segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

Sobre o caso da enfermeira que trocou soro por vaselina

Certas profissões exigem mais responsabilidade do que outras, embora todas precisem ser responsáveis, se é que me entendem. Logo profissões ligadas a uma situação tão limite que é internar-se em um hospital exigem atenção e responsabilidade em grau muito maior e não é de médicos e enfermeiras somente, porque um administrativo que copie no sistema o nome ou dosagem do medicamento errada será tão prejudicial quanto o enfermeiro errar sozinho essa dosagem, ou a faxineira que não cumpre sua obrigação limpando mal o ambiente sujeitando a pessoa ali internada a um problema maior do que foi ali tentar curar.

Por isso independente de qualquer coisa a entidade tem responsabilidade no assunto, no limite porque de alguma forma foi irresponsável por ser responsável pela organização maior do local permitindo que materiais tão similares porém distintos e potencialmente letais ficassem junto.

Qualquer empresa tem equipe de segurança, cipa e por ai afora que demonstra em quadros o grau de perigo de cada ambiente da empresa. Aone estava a preocupação da direção desse hospital em prever um possivel acidente?

E por fim, mas não menos importante, existe a responsabilidade individual do profissional. Ela escolheu essa carreira e portanto sabia de antemão que erros da espécie podem levar a óbito. Lero o rótulo do frasco que estava pegando era portanto a mais e talvez unica e comezinha ação de segurança que deveria ter tomado e não tomou. Dizer que foi induzida a erro porque os materiais são iguais só poderia ser atenuante se não estivessem rotulados. Do momento que estavam rotulados e as matérias das reportagens demonstraram isso, então o induzimento ao erro deu-se por conta da distração, ou da pressa, ou do acúmulo de coisas por fazer, ou isso tudo junto. Mas sob hipótese alguma ela, a profissionou deixa de ser a responsável não pela falta de gerenciamento de risco do hospital que faltou mas pelas suas prõprias ações por não ler um simples rótulo.

Um trágico incidente, porque não passa pela cabeça de ninguem que a profissional desejasse matar alguem; mas ainda assim clamoroso na busca das responsabilizações para servir de exemplo de algo que não mais deveria se repetir.

Por fim, ficar a acusar a sociedade, seja lá o que isso queira dizer é apenas mais uma forma de distribuir culpas por erros, enquanto que sucessos no mais das vezes posuem dna, pai e mãe e são indiviziveis com o coletivo.

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