14/04/2008 - 11h11
Relator da ONU diz que biocombustíveis são um crime contra a humanidade
BERLIM, 14 Abr 2008 (AFP) - A produção em massa de biocombustíveis representa um crime contra a humanidade por seu impacto nos preços mundiais dos alimentos, declarou nesta segunda-feira o relator especial da ONU para o Direito à Alimentação, o suíço Jean Ziegler, em entrevista a uma rádio alemã. (A alta dos preços dos alimentos possuem dois fatores principais: um deles é natural já que a demanda por comida foi maior que a oferta. E essa oferta foi reduzida em boa parte por erro estratégico dos produtores que não perceberam a demanda. Temos também um segundo fator, questão colocada no Estadão de domingo que cito: "...A especulação financeira tem contribuído para ampliar a alta de preços dos alimentos, assim como do petróleo, como lembrou ontem o chefe do Departamento de Análise de Mercado da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), Mohammad Alipour Jeddi. Muitos investidores têm desviado suas aplicações para o mercado de produtos básicos - especialmente petróleo e produtos agrícolas - em busca de maiores ganhos e de proteção contra a instabilidade no setor financeiro e o risco de inflação..." - Então temos uma oferta menor que a demanda e a busca de lucro financeiro de investidores apostando em comodities para conseguir lucros maiores).Os críticos dessa tecnologia argumentam que o uso de terras férteis para cultivos destinados a fabricar biocombustíveis reduz as superfícies destinadas aos alimentos e contribui para o aumento dos preços dos mantimentos. (EUA e União Européia são grandes produtores de etanol que competem com o Brasil pela conquista desse mercado. É preciso retomar sempre dois pontos importantes: 1) O Brasil possui uma tecnologia que vem sendo aprimorada desde o choque do preço do petróleo lá na década de 70 no século passado. Agricultores não diminuiram a produção de alimentos para produzir etanol já que o mesmo é feito a partir da cana de açucar. Além de alguns bichos, quem se alimenta de cana? 2) Diferentemente do Brasil, até por questão de temperatura e tipo de solo, EUA e UE fazem etanol a partir do milho e beterraba que vejam vocês é alimento de humanos e animais. Então pergunto: Quem troca a produção de alimentos por etanol? 3) A produção de etanol é gigantesca, assim como é a soja nas terras brasileiras, mas isso não significa que a produção seja somente desse produto. Por que? Porque a cana também serve para produção de açucar e até bem pouco tempo atrás as usinas produziam um ou outro produto a depender do preço do mesmo. Faz pouco tempo que chegou a haver falta de etanol e a desculpa foi a entresafra embora não tenha havido falta de açucar que por coincidência passava por uma valorização de seu preço. O Brasil ainda possui milhares de kilomêtros de terras produtivas e não precisa diminuir campos de cana para produzir milho, porque diferentemente do que ocorre nos EUA e UE não temos problemas com espaço. Porque EUA e UE não direcionam suas produções para o que efetivamente são, alimentos e consomem o etanol brasileiro? Porque o lobby agricola é forte com o sistema político).
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