sexta-feira, 27 de maio de 2011

Sobre os livros didáticos que ensinam o errado como sendo aceitável.

Saiu nos jornais. Reinaldo Azevedo cria postagens sobre o tema. Imediatamente os blogs "progressistas" passam a desqualificar a crítica. Agora com a VEJA trazendo atenção ao assunto, os mesmos irão dizer que existem interesses da editora em atacar livros didáticos que ensinam o que a norma culta condena como sendo certo.

Refiro-me a questão dos livros didáticos aprovados pelo MEC que ensinam por exemplo que "nós pega as bolas" pode ser usado embora quem o faça sofrerá "preconceito" por quem usa a norma culta. E por ai vai.

É fácil demonstrar que a bobagem acima exemplificada está errada. Temos a norma culta, que é o padrão construido e aceito da lingua. É aquele que bons livros didáticos e bons dicionários colocados lado a lado ensinam a usar com correção.

Ocorre que temos os regionalismos que dão tanto sabor a lingua falada e escrita e novas variantes como a linguagem utilizada na web. Embora tudo isso seja válido no dia a dia e em certos lugares especifícos, de modo algum eles tomam o lugar da norma culta. Conseguem imaginar um documento legal, não importa qual e para qual natureza, que absteve-se do uso da norma culta para, usando o coloquial local e o regionalismo com pitadas de "internês" determina-se direitos e deveres entre pessoas ou empresas nordestinas e gauchas?

Fatalmente os acordados não teriam entendimento cabal dos direitos de uns e outros. Um jornal não pode escrever artigos e notícias usando a norma culta porque precisa passar informações para um universo de leitores que abrange desde analfabetos funcionais até linguistas com doutorado e livre docência. Assim o coloquial, embora respeite as regras da lingua dá conta do recado.

Porque então aprovar um livro que ensina na contramão, aquilo que as crianças precisam aprender e que lhes será cobrado em sua vida profissional?

Estamos diante de um caso concreto que repete a piada do sofá, no qual o marido pega a esposa no sofá com seu melhor amigo e resolve o problema vendendo o sofá. No caso, a educação pública é o resultado regurgitado do caos e desordem com a incompetência e a ideologia a serviço de partidos.

A escola hoje é ou está sendo veiculo para ensinar os alunos religião, filosofia, civismo, educação sexual do ponto de vista dos militantes das causas gays e semelhantes nos quais os alunos heterosexuais deveriam repensar suas escolhas porque estão retraidas e os gays se valorizem como sendo resultado da evolução da espécie.

De fato o que se tem é que como os alunos estavam completamente despreparados para passar pelos vestibulares das faculdades de primeira linha e os professores de um modo geral ou estão despreparados ou são militantes partidários que nas horas vagas estão presentes fisicamente em sala de aula, se é que me entendem; o estado resolve então justificar e legalizar a ignorância. Começando pelos diversos enens que um após o outros privilegiam a visão estereotipada do mundo em matérias como história e geografia. Restava dar um jeito nos ultimos bastiões do ensino que é a lingua e matemática. A primeira pode ser bombardeada com livros didáticos como esse da polêmica que ensina que o "falar errado" pode ser uma opção aceitável ao falante (in)competente da lingua. Quanto a matemática veja bem...qual formula pode explicar enriquecimentos da noite pro dia?

As escolas fingem que sevem para ensinar crianças, os professores fingem que ensinam, os alunos fingem que aprendem, os pais fingem que estão satisfeitos, as faculdades trocam os vestibulares pelo enem fingindo que optam pelo meritocracia, e todos nós fingimos que o mercado é formado por pessoas gabaritadas e profissionais. E que ninguem ouse reclamar...usando o português corretamente porque corre o risco real de se ver pregando no deserto.

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