A atenção mundial volta-se mais uma vez para a Coréia do Norte, país governado por uma ditadura socialista, digamos assim, nos moldes de Stálin na antiga URSS ou de Mao na antiga China. Antigas, claro se considerarmos como coisa antiga os acontecimentos do século passado.
Tudo que se quiser falar mal do governo coreano estará correto e amparado em fatos. Mas sendo assim, porque o medo só agora?
A Coreia do Norte usava seu investimento armamentista e o fim do mesmo como ferramenta de persuasão para rceber ajuda internacional. Acredite quem quiser, mas a incapacidade do regime coreano era tal que a população estava privada de coisas básicas como...comida. E no entanto uma montanha de dinheiro foi gasta no projeto de armas nucleares. Incoerente não é mesmo? Mas ainda assim, por incrivel que parece, lógico do ponto de vista político.
Até o presente momento, a Coréia do Norte foi protegida pela China. Assim como a Coréia do Sul é protegida pelos EUA. Correndo por fora, o ódio que coreanos sentem pelo Japão por conta da influência do mesmo sobre a região em especial durante o período da segunda guerra.
A ONU, no caso seu conselho de segurança, não conseguiu até hoje uma ação forte para parar o ímpeto belicista da Coréia e não conseguirá nunca nos moldes como foi formado o conselho de segurança.
Esse conselho de segurança foi criado para manter o poder nas mãos dos paises aliados vencedores da 2a. guerra mundial: EUA, Grã-Bretanha, Russia e França . Curiosamente, as quatro potências atômicas desde o final da década de 40. A China que logo transformou-se em potência militar e atômica foi aceita por essa razão no CS. Existem outros 10 paises membros, mas é uma situação quase de "para inglês pra ver", porque as Resoluções do CS só possuem valor e não ficam prejudicadas se forem aceitas pelos cinco membros permanentes (já que os outros dez atuam em rodízio), e apenas os cinco permanentes possuem direito a veto.
Vai daí que a China sempre vetou ações contra a Coréia do Norte e inclusive ajudou a mesma com intercâmbio de estudos a Coréia a chegar na bomba atômica.
Horrivel não? Ocorre que os EUA fizeram o mesmo com Israel que é uma potência atômica, fez vista grossa com a Índia que também possuem armamento atômico e mais recentemente, o Paquistão que apoiou os EUA nas ações contra o Iraque e Afeganistão.
Em outras palavras, a ONU não passa de uma gigantesca ONG cujo peso de decisões demonstra que os elementos do conjunto são maiores que a soma dos mesmos.
Mas se fosse só isso....
Bastaria demonstrar para a Coréia que ela será pulverizada do mapa se estourar um mero rojão ou buscapé, afinal até a aliada China condenou os testes atômicos.
O problema é que existem outros focos de desagregação no mundo, e a questão religiosa, no caso, muçulmana é ainda uma fogueira constamente alimentada pelos diferentes personagens envolvidos.
A crise financeira mundial colocou abaixo o preço do petróleo apontado como o maior vilão na alta dos preços dos alimentos. O medo de que o mundo passaria fome por conta não da falta de produção mas do custo dela acabou com o preço do petróleo caindo abaixo dos US 50,00.
Mas o atual sistema mundial funciona debaixo de tensão e medo. Eliminado o medo da uma crise dos alimentos mundial, embora no caso houve a troca desse medo pelo gosto amargo do desemprego, perda de renda, etc que acaba por levar a fome de uma forma ou de outra no limite das coisas; o mundo assiste um embate formidável entre a religião e a política; uma querendo dominar a outra ou fazer usa da outra para firmar um projeto de poder.
Não é preciso ir muito longe para lembrar que:
1) A rainha da Inglaterra pode ser nula em termos políticos mas ainda assim é a chefe da igreja anglicana;
2) Os EUA embora se declarem laicos, colocam a fé em Deus estampada nas moedas;
3) O papa além de chefe espiritual da igreja catolica é chefe de estado, já que o Vaticano é um estado político;
4) Boa parte dos paises arábes se regem por leis baseadas no Alcorão e os líderes religiosos possuem enorme poder sobre o dia-a-dia das populações.
Por obvio, séculos de lutas religiosas ainda influenciam o pensamento da maioria dos líderes políticos atuais e interesses políticos e religiosos que deveria ser coisas distintas se amalgamam numa relação bem pouco construtiva e altamente explosiva.
Assim o mundo divide-se em temer duas coisas; sofrer o impacto não esperado de ações terroristas de cunho religioso e sofrer o impacto de ações militares atômicas.
Mesmo que esses medos não se concretizem, viver debaixos deles é altamente estressante e desanimador.
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