Nunca olhamos a vida através de uma vidraça limpa, clara e translúcida. Se assim fosse veriámos a verdade revelada, os fatos por si mesmos.
Na verdade, olhamos para a vida através de uma vidraça que se assemelha em muito a um vitral; formado de diferentes pedaços de vidro com diferentes cores que formam, somados, um mosaico de luzes e cores. Conforme olhamos temos a percepção que a luz que adentra o vitral permite vermos o que tem do lado de fora. Mas isso é de nosso estrito ponto de vista e não obrigatoriamente o que realmente está lá, do lado de fora.
E essa percepção da realidade será mais próxima ou não dela a depender da grossura do vidro, da cor, da quantidade de luz que entra, que sai, etc; na verdade dependerá de como moldamos e montamos nosso vitral.
E esse vitral é montado por nós mesmos a medida que vivemos. É formado por nossas experiências, expectativas, conhecimentos, aprendizados, erros e acertos, próprios e de outrens acumulados ao longo dos anos. A cada nova experiência ou conhecimento adquirido é como se quebrassemos o vitral acrescentando novos pedaços de vidro, mantendo os anteriores mas aumentando o vitral em detalhes e cores.
Ele sempre será maior ainda que essencialmente o mesmo.
É por isso que passando por experiências semelhantes, as pessoas reagem de forma diferente a elas e suas visões de mundo se tornam únicas; posto ser impossivel compartilhar a visão que temos através do vitral com outros que estão a olhar pelos seus próprios vitrais.
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