Reproduzo nota do Estadão on line de ontem abaixo.
Um internauta de nome Flávio, a quem agradeço a honra de ter acessado meu blog e feito uma crítica valiosa; levantou uma questão pertinente sobre o fato de justamente ser o partido de Bush, que votou quase em massa contra o pacote de ajuda.
"...Os republicanos culparam um discurso que a democrata Nancy Pelosi, líder da Câmara americana, fez antes da votação do plano de resgate à economia de US$ 700 bilhões pela rejeição do pacote nesta segunda-feira, 29. No pronunciamento, ela atacou a política econômica do presidente George W. Bush "e essa ideologia de direita de deixar tudo sem supervisão, disciplina e regulamentação" do sistema financeiro. As palavras de Nancy "envenenaram a reunião, levando um número grande de colegas a votarem contra", disse o republicano John Boehner.
A derrota inicial do plano, que recebeu 205 votos a favor e 228 contra, causou a queda das bolsas de valores internacionais, entre elas Wall Street, que sofreu a maior baixa em pontos de sua história, e a Bolsa de Valores São Paulo (Bovespa), com forte baixa de 9,36%. Após a votação, tanto democratas quanto republicanos convocaram várias coletivas de imprensa para se acusarem mutuamente pelo fracasso da "Lei Emergencial de Estabilização da Economia."
Os democratas rejeitaram as críticas ao discurso de Nancy. O representante democrata Frank Barney ironizou os ataques dos republicanos ao discurso de Pelosi. "Só porque alguém machucou os sentimentos deles, eles decidiram punir todo o país?", perguntou.
Mais de dois terços dos republicanos e 40% dos democratas votaram contra o pacote. No total, 140 democratas e 65 republicanos aprovaram o plano, enquanto 133 republicanos e 95 democratas votaram contra.
No entanto, os dois partidos expressaram sua vontade de voltar à mesa de negociações, conscientes de que a crise não desaparecerá por mágica. "A crise continua conosco. Ainda nos preocupa (a situação) do cidadão, da classe média e como eles podem ser afetados pela crise em Wall Street", afirmou Nancy depois da votação do plano.
A Câmara deverá se reunir novamente na quinta-feira, ao invés de entrar em recesso. As ações começaram a despencar antes mesmo da votação. A queda de 777 pontos no índice Dow Jones superou a queda de 684 pontos no primeiro dia de pregão após os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001.."
Pelo que parece, o partido republicano tem um norte mais a direita e o partido democrata mais a esquerda. Entretanto fui justamente o partido de Obama que cedeu mais apoio ao plano. A desculpa de que um mero discurso da presidente da líder democrata na camara tivesse o dom de mudar o voto jutamente dos adversários é estapafúrdia. Claro, a opção seria qual? reconhecer a incompetência de convencer a própria base da necessidade do plano?
Talvez o fato do plano ser fluido demais, dando muitos poderes ao executivo seja um fator. O governo Bush chega ao seu fim com um sem número de explicações a dar sobre, a liberdade como agiu em determinados momentos e esse pacote seria mais um desses, aonde solicita liberdade de ação e fundos bilionários.
A pressão da opinião pública que vê o pacote como uma ajuda a quem foi com ganância atrás de altos lucros descolados da economia real também pode ser um fator que pesou na decisão, já que os congressistas terão que responder a isso e diferente daqui, lá, a população escolhe os representantes e os fiscaliza de perto.
O fato é que com essa "traição", McCain talvez tenha recebido a pal de cal que faltava em sua candidatura; até porque ele se afastou da campanha para ajudar a aprovar o pacote. A rejeição portanto também é, em parte, uma rejeição da liderança de McCain.
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