terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Condolências

Expresso meus sentimentos para os familiares do jornalista Boechat, em razão de seu falecimento.

Eu era um ouvinte assíduo do jornalista na rádio e acredito que sua participação no programa Canal Livre tornava esse programa de entrevistas melhor do que o programa Roda Viva, ícone desse tipo de programa.

É de fato, uma pena essa perda, que não é só dos familiares, decerto os mais atingidos, mas de todos nós.


domingo, 10 de fevereiro de 2019

Uma vrz flamengo, flamengo até morrer...

É triste ver quando as palavras de um hino, se afastam do lírico e ganham as cores da realidade, curiosamente as mesmas cores do time, o vermelho do fogo e o preto da fumaça.

O acidente no centro de treinamento, trágico por si mesmo, adquire um tom mais triste porque as vítimas foram menores, que treinavam na base do clube, alguns, ao que parece, com grandes chances de se tornarem esportistas habilidosos e bem sucedidos. A coisa fica ainda mais triste quando se noticia que a grande maioria vinha de famílias pobres e o sucesso do garoto era a chance de futuro melhor da família.

A grande mídia passou os dias tratando do tema. torcedores fizeram vigílias no clube, abraçando-o. Não faltou os depoimentos emocionados de ex-jogadores do clube e de outros.

O que achei curioso nessa estória toda é que até o presente momento, a coisa foi tratada como se o incêndio tivesse ocorrido por combustão espontânea; ou consequência da forte tempestade do dia anterior, ou um tremendo azar.

Vez ou outra, a mídia noticiava que o local seria desativado.

Depois que as emoções passarem, a triste noticia dará lugar de destaque a outras que ocorrerão, normalmente negativas. Assim é a vida.

Mas deveríamos ficar atentos.

O incêndio que ao que parece começou no ar-condicionado; e o fato de que o local seria desativado, demonstra, pra dizer o mínimo, que o local não recebia manutenção adequada. Afinal pra que gastar dinheiro com manutenção e reforma se voce vai colocar abaixo a estrutura?

Mas é ai que surge perguntas: - Aonde estão os documentos que comprovam que de fato o local seria desativado? - Porque os menores de idade e a maioria egresso de famílias pobres se concentravam na estrutura que "ia ser desativada" e não foram transferidos para os prédios novos, dedicados ao time principal? Porque afinal de contas, os jogadores do time principal moram na cidade com suas famílias e os garotos da base, na maioria moravam ali, pelo que li nas noticias, porque suas famílias eram de outras cidades e mesmo estados.

O Clube recebeu uma grande carga de apoio e manifestações favoráveis. Mas o acidente não foi um azar da natureza, nem ato de deus. Foi claramente resultado da falta de manutenção e reforma e isso é relapso gerencial e ato falho humano.

O tom agressivo e até mesmo justificado que tem sido usado com a Vale no caso de Brumadinho, ainda não apareceu com o Flamengo.

Se as noticias demonstrarem que o que escrevi não procede, mudarei de opinião e farei outro post. Até lá, o clube Flamengo não merece minha consideração e lamento. As famílias das vítimas sim.


segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Brumadinho - O que deve ser considerado


No meio da emoção e da comoção, as coisas podem ficar misturadas. De pronto as redes sociais e a turminha mais a esquerda começou a ligar o caso á privatização da Vale ocorrida em 1997, portanto, lá se vão 21 anos.

Entendo portanto que vale a pena algumas considerações:

1. As vítimas do evento são todos os direta ou indiretamente afetados. No entanto, os únicos entes que não podem ser classificados como vítimas são a empresa, seus acionistas e diretores e o governo em todas as suas esferas.

2. Não, o evento não é resultado da privatização; porque se fosse assim , a P36, plataforma da Petrobrás que explodiu e afundou, jamais teria ido a pique com pelo menos 10 mortes e prejuízos ao meio ambiente.

3. O evento não é um acidente ambiental, como se voce sem querer, despejasse óleo de cozinha no jardim. O evento foi um crime ambiental e criminal, porque a empresa embora tenha o tamanho e a importância que tem, não se preocupou em substituir a tecnologia de represamento, que está em desuso praticamente no mundo todo, justamente pelo alto grau de perigo de acidentes. Se a empresa tivesse alterado sua operação, fosse exemplar nesse sentido e por um azar desses, ocorresse um terremoto de proporções suficientes para causar o derramamento da lama, ai sim, se poderia chamar de acidente ambiental.

