Blogs autorais como o próprio termo explicita possuem autores, um ou um conjunto deles devidamente autorizados pelo dono do blog. Também participam outros, fornecendo os nomes próprios, utilizando fakes ou mesmo anônimos através de comentários.
Jornais são veículos dirigidos por empresas que possuem interesses comerciais e empresariais e é necessária uma enorme dose de atenção e vigilância para que o “businessman” não se misture com o “newsman”. Existe um filme bastante interessante sobre esse assunto chamado “O informante”, sobre a mistura de notícias, negócios e dinheiro, no caso em questão, da indústria do
tabaco.
É claro que todos eles dirão que possuem interesse no crescimento do país, que defendem os interesses nacionais e até aí nada demais, porque qual empresa, veículos ou grupo defenderiam teses contrárias?
Diante de uma controvérsia, uma briga ou acidente na rua, sempre se forma uma multidão e nessa multidão, protegido pela “coletividade” e pelo “anonimato”, sempre tem alguém puxando um cordão de gritos, xingamentos ou risadas. Quantas vezes já assistimos alguém querendo pular de uma ponte ou prédio e pessoas em abaixo gritando “calma” enquanto outros gritam “pule”.
Há bem pouco tempo atrás, acompanhar as notícias através dos jornais era uma atividade tão passiva quanto assistir televisão. Tá certo, pode-se escrever ou mandar emails para as redações concordando, reclamando, criticando, etc. Mas honestamente, quantos eram ou são publicados? Como competir com as verdadeiras malas-diretas criadas por militantes do assunto a ou b?
Nesse sentido, a eclosão dos blogs, permitiu que as pessoas demonstrassem seu grau de satisfação ou o contrário, já que criar blogs é algo acessível a qualquer um e comentar neles idem.
O problema ou melhor dizendo a característica dominante desse ambiente é que a polarização de idéias e ideologias, assim como a alimentação de boatos e falsidades sem contar as teorias conspiratórias às vezes torna o debate surrealista.
Também existe a questão da velocidade da informação. Um jornal reproduz pelo menos em tese, os acontecimentos do dia anterior, que já foram reproduzidos e analisados na internet durante a noite.
Por outro lado, não se pode deixar de considerar que muitos blogs, mesmo os mais visitados ou famosos, fazem clipping de notícias de jornais, em geral, dos grandes jornais e partir deles produzem posts de análises. Assim é possível concluir que blogs e jornais acabam convivendo e
compartilhando espaços.
Qual deles possui maior confiabilidade? Preservada a lógica, todos possuem uma relativa confiabilidade. Confiabilidade de que os jornais por mais que alguns queiram, não pode mudar a realidade das coisas, posta a grande vigilância que os blogs mantêm sobre os jornais e a mídia de um modo geral. Confiabilidade de que os blogs por mais que alguns queiram, não reproduz verdades absolutas, nem são inspirados pelo divino espírito santo; mas reproduz os
conceitos e opiniões dos blogueiros, só isso!
Quanto ao caso do Paulo Henrique Amorim e sua demissão do portal IG.
Sempre achei interessante que a cobertura dada por ele em seu blog de determinado assunto, era tratado de forma diferenciada nas reportagens da TV Record. Por exemplo me recordo de sua crítica no blog, sobre a cobertura dos telejornais sobre a queda do avião da TAM, sobre o uso da emoção permitindo um "sem número" de acusações. Enquanto isso, nas reportagens comandadas por ele, ele acompanhou bombeiros visitando vítimas resgatadas gerando enorme emocionalismo e anunciou as mesmas "sem número" de acusações. Nesse aspecto ficava claro que havia uma diferença entre o blogueiro e o profissional da TV Record; e não existe nada de errado nisso, porque no primeiro expressou sua opinião e no segundo respeitou a decisão de quem afinal lhe paga o salário.
