segunda-feira, 21 de março de 2011

A visita do presidente americano ao Brasil - algumas considerações

Vamos lá, leitor-amigo; tecer algumas considerações agora que o ilustre visitante saiu das terras tupiniquins dirigindo-se para o outro lado dos Andes.

1. Embora a turminha bata de pés juntos jurando que essa visita foi importante; ela foi na verdade um passeio familiar pelos mais conhecidos cartões postais do Brasil, mundo afora que é o Cristo Redentor. É claro que teve principalmente na questão business, um objetivo claro de ampliar os negócios entre os paises; mas até a roupa da esposa e filha demonstrava despreendimento e casualidade mais propícias a férias do que viagem de negócios. A visita ao Cristo de noite sem poder observar a beleza da paisagem ao redor, mesmo dando um desconto pro fato de ter chovido adoidado; demonstra esse ar de passeio.

2. Ninguem talvez atente para isso; mas acho que visitar o Cristo Redentor que embora seja cartão postal da cidade é um local religioso, no caso da igreja católica; no mesmo dia que autorizou que as forças da otan em coalizão com outros paises bombardeassem um pais árabe cujo líder, concorde-se com ele ou não, chamou de nova invação cruzada; foi um desatino. Tivesse feito o discurso de noite e aproveitado o dia para passear no bondinho teria sido mais proveitoso.

3. Ao mesmo tempo o discurso foi uma glorificação da crescente revolta nos paises árabes dominados por ditaduras seculares. Colocar no mesmo balaio, protestos de cunho religioso com revolta armada em boa parte alimentada pelas forças que armam as células terroristas da al quaeda; é de um absurdo total. Que tais ditadores não prestam seja na pessoa física quanto na jurídica ninguem discute, embora EUA, França e Inglaterra tenham feito de tudo para embranquecer a biografia do sujeito. O que ocorre é que o risco de Israel se ver rodeado de nações árabes de orientação religiosa, logo capazes de fazer suas populações crerem estarem a serviço de Deus indo a guerra com Israel é um pulo. Ademais a população civil que agora serve de argumento para os demais paises tentarem tirar do poder esse sujeitinho mequetrefe, sofrerá mais tarde do mesmo modo que sofre no Irã e na Siria pra ficar em dois exemplos cuja parcela da população que se opoem sofre o diabo nas mãos do governo e no caso da Siria, que é uma ditadura secular que alimenta e arma terroristas, nada se fala contra essa ditadura.

4. Como já passou o carnaval, a familia "imperial" americana assistiu duas sessões de capoeira, luta mascarada de dança trazida da Africa pelos escravos e ambientada por aqui. Virou mais do que moda, é ato oficial, levar autoridades ou celebridades estrangeiras a visitar: a) favela do RJ; b) escola de samba; c) capoeira; d) futebol; e) timbalada. Não leiam como preconceito porque não é, mas com efeito, se o objetivo da visita fosse realmente comercial, business, talvez fosse o caso de fazer a visita durante a semana, leva-lo a São Paulo; conhecer obras do pac como a transposição do rio São Francisco, sei lá eu...mas como era uma visita quase de férias, trocou-se o ziriguindum telecoteco pela tonhónhóem...tonhónhóem do berimbau. Não me recordo direito, mas quando Bush veio ao Brasil, foi durante a semana, falou-se muito em negócios, verde, alcool, etc e não me lembro dele subindo favela ou participando de uma roda de samba...os leitores me corrijam por favor.

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