4. A Vale deveria ter aprendido a lição com o evento de Mariana, que foi idêntico e em uma de suas empresas coligadas e as mortes e prejuízo que causou na época deveria ter feito a Vale eliminar o problema. Se ela estivesse nos EUA, a empresa teria pago milhões de dólares em indenizações e os diretores possivelmente presos. Aqui, sequer as multas ambientais foram pagas na totalidade e os sobreviventes moram acampados por casas que na maioria não saíram do papel.

5. O governo é culpado em suas esferas porque não fiscalizou com a atual lei ambiental em vigor, as instalações. Ao contrário, o ultimo governo estadual afrouxou as regras ambientais para Brumadinho. Não, não foi essa mudança que gerou o evento, mas o descaso da empresa em aumentar a produção, baixando as regras de exigências ambientais em um local cuja tecnologia recomendava prudência e não ousadia.

6. As regras ambientais são rígidas demais? - Sem dúvida. Um empreendedor gastar milhões de reais em estudos de impacto ambiental para obter licenças ambientais que levam 10 anos para serem liberadas e quando o são, o projeto está obsoleto o que exige novas licenças baseados em novos estudos que gastam outros milhões, é absurdo e precisa ser ajustado. Agora a fiscalização nas operações das empresas não pode ser tratada como comezinha ou para "inglês ver", porque é essa fiscalização que gera conforto para a população e credibilidade para a empresa.

Enfim, que os sobreviventes de Brumadinho não sejam tratados como cidadãos de segunda categoria como os de Mariana são tratados; que diretores e responsáveis técnicos respondam civil e criminalmente pelo evento; que a empresa pague a reconstrução de todo o entorno indenize com correção as famílias das vitimas e sobreviventes; que o governo fiscalize com lupa as operações da empresa e de outras similares é o mínimo que se espera.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

E lá vamos nós...BBB de novo

Não se luta contra os fatos. E gosto não se discute, quando muito é possível lamentá-lo.

E é fato que o produto "BBB" é bem sucedido. Diversos outros programas no modelo "reality" não duraram o que o veiculado pela Globo tem durado. O folego desse programa demonstra que existe gente que assiste e portanto o retorno financeiro das propagandas e patrocínio é mais do que certo, o que alimenta sua longevidade em uma espécie de moto perpétuo.

Também é fato que embora os "atores" do processo proclamem aos quatro ventos, que o evento é uma aula, que mudou sua vida e isso e mais aquilo; o programa nada mais é do que o antigo fuxico da candinha nos anos 50 e 60...aquela senhora que vivia na janela observando a vida dos outros e sendo uma espécie de central de notícias da vizinhança.

Também é fato que o programa apela para o que temos de mais inútil em nossa personalidade que é aquele desejo quase incontrolável de saber da vida dos outros e meter o pitaco sem se responsabilizar pelo resultado. Ou não é isso que ocorre cada vez que alguém vota ou escolhe isso ou aquilo para acontecer no programa, ou escolher quem sai ou quem fica?

Também se percebe o "sucesso" do programa, pelo fato de ter criado uma nova casta na sociedade, os "ex-bbb". O Brasil já tem até um astronauta, atualmente ele é ministro. Apesar da importância da primazia, ninguém o trata como ex-astronauta. Temos diversos vencedores de prêmios intelectuais internacionais e outros tanto, que são medalhistas de ouro no esporte. Ninguem é lembrado. Agora ex-bbb se torna uma espécie de ser apartado da sociedade comum, mesmo que nada tenha ou irá contribuir para a sociedade. No geral, dão entrevistas falando de seu trabalho que é aparecer em eventos vip.

Mas é assim mesmo. Se esse programa fosse sei lá eu, 16 músicos especializados em musica erudita disputando uma vaga na orquestra sinfônica de Londres, não passaria do primeiro. Como os telespectadores assistem para a) ver gente bêbada dando show, b) ver gente se pegando e declarando amor eterno, c) ver gente se pegando declarando juras de ódio e sangue;  é isso que recebem.

Uma olhada rápida nos realitys da televisão aberta e fechada, demonstra isso. Os mais longevos são no geral os que mostram bebedeira, barracos, confusão e sexo. Os que não se apegam nessa receita, curiosamente a mídia e a critica logo proclamam que o "programa" esgotou sua vitalidade, esta repetitivo e acabam sendo encerrados.

Enfim BBB 19... "os que farão barracos nos saúdam"

Tristes Tempos

sábado, 19 de janeiro de 2019

Sobre o novo decreto sobre armas

Acho que o assunto está sendo discutido muito mais pelo lado emocional e pelo tradicional "flaxflu" militante que outra coisa.

O decreto se analisado a fundo em relação a antiga norma muda apenas qual grupo de pessoas pode requerer a posse de arma e deixa de ser necessário apontar o porque precisa da posse. Além disso exige que se houver crianças. adolescentes ou pessoas portadoras de deficiência  intelectual no local, a arma deve ser guardada em um cofre ou local fechado a chave.

De fato o decreto, como redigido, permite a qualquer cidadão que cumpra com os requisitos da legislação atual (que não foram alterados), consiga a posse de uma arma devidamente autorizada.

Ocorre que...

Quais são os argumentos para tal mudança?

1. Promessa de campanha. De fato a campanha do atual presidente repetiu a exaustão essa promessa, agora cumprida. Em tese fica mais rápido o processo, porque a grande mudança de fato, foi trocar o julgamento da policia federal sobre a alegação de ter necessidade de se armar é justificada ou não, para a determinação que determinados grupos da população tem tal necessidade e ponto final. E os grupos apontados já eram os mesmos de antes, com uma mudança significativa, ao dar essa determinação para qualquer cidadão cujo estado apresentou uma taxa de 10 homicídios por 100.000 habitantes, ou seja, todos os estados da federação.

2. Direito a autodefesa. O argumento é que uma pessoa tem o direito de defender a si mesmo e a seus familiares e por isso não pode prescindir de uma arma de fogo.

3. Diminuição dos crimes. O argumento é que um meliante diante da ciência que o dono de uma casa que ele pretende invadir pode ter uma arma, vai dissuadi-lo de cometer o crime.

 O que entendo?

1. Sobre ser promessa de campanha. A mudança foi feita, a meu sentir, de uma forma tal, que em tese pouca coisa muda. Se de fato abre-se a possibilidade de qualquer cidadão comprar uma arma e tê-la em casa no seu estabelecimento comercial; ao mesmo tempo exige que a mesma fique trancada em cofre ou armário com chave. Ademais nada mudou por enquanto, no que tange ao porte de arma, ou seja, andar com ela na cintura ou debaixo do braço exige autorização da policia federal e as exigências para obter o porte não mudaram. Ou seja mudou para continuar tudo na mesma. Claro, essa é minha opinião e o ano a frente vai indicar se houve de fato aumento na compra de armas.

2. Direito a autodefesa. O argumento parte do pressuposto que a autodefesa só pode ser feita com um revolver taurus, um pistola bereta ou um rifle de ferrolho. Eu pessoalmente se tiver a chance de derrubar um meliante usaria o que estivesse a mão. Ademais ter uma arma em casa, guardada em um cofre...convenhamos...Se um marginal invade sua casa, 99% da população não tem o treinamento para manter o sangue frio, ir até o cofre, lembrar da senha de cara, puxar a arma, mirar e disparar. Isso é fácil de fazer na série walking dead ou nos filmes de ação. Na vida real é bem diferente.

3. Diminuição dos crimes. O marginal nada tem a perder, o cidadão de bem sim; daí que existe uma consequência plausível de que aumente o número de latrocínio, que basicamente é a morte da vítima em um assalto. Diante da possibilidade de em uma casa invadida haver armas de fogo, o marginal pode achar melhor eliminar a resistência e roubar com mais facilidade e adquirir mais armas.

Minha opinião...

O brasileiro não tem a devida educação para conviver abertamente com armas de fogo. O número de homicídios no Brasil indicam isso.

Mulheres são mortas sendo atiradas de sacada, por esganamento e facadas. Marginais atiram em aposentados para roubar correntinhas douradas. Homens, mulheres e crianças são mortas no transito, atropeladas por motoristas bêbados ou irresponsáveis. Outros são alvejados e mortos por conta de briga de transito. Dezenas com as cabeças abertas por canos em brigas de torcidas organizadas. Outras dezenas são espancadas por turbas movidas por ódio racial, sexual ou religioso.

Permitir que mais pessoas comprem armas, tem pouca chance de diminuir o quadro acima e grande chance de aumenta-lo.

