segunda-feira, 20 de outubro de 2008

O caso de Sto André

Não tem jeito. Quando uma coisa começa errado termina errado em todos os sentidos possiveis e imagináveis e a história do sequestro que terminou na morte da vítima é exemplar nisso.

Não vou entrar no mérito da questão se a polícia errou ou não. Claramente errou ao permitir que uma das jovens voltasse aos cativeiro e não importa quantas razões justificassem a ação. Quanto ao resto, convenhamos; a polícia estará errada não importando o que fizesse. Especialistas ouvidos pela imprensa ora reclamaram da demora, ora reclamaram da pressa em invadir. Alguns acusam a polícia de invadir querendo que o marginal fosse vencido pelo cansaço. Que tivesse a intenção de fazer o que fez estava claro quanto ao armamento que levou e como agiu. Entao, é apenas uma questão de escolher o motivo para criticar a polícia.

E se ela tivesse agido? Acertasse um tiro na cabeça do marginal? É bem possivel que o mundo viria abaixo, com críticas a violência da polícia. Afinal o "marginal", agora seria um jovem morto, se mantecedentes que perdera a cabeça por "amor".

Disse que as coisas que começam errado terminam errado. Começou errado uma das jovens ter voltado. Começou errado a polícia tratar o marginal como se não fosse perigoso. Começou errado ter deixado a televisão agir livre leve e solta, já que o local estava bem protegido pelo marginal e com acesso a imagens pela televisão. Posso até estar enganado, mas a polícia bem que podia ter cortado de inicio a energia, o acesso a antena de televisão e porque não embaralhar sinais de celular, musica alta na porta para tirar o sossego dele, enfim, tudo para deixa-lo desconfortável.

Pois é. Os engenheiros de obra feita possuem um cardápio variado para oferecer as soluções agora, depois do ocorrido.

Mas tem outra coisa que me incomoda que começou errado. um pai e uma mãe que permitem um jovem de 19 anos, maior de idade e emancipado portanto, namorar com uma pré-adolescente de 12 anos; por mais bom moço que fosse.

Claro, os pais não são culpados dessa tragédia; mas quantas ocorrem e irão ocorrer enquanto os pais deixarem seus filhos "brincarem" de adulto cedo demais?

Este texto tratou o jovem o tempo todo como marginal. Evitei até o momento usar o nome próprio; porque em grande medida, o jovem queria a atenção de todos até o trágico desfecho e se vangloriava de ser o tal. Pois é, não usar seu nome é uma forma de dizer que não! ele é apenas mais um na grande massa de homens e mulheres que enveredam por escolhas erradas.

O fato dos jornais mostrarem que o jovem trabalhava, tinha amigos, cuidava da familia, não tinha antecedentes é uma prova que a opção pela prática de um ato a margem da lei e por motivo tão fútil (daí o termo marginal), não foi fruto da situação econômica dele. Foi uma escolha moral e por ela deve pagar, sem dó nem piedade. Quem a merece, foi quem a partir de agora irá conviver com as sequelas de um tiro e quem tombou vítima deles.

As famílias das víimas, meu pesâmes e condolências. A família do marginal, meus respeitos, nesse momento terrivel.

Ao marginal, o rigor da lei e do tempo. É o que se espera.

Um comentário:

Marco Aurélio Fedeli disse...

Oi Lilian; agradeço a visita e espero que se torne assídua.
Gostei muito do bestshots, as fotos são impressionantes pela beleza.

Quanto ao mosaicodelama; o blogueiro não tem medo de expor o que pensa e isso é importante; porém não posso concordar com o post sobre o caso de Sto André. A comparação da polícia com um grupo humorístico, os trapalhões não me pareceu adequada. Não porque não ocorreram erros mas porque eles são muito poucos em relação ao volume de operações realizadas. O post mais recente do Reinaldo Azevedo sobre o assunto demonstra exatamente isso.

Um abraço