Assunção, 15 abr (EFE).- O presidente do Paraguai, o ex-bispo Fernando Lugo, afirmou que a relação com a mulher com quem tem um filho pertence ao passado, em declarações a um programa de televisão.
Lugo, que tinha anunciado que não voltaria a falar de sua vida particular após assumir publicamente, na segunda-feira passada, que tem um filho de quase 2 anos com Viviana Carrillo, de 26 anos, disse também, em um programa de televisão transmitido na noite passada, que amparará o menor financeiramente.
O chefe de Estado, de 58 anos, registrou legalmente ontem como seu filho Guillermo Armindo Carrillo, que em 4 de maio fará 2 anos, fruto de um relacionamento da época em que ainda era bispo emérito de San Pedro, região pobre do país e local de origem da mulher.
Ao ser perguntado se a relação com Viviana Carrillo continuará, Lugo disse que não, e quando o jornalista do programa insistiu sobre se o relacionamento "já era", Lugo respondeu que sim.
Em contrapartida, o presidente paraguaio disse que, "sem dúvida nenhuma", apoiará o menor financeiramente, "cumprindo respeitosamente tudo o que corresponde a um pai e trabalhar também para que esta criança e muitas crianças paraguaias mereçam um futuro diferente e melhor".
Viviana Carrillo e a criança permanecem em paradeiro desconhecido. As mais recentes informações sobre a mulher vieram nos últimos dias através de um advogado que a representou para retirar ontem o processo de paternidade apresentado contra Lugo em Encarnación, 370 quilômetros ao sul de Assunção.
A mulher relatou, segundo o expediente, "que foi seduzida com belas palavras pelo então bispo do departamento de San Pedro (centro)", e disse que "tinha apenas 16 anos quando se encontraram na casa de sua madrinha Edyth Lombardo de Vega, na localidade de Chore, onde o religioso dormia e ela morava".
Comento:
A mulher, nas palavras do atual político e ex-religioso, era uma adolescente segundo a própria e o "galanteador" era religioso e futuro político.
Logo, me parece, o senhor Lugo cometeu um crime, sedução de menor, se é que a legislação paraguaia classifica isso como crime. Aqui até onde sei, classifica.
Com o agravante que sendo religioso, possuia poder, no caso espiritual, sobre a jovem e sua família.
Após dois anos do nascimento, somente agora registra o filho e declara que irá fazer o papel de pai. Lembrando que o fez porque a coisa ficou pública.
O religioso tinha a obrigação moral de seguir e cumprir a moral bíblica, posto se declarar cristão, e ela condena o sexo fora do casamento. Não concorda com isso? Nesse caso, você tem a opção de não ser cristão. O que não pode é você declarar sê-lo e na prática agir como se não fosse.
A lei canônica pode ser estapafurdia, no caso, a que proibe sacerdotes de se casarem, não é bíblica decerto, mas faz parte do arcabouço legal da igreja católica. Não concorda com isso? Nesse caso, você tem a opção de não ser padre. O que não pode é você sê-lo e na prática agir como se não fosse.
Se um homem, na posição de bispo, desconsiderou a lei humana e digamos assim, coabitou com uma menor de idade; que valor possui seu juramento de defesa da lei?
Se um homem, na posição de religioso, desconsiderou a lei divina e prática aquilo que em discursos condena; que valor tem sua palavra?
Se um homem reconhece um filho, somente porque se tornou público seu passado; que valor tem seu caráter?
É claro, esse é o mesmo que diz que o estado brasileiro é injusto com o Paraguai na questão da Itaipu e o custo da energia. Até que ponto ele é honesto nessa discussão?
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