A revista Isto É trouxe uma reportagem sobre uma certa igreja e as dificuldades pessoais de seus como direi, fundadores.
Solidarizo-me com essas pessoas no limite de seu drama pessoal com um filho em estado vegetativo. Sem dúvida é uma situação dificil e terrivel de se lidar; mas não posso deixar de lembrar que uma empresa, digo, uma igreja que por anos vendeu a idéia de que Deus, o O Deus Todo Poderoso dá luxo e riqueza àqueles que o buscassem especialmente mediante essa igreja, não seja um Deus capaz de fazer são aquele que estava sendo preparado para servi-lo. O mesmo Deus que com seu Espirito fez céu e terra, abriu o mar vermelho, ressussitou mortos, deu riqueza e bens aos líderes dessa igreja não resolve um problema de saúde simples em comparação aos exemplos anteriores mais complexos. Decerto dirão que são provas de fé. Eu diria que são provas da ineficácia desta "fé" em particular.
Um outro membro da turminha que usa a religião para outros projetos a parte o que deseja aquele que supostamente é servido por tais; um tempo atrás escreveu na FSP um artigo em defesa dessa turma. Replico esse artigo abaixo e minha réplica que publiquei no blog:
TENDÊNCIAS/DEBATES
A marcha da legalidade
MARCELO CRIVELLA
Reafirmo: foi o ato mais solene de revogação popular de todas as injúrias e calúnias que nos irrogaram os ódios e as paixões. NINGUÉM
PÕE em dúvida o valor da imprensa livre e atuante. Todos nós conhecemos
a “marcha da insanidade”: primeiro fecham-se os Parlamentos, depois
caem as instituições e, finalmente, amordaça-se a imprensa -e é assim
que os povos mergulham, desarvorados, no cataclismo de seus conflitos
ideológicos. O que se espera, entretanto, é que o direito à liberdade de
imprensa se harmonize com outro, que lhe antecede e a ele se sobrepõe,
que é o direito à dignidade humana.
A imensa
multidão que marchou para Jesus na última segunda-feira tem plena
consciência de que todos os princípios que se propõe a preservar,
propagar, defender e amar para sempre não são nem sequer um milímetro
inferiores ou incompatíveis com os princípios constitucionais de
legalidade e justiça em que se fundamentam a sociedade e o Estado.
É
que, para sermos justos, precisamos observar todas as circunstâncias
que emolduram os fatos, já que até mesmo os apóstolos foram julgados,
sentenciados e morreram, uns crucificados, outros esfolados, tudo dentro
de uma legalidade, mas sem que se fizesse justiça.
O
que ocorreu com o casal Hernandes, que ingressou nos Estados Unidos da
América sem declarar o valor em espécie que levava, é que foi punido com
o máximo rigor por conta da atmosfera de espetáculo, digna do coliseu
romano, constituída de denúncias, insinuações e suspeições que, embora
não provadas, emularam circunstâncias, as quais, estas sim,
preponderaram no julgamento do fato em si, porque foram maciçamente
divulgadas pela imprensa.
Após décadas de
trabalho árduo, cujas monumentais realizações são a maior prova da sua
honestidade de propósitos, Estevam e Sônia Hernandes foram sumariamente
condenados por supostamente se “evadirem” do Brasil e adentrar nos EUA
com a extraordinária e mirabolante quantia de menos de R$ 50 mil cada
um. Eis aí o “grande assalto do século”.
Cumpriram
a pena. Sofreram todos os vexames impostos por uma sentença farisaica
que, de alguma forma, lembra a que condenou os discípulos por comerem
sem lavar as mãos.
Pagaram um preço pesado.
Mas o mais cruel de tudo é que, todas as vezes em que a imprensa a eles
se refere, aviltando normas internacionais de direitos humanos e movida
pelo mais odioso preconceito, o faz com a remissão àqueles fatos, já
superados, para, mais uma vez, condená-los.
Veja
que o artigo recém-publicado nesta Folha sob o título “A Marcha de
Jesus e o Diabo” (Opinião, 3/11, pág. A2) reincide no mesmo pecado.
Eu
sei bem o que é isso. Por causa de uma denúncia apócrifa, publicada de
maneira precipitada por esta Folha, respondi durante anos por crimes que
nunca cometi, até que o Supremo Tribunal Federal, após ouvir o
procurador-geral da República, constatou a minha inocência. Mandei o
acórdão para todos os jornais que me acusaram. Nenhum deles publicou
sequer uma linha.
Trata-se do mesmo processo
que, agora requentado, há pouco ocupou, espalhafatosamente, as primeiras
páginas de quase todos os jornais brasileiros. Só que, dessa vez, não
me incluíram entre os acusados. Se o fizessem, o processo iria para o
STF, em virtude da garantia constitucional de foro privilegiado
consagrada aos membros do Parlamento, onde morreria no nascedouro, já
que aquela egrégia corte o conhece minuciosamente e sobre ele já
decidiu.
