Quem ganha com a briga de uma rede Carrefour com a Rede Extra por exemplo? Claramente a população por conta de preços mais baixos. Existe um perigo de preços serem baixos por conta de algum tipo de desvio ético porque não criminoso como não emitir notas fiscais, deixar de pagar impostos, adquirir mercadorias de contrabando? Claro que sim, mas o olhar atento do concorrente não deixará passar esse tipo de coisa.
Quem ganha com a briga de redes de televisão por audiência, ou melhor dizendo, por meios de atrair propaganda (que verifica os índices de audiência para alí, nos maiores, colocar seu dinheiro)? Novamente o consumidor porque lhe fica a disposição uma gama maior de informações, de entretenimento. No caso em questão, me parece, a busca de patrocinio é efetivamente o cerne da questão, muito mais do que o exposto em discursinhos. Quem vem acompanhando a programação da Record News tem visto a repetição ad nauseam das mesmas notícias e reportagens. Isso é até que meio que óbvio porque um canal de notícias 24 hs tem que repetir as informações. É o que faz o BandNews e o GloboNews veiculados na teve paga, porque a legislação impede um mesmo organismo ou pessoa det er duas concessões de canal aberto na mesma região. O que a Record veicula como sendo sua maior qualidade é o fato de ser um sinal gratuito. Não é ao meu ver gratuito, mas aberto, o que é bem diferente. E ele é pago na medida que veicula comerciais. O custo de tais comerciais está obvio, embutido nos preços que os consumidores pagam ao fazer uso dos serviços ao adquirir os bens veiculados. Logo aquele comercial ou patrocinio que "mantêm" o programa ou a rede no ar foi paga pelos consumidores.
O sinal da Record News sai do mesmo espaço físico em São Paulo do qual sai o sinal da Record; o que implica em saber se a legislação permite esse tipo de coisa mesmo que a pessoa jurídica que operava o sinal seja outra (o que fazia Edir Macedo lá e porque o canal se chama Record News se não existe ligação com Edir Macedo, leia-se igreja universal, nem com a tc record? Há é claro, os profissionais a frente das camêras são os mesmos da tv record).
Quem acompanha, também percebe a incidência de comercial na Record News e vem daí a minha percepção da busca pelo bolo publicitário, já que o dono da Record fica com um pedaço do faturamento publicitário na Record e na Record News. O discurso ridículo na inauguração da rede, repetida depois pelo Paulo Henrique Amorim em seu blog, de que se trata da quebra de um monopólio chega a provocar dores e caimbrâs em quem é minimamente inteligente; porque se a Globo possui monopólio, a próxima e obrigatória pergunta que deve ser feita é "monopólio do quê?".
Não existem outras redes de televisão, de sinal aberto ou fechado? Alguem já leu sobre alguma tentativa da Globo de fechar ou asfixiar um concorrente? Nunca ocorreu.
Porque a Globo fica com a maior parte do bolo de propaganda? Porque tem maior assistência que todas as outras somadas, o que não impede de determinados programas ficarem a frente no ibope em determinados ocasiões como ocorre com o Aprendiz na Record contra os programas da Globo ou como ocorria com programa do Gugu no SBT contra os programas da Globo. Mas em linhas gerais, a Globo vence de disparada e isso ocorre porque a população que assiste à Globo, está acostumada com a programação dela. Tanto é verdade que muitos acompanham a programação da Globo como se fosse a sua second life, o que explica a profusão de revistas e programas de outras emissoras como a programação da RedeTV diurna, que acompanha a programação da Globo como uma espécie de comentaristas.
A Globo não obriga a ninguem a sintonizar seu sinal. Logo sua liderança é resultante de sua capacidade e qualidade que diga-se, foi contruida e é construida a décadas, e isso todos devem aceitar quer gostem ou não da emissora, o que é outro assunto.
A Record aparentemente encontrou o rumo certo indo atrás do gosto da população. O povo não quer ver novelas com pobres, salvo os empregados que normalmente ou são o nucleo cômico do enredo ou são formados por sábios quase monges místicos donos da verdade revelada que acodem seus infelizes patrões durante as crises criadas no enredo. O povo quer jornais colocando a notícia em liguagem compreensivel, chave do sucesso do jornal nacional. O povo gosta de programas de humor e vejam só, piadas de duplo sentido e politicamente incorretas como faz Tom Cavalcanti na Record.
O contrasenso é que a Record ao colocar no ar a Record News com a repetição das noticias ao longo do dia como se esse fosse um serviço que a população estivesse realmente desejar tirou do ar uma programação que era voltada para as mulheres que permanecem em casa com programas sobre saude, artesanato, arte, cultura, culinária. Essa programação sumiu embora alguns aparentemente conseguiram espaço em outras redes.
A outra questão que se coloca é que a Rede Globo e vamos nos ater somente a matriz e não as repetidores que não são da familia Marinho, foi criada com dinheiro de seu grupo de comunicação, empréstimos em bancos e apoio estrangeiro segundo outros (o Chateaubriand falava do acordo Globo com o grupo LifeTime). Enquanto isso a Record, quando foi comprada, o foi no nome do principal dirigente de uma igreja e o dinheiro claro, saiu da igreja. Isso explica porque a primeira fase da canal foi calcado nas transmissões religiosas. O espaço era cobrado regiamente da igreja que por sua vez cobria as despesas da aquisição, como ainda ocorre hoje, diga-se de passagem.
A segunda fase foi buscar o "populacho" com uma programação extremamente popular e agora com a necessidade de mais recursos, a clonagem da programação da Globo. É claro e esse claro se baseia em artimética básica, que a Record e o investimento na Record News foi com dinheiro da Igreja. Só isso explica que a emissora tenha, atráves da oferta de salários 2 ou 3 vezes maiores do que recebiam, atraido profissionais da Globo ao mesmo tempo que a entrada de receita tenha se mantido relativamente igual, o terceiro ou segundo lugar, muito lá atrás do primeiro.
Somente a injeção de dinheiro do controlador em um primeiro momento pode alimentar esse tipo de operação até porque a busca da excelência da qualidade ainda não registrou resultado em termo de audiência e aumento na participação do bolo publicitário por parte da Record.
Nesse quesito, acho que as instituições deveriam olhar com mais atenção às ações comerciais que igrejas fazem. Nada contra as igrejas publicarem revistas e livros para disseminar sua fé. O problema reside quando o dinheiro doado por fiéis se transforma em mansões para o principal responsável da igreja, empresas de construção, empresas de informática, fazendas e por via indireta canais de televisão, radio e jornal.
Tirando esse pequeno detalhe, acho que a concorrência entre as redes, terá como ganhador o expectador que pode escolher o que assistir.
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