terça-feira, 7 de abril de 2009

Aneel aprova aumento de 21,56% na conta de luz para interior de SP

LORENNA RODRIGUES
da Folha Online, em Brasília

A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) aprovou nesta terça-feira o aumento médio de 21,56% na conta de luz da CPFL Paulista empresa que atende 3,4 milhões de consumidores em 234 municípios do interior do Estado de São Paulo, entre eles Campinas, Ribeirão Preto, Bauru e São José do Rio Preto.

Para os consumidores residenciais, o reajuste será de 20,29%. Para os industriais e comerciais, vai de 19,34% a 24,80%, dependendo da classe de consumo.

O tamanho do aumento surpreendeu até mesmo os diretores da Aneel. O diretor-geral, Nelson Hubner, defendeu uma ampla revisão no processo de reajuste das tarifas das distribuidoras de energia. "De fato, quando temos um reajuste desse montante em que o Brasil passa por um momento delicado, nos leva a pensar. Estamos fomentando de novo o ciclo inflacionário por conta das características do reajuste. Essa legislação tem que ser discutida mais amplamente", afirmou.

Motivo

Entre os fatores que contribuíram para o aumento da tarifa está a utilização de usinas termelétricas durante todo o ano de 2008. O governo decidiu usar essas usinas por causa da escassez de chuvas no início do ano passado. Como as termelétricas são mais caras, a conta acaba com o consumidor no caso da CPFL Paulista, o impacto foi de 4,2%.

Outra questão foi o aumento da cotação do dólar que deixou mais cara a energia de Itaipu, negociada na moeda norte-americana. Como a CPFL compra energia da Itaipu, o aumento do valor teve um impacto de 4,23% no reajuste aprovado hoje.

A contratação de energia de novas usinas termelétricas também pesará no bolso do consumidor do interior paulista. Como nos últimos leilões de energia elétrica a maioria das usinas vencedoras foram termelétricas, o valor da compra de energia da CPFL aumentou, refletindo em 2,69% na conta de luz.

Outro fator foi o aumento de 79% no Proinfa, encargo utilizado para incentivar fontes de energia limpas, como a eólica. Esse aumento refletiu em 1,04% na conta da CPFL.

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