O que faria diminuir o quadro é uma nova legislação criminal, no qual se possa ter a possibilidade de :

A. Pena de prisão perpétua sem direito a sursis e diminuições de pena para crimes de homicídio sem causa justificada, crimes de ódio, uso de menores para cometimento de crimes como vem ocorrendo no nordeste em janeiro, chefes de tráfico de drogas, corrupção ativa e passiva, contrabando de armas;
B. Fim das saídas em feriados;
C. Visitas sem possibilidade de contato mesmo para advogados e com as visitas registradas em video e audio, no caso de advogados sem audio;
D. Construção de presidios apenas em áreas de caatinga, no meio da bioma amazônico e áreas rurais distantes das cidades, com quarteis do exercito no entorno;
E. Celas individuais para dormir, sem televisão e rádio e o resto do tempo trabalhando e estudando (o trabalho servirá para reduzir os custos do estado e não servirá para diminuir tempo de pena. O estudo será ensino básico, colegial técnico e faculdade a distancia visando proporcional ao preso capacidade de ser absorvido no mercado de trabalho);
F. Depoimentos de presos somente por video conferencia sem a necessidade de transporte de presos com gastos de recursos e uso de efetivo policial.
G. Menores delinquentes presos, não serão libertados aos 18 anos mas incorporados automaticamente ao exercito no serviço de fronteira obrigados a servir no mínimo 5 anos sem saídas.
H. Tornar definitiva na legislação, que após decisão colegiada de segunda instância, a pena começa a ser cumprida, já que recursos posteriores não tem o poder de mudar decisões sobre condenação ou absolvição, salvo se forem apresentadas provas novas ou fatos supervenientes.





segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

O caso do terrorista condenado italiano e o fim da novela

O sujeito nos anos 70 participou nos assassinatos de 4 cidadãos italianos. Segundo o sujeito, eram alvos da célula terrorista do qual participava. Segundo as leis italianas, tratou-se de crime comum, independente das posições politicas do sujeito. Condenado, seus advogados entraram com recurso que foi julgado e a decisão manteve a condenação. Seus advogados foram para a comissão europeia de direitos humanos e essa decidiu contra o sujeito.

Alegou-se depois que os julgamentos foram de exceção porque o sujeito foi julgado a revelia, sem sua presença. Ocorre que o sujeito fugiu para o México e de lá para a França, países que à época possuíam governos de esquerda. Ou seja, foi julgado a revelia (embora todo o processo tenha sido feito com seus advogados), porque o pilantra fugiu.

Quando os governos mudaram e entrou na parada governos ditos de direita, o bandido condenado faz as malas e foge para o Brasil com documentos falsos (atenção: isso significa que cometeu mais dois crimes, aquisição de documentos falsos e seu uso e a entrada ilegal em outro país). Por aqui viveu sossegado até ser preso e;

Ai começou a palhaçada. Solicitou asilo politico e embora todos os setores técnicos do governo, então governo Lula, decidissem em contrário, o ministro da justiça resolveu se tornar revisor não só da corte de primeiro grau italiana, mas de seu supremo e da comissão europeia de direitos humanos, afirmando que estavam errados. Afirmou com todas as letras que ele matou, mas tinha uma agenda politica. Ou seja, o então ministro não disse que ele matou por causa de sua agenda politica, mas que matou e tinha uma agenda politica e como essa agenda politica era por óbvio do agrado dele, então concedeu o asilo. Foi além e resolveu reescrever a história afirmando que os julgados se deram em um governo de exceção, quando na verdade a Itália vivia uma democracia, lutava arduamente contra uma guerrilha terrorista e o governo era liderado por um partido de esquerda.

O STF foi provocado e decidiu que o asilo como posto era ilegal e que a decisão era soberana do presidente. Lula então no ultima dia de mandado, pra mostrar que era o dono do país concede o asilo, mandado as favas o acordo de extradição com a Itália.

Com a mudança de governo, o bandido condenado italiano fez o que já havia feito no México e na França, fugiu, indo para a Bolivia. Lá foi preso e como o país não tem acordo de extradição com a Itália, já que o sujeito é natural da Itália, o expulsou sendo entregue às autoridades italianas.

Já em solo italiano vai começar a cumprir a pena pelos 4 homicídios praticados.

Já foi tarde...

terça-feira, 8 de janeiro de 2019

FEBEAPA versão 2019

O brasileiro de um modo geral tem memória curta ou não concatena a que possui com os fatos e contextos.

