terça-feira, 25 de outubro de 2011

As revoltas árabes

Quando começou essa estória de primavera árabe com passeatas organizadas pelo facebook, 9 em 10 louvaram e bateram palminhas. Na época escrevi um post que as pessoas que realmente estavam organizando essas revoltas não se regiam pelo facebook, mera ferramenta mas por outro book, no caso o alcorão. Assim o resultado prático seria a troca de uma ditadura digamos assim tribalista, ou militar ou va lá ocidentalizada, pra não dizer de direita; por uma de cunho religioso regida pela sharia.

O que temos hoje no Egito são grupos religiosos e politicos radicais com um exército digamos assim fraco em termos de apoio popular (lembrando que o mesmo sempre foi a base de apoio do então ditador egipcio), que impoem lei baseada numa visão muito particular do alcorão e com aberta perseguição violenta a grupos cristãos. Decerto as nações ocidentais que apoiaram ou ao menos lavaram as mãos com a deposição de Mubarak não podem alegar surpresa de que isso seria o resultado quase automático da substituição de um regime por outro.

Na Líbia, EUA, França e Inglaterra usando a OTAN tomaram o lado de rebeldes que não criaram manisfestações pelo facebook, mas pegaram em armas para substituir o regime de Kadafhi. Deixados a própria sorte, já que pegar em armas é sempre uma escolha, é provável que Kadafhi caisse de forma mais lenta. Talvez impactado pela forma de lidar com a guerra civil, fosse forçado a democratizar o governo de seu país, negociando sua saída. Entretanto, com o peso da OTAN ao lado dos rebeldes, o que tivemos de fato foi a deposição e a consequente execução do até então ditador.

O novo governo, longe de fazer uso das ferramentas democráticas que os paises membros da OTAN tanto defendem, já deixaram claro que a sharia (ela novamente), será a base das leis do novo governo. O que significa que para as mulheres e pessoas de outras religiões que não seja a mulçumana terão tempos dificeis pela frente.

A questão de fundo não é "apoiar a ditadura então existente" porque a opção será pior. A questão é permitir que os próprios cidadãos decidam o que desejam sem que com isso, pessoas sejam espancadas ou mortas porque professam religião que não seja a ditada por Maomé ou porque deixou aparecer o tornozelo na burca.

Os EUA com o apoio irmanado da Inglaterra ainda é a ultima superpotência no planeta, mas está fraco, porque a liderança se mostra fraca. Dessa forma, acaba preferindo surfar a onda do que é popular ao invés do que é correto.

E, é claro, não se pode esquecer, que os interesses econômicos, por causa do petróleo da Líbia sempre estão a frente dos interesses das nações, mesmo que para isso, se apoie regimes que fazem das mulheres meros objetos e a crença no filhode Deus leve alguem a morte.











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