Vamos lá;
As três grandes cervejarias serão processadas por conta dos malefícios da bebida.
Nem se discute que o abuso no uso do alcool é ruim para o usuário e para os que o rodeiam como familiares e um coitado que esteja no caminho se o usuário misturar beber com dirigir. Os efeitos danosos do excesso de alcool são a muito tempo conhecidos e que se frise, até o cinema americano já tratou do assunto lá longe com o filme "Farrapo humano". Tem outra coisa, o alcoolatra, aquele sujeito que se toma um copo de alccol toma na sequencia mais 10 sem perder o folego, é considerado pela medicina mundial como um pessoa doente.
Mas façamos os devidos contrapontos a idéia de acionar, demandar judicialmente as três maiores cervejarias.
1) Porque as três maiores cervejarias? As regionais, as pequenas ou mesmo as estrangeiras por acaso não fabricam bebida alcoolica? É curioso que a idéia de centrar fogo nas maiores, significa tambem centrar fogo nas que alcançaram mais sucesso nos negócios. Resulta então que o sucesso das três maiores será punido por causa dos malefícios do alcool mesmo que o usuário que "sofre" esse prejuizo não faça uso dos produtos das três maiores mas de outras.
2) Beber agua faz mal? não, desde que não seja em excesso. Experimente beber 2 ou 3 litros de uma vez. Provavelmente morrerá afogado.
Aonde quero chegar com isso? Porque uma ação contra cervejarias? Porque o consumo de cerveja e chopp é muito grande e os malefícios vem daí. Então tá! Uma dose ou duas de uma bebida destilada é potenciamente mais perigosa que 1 garrafa de cerveja. Então por conclusão lógica, as destilarias e importadoras de bebidas deveriam ser acionadas e não somente as cervejarias.
3) Beber com moderação causa prejuizos? Estudos indicam que um cálice de vinho por dia é BENÉFICO para a saúde.
Considerando que um argumento só é verdadeiro quando sua versão oposta é igualmente lógica; determinar que as cervejarias são responsáveis pelos males do uso em excesso do alcool; implica em dizer que as vinicolas são responsáveis pelos benefícios do uso moderado do vinho. Elas irão receber por via de lei ou juizo algum tipo de benefício como menor índice de impostos , por exemplo?
4) As empresas ligadas a propaganda de bebidas alccolicas, sem exceção, são obrigadas a informar o possivel usuário que seu produto deve ser ingerido com moderação. Ir além disso implica em dizer que as empresas são responsáveis pelo uso que as pessoas dão ao seu livre-arbítrio; porque ninguem, absolutamente ninguem ingere bebida alcoolica obrigado ou desconhecendo seus efeitos. Repito: ninguem!
5) As pessoas fazem uso do livre-arbitrio para decidir o que irão fazer. Mesmo que esse fazer implique em coisas contra a lei ou contra si mesmas. Quer um exemplo bem simples: Se perguntar a cada 10 jovens se ele sabe que só deve fazer sexo com preservativo, 10 iráo responder que sim; até porque a avalanche de informações nesse sentido é gigantesca. Pergunte depois se conhece alguem da idade deles que está esperando ou tem um filho. Cerca de 9 responderão que sim. Qual a conclusão? que 90% dos jovens escolhem fazer sexo sem preservativo mesmo sabendo que isso pode gerar gravidez indesejada ou contaminação de doenças.
Estamos portanto diante de escolhas morais de cada um e os outros não podem ser responsáveis pelas más decisões dos outros.
6) Os custos com saúde são extremamente altos por causa do excesso no uso do alcool. Essa é a principal razão da ação. Pois bem! Os problemas de saúde derivam do "excesso", do "abuso" e não do uso do alcool em sí. As cervejarias são e devem ser responsáveis pela qualidade de seu produto mas não se pode imputar-lhes os malefícios do abuso no uso de seus produtos; porque os os produzem nem incentivam esse tipo de uso.
Todo os cidadãos e empresas pagam impostos e pagam caro, para manutenção dos serviços públicos; o que inclui os custos de saúde. Aqui não importa se tais custos são ou não são altos. Queriam o quê? que o sistema público custeasse coisa mais "baratas" como gripe? Existem custos comparativamente mais altos e que não resultam do livre-arbítrio de cidadãos mas de manutenção do poder como o por exemplo, pagamento de mais de 10.000 cargos especiais de assessoria com benefícios e altos salários; assunto que até agora, não mereceu que ninguem do ministério público entrasse com ações para arrumar a bagunça e corrigir as distorções.
7) A bebida, melhor dizendo, o abuso no uso da mesma aliado à direçao de veiculos causa a grande maioria dos acidentes? Então as cervejarias devem pagar para bancar os efeitos desses acidentes? Mas salvo engano, o governo e seus defensores deitaram horas e mais horas de falação a respeito da nova legislação de trânsito e os efeitos da tolerância zero. Se a lei é dura (e é mesmo!), e a chave de seu sucesso é a presença constante da fiscalização (como foi no inicio); é natural que os acidentes por conta da direção perigosa resultante do uso imoderado de alcool cai sensivelmente, como caiu no inicio. Então é forçoso perguntar porque o ministério público deseja que as cervejarias paguem por um prejuizo ou dano que está diminuindo com a nova legislação mas não se preocupa em pressionar os governos para dotar suas polícias com os equipamentos necessários.
8) Outras coisas, na verdade muitas coisas, quando mal usadas ou usadas em excesso causam prejuizos a sáude, prejuzos financeiros, etc.
Por exemplo; qual a relação direta dos casos de enfarto no brasileiro ligados ao consumo de gordura animal? Seria o caso de demandar judicialmente as grandes redes de churrascarias ou as fazendas produtoras de carne e os frigoríficos?
Por exemplo; qual a relação direta de casos de internação ou mesmo do aparecimento de superbactérias por conta do uso sem prescrição médica de remédios e antibióticos? Seria o caso de demandar judicialmente as grandes redes de farmácia e os laboratórios químicos?
Por exemplo; qual a relação direta de casos de internação por conta de acidentes e atropelamentos sem a influência da bebida? Seria o caso de demandar judicialmente as grandes montadores de automóveis e grandes redes de lojas de carro?
A lista seria sem fim, se fossemos considerar o objeto apenas ou veiculo e desconsiderarmos o básico: o mau uso ou excesso do uso é resultado do livre-arbitrio do cidadão.
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