quinta-feira, 12 de junho de 2008

Preconceito, vitimismo e o caso dos rambos cor-de-rosa

Em todas as empresas nas quais trabalhei e em todas que foram ou são clientes da minha, existiram e existem funcionários e profissionais que são homossexuais. Isso é tão certo quanto dizer que nessas empresas existiram e existem funcionários magros, gordos, feios e bonitos.

Assisti pessoalmente a ascenção de alguns deles à cargos de liderança e chefia; como também vi alguns deles serem tremendos maus profissionais. Como essas situações também ocorreram com heterossexuais, palmeirenses e corintianos, resulta reconheçer que não é a opção sexual que torna o sujeito um bom profissional mas o seu cárater.

Assistindo a televisão e lendo os jornais recentemente, diante do caso dos dois sargentos do exército que se declararam gays, tive a imprensão que homossexuais estavam sendo apedrejados em praça pública, obrigados a andar com triangulos rosas nas roupas e deixaram de usufruir seus direitos básicos como cidadãos.

A preocupação é que quando uma parcela da sociedade é calada, o próximo a sê-lo poderá ser nós mesmos, mas depois fiquei mais sossegado porque isso ocorreu na alemanha nazista devidamente derrotada na segunda guerra. E hoje?

Hoje em dia, gays fazem passeatas livremente sem serem importunados. Existe um dia especifico de louvação aos direitos gays. Artistas declaram suas opções sexuais e não se houve falar de terem perdido popularidade. De certa forma a sociedade tem absorvido e absolvido com menos espanto, mudanças comportamentais e mesmo assim, percebe-se um claro vitimismo.

A homofobia é citada como sendo pratica de preconceito e instigar ódio a homossexuais é crime, da mesma forma que instiga-lo contra mulheres, negros, essa ou aquela religião, etc. Entretanto o vitimismo está levando a classificar a homofobia como crime específico como se nunca tivesse sido; e cerceando o direito de opinião de outros. Explico: Se uma pessoa, sendo religiosa fazer uma leitura literal (e convenhamos, qual outra haveria?), do texto bíblico e partir de então opinar que o homossexualismo é um pecado aos olhos de Deus, corre o risco de ser processado por homofobia. As leis trabalhistas criam uma verdadeira muralha de direitos em torno do trabalhador que invariavelmente, as decisões são contra as empresas. Pessoalmente acompanhei casos em que profissionais mesmo tendo sido desonestos e agido ao arrepio da lei, conseguiram reverter decisões de demissão com justa causa e receberam gordas remunerações mesmo tendo sido comprovado suas ilícitudes. E se a homofobia começar a ser usada como pretexto para criar barreiras contra "incompetência", "erros sérios", "ilícitudes", etc?

Adiante;

O exército deve aceitar gays? Claro, da mesma forma que aceita mulheres, lembrando que as mesmas não convivem com os homens. As mulheres qseguem as mesmas regras de conduta, código de honra, diretrizes e ordens que os homens? Acredito que sim. Quebram as regras da corporação? Claro, que uma e outra deve faze-lo, mão é mesmo? São punidas pelo código de conduta como ocorre com os homens? Espero que sim, afinal quem se propõe a viver sob um determinado número de regras, de um código; deve defendê-lo e ser punido ao descumpri-lo. Então se um profissional das armas se declara gay e quebra esse código deve ser punido como os outros; e não esperar receber "consideração especial"; muito menos tentar se proteger sob acusações de homofobia toda vez que o código exigir sua punição, não por ser gay, mas por ter quebrado o código que aquele jurou que iria cumprir.

A regra nas forças militares é "não fale, não pergunte". Quem assistiu as entrevistas na televisão, nota com facilidade certos trejeitos. Eles apareceram agora do nada? Não. Já existiam antes? Sem dúvida. Então se existe preconceito na força como os dois cidadãos chegaram a sargento, logo dando ordens no resto da tropa sob sua responsabilidade? Que preconceito é esse que promove gays nas forças armadas?

O sujeito se ausentou da corporação e não voltou. Quebrou as regras sob os quais vive. Alegar doença é uma das muitas coisas que o profissional de armas em questão, poderia fazer. (abro um parenteses: O que não se pode entender é como um profissional está alegadamente doente para cumprir com suas funções profissionais, para as quais é pago pelo erário, diga-se, mas não está alegadamente doente para fazer entrevistas e fotos para revistas e televisão, já que sabemos todos que sessão de fotos, entrevistas e programas de televisão demandam um tempo relativamente longo para serem realizados).

O que não se pode fazer é usar sua preferência sexual assumida como arma de propaganda do vitimismo alegando preconceito, que não ocorreu quando foram promovidos a sargento, mas que está sendo usado para não sofrerem uma punição que sem dúvida eles já devem ter aplicado a recrutas que se ausentaram.

