Como tudo na vida, as coisas são mais ou menos cíclicas. A economia moderna tal e qual está montada, vive de períodos de bonanças seguidos de períodos de crise. Tal qual o velho sonho do faraó, o mundo assistiu um período de crescimento que chegou a ser tachado de irrascional. Sem a divisão do mundo em dois como ocorria na guerra fria e com todos os paises buscando encontrar mais ou menos os mesmos objetivos, com a exceção quase óbvia de uma meia duzia de idiotas e o inimigo comum a todos, o mundo cresceu em riqueza assustadoramente.
Um crescimento tão espetácular (basta lembrar que a meros 30 anos, a Coréia do Sul não possuia marcas de eletroeletrônicos e de automóveis, que fossem competitivos mundialmente), possuem um efeito colateral em paises e pessoas: - As regras de segurança vão sendo afrouxadas. Essa libealidade com o digamos assim, bom senso, fez com que empréstimos vinculados a hipótecas fossem dados a pessoas que normalmente não oobteriam tais empréstimos porque não possuiam as condições básicas para paga-los. Com efeito, quando essas pessoas passaram a tingir de vermelho os resultados das empresas, bancos e seguradoras, o mundo veio abaixo nos EUA e o resto do mundo teve de rebolar feio para evitar uma crise esmagadora de proporções globais.
Agora na Europa, a crise embora possa até ter uma gênese similar a da crise de 2008, ela possui outra particularidade. A crise é fiscal dos paises dentro da zona do euro e a confiança de que esses paises irão honrar seus compromissos é pequena.
A origem da crise, que embora afete todos os paises da zona euro atinge de forma mais forte seus parceiros mais recentes e que apresentavam elevados índices de crescimento depois que ingressaram na zona do euro; demonstra que a frouxidão com a segurança e o bom senso é o mesmo pecado praticado nos EUA que levou a crise de 2008.
Irlanda, Portugal, Grécia, pra ficar nos três exemplos mais contundentes eram os primos pobres da Europa unificada no MCE e que viveram uma bolha de crescimento enorme com a implantação da moeda comum. Ocorre que os gastos excessivos desses estados, está cobrando uma conta que antes da crise de 2008 dificilmente seria cobrada. Com a crise americana, as agências de risco se viram engolfadas na incredulidade de vez após vez atestarem que tudo estava bem e normal e não perceberam ou nada fizeram quando a bolha imobiliária estourou em 2008. Agora da mesma forma que quem quasem morre afogado tem medo até de banheira; as agências de risco estão mais que atentas e baixaram as notas de paises europeus.
É certo que elevar ou baixar notas tem um forte conponente político e de interesses; mas de fato, a relação de dívida e pib que os paises europeus citados demonstram não permite que sejam considerados locais de investimento sem risco ou com o mínimo dele. Durante a década de 80 e 90, o Brasil tinha sua nota praticamente fundeada com ancoras porque o tamanho da dívida era gigantescamente desproporcional, além de ínumeros outros problemas.
Além disso, embora esses paises europeus estejam atrelados uns aos outros na zona do euro, o mercado comum europeu não possui uim organismo unico que monitore e controle os gastos governamentais dos paises membros (lembrando que qualquer país que ingresse em um bloco ecônomico, dá em troca da musculatura que ganha em termos de negociação, um pedaço de sua liberdade de decidir individualmente o que fazer); com isso ações preventivas se tornam quase impossiveis de serem implantadas.
Com a redução de notas e o evidente desequilibrio, quem tem papéis desses paises procura se desfazer deles tão logo quanto possivel para não serem micados. Quando isso ocorre, o país obviamente não possui os recursos em caixa e precisa emitir novos titulos que para serem aceitos pagam juros cada vez mais altos e prazo de resgate cada vez mais curtos e isso piora o desequilibrio entre dívida e geração de receita.
Quando você soma a isso tudo, problemas políticos internos e externos, o que se tem a frente e uma expectativa de caos.
O custo até o momento foi de mais de 110 bilhões de euros apenas para a Grécia e foi criado um fundo de mais 750 bilhões para qualquer pais europeu que precise de proteção em seus pagamentos até que suas contas se acertem.
Pois é...
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