Nem vou ficar aqui falando da fusão. Pesquisem no blog e verão que minha opinião sobre o assunto foi exaustivamente repetida neste espaço. A fusão é ou pelo menos era ilegal e só se tornaria legal com mudanças na lei. A fusão é imoral, pouco importando para isso se a lei foi alterada para legalizar a operação. Porque? Porque as razões ditas "empresariais" não se sustentam e porque serve apenas e tão somente para premiar o financiador de campanhas de ontem (Daniel Dantas), com os financiadores de campanhas de hoje (os donos da Telemar/Oi).
A reportagem da VEJA no penultimo post erra ao analisar que a fusão faz todo o sentido, etc e tal.
A área de comunicação no Brasil era até o presente momento fortemente regulada. No primeiro governo FHC saimos de uma situação de estatismo puro para uma situação de concessionárias de serviço público privadas. Trocou-se um monopólio estatal por um privado? Sim no conceito mas não na essência. Por que? Porque foram criadas por leilão as concessões das empresas espelhos que fariam a concorrência e as concessionárias se pretendiam entrar nos rentáveis mercados de celulares e banda larga (que estavam em seu inicio, diga-se), deveriam cumprir as metas de universalização da telefonia.
As novas tecnologias mudaram a forma de ser dos mercados e hoje pode-se viver confortavelmente sem uma única linha fixa de telefone. Quem viveu as épocas que a posse de uma linha telefônica deveria ser declarada como bem na declaração de imposto de renda e constava de lista de bens a serem herdados, sabe muito bem o enorme avanço que a privatização proporcionou. "Mas o atendimento não presta, é ruim, fica-se horas no maldito 0800 e nada ss resolve"; dirão os críticos. Pergunto: Como era o atendimento na época da telefonia estatal? Era bom proporcionalmente ao número de usuários e donos de linhas? Não! era tão ruim quanto, a diferença que o atendimento era feito por um despótico funcionário ao invés de uma voz ao telefone e a relação era de ESTATAL com consumidor, obrigado a obedecer.
Claro, os "jovens" de hoje talvez questionem as coisas e a comparação com o passado talvez surte um efeito bucólico, como dos velhinhos relembrando os tempos de menino. Mas algum dos "jovens", se pudesse viveria naquele tempo, com as limitações da época e dos costumes achando realmente estar no melhor dos mundos? Convenhamos.
Adiante...
O fato da legislação falar em concessões implica em dizer que nenhuma empresa pode chegar aqui e começar a trabalhar sem a devida área de concessão e todo o território nacional já é dividido em concessões. Então não há que se falar em "competições com gigantes". E fora? A área de telecomunicação em qualquer lugar do mundo é uma atividade que exige alto investimento. A crise financeira mundial cortou os meios de crédito de todo mundo. É natural portanto que o apetite por novos mercados seja contido um pouco. Além do quê, salvo o continente africano, qual mercado realmente rentável.
O mercado realmente competitivo dentro da telefonia são os de "provedores de contéudo" para celulares e afins bem como "aparelhos de celulares" cada vez mais compactos, multi-uso, etc.
Nesse aspecto o Brasil fica a mercê de gigantes realmente, na qual a escala e a quantidade de opções são os meios de firmar posições em mercado. Quer um exemplo besta? Aparelhos motorola, nokia, siemens, lg, podem ser vistos nas mãos de usuários em qualquer país dotado de telefonia celular. Então, se é que podemos falar assim, o Brasil carece não de empresas gigantes que ofereçam pulsos ou minutos de telefonia mas tecnologia em programas e aparelhos. A reportagem da VEJA embora não tenha sido essa a intenção, comprova essa fato ao mostrar uma exposição com mulheres de modelos de paparelhos celulares em oferta.
Se a fusão cria uma forte empresa diminuindo concorrência ao invés de amplia-la, qual a razão de tantos lutarem tanto para obtê-la? Vale de novo uma análise ou opinoão que já teci anteriormente repetida no inicio deste post; ou seja, a retribuição aos financiadores de campanhas de ontem e de hoje. Só isso!
Quanto ao post anterior.
Sempre fui um crítico do dossiê VEJA de Nassif. Não porque desgoste dele, já que não o conheço pessoalmente, mas porque ao lê-lo, senti falta de um negócio chamado "provas".
Colocar trechos de uma reportagem ou artigo, críticas favoráveis ou não e a partir da data de publicação fazer conjecturas como se fatos fossem, das "intenções" do que foi publicado, numa coletânea de Ctrl V e C somados a interpretação de intenções segundo sua premissa pessoal das pessoas envolvidas não se pode chamar de provas.
É curioso que a todo o momento, Nassif declarava que VEJA estava a soldo de Dantas. Mas note-se que, como demonstrado no post abaixo; o proprio blogueiro afirma que a VEJA eracontra a fusão mas AGORA que Dantas assinou o acordo ela é favorável, e usa como exemplo o artigo.
Se VEJA estava a soldo de Dantas, porque faria campanha CONTRA a fusão? Agora depois que o presidente Lula assina a lei que mudou a área de telefonia para legitimar o negócio, publicar um artigo achando que a fusão do ponto negocial é razoável, significa ser a favor de Dantas? Só rindo mesmo!
Mainardi, Reinaldo Azevedo, Gravataí Merengue, praficar nos três mais criticados por Nassif, sempre foram CONTRA a fusão. Os motivos? Os mesmos que me faziam ser contra também.
Não acreditem em mim, pesquisem nos blogs deles para ver. Não é a primeira vez que a revista em um artigo adota uma posição contrária a de Mainardi e Reinaldo Azevedo (vejam por exemplo as posições sobre Barack Obama, por exemplo), e nem por isso, os blogueiros mudaram de opinião.
E Nassif? Durante todos os meses que esse assunto foi debatido ele no máximo declarou em um post ver sinergias na fusão, como por exemplo melhor ou maior poder de negociação com fornecedores. Sobre o assunto em sí, as relações com Dantas, governo, financiamento do BNDES nem uma palavra. Agora que a lei autorizando a fusão saiu, ele fez posts para "discutir" o assunto, falando em criticos e favoráveis mas sequer uma linha dele próprio a favor ou contra; mas se insurge contra a comentarista que diz que ele se omitiu.
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