quinta-feira, 23 de outubro de 2008

O caso de Sto André II

Haja paciência para acompanhar a imprensa incluso blogosfera, jornais e televisão.

Análise de especialistas: É impressionante o número deles, dando entrevistas e falando sobre o que a polícia deveria ter feito ou não. O expoente, foi um tal de Marcos do Val, que possui uma empresa de segurança que segundo sua propaganda, deu treinamento para a SWAT nos EUA bem como para forças do exercito americano. A mídia tupiniquim e o leitor ou tele-espectador médio, logo pensa no quê? Nas forças especiais americanas e na SWAT de Los Angeles ou Nova Iorque. As reais? Não, mas as que aparecem em filmes e logo começam as comparações com o "grupo dos trapalhões paulista". Esse analista, tratado como treinador da SWAT, deu na verdade treinamento para a "SWAT" de uma cidadezinha americana no Texas com cerca de 100.000 habitantes. Para quem não sabe, a polícia lá é municipalizada, existindo também uma polícia estadual e uma federal. Diferente daqui; lá não existem duas polícias, uma a militar e outra civil e cada polícia tem por obviedade seu grupo de operações especiais.

Mas o que é realmente importante perguntar no caso em questão é: Se o tal treinador é tão bom no seu ofício; se sua base de treinamento fica em território nacional; se na sua opinião, tudo deveria se resolver em 24 horas como nos EUA e não em 100 horas de negociação; PORQUE O NOTÁVEL TREINADOR DA SWAT NÃO SE OFERECEU E A SUA EQUIPE LÁ PELA 50a. HORA DE NEGOCIAÇÃO, PARA RESOLVER O PROBLEMA OU NO MÍNINO DAR A DEVIDA ASSESSORIA AO GATE? Resposta quase óbvia: Porque infelizmente as coisas não ocorrem como no cinema.

Erros da polícia: É obvio até para o mais emperdenido defensor da instituição policial que ela cometeu erros; dois deles, basicamente: 1) Não isolou o local cortando agua, energia, acesso a telefonia; 2) permitiu que a garota voltasse a condição de prisioneira. Acho curioso que durante toda a operação, não teve uma unica televisão ou jornal que levasse essas obviedades, em especial a primeira para o comando da polícia. Porque? Ora interessava para as televisões manter o contato com o sequestrador, dando-lhe uma visibilidade que não deveria ter. Será que ninguem imagina por mais ingênuo que seja, que quando ficou em contato com a televisão, com o programa da Sonia Abrão (!?!), ele não se achou o tal,o gostosão, controlando a situação? Não ficou o tempo todo com a televisão ligada vendo a atenção de todo mundo voltada para sí? E aquele velho principio de nunca negociar com terrorista? Pois é! Quer dar espaço para entrevista que seja após libertar refens e se entregar.

Quanto a segunda questão; a polícia queria que ela ajudasse na negociação? errou ao deixa-la sozinha no corredor e exposta.

Não é possivel minimizar esses erros e no entanto ainda assim, eles não podem ser considerados como a questão principal. É preciso verificar primeiro quantas foram as operações da polícia em situações similares desde a formação do GATE, qual foi o grau de acerto e de erros e então e somente então será possivel avaliar corretamente TODA a operação.

Ação antes ou depois do tiro: A polícia diz que agiu após ter ouvido um tiro. A garota afirmou ontem que ele não deu um tiro antes da invasão, mas deu sim um tiro no teto de forma acidental entre 15 e 16 horas. Após ouvir dois tiros ela não se lembra de nada.

Na imprensa o que era dúvida agora virou fato. A polícia invadiu e o 'marginal" atirou nas vítimas, logo a polícia é culpada e pior, está mentido dizendo que ouviram um tiro.

Pelo menos dois moradores do local ouviram um tiro e logo depois a explosão que iniciou a invasão. A maioria dos críticos quanto da polícia desconsidera esses depoimentos, mas coloca toda a fé do mundo, no depoimento dado por moradores a jornais da região dizendo que a policia usava "copos" para ouvir na parede, numa clara "idiotização" da polícia.

Acho plenamente razoável, factível e provável que a menina que sobreviveu possa estar enganada sobre horários. Seria possivel? Convenhamos, se ela não se lembra de nada após o segundo tiro e nada viu já que cobriu a cabeça com um endredom é possivel que esse tiro acidental para o alto tenha sido mais perto da invasão não é mesmo? Além do quê, um tiro as 15 ou 16h00 não teria motivado a mesmissima invasão?

Questão Política: Claro, como estamos as vésperas do segundo turno da eleição, ela é vista ou foi transformada num embate entre Serra e Lula. Aí uns políticos com denúncias sérias usam a questão da greve da polícia civil como instrumento político. A passeata da PC que descambou em violência ocorreu depois de iniciado o sequestro, mas partes da imprensa e da blogosfera vê a ação da polícia militar no sequestro como ação para tirar atenção da greve da civil. Vai entender uma bobagem dessas.

Destalhe Esquecido: Foi escolhido para tentar ganhar um oscar o filme chamado "Ultima parada 174" sobre o miliante morto com uma mulher sequestrada pela polícia no RJ. Curiosamente, o filme "Tropa de Elite" foi desconsiderado no ano passado pela mesma comissão que agora escolheu "Ultima parada 174". Seria porque coloca o marginal como o anti-heroi, resultado da exclusão da sociedade? Pois é; faço esse senão aparentemente fora do assunto porque da mesma forma que muitos retratam o marginal que acabou sendo "imortalizado" na tele como um anti-herói fruto da sociedade, muitos acabam enveredando pelo mesmo caminho com o marginal do caso de Sto André, tratando-o como sendo uma vítima também, do romance findo, da falta de oportunidades, etc.

O marginal na história toda é o rapaz sequestrador e além de tudo covarde. Ele não falou que era "o cara"? Porque não provou isso enfrentando a polícia a bala? Não!, o valente preferiu matar duas meninas. Esboçaram reação? lutaram com ele? Não, estavam deitadas indefesas.

Realmente é o cara não?"?

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