Então é preciso apontar alguns conceitos prévios.

O primeiro é que por definição, a direita é truculenta, no discurso e no mais das vezes na prática do mesmo. Já a esquerda é intransigente no discurso e na prática do mesmo.

O segundo é que não se pode confundir direita com democracia e esquerda com ditadura. A França vive um ditadura com o governo oscilando da esquerda para direita e vice versa. A Itália também. E a história ensina de forma lapidar que tanto direita quanto esquerda podem produzir ditaduras extremamente mortais. A Alemanha nazista, a Itália fascista, a Espanha fascista nos anos 30 a 40, boa parte dos países da América do Sul nos anos 70 e 80 são exemplos de ditaduras de direita, e todas elas terminaram e os países em questão vivem sob regimes democráticos. Russia, China, Vietnam, Camboja, Cuba, são exemplos de ditaduras de esquerda, algumas em vigor até hoje. Em todas elas, sem exceção a ideologia foi colocada a frente do estado e o mesmo foi instrumentalizado para executa-la e resultou em milhões de mortos. MILHÕES DE MORTOS. E não se trata de milhões por questão de guerra, mas milhões de seus próprios cidadãos, seja por perseguição política, racial, religiosa como também, pela fome.

Porque não se pode esquecer os conceitos? Porque a esquerda no Brasil, enquanto lutava pelo poder (derrubar a ditadura militar para no lugar implantar uma ditadura do proletariado) sempre foi intransigente, preconceituosa e machista. A denominada luta pelos direitos da mulheres e do LGBT nunca foi bandeira da esquerda, ao contrário. Entre os anos 60 e 70, enquanto Cuba era o centro de treinamento da guerrilha de esquerda no Brasil, os homossexuais cubanos eram enviados para campos de concentração e até o inicio da década de 90, os cubanos que contraíssem aids sofriam segregação. A China deixou de criminalizar o homossexualismo no inicio da década de 90 e a China é uma ditadura de esquerda desde o final da segunda guerra.

Como a esquerda, no Brasil, perdeu a guerra quente com a ditadura militar mas ganhou a guerra de marketing, ela se manteve viva no "ideário" e comprou para si, a fantasia que lutava pela democracia e pela liberdade. E para dar verossimilhança ao discurso foi preciso dar guarida a luta de minorias, das mulheres, etc e tal. 

E agora, depois de um ciclo de praticamente 16 anos, a denominada "direita" está no poder e o discurso de campanha foi todo calcado nas antigas discussões de direita e esquerda, comunismo, direitos das minorias. E o que se percebe é que os conceitos acima apontados continuam válidos. O discurso é agressivo e as demonstrações em especial do primeiro escalão apontam para essa truculência. E a esquerda é intransigente. Da mesma forma que foi intransigente quando não era governo, mantem o discurso e a postura da intransigência agora.

Mas porque FEBEAPÁ - Festival de Besteiras que Assola o País? 

- Porque a truculência da direita no discurso cria motes e discussões que nada tem a ver com esquerda. A fala sobre azul e rosa não tem sentido nenhum nem mesmo como alegoria como tentou se explicar depois a autora da fala. E a esquerda? Sua intransigência apareceu com adultos e adultas vestindo azul ou rosa, como se a ministra tivesse se referido a adultos, quando na verdade se referia crianças e indo um pouco mais longe; estava longe de se referir a vestes literais, porque seria de se perguntar o que faríamos com o branco, bege, amarelo, verde,  laranja. 

- Porque quando voce defende que não pode haver ideologia de gênero, então voce deveria defender que crianças devem ser protegidas até terem idade suficiente para entender as questões relacionadas. Quando fica na criação de motes como esse do "azul/rosa" está simplesmente trocando uma ideologia liberal na falta de palavra melhor por uma conservadora.

Não existem registros de diminuição de direitos de mulheres ou gays nos países democráticos, sejam seus governos de viés de direita ou de esquerda. Essa situação existe mais profundamente nos países de maioria islâmica. Logo, não se pode esperar do atual governo, que direitos sejam eliminados, ou que as pessoas passem a usar triângulos com cores a depender de sua ideologia ou "crime".

Mas o discurso agressivo da direita e a intransigência da esquerda, podem acarretar em aumento da violência, das agressões. É sintomático que no ano passado aumentou as denuncias de agressão contra as mulheres.