se alguem tiver a gravação da conversa ou o recibo, que ele age assim porque os "mafiosos" da VEJA pediram. É possivel discordar dele? Sim, eu mesmo já discordei, apresentando argumentos e ele publicou o comentário e que fique claro, não uso a liberdade que o blogger concede de publicar anônimo. Tá lá meu nome e foto por causa do blog. Mas existem aqueles que usam do "anônimo".

E Nassif, que se coloca em uma guerra santa contra a VEJA, logo contra RA? Seu blog não permite "anônimos", mas os nicknames e emails que você precisa informar podem ser inventados. Qual a diferença então, de publicar comentários anônimos e publicar comentários com niknames e emails falsos? No meu entendimento, nenhuma. Mas como clava de guerra na internet, o primeiro inventa o segundo não e vice-versa.

Vira e mexe, Nassif é acusado de "roubar" dinheiro público. Na verdade empréstimos do BNDES para sua empresa, que geraram ação judicial de cobrança e houve acordo em juizo. Informa-se que na negociação houve descontos que normalmente ninguem consegue. Bem bastaria a Nassif, tão zeloso de apresentar "provas" de maldades da VEJA, apresentar os acordos que tem com o BNDES e pronto, ficaria tudo restrito a maledicência. Mas fora algumas explicações ele não o faz e nisso tudo apenas uma coisa me chama a atenção, que é a falta de uma crítica por menor que seja de alguma ação do BNDES. Até mesmo a liberação de um financiamento de fusão, que ainda naquele momento era proibida por ele, mereçeu silêncio dele. Já sobre o Banco Central, sai de baixo. O presidente do BC não pode soltar um suspiro que Nassif publica uma crítica. Até o histrionismo do Presidente Lula quando usa o improviso e disse que a crise era uma 'marolinha", Nassif colocou na conta do BC. Sei lá, não quero aqui ficar julgando motivações de Nassif para esse tipo de cobertura, mas tenho minhas reservas quanto a esse assunto em sí.

Enfim, as avaliações de um mesmo assunto são inesgotáveis, as escolhas a partir delas, podem ser ou não conscientes mas nunca poderão ser isentas de responsabilização e por fim, geram a criação de personagens para sustenta-las.

PS: Pô! PS num texto tão longo? É rápido.

O ombusdman da TV Cultura escreveu hoje que a quantidade de emails a favor e contra o programa de entrevista com o ministro Gilmar Mendes foi "...25 vezes maior do que a média diária que este ombudsman vem recebendo desde agosto passado, quando esta coluna entrou no ar. A audiência do programa com o presidente do STF ficou, no entanto, dentro da média histórica do Roda Viva...". Na boa! Sabem o que significa? que a maioria dos que mandaram emails não assistiram o programa mas se basearam apenas no que seus generais escreveram. É ou não é patrulhamento, instrumentalização e aparelhamento? É ou não é efeito manada?

E Nassif não pode negar isso. Se ele já publicou posts afirmando que seu blog mendiante suas postagens detonou uma "acordo do governo com VEJA" e fez o presidente Lula fazer declarações a favor do delegado afastado Paulo Lacerda, que havia recebido um post de louvor com orações do próprio Nassif, porque seu blog não seria capaz de pressionar um mero programa de entrevistas. Porque a citação a Nassif no final do artigo do onbusdman que critica a atuação de RA? De duas, uma, ou ficou clara e patente o generalato e o ombusdman quiz demonstrar isso ou, agora uma teoria da conspiração, fez isso, porque sendo simpáticos à mesma idéia, fez a citação para mostrar que Nassif nada tinha a ver com isso. Mas que seu blog teve, isso teve, pelo que se percebe dos cometários publicados.

Acabou!

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