Em seu blog, acompanhava-se uma batalha contra um empresário, contra o partido PSDB, contra o governador de São Paulo e contra o ex-presidente. Esses eram os motes comuns do blog, chegando ao ponto de dizer, no caso de uma greve dos metroviários que era o apagão do governo Serra. Entretanto quando a justiça considerou a greve ilegal e condenou o sindicato a
multas, não houve sequer um comentário sobre o assunto.
Da mesma forma como Reinaldo Azevedo chama o atual presidente de “babalorixá de banânia” ou “apedeuta” e é criticado por isso, PHA chama FHC de “Farol de Alexandria” e curiosamente não se levantam críticas ao mesmo.
Essa situação persistiu até que resolveu primeiro apoiar e depois criticar abertamente a associação da OI e Telemar, coisa que ia de encontro ao interesses comerciais do dono do portal IG que é a Telemar.
A questão não é ser contra, também sou, e por um motivo mais prosaico. A lei não permite essa fusão e será necessário que a lei seja mudada. Vejam vocês. O problema de PHA não era esse, pois salvo engano, não tratou dessa particularidade, mas quem eram os empresários envolvidos e novamente, o tal de Dantas.
PHA reclama de faxina ideológica, mas quem foi demitido além dele? Saiu porque assim quis, Mino Carta que venhamos e convenhamos, não era um digamos assim, blogueiro de grande visibilidade. Curiosamente, o site da revista CartaCapital não saiu do portal IG e essa revista fustiga direta e indiretamente os mesmos alvos ou desafetos de PHA. Ora se existe uma faxina ídeológica, porque o site da revista não foi convidado a retirar-se, até porque sua visitação deve ser mais baixa que o do site de PHA que por motivo contratual tinha chamada de frente no portal?
Luis Nassif vira e mexe é relacionado com PHA, em especial quando as críticas ao governo FHC aparentam ser concordantes e no entanto, seu blog e outros sites estão ativos e funcionando. Se fosse perseguição política, ele também teria saído não é mesmo?Em qualquer empresa, se um funcionário bombardeia um projeto que é do interesse do dono da empresa, deve esperar o quê? Sair ou ser saído, o que alías, antecipou o PHA em seu próprio blog quando mencionou que suas
críticas a fusão da OI e Telemar poderiam resultar na sua demissão. Ora tratou-se portanto, de uma escolha moral dele e não perseguição política.
Curiosamente, PHA abriu um blog novo, com o mesmo nome do antecessor e abriu fogo contra o portal IG, seus desafetos de sempre e se colocou vítima de uma intriga quase internacional no qual junta Dantas, Citibank, Lula, FHC, Serra, Aliens e seres mutantes.
Sinceramente, dá pra levar fé numa coisa dessas?
PHA abriu seu blog novo, falando que blogs importantes e realmente independentes são os que não estão atrelados a portais e manda visitar dois deles, americanos. Acho curiosa a lógica do argumento, porque me leva a pensar que até então PHA não era realmente importante nem independente, não é mesmo?
Seria mais razoável sair, dizendo porque saiu considerando o acima exposto, mas pelo que vi, escudou-se em um contrato vigente para disparar contra os interesses de quem efetivamente lhe pagava ou lhe abria o espaço.
Alguém escreveu que em seu blog, PHA foi devastador publicando informações que guardava a cinco anos. Fico me perguntando, porque não as mostrou antes se são tão relevantes assim?
Manter um blog no ar é simples, até eu tenho um, vejam vocês. Torná-lo relevante, lido e comentado, aí são outros quinhentos.
Quanto à confiabilidade, como tudo na vida vem com o tempo e com o histórico de atos e pensamentos. Independente de blogs serem eminentemente opiniões e somente isso, opiniões de seus donos, as ações, a razoabilidade e lógica dos argumentos e claro, a historicidade dos atos do
blogueiro é o que construirão a confiabilidade que leitores irão dar ao mesmo e no meu modo de ver, PHA está devendo.
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