quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

A questão israelense-palestina

Uma rápida avaliação da blogosfera e da imprensa tupiniquim e alhures demonstra o mesmo fenômeno que ocorre em períodos de copas do mundo, jogos olímpicos, etc; Todos viram especialistas. No caso, em política externa, geo-política, assuntos militares, etc.

E o que temos de real nessa estória toda?

De fato e de direito os chamados "palestinos" tem direito a um estado autônomo. Isso é certo! Como foi assegurado aos chamados "judeus" o mesmo direito.

Uma pesquisa rápida em bibliotecas ou no Google, se preferir, levará a documentos que embora possuam um viés ora pró Israel ora pró palestinos; demonstram no cerne da questão que:

a) A palestina como estado, como nação, nunca existiu. De fato os povos que ali moram são egresso de imigrações. Desde antes da primeira guerra, e em especial como resultado do fim da primeira guerra, com a derrota do império turco e alemão, os aliados impuseram a decisão de permitir que as colônias e regiões que então formavam o império turco ou estavam sob sua influência se tornassem nações livres. Foi o que ocorreu com a Arábia Saudita, Jordania, Iraque, Egito. A Palestina também foi lembrada, estando sob jurisdição da Inglaterra, mas a transformação dela em nação soberana foi postergada, porque já então se queria formar um estado judaico. Daquele momento em diante a imigração de judeus para a palestina cresceu mas somente no fim da segunda guerra mundial e diante do resultado animalesco da "solução final" nazista, os aliados implementaram o que a Liga das Nações agora Nações Unidas já decidira antes, a formação do Estado de Israel.

Desde o ínicio já se falava em dois estados, o judeu e o palestino, ligados econômicamente; mas segundo relatos (mesmo os de viés anti-Israel), o lado palestino das negociações nunca aceitou os termos. Mas a palestina em si, nunca entrou em guerra com Israel. O que ocorreu foi que as nações árabem em volta como Iraque, Jordania, Egito, Síria invadiram e atacaram em conjunto Israel.

Israel que sempre foi apoiado pelos EUA; derrotou esses paises ao mesmo tempo e como 'gato escaldado tem medo de agua fria", tomou uma série de territórios dos inimigos e quase 100 % da palestina como medida preventiva.

Curiosamente a questão palestina desperta uma espécie de cartase mundial, com todos desejando a paz, a criação do estado palestino, etc. Isso é curioso porque os Curdos são um povo sem território espalhando-se por regiões do Iraque, Turquia, Afeganistão, são em geral oprimidos em seu desejo de independência e não recebem a mesma atenção internacional. Nem quando aquele criminoso Sadam Hussein chacinou centenas deles com armas químicas, houve tanto clamor no ocidente. Mas a palestina...

O Estado Israelense desde seu nascedouro traz consigo uma quase paranóia com o holocausto nazista. Até hoje, o Estado se empenha em caçar e punir nazistas. Está quase registrado em seu dna nunca mais permitir que nações tentem fazer o que a Alemanha quase conseguiu.

É por isso que Israel é hoje um dos exercitos mais poderosos do mundo. Quer dizer que Israel é belicoso? Não necessáriamente. Se assim fosse já teria invadido toda a palestina, a Síria, o Iraque e tomado conta do pedaço. Capacidade já provou que tem. Mas porque não o fez? Por medo da reação do mundo? Ora se isso o detivesse, há muito teria entregue todos os territórios dito ocupados, não é mesmo?

Também é curioso que alguns críticos afirmem que a reação de Israel aos "foguetinhos" do Hamas é desproporcional porque a Palestina não tem um exercito, sequer é um estado para tê-lo; e ao mesmo tempo, acusam Israel de violar o pacto de Gênebra que dita pelo menos em tese as condições de guerra entre paises. Ou a palestina tem um exercito, irregular, mas tem um e por isso deve-se exigir cumprimento do pacto de Gênebra, ou a palestina não tem exercito e por isso não vota o pacto. Não dá pra aceitar as duas condiçoes.

Israel saiu de boa parte da faixa de Gaza e havia um governo independente e reconhecido. Ao passo que saiu dos territórios, o que fez o Hamas? Providenciou remédios, escolas, comida para os palestinos? Não, contrabandeou armas e munições. Desde que o processo de paz começou, ao invez de negociar uma abertura cada vez maior de Israel, lançaram mais de 3.000 foguetes contra Israel. O fato de não matarem muitos israelenses demonstra a) a capacidade de defesa de Israel; b) a falta de qualidade dos materiais bélicos do Hamas e c) sua incapacidade de ataque.

E isso faz os críticos acharam que Israel deveria, sei lá, mandar uns tiros de metralhadora calibre 50 para ser "proporcional"; ou quedar-se em silêncio já que foram vítimas do holocausto e ganharam um presente dos povos. Mas se é justamente a lembrança do holocausto que os faz atirar sem pensar duas vezes antes que alguem começe tudo de novo, como exigir a memória do holocausto?

Ao Hamas interessa um Israel belicoso e agressivo. Não por outra razão a palestina com a retirada dos exercitos israelenses, ao inves de se construir caiu em uma guerra civil entre o Hamas e o Fatah e ninguem dos que agora reclamam e criticam Israel escreveram uma linha sequer em defesa do povo indefeso.

Quer dizer que na minha opinião, Israel é um santo país coitadinho? Não! O acordo de paz com o Egito que dura a décadas demonstra que é possivel viver em paz com os vizinhos, mesmo que seja com um porrete a mão, para...sabe como é, né? Isso requer uma certa dose de confiança que precisa ser construida e de isolar os extremistas religiosos que pensam naquele Israel bíblico e na terra da promessa, mas que lamento informar, perdeu o bonde da história, real, metafórica e religiosamente falando.

Aí vem um crítico e fala da humilhação de palestinos serem revistados. Pois é; deve ser uma humilhação mesmo; mas com os diabos, também é de certo modo humilhante ter que tirar sapatos para ser revistado para entrar em um avião. Por que se faz isso? porque um extremista louco, achando que fala em nome de Deus decide que deve sequestar e derrubar aviões em prol da causa. Foi o que ocorreu em 11.09.01 e até aquele momento ninguem revistava sapatos, não é mesmo?

Quando Israel começou a ser alvo de homens-bomba, começaram a revistar palestinos. Alguem quer apostar quanto, que liberalizada a entrada, começam de novo os atentados suiçidas pela "causa"? Não precisa ser um gênio da estratégia política para saber a resposta.

Um plano de paz para dar certo precisa do apoio da população, dos políticos, dos líderes.

Até agora o Hamas pensa apenas no seu proprio interesse político. Por que somente isso explica que um grupo como esse "chore" a morte de crianças que foram usadas como escudos e ao mesmo tempo incentive os mártires a morrerem pela causa.

Não existem santos nem heróis nessa estória. Apenas vítimas. Vítimas israelenses e palestinas do jogo político de uns líderes que destroem o maior dos bens reais, a vida humana por um bem conceitual, a propriedade de um pedaço de terra e que na verdade não é de ninguem. Mortos, logo voltamos a fazer parte dela.

Não existe heroismo em sangue derramado. Ele existe naqueles que conseguem seus objetivos sem precisar derrama-lo, o seu ou de outrem.

Nenhum comentário: