Nas ultimas semanas temos visto, lido, ouvido e acompanhado verdadeiras fogueiras de vaidade queimando a toda potência e alimentadas pelo combustivel do egotismo e da incapacidade da maoria de se ater as coisas importantes em prol de valores secundários. A partir do exemplo dado daqueles que são ou se consideram guias, formadores de opinião e líderes, as tropas leais a esse e aquele se degladiam não importando se as armas de combate utilizadas são a mentira, o falso testemunho, a difamação e a calúnia; e com boa parte dessas armas utilizando a tecnologia de invizibilidade e camuflagem que o anonimato da web permite.
Enquanto isso, fatos vão se sucedendo em uma enxurrada digna de uma enchente de proporções bíblicas, enchente essa que os sensatos buscam reter com copos de papel enquanto a maioria insensata chuta os diques de contenção.
Exemplos da enxurrada:
1) Basicamente para atender interesses de ongs nacionais e estrangeiras, na reserva indígena de raposa terra do sol, o governo coloca em risco a produção de arroz que abastece todo o norte e nordeste; lembrando que isso ocorre em tempos que a questão dos alimentos e falta destes são o tópico do momento em qualquer mesa de negociação ao redor do mundo. Quem atenderá a necessidade de grãos, de alimento se os produtores serem espulsos? Os índios? Mas eles não recebem reserva justamente para manterem seu modo "nômade" e "antigo" de vida? Como podem produzir a gigantesca quantidade de arroz de forma nômade? Irão se estabelecer e quem os ajudará nisso serão as ongs? Mas nesse caso aonde ficará a preservação dos antigos "costumes"? Ou então, alguem pode pensar que os produtores irão se instalar em outra região, como se o arroz fosse produzido de forma mágica, não é mesmo?
Em outras palavras; não é uma questão de preservar direitos mas quem ganha com eles.
2) Para atender os interesses particulares de um e outro acionista, o executivo federal irá alterar leis para permitir uma fusão de duas teles, fusão essa que tem como único benefício pratico melhorar a negociação com fornecedores por parte dessas empresas; já que a presença de uma gigante nacional do setor (razão dada para a fusão), só se explicaria se houvessem mercados externos para entrar. Some-se isso, o fato do principal beneficiário ser um empresário, Daniel Dantas, que até pouquissímo tempo atrás era usado como motivo para demonstrar a superioridade moral dos da "esquerda", frente aos da "direta", porque o empresário era ligado aos de direita e agora sabe-se que era ligado, na verdade quase irmão aos de esquerda também.
Em outras palavras; o empresário Daniel Dantas é igual ao coração de mãe, sempre tendo espaço para mais um, não é mesmo?
3) Um blogueiro, Luis Nassif, publica um post criticando Mainardi por este citar a família, no caso o filho portador de uma doença congênita e limitadora, basicamente com o objetivo de, segundo Nassif, chamar atenção para sí mesmo e poder xingar outros. Um ataque mais, este decunho pessoal, frente a constatação de que as críticas e ataques às colunas de Mainardi e principalmente a intenção de escreve-las cairam por terra com o inquérito da polícia contra Daniel Dantas. Curiosamente, Luis Nassif é o que mais publica posts citando a familia, fotos das filhas, memórias do passado, etc; exatamente a mesma ação que crítica em Mainardi. O que fazem seus leitores? comentam desqualificando Mainardi e elogiam Nassif pelo seu lado "paizão". Tem cabimento? E quando Reinaldo Azevedo lembrou poemas de bocage em resposta a um post de Nassif pedindo aos leitores poemas do bocage e pérolas do esgoto (lembrando que Nassif chama o blog de Reinaldo Azevedo de blog do esgoto); foi uma choradeira sem fim, dizendo que a família dele foi atacada; porque Reinaldo Azevedo publicou no post, trechos de poemas falando de mascates, cornos e outras sutilezas e tinha sido um ataque a esposa do Nassif. Enquanto isso, a esposa do Nassif em resposta a comentários no blog do marido, colocava em dúvida a jornalista Janaina Leite que se identificava como consultora, questionando a veracidade disso e cobrando quem eram os clientes, já que só poderia ser Daniel Dantas.
Em outras palavras, só é errado uma coisa quando essa coisa é feita pelo outro. Quando é praticada por nós então ela está legitimida porque somos portadores da luz primordial, da verdade revelada, do saber onisciente e de toda a gama de boas qualidades e intenções dos quais os 'outros' estão desprovidos.
4) As FARCS possuiam e possuem ligação com pessoas no Brasil que são ou possuem ligação com o governo. Que o PT ou PCdoB sejam simpatizantes das FARCS é compreensivel pela natureza dos partidos em questão; mas que membros do governo em maior ou menor grau sejam vistos e citados como simpatizantes é outra história, em especial se esses membros sejam vistos como prepostos do governo. Alguns desqualificam a questão dizendo que a coisa não é bem assim, ou que a coisa mudou. É verdade que as ultimas notícias não são realmente uma novidade.
O que importa nelas é que comprovam que a ligação ou mesmo simpatia pelas FARCS foi além de um simples achismo (a troca de emails demonstra que não se tratava de uma teorização sobre a simpatia pelas FARCS, mas o que era possivel conseguir na relação com essas pessoas e orgãos); além disso some-se a posição tímida do governo frente as questões relativas as FARCS, a repetição de que o governo da Colombia está errando em algo; a desculpa de que não considera as FARCS terroristas porque a ONU não a considera assim (curiosamente a ONU acusou os biocombustiveis como culpados pela alta de preços nos alimentos e o governo brasileiro rechaçou a idéia e não aceitou. Porque a dependência frente ao pensamento da ONU em uma coisa e a independência em outras? E a negação de acusar o governo de Sudão na questão de Darfur, quando a maioria da ONU queria faze-lo?).
Em outras palavras; tudo que foi dito em discursos e entrevistas são meras opiniões pessoais e não posição governamental. As FARCS acreditaram no discurso pessoal e viram as ações governamentais a favor de membros das FARCS como positivas. Uma é resultado da outra? Claro, mas o discurso é o da negação.
O que nos restas, além de orar?
Oremos!
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