O memorando de entendimentos assinado hoje entre Vale e Petrobras não prevê acordo no sentido da comercialização do gás natural que for eventualmente encontrado nos três blocos no litoral do Espírito Santo que fazem parte da negociação. De acordo com o presidente da Petrobras, José Sergio Gabrielli, o acerto entre as duas empresas diz respeito apenas à exploração de recursos.
" A aliança com a Vale é de exploração. Não estamos falando de comercialização de gás, de logística da gás " , disse Gabrielli, lembrando que a mineradora é um cliente relevante, com cerca de 2 milhões de metros cúbicos de consumo por dia, para um mercado de cerca de 45 milhões de metros cúbicos diários. " Qual a grande vantagem de estar associado com um grande consumidor de gás? A vantagem é repartir o risco exploratório. Isso aumenta a eficiência da cadeia como um todo " , acrescentou.
O presidente da Vale, Roger Agnelli, ressaltou que a companhia investirá este ano US$ 260 milhões em gás natural. A empresa tem participação em 26 blocos exploratórios em 16 concessões, das quais 22 são em parceria com a Petrobras. Para o executivo, a Vale tem condições de elevar o consumo, no curto prazo, para 6 milhões de metros cúbicos por dia, apenas com projetos como a substituição do diesel pelo gás natural como combustível das locomotivas e na utilização do insumo em térmicas e pelotizadoras.
" Estamos falando em parceria na exploração, ir a risco. A questão comercial é completamente diferente " , reiterou Agnelli.
Gabrielli revelou que atualmente não há sobra de gás natural no mercado brasileiro. Segundo ele, a Petrobras trabalha no limite da capacidade de produção e pede à Bolívia o teto de 30 milhões de metros cúbicos por dia estipulados em contrato.
" Estamos trazendo o suficiente, não há nenhuma crise. Está sob controle, só não tem folga de gás " , afirmou.
Fonte: (Rafael Rosas | Valor Online)
Nenhum comentário:
Postar um comentário