LUIZ FUKUSHIRO | Para o UOL Tecnologia, do Japão
Tá aí uma pergunta difícil de se responder de supetão. Primeiro, o iPhone tem um apelo semelhante —ou até maior— que os celulares mais pops do Brasil. E não estou falando dos smartphones, que talvez seja a categoria em que se encaixe melhor o telefone da Apple.
Se comparado a um telefone comum, o iPhone facilmente ganha, mas é superado em um ou outro quesito (como a câmera). Já comparado aos smartphones, o iPhone pode ter uns tropeços, umas medalhas de prata e olhe lá.
Então, para tentar responder à pergunta, é mais fácil considerar o iPhone como um telefone comum. Aí vem o próximo dilema: o iPhone trabalha com uma coisa ainda não muito difundida no público geral brasileiro: usar a Internet no celular.
No Japão, por exemplo, um país sob um emaranhado de linhas de trem e estações em tudo quanto é canto, o pessoal costuma utilizar a Internet do celular para checar caminhos e horários. O e-mail de celular é tão pop quanto o SMS e todo site que se preze tem uma versão mobile, mais leve e otimizada para as telinhas.
E convenhamos, Internet à mão a qualquer hora e lugar é uma frescurinha que faz brilhar os olhos de qualquer geek viciado em Web —a não ser que você seja um homem/mulher de negócios ou algo que o valha, porque aí é crucial mesmo.
Poder postar no Twitter que você está preso no transito, bater papo no MSN da fila do banco, checar e-mails na empresa que bloqueia seu e-mail pessoal, ler feeds sentado no ônibus. É genial. Ainda mais com um GPS que mostra onde você deve ir e YouTube para mostrar na mesa do bar aquele vídeo que deixou você rindo por horas.
Se você se entusiasmou só de ler isso, dá para considerar em comprar um iPhone. Mas para dizer se a coisa é boa ou não, alguns detalhes importantes precisam vir à tona.
Exemplo maior: o preço do acesso 3G ilimitado. Em alguns países, pagar todo mês o plano de Internet praticamente duplica o preço do aparelho em apenas alguns meses. Planos de banda limitada, ou seja, ter um limite da quantidade de dados recebidos, só enganam. É fácil acabar usando mais que a conta e chegar no preço do ilimitado.
O iPhone vai valer a pena se for disponibilizado por várias empresas e, ainda mais com essa história de mobilidade de número, fazer a concorrência derrubar o preço.
Para o usuário comum, que recebe e faz ligações, manda SMS, não vale a pena. Escolher o iPhone seria um luxo, um fetiche.
Ter um telefone da Apple, com iPod acoplado, GPS e Internet em qualquer lugar é mais um capricho do que útil. É bonito, é de grife, é legal mostrar pros outros o deslizar de capas no iPod ou dar zoom naquela tela grandona com o toque dos dedos.
Para os viciados em Internet é um must-have. Para quem nem está aí se tem e-mail novo ou não ficaria feliz de poder postar no próprio blog quando estiver em uma festa sem-graça, talvez o que complique seja o custo-benefício.
Para os serviços básicos com que todo mundo está acostumado, vale mais a pena um celular mais convencional.
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