O assunto volta a tona.
Nassif, quando a revista VEJA trouxe uma reportagem sobre ministros do Supremo estarem sendo grampeados, disse que a revista fez um "cozidão", que tudo era mentira, etc. Depois questiona o fato da revista ter feito uma reportagem elogiosa a respeito do delegado Paulo Lacerda e agora questiona sua integridade ao reportar que a ABIN fez o grampo no Supremo. Não aquele da reportagem antiga mas outro, na esteira da investigação da operação Satiagraha.
Em outras palavras, Nassif não dá para os outros o mesmo benefício que dá para sí mesmo. Ele mesmo já escreveu sobre isso quando do caso Collor que ele criticou e bateu forte no então presidente para depois reavaliar a situação e escrever favoravelmente. Diz ele que repensou e analisou a situação sobre outros aspectos. Mas se é a revista VEJA que fa isso, o mundo cai porque obviamente existe algum interesse escuso.
Essa operação, a Satiagraha, realizou escutas telefonicas com autorização da justiça e depois de 4 anos de escutas, soltou um relatório enorme que acusava meio mundo de gente e resultou na prisão de uma meia duzia mais graúda. Para deleite dos críticos e apoiadores da cruzada de Nassif contra a VEJA, o relatório usando telefonemas, emails e artigos de revistas e jornais, escreveu parte do relatório atacando parte da mídia. Era como se fosse a grande prova que faltava ao "dossiê VEJA". Ele deixava de ser um amontoado de Ctrl C e V com interpretações sobre o queriam dizer e ilações sobre quais as intenções daquilo que foi interpretado.
A alegria durou pouquíssimo tempo, já que uma análise mais detida da parte do relatório dirigido a mídia não trazia uma única prova que fosse de conluio entre o Darth Vader brasileiro Daniel Dantas e orgãos da imprensa e jornalistas. E isso depois de quatro anos de escutas.
Depois de quatro anos de escutas o relatório que visava dar o parecer da investigação para que acusados fossem indiciados, exemplifica a suposta ligação de Dantas com a imprensa com exemplos que não "exemplificam" essa ligação. Essa ligação existe? Claro! Ninguem chegaria na posição dele sem uma networking poderosa. Aliás hoje em dia, ninguem chega a auxiliar administração sem algum tipo de networking. O problema é que os exemplos dados não provam ilícito algum.
Tanto que o Juiz que acatou o relatório e que está sendo louvado por parte da imprensa e da blogosfera como o delegado, não acatou uma única parte do capítulo dedicado a imprensa.
Significa então que não existe uma imprensa usada por Dantas? Claro que não! Significa apenas que nã ose provou que os citados são usados por Dantas. Tem outra coisa também. Significa que o tal dossiê veja volta a sua situação inicial de ser um "amontoado de Ctrl C e V com interpretações sobre o queriam dizer e ilações sobre quais as intenções daquilo que foi interpretado".
A prisão dos principais envolvidos tinha por objetivo apreender documentos e evitar que os mesmos atrapalhassem as investigações. Uma vez que documentos foram apreendidos e as escutas que resultaram no relatório que levou aos mandados de prisão estavam sendo feitas a quatro anos; como poderiam atrapalhar uma investigação que já estava no passado? Ordens para destruir documentos? Venhamos e convenhamos que se bandidos operam e executam crimes de dentro de penitenciárias, qual a dificuldade de um figurão desse fazer uma ligação ou dar ordens que seus advogados seriam meros mensageiros? Fugir do país? Com tanto dinheiro investido aqui mesmo? e numa situação de meramente acusados? Não dá né!?!
Assim me parece que o fato de terem sido libertados é o resultado natural da operação e não uma "artimanha" de Dantas.
Como o ministro do Supremo passou a ser considerado da quadrilha de Dantas,o fato da VEJA dar destaque a um assunto que convenhamos não é necessáriamente novo foi a deixa para colocarem todos no mesmo saco e se a operação Satiagraha foi falha (não se esqueça leitor: 4 anos de escuta) e segundo o próprio delegado Sr. Protogenes usou a ABIN na investigação, o que aparentemente não poderia; a culpa é obvia do esquema de Dantas e seus asseclas.
Assim qual foi a ação prática resultante da investigação? O afastamento de delegado. Por qual motivo? Podem ser vários mas o que tem mais peso me parece ser, sem sombra de dúvidas, a questão da BrOi que está sendo jogada para baixo do tapete e que a investigação chegou em petistas graudos e importantes no governo.
Agora com a questão da ABIN, é afastado o outro delegado envolvido na investigação.
O ponto importante a considerar é que esses afastamentos não foram resultado de pedido de algum advogado de Dantas, gritaria da oposição, de juizes, da imprensa. Foi ação do governo, que é o que agindo para concretizar a operação BrOi que vai enriquecer como nunca, Daniel Dantas e os maiores financiadores de campanha política do PT. Só isso!
Mas o certo é afastar acusados de ações ilícitas para não prejudicar as investigações. É verdade!
Mas isso não ocorreu com os acusados pelo mensalão (alguem foi expulso do partido? José Dirceu afastou-se da casa civil e teve ate banda de música na sua saída como se fosse o regresso de um heroi de guerra a pátria); não ocorreu com os "aloprados" (alguem foi expulso do partido?); não ocorreu com a quebra do sigilo do caseiro (Paloci também saiu com direito a fanfarra e desfile); não ocorreu agora com o principal assessor da presidência ter sido pego ajudando Dantas através de um advogado que é um petista histórico com trânsito em Brasília; não ocorreu no caso do dossiê contra FHC feito na casa civil (ninguem foi afastado nem a ministra para não prejudicar as investigações); não ocorreu no nebuloso caso da venda da Varig (também ninguem foi afastado), etc...
Curiosamente nesse caso específico, houve rapidez de ação. Seria até elogiável se não fosse estranho.
Mais recentemente, a Revista Isto É que apontou o agente envolvido no tal do grampo, foi acusada por Nassif de ser também parte do esquema de Dantas, embora não faça tenha criado nenhum tipo de dossiê contra ela.
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