quarta-feira, 13 de agosto de 2008

Impressões da cidade maravilhosa

Fui pela primeira vez ao Rio de Janeiro (estado e cidade), a trabalho.

Dois dias de intenso trabalho e um sábado de passeio encoberto pelo tempo ruim.

O que achei da cidade? Com o cinzento de nuvens se acumulando impedindo a passagem do sol e o pão de açucar encoberto assim como o corcovado, por uma espessa neblina, a visão que se tem da paisagem é deslumbrante. Fiquei imaginando um dia de sol aberto e acredito que deva ser de tirar o folego.

Não tem jeito. Acaba-se apaixonado pela cidade.

Abaixo exponho por tópicos o que vi e achei em três tópicos que acho essenciais:

Trânsito:

Foi a primeira coisa que notei de diferente em relação a São Paulo. Aqui, por n motivos, a velocidade do trânsito se resume a duas: parando e parado. No Rio o trânsito anda, e como anda. Me falaram que o carioca, pessoal mais coração, mais "amigável" que o paulistano, este um pouco mais frio e distante uns dos outros se transforma quando entra em um automôvel. Não sei se isso é verdade mas assim me pareceu. Estavámos aguardando abrir o sinal e quando o da rua em cruzamento mudou para amarelo, imediatamente alguem toca uma buzina. O sinal fica verde e as buzinas disparam a exigir que os primeiros carros quebrem as leis da física e se coloquem em movimento no exato nanosegundo que o sinal abriu.

Enquanto o paulistano assume ares de guru oriental exercitando paciência oceânica no trânsito parado, o carioca parece que abomina a idéia de dirigir ou sei lá, de ficar dentro do carro, com o sol a fritar-lhe os miolos. O calor na cidade é escaldante.

A velocidade na avenida era estonteante(para um paulistano, bem entendido). 90 km com um camarada e enorme aviso colocado metros antes, da existência de radares; já que a velocidade máxima é na verdade tratada como mínima. Diversas vezes andando pela pista direita mais lenta para tentar apreciar a paisagem fomos premiados com sonoras buzinas e gentis lembranças de animais como "lesma" acrescidas do qualitativo "lerda" ou perguntas como por exemplo para onde ia o cortejo funebre. Lembrando; estavámos andando à velocidade criminosa de 60 km.

As avenidas são largas e escoam muito bem o trânsito e algo que falta em São Paulo; duas vias expressas, as tais linhas vermelha e amarela muito largas que atravessam bairros inteiros sem interrupções. Acho que isso falta em São Paulo que possui uma frota pelo menos tres vezes maior que a carioca.

Comida:

Comi extramamente bem no Rio de Janeiro e não me refiro aos restaurantes caros ou famosos ou ambos que existem na cidade. Fico devendo mas darei o endereço dos restaurantes simples mas com enorme qualidade na comida que é o que interessa. Um deles fica no bairro da Penha aonde comi um peixe chamado Congro Rosa. O outro fica no Sulacap e serve um abadejo de tirar o folego.

Violência:

Achei que iria encontrar uma cidade sitiada, tiros pipocando a esmo e nada disso assisti. É verdade que conversando com os amigos e clientes, a percepção que tive é de que a violência é real e próxima; mas isso não tira a alegria de viver e construir do povo. O que é fato: a violência e a questão do tráfico não são um mero fruto de desajuste social mas resultado da imperícia política, práticas populistas e desorganização governamental que existem desde os tempos do governador Brizola que abandonou os morros a própria sorte e deixou que um poder paralelo se instalasse.

Nenhum comentário: