Saiu na VEJA desta semana que o cantor Roberto Carlos entrou com ação judicial impedindo que um livro que na verdade seria a versão publicada de uma tese.
Maíra Zimmermann, historiadora e professora de moda, escreveu o livro intitulando o mesmo como “Jovem Guarda: Moda, Música e Juventude”.
Pelo tema, já que não conheço o conteúdo e considerando que a autora é professora de moda, me parece óbvio que o livro gira em torno da...moda, não é mesmo.
Ocorre que o cantor em questão é citado como liderando ao lado de outros dois o movimento que recebeu o nome de jovem guarda e o cantor entendeu por bem que falar de jovem guarda é falar dele e por isso não tem conversa. Pediu a proibição ou o recolhimento do livro.
Não vou entrar no mérito da questão, de uma pessoa ainda viva, mesmo pública; ter o direito de impedir que fatos pessoais venham a tona ou se tornem públicos. Ocorre que no caso em questão, o cantor deseja na prática transformar em um bem pessoal algo que é público, um movimento musical e que ocorreu a bem da verdade em todo mundo na esteira dos Beatles e dos Roling Stones, até porque a maioria dos cantores e cantores que participaram desse movimento cantaram versões das musicas dos beatles.
Pesquisem na web e descobrirá videos e mais videos de especiais da emissoras de televisão a respeito da jovem guarda reunindo os artistas da época e o Roberto Carlos não apareceu em nenhum. Parece óbvio até, porque ele logo se descolou desse movimento enveredando pela musica romântica e os demais se mantiveram mais ou menos presos àquela época e musicas e os revivals traziam um pouco de ar fresco e dinheirinho para carreiras na maior parte estagnadas. Roberto Carlos não precisava disso.
Agora, uma historiadora escreve sobre o movimento e ele se acha no direito de agir contra e pedir algo inconstitucional, que é a censura.
Pode até ser um excelente cantor, nem vou discutir o discutivel título de rei. Mas é inconcebível que se permita que ele exija coisas que somente um imperador exigia de seus súditos.
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