Por Sérgio Gobetti, no Estadão:
O governo começou a liberar as estatais da obrigação de acumular superávits primários para que impulsionem os investimentos do setor público. Entre outubro de 2007 e outubro deste ano, o valor anualizado da poupança das empresas federais caiu (incluindo pagamentos de Itaipu) de R$ 20 bilhões para R$ 6,5 bilhões, enquanto os investimentos - liderados pela Petrobrás, que já tomou emprestado mais de R$ 35 bilhões no ano - subiram de R$ 27,5 bilhões para R$ 37,6 bilhões.
O movimento, que vinha ocorrendo por conta do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), se intensificou em outubro, com o agravamento da crise internacional. Boa parte dessas estratégia de incrementar os investimentos das estatais deriva também do perfil do governo Lula: baixíssima capacidade de investir o dinheiro do Orçamento da União e altíssima disposição política para aumentar o custeio - só a conta da folha de salários (ativos e inativos), vai pular de R$ 120 bilhões, ano passado, para R$ 150 bilhões no ano ano que vem.
A liberação das metas fiscais é antiga reivindicação da cúpula das estatais e já chegou a ser sugerida até por economistas do Fundo Monetário Internacional (FMI), uma vez que essas empresas não têm dívidas que justifiquem superávit tão elevado. Hoje, o dinheiro economizado pelas estatais fica no caixa, sem poder ser utilizado para investimentos.
Durante algum tempo, esses superávits foram usados para ajudar a cumprir as metas fiscais do setor público. As disponibilidades em caixa das estatais, estimadas em R$ 45 bilhões pelo Banco Central, integram os chamados créditos do setor público, que são descontados do valor bruto da dívida para se chegar à dívida líquida.
Analisei, acredito que acertadamente, a ter por base o editorial do Estadão, a questão da Petrobrás e seu problema de caixa. Fiz menção a questão da gestão da empresa e seus custos em relação ao preço do petróleo. Também considerei que o motivo dessa busca de aporte financeiro para pagamento de impostos era estranha, já que estatal a empresa sendo; haveria de ter meios de encontros de contas ou outros procedimentos que permitissem que a estatal necessitando pagar impostos em tal volume , pudesse faze-lo sem que para isso fosse preciso buscar financiamento com juros altos na economia interna.
A reportagem do mesmo Estadão acima, demonstra isso. Se o Estado pôde até o momento praticar o superávit primário represando os investimentos estatais (e isso foi um dos motivos que levou o professor Pinguelli, estudioso da área de energia e defensor de primeira hora do governo Lula a sair da presidência da Eletrobrás, ja que não conseguia investir no setor por conta do engessamento para o superávit); em outras palavras, o dinheiro está parado no caixa; porque criar dificuldades futuras para a estatal com juros, depreciando obviamente seus papeis por conta desse tipo de operação?
Quer dizer que eu se eu morasse com meus pais, deixaria cerca de 40% do que ganho numa caixa de sapatos com eles e precisando de dinheiro para pagar minhas contas incluso ajudar na despesa de casa faço empréstimo com meu pai. Ai eu pago o empréstimo para ele, quito as despesas da casa mas continuo deixando 40% do que ganho na caixa de sapato que fica e mcasa debaixo da cama; ninguem usa e não ganho um mísero centavo de juros por isso? eu seria um completo idiota se fizesse isso, não? E se fizesse isso por um ano inteiro? Mais idiota ainda. Entretanto, e guardadas as devidas proporções, foi exatamente o que a Petrobrás fez até agora.
Tem lógica? Pois é!
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