terça-feira, 8 de janeiro de 2019

FEBEAPA versão 2019

O brasileiro de um modo geral tem memória curta ou não concatena a que possui com os fatos e contextos.

Então é preciso apontar alguns conceitos prévios.

O primeiro é que por definição, a direita é truculenta, no discurso e no mais das vezes na prática do mesmo. Já a esquerda é intransigente no discurso e na prática do mesmo.

O segundo é que não se pode confundir direita com democracia e esquerda com ditadura. A França vive um ditadura com o governo oscilando da esquerda para direita e vice versa. A Itália também. E a história ensina de forma lapidar que tanto direita quanto esquerda podem produzir ditaduras extremamente mortais. A Alemanha nazista, a Itália fascista, a Espanha fascista nos anos 30 a 40, boa parte dos países da América do Sul nos anos 70 e 80 são exemplos de ditaduras de direita, e todas elas terminaram e os países em questão vivem sob regimes democráticos. Russia, China, Vietnam, Camboja, Cuba, são exemplos de ditaduras de esquerda, algumas em vigor até hoje. Em todas elas, sem exceção a ideologia foi colocada a frente do estado e o mesmo foi instrumentalizado para executa-la e resultou em milhões de mortos. MILHÕES DE MORTOS. E não se trata de milhões por questão de guerra, mas milhões de seus próprios cidadãos, seja por perseguição política, racial, religiosa como também, pela fome.

Porque não se pode esquecer os conceitos? Porque a esquerda no Brasil, enquanto lutava pelo poder (derrubar a ditadura militar para no lugar implantar uma ditadura do proletariado) sempre foi intransigente, preconceituosa e machista. A denominada luta pelos direitos da mulheres e do LGBT nunca foi bandeira da esquerda, ao contrário. Entre os anos 60 e 70, enquanto Cuba era o centro de treinamento da guerrilha de esquerda no Brasil, os homossexuais cubanos eram enviados para campos de concentração e até o inicio da década de 90, os cubanos que contraíssem aids sofriam segregação. A China deixou de criminalizar o homossexualismo no inicio da década de 90 e a China é uma ditadura de esquerda desde o final da segunda guerra.

Como a esquerda, no Brasil, perdeu a guerra quente com a ditadura militar mas ganhou a guerra de marketing, ela se manteve viva no "ideário" e comprou para si, a fantasia que lutava pela democracia e pela liberdade. E para dar verossimilhança ao discurso foi preciso dar guarida a luta de minorias, das mulheres, etc e tal. 

E agora, depois de um ciclo de praticamente 16 anos, a denominada "direita" está no poder e o discurso de campanha foi todo calcado nas antigas discussões de direita e esquerda, comunismo, direitos das minorias. E o que se percebe é que os conceitos acima apontados continuam válidos. O discurso é agressivo e as demonstrações em especial do primeiro escalão apontam para essa truculência. E a esquerda é intransigente. Da mesma forma que foi intransigente quando não era governo, mantem o discurso e a postura da intransigência agora.

Mas porque FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País? 

- Porque a truculência da direita no discurso cria motes e discussões que nada tem a ver com esquerda. A fala sobre azul e rosa não tem sentido nenhum nem mesmo como alegoria como tentou se explicar depois a autora da fala. E a esquerda? Sua intransigência apareceu com adultos e adultas vestindo azul ou rosa, como se a ministra tivesse se referido a adultos, quando na verdade se referia crianças e indo um pouco mais longe; estava longe de se referir a vestes literais, porque seria de se perguntar o que faríamos com o branco, bege, amarelo, verde,  laranja. 

- Porque quando voce defende que não pode haver ideologia de gênero, então voce deveria defender que crianças devem ser protegidas até terem idade suficiente para entender as questões relacionadas. Quando fica na criação de motes como esse do "azul/rosa" está simplesmente trocando uma ideologia liberal na falta de palavra melhor por uma conservadora.

Não existem registros de diminuição de direitos de mulheres ou gays nos países democráticos, sejam seus governos de viés de direita ou de esquerda. Essa situação existe mais profundamente nos países de maioria islâmica. Logo, não se pode esperar do atual governo, que direitos sejam eliminados, ou que as pessoas passem a usar triângulos com cores a depender de sua ideologia ou "crime".

Mas o discurso agressivo da direita e a intransigência da esquerda, podem acarretar em aumento da violência, das agressões. É sintomático que no ano passado aumentou as denuncias de agressão contra as mulheres. 


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