Mas não creio, honestamente, que a
pretensão seja a de obter a condenação. Ao que parece, o maior interesse
é o de expor pessoas públicas ao constrangimento de longos depoimentos
-antes e depois dos quais se promove o oprobrioso espetáculo midiático.
Há
na Bíblia uma passagem que diz: “Ferirei o pastor e se dispersará o
rebanho”. Os milhões de evangélicos que marcharam para Jesus ao lado de
seus líderes, reafirmo, foi o ato mais solene e majestoso de revogação
popular de todas as injúrias e calúnias que, ao longo dos últimos anos,
nos irrogaram os ódios e as paixões.
MARCELO
BEZZERRA CRIVELLA , 52, engenheiro civil, mestre pela Universidade de
Pretória (África do Sul), é senador da República pelo PRB-RJ e líder de
seu partido no Senado Federal. É pastor evangélico da Igreja Universal
do Reino de Deus.
Agora comento o testo acima:
Não
sei o que é mais abjeto. O ato criminoso em si dos chamados
representantes de Deus ou essa gente que coloca tudo na base da
perseguição religiosa para legitimar o ilegítimo.
Aos fatos: O
tal casal entrou com dinheiro nao declarado nos eua. Não importa se
eram 10, 50 ou um milhão de reais, dolares ou iens. A questão é: porque nao declararam? - Ninguem ia
tomar o dinheiro, bastava informar corretamente e pagar o imposto devido. Foi esquecimento?
- Venhamos e convenhamos,quem esquece que tem dinheiro em penca na bolsa e
no meio de uma biblia,logo uma pessoa religiosa que por suposto, não
deveria larga-la?
O
casal cometeu um crime e isso nos eua. Foram julgados lá e o que a imprensa
fala ou não fala por aqui não repercutiu no caso porque se a imprensa
aqui tivesse esse poder todo, como deseja o autor do artigo (para que
sua ilação tivesse algum condão de tornar real o imaginário), os mesmos
eua teriam mandado deportar o ex-presidente Collor que foi morar uma
temporada por lá, logo depois da feroz pancadaria que resultou no seu
afastamento.
É de esgotar a paciência de qualquer um. Sentença farisaica? Só rindo mesmo…
Uma
coisa é a massa da população evangélica que é digna das maiores e
melhores homenagens, no mínimo porque ao tentarem viver uma vida mais
regrada pelo parâmetro bíblico, no coletivo são pessoas honestas, livre
de vícios e cumpridora de seus deveres; embora possa-se questionar sua leitura do texto sagrado e principalmente sua interpretação. Por
isso, da mesma forma que os evangélicos não podem ser desqualificados
porque uma meia duzia de vendilhões de templo usa a religião para ganho e
riqueza pessoal; esses mesmos não podem ser absolvidos por que o
coletivo grupo de evangélicos da população é honesto e vive pelo
cumprimento da lei, absolvendo essa turminha da pesada por não praticar
aquilo que ensinam.
Ser fariseu é isso e não a sentença de um país sério frente ao comentimento de um crime.
E
os apóstolos de Cristo, assim como ele próprio, foram processados
injustamente e mortos, não porque tentaram atravessar as fronteiras do
império romano com 50.000 denários não declarados; mas porque se
recusaram a fazer parte do mundo romano no que concerne ao amor pela
luxuria, pelo dinheiro, pelo poder. Perseguidos foram, porque pregaram uma doutrina
diferente baseada no amor e não faziam parte daquele mundo e suas práticas.
Esses
“líderes” religiosos em nenhum momento foram condenados por seguirem o
exemplo do Cristo e de seus apóstolos, muito pelo contrário.
Se
o Cristo fosse chamado para depor como testemunha desses no julgamento
ou se a imprensa quisese saber sua opinião, o maior dos mestres
simplesmente lembraria o que disse a pouco mais de 2.000 anos e que
continua valendo: “…nunca vos conheci, afastai-vos, vós obreiros do que é
contra a lei…”.
2 comentários:
Julgo a religião uma tremenda embromação, qualquer religião, e não compreendo porque pessoas de boa-fé são religiosas, talvez uma falha de caráter, ou uma estratégia de discurso elementar para conduzir e viver em rebanhos, sempre confortável e seguro psicologicamnte.
Mas o que interessa destacar neste comentário é que sua opinião é boa, não inventou estória, esgrimiu fatos. Basta, esta estória de religião me embrulha o estômago...
Tenho fé. Entretanto não sou cego ao fato de que assim como a política e o grande sistema financeiro, a religião ou melhor o sistema religioso está cheio de gente interessada apenas nos próprios interesses e bem pouco ou quase nada nos interesses Daquele que dizem servir.
Em seus semelhantes então....já viu
Agradeço o elogio ao texto.
Especialmente vindo de alguem que acompanha o blog e se posiciona a favor ou contra, mas se posiciona.
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