É normal nas diferentes atividades profissionais que executivos e profissionais informem suas empresas e empregadores que irão participar de entrevistas, reportagens, etc; salvo se o profissional por um empreendedor. Nesse caso os sargentos solicitaram permissão para se apresentar fardados ou falar da rotina militar? Pelo menos informaram seu comando ou agiram de forma independente?

É função precípua das forças militares matar e no processo correr o risco muito grande de serem mortos. Deixados pela questão da auto-preservação, nenhum militar se poria em risco e a instituição se quiser funcionar precisa que haja comando e obediência. Em outras palavras, as forças militares devem defender a democracia, a liberdade e os direitos individuais e não exerce-los, sob pena de que, em uma situação limite, a instituição não funcione e não funcionando, quem sofre é toda a população e o país.

Então se os sargentos quebraram o código de conduta devem ser punidos, indepentendemente de serem gays, gordos, anêmicos, palmeirenses ou corintianos.

Outras considerações.

Gays reclamam das igrejas, dos textos bíblicos, etc.

Os textos sagrados, judeus e cristãos condenam o homossexualismo? Condenam! Não adianta querer sair por aí desqualificando o texto ou as traduções, até porque estudos comprovam a fidedignidade ao longo dos tempos desses textos. Então? Então se alguem quiser seguir essas religiões escolha abandonar a prática condenada ou abandone a leitura do texto sacro e viva com os efeitos dessa decisão. O que não se pode fazer é querer mudar o texto sagrado para emglobar os desejos individuais.

A religião é contrária ou o padre ou pastor condena o homosexualismo? Abandone a prática condenada ou aquela denominação que prega a condenação. O que não se pode fazer é querer mudar estatutos e procedimentos, alguns milenares, aceitos pela maioria para englobar pensamentos da minoria ou individuais.

O estado laico não aceita o casamento civil de pessoas do mesmo sexo? Monte um contrato social ou uma pessoa jurídica e viva sua vida.

Já existe uma lei contra o preconceito. Se alguem se sentir prejudicado por sua opção sexual tem todo o direito de espernear e buscar seus direitos na justiça, desde que possa efetivamente provar esse preconceito. O que não se pode exigir é leis especificas condenando qualquer pessoa que recrimine o homosexualismo por ler um texto biblico ou emitir uma opinião, como está começando a ocorrer. Mais um pouco, o comediante Jô Soares poderá ser processado e preso por contar uma piada de "bicha" mas estará livre para fazer piadas de heterossexuais. Dá pra entender? Como dizia Martim Luther King Jr, "a lei não pode obriga-lo a me amar mas pode impedi-lo de linchar." Ir além disso é impedir as pessoas de realmente serem livres e pensarem livremente, a favor ou contra.

As pessoas tem o direito de fazer opções e viver a partir delas; mas não podem exigir que todos os outros vivam a partir dessas opções escolhidas.

Tenho o direito constitucional de ter uma opinião favorável ou desfavoravel sobre o homossexualismo, desde que isso não se transforme em ações preconceituosas, essas sim criminosas porque cerceiam o direito de outrem. Da mesma forma, quem opta pelo homossexualismo deve ser livre para faze-lo mas não deve fazer disso uma forma de preconceito positivo colocando-se como o melhor da sociedade e o resto como se vivesse nos tempos das cavernas.

É fato que a a promiscuidade, que é no fundo um dos maiores mecânismos de disseminação de doenças como DST e AIDS, em homossexuais não existe por conta da falta de apoio familiar. Conheci meninas na faculdade que "davam" mais que chuchu na serra e não eram largadas sem familia. Alguns homens casados possuem casos por aí (vide o senador Renan, por exemplo), e não saem por ai deixando sua familia a mingua. Numerosos outros e outras fazem justamente isso. Portanto tanto as coisas negativas quanto as positivas não são reflexo do que outros pensam e fazem a nosso respeito mas o que nós mesmos pensamos e fazemos sobre nós mesmos.

O presidente do Irã disse que lá não é aceito o homossexualismo? E daí? Quem for, não viaje para lá ou escreva uma carta para a embaixada reclamando.

Alguem demitiu, bateu, agrediu ou ameaçou outro por ser homossexual? Chame a policia e abra o devido processo cívil.

Foi destratado em uma repartição pública? Ligue para os jornais e se faça ouvir.

Foi destratado pelo garçon? Não pague os 10% e explique o porque disso.

Não gostou da pregação da igreja ou do texto sagrado condenado a prática homossexual? Mude de proceder se quiser ser membro daquela religião ou então deixe a igreja e a leitura do texto e vá viver sua vida.

Des resto o acima vale também para heterossexuais, jovens, velhos, qualquer que seja cidadão.

A única coisa que não se pode fazer é querer ou exigir que a opinião dos outros mude conforme a nossa. Se for por sua persuação e arte de comunicar-se tudo bem, mas não por força de lei ou da desqualificação pura e simples do discurso contrário.

O resto é blá-blá-blá e vitimismo.

Viva da forma que ache melhor e deixe os outros viverem também como pensarem ou acharem melhor.

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