Chega a dar nojo!
Ontem políticos em Brasília debateram o caso do assassino condenado Battisti, que está preso no Brasil. Alguns anos atrás, um outro italiano preso no Brasil foi deportado. Era membro da Máfia e chamava-se Buscheta. Guardadas as devidas proporções, os dois são bandidos, agiram ao arrepio da lei, mas um é o queridinho das esquerdas e o outro...bem, o outro era só um carcamano.
Quem assistiu a reunião na câmara federal e possui estômago fraco sofreu pra dormir depois. Não vou aqui citar nomes, mas foi dantesco.
Alguns equivocos...
O ministro da justiça clamou aos quatro ventos seguidos de uma legião de políticos que a Itália foi violenta ao se colocar contra a decisão do ministro. Achei curioso, porque quando a Argentina disse que as Falklands eram dela, a dona, no caso a Inglaterra mandou navios, declarou guerra e correu sangue inglês e argentino. Isso foi violência.
Quando os EUA foram atacados em 2001, eles cairam com fúria dívina sobre dois paises. Isso foi violência.
Já a Itália, pede a extradição do bandido; o ministro da justiça resolve ao dizer não, rever os processos, sem tê-los às mãos, cometendo inclusive erros de história. Políticos italianos reagem mas até agora não ocorreram deportações em massa de brasileiros, a cidadania italiana da primeira dama não foi cassada, as relações comerciais entre os dois paises não cessaram e falta alguma coisa...sim, é claro, não houve declaração de guerra por parte da Itália.
Italianos são exagerados por natureza, mas políticos brasileiros querem a fleuma inglesa. E curiosamente quando Chavez vem ao país e critica o mesmo, ou faz muxoxo contra jornais brasileiros, rasgando-os em uma cerimônia pública ninguem reclama.
Quando a Bolívia expropiou propriedades da Petrobrás que é uma empresa da União; os mesmos que reclamam do histrionismo italiano defenderam as ações bolivianas, essas sim, uma ação contra a soberania brasileira.
Chega a dar pena...
Cheguei a ter pena de um certo senador que contou que ouviu dele um relato de como o bandido derrubava seguranças no chão para que não fossem mortos. Primeiro, eu ri, depois fiquei com vergonha.
Esse marginal condenado matou e participou de grupos que praticaram atos criminosos e ilegais. Preso, fugiu e foi condenado segundo os ritos jurídicos do país, que era então e ainda é, uma democracia. Com o agravante que na época o governo era regido por partidos socialistas.
O sujeito ingressa em todas as esferas possiveis italianas e europeias, cortes especializadas em direitos humanos que analisaram o processo e deram apoio ao país não ao sujeito.
Ela acaba dando com os costados no Brasil, terra da liberdade e o ministro da justiça que ao que me conste não é um jurista nem nunca foi juiz, acha que o processo está errado com base, sei lá, na autobiografia do marginal condenado, e resolve re-escrever a história como se os fatos tivessem ocorrido no regime fascita de Mussolini. Não dá pra levar a sério.
Cada um com seus problema...já dizia o ditado popular. Temos bandidos condenados demais por aqui. Esse deveria ser mandado de volta e lá que entre com os recursos e campanha na
mídia que julgar necessário. Ficando aqui, apenas aumenta a já famosa sensação de impunidade que paira em nossa sociedade.
2 comentários:
Este caso está me intrigando. Li um artigo do Prof. Dalmo Dallari na revista Consulex, dizendo que havia certos pontos interessantes no processo contra Battisti. Um deles falava que as acusações feitas contra ele foram através de delação premiada, por antigos "companheiros" do italiano. Outro, falava sobre 2 dos assassinatos que ele está sendo acusado, pois a distância entre os locais do crime era grande, porém a diferença de tempo entre os crimes era extremamente curta. Agora, é indiscutível a simpatia do governo brasileiro com a ideologia defendida por Battisti. Além do mais, acho que nossa Justiça não tem moral nenhuma para julgar este tipo de caso, tendo em vista os inúmeros escândalos políticos mal resolvidos por aqui.
O Mino Carta que não pode ser chamado de "bastião" da direita; é contra a permanencia do ditocujo e tomou um pau da militância que deu até pena.
A acusação em pelo menos um dos quatro assassinatos é que ele foi o mandante.
Quanto a delação premiada, o sujeito cumpriu cadeia e foi liberto após cumprir sua parte da pena imposta, diminuida como prêmio. O mesmíssimo processo foi usado para prender e condenar centenas de mafiosos. Se o fato da delação premiada servir para eliminar as provas desse caso, então todos os casos envolvendo a máfia serão anulados também.
Em tempo, não basta o sujeito contar o que sabe. É preciso que outras provas e testemunhos corroborem o "delator", que foi o que aconteceu.
De resto, concordo contigo
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