quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Acham realmente que somos idiotas?

Segue artigo publicado na FSP em vermelho. Depois eu volto:

TENDÊNCIAS/DEBATES

A marcha da legalidade

MARCELO CRIVELLA

Reafirmo: foi o ato mais solene de revogação popular de todas as injúrias e calúnias que nos irrogaram os ódios e as paixões

NINGUÉM PÕE em dúvida o valor da imprensa livre e atuante. Todos nós conhecemos a “marcha da insanidade”: primeiro fecham-se os Parlamentos, depois caem as instituições e, finalmente, amordaça-se a imprensa -e é assim que os povos mergulham, desarvorados, no cataclismo de seus conflitos ideológicos. O que se espera, entretanto, é que o direito à liberdade de imprensa se harmonize com outro, que lhe antecede e a ele se sobrepõe, que é o direito à dignidade humana.

A imensa multidão que marchou para Jesus na última segunda-feira tem plena consciência de que todos os princípios que se propõe a preservar, propagar, defender e amar para sempre não são nem sequer um milímetro inferiores ou incompatíveis com os princípios constitucionais de legalidade e justiça em que se fundamentam a sociedade e o Estado.

É que, para sermos justos, precisamos observar todas as circunstâncias que emolduram os fatos, já que até mesmo os apóstolos foram julgados, sentenciados e morreram, uns crucificados, outros esfolados, tudo dentro de uma legalidade, mas sem que se fizesse justiça.

O que ocorreu com o casal Hernandes, que ingressou nos Estados Unidos da América sem declarar o valor em espécie que levava, é que foi punido com o máximo rigor por conta da atmosfera de espetáculo, digna do coliseu romano, constituída de denúncias, insinuações e suspeições que, embora não provadas, emularam circunstâncias, as quais, estas sim, preponderaram no julgamento do fato em si, porque foram maciçamente divulgadas pela imprensa.

Após décadas de trabalho árduo, cujas monumentais realizações são a maior prova da sua honestidade de propósitos, Estevam e Sônia Hernandes foram sumariamente condenados por supostamente se “evadirem” do Brasil e adentrar nos EUA com a extraordinária e mirabolante quantia de menos de R$ 50 mil cada um. Eis aí o “grande assalto do século”.

Cumpriram a pena. Sofreram todos os vexames impostos por uma sentença farisaica que, de alguma forma, lembra a que condenou os discípulos por comerem sem lavar as mãos.

Pagaram um preço pesado. Mas o mais cruel de tudo é que, todas as vezes em que a imprensa a eles se refere, aviltando normas internacionais de direitos humanos e movida pelo mais odioso preconceito, o faz com a remissão àqueles fatos, já superados, para, mais uma vez, condená-los.

Veja que o artigo recém-publicado nesta Folha sob o título “A Marcha de Jesus e o Diabo” (Opinião, 3/11, pág. A2) reincide no mesmo pecado.

Eu sei bem o que é isso. Por causa de uma denúncia apócrifa, publicada de maneira precipitada por esta Folha, respondi durante anos por crimes que nunca cometi, até que o Supremo Tribunal Federal, após ouvir o procurador-geral da República, constatou a minha inocência. Mandei o acórdão para todos os jornais que me acusaram. Nenhum deles publicou sequer uma linha.

Trata-se do mesmo processo que, agora requentado, há pouco ocupou, espalhafatosamente, as primeiras páginas de quase todos os jornais brasileiros. Só que, dessa vez, não me incluíram entre os acusados. Se o fizessem, o processo iria para o STF, em virtude da garantia constitucional de foro privilegiado consagrada aos membros do Parlamento, onde morreria no nascedouro, já que aquela egrégia corte o conhece minuciosamente e sobre ele já decidiu.

Mas não creio, honestamente, que a pretensão seja a de obter a condenação. Ao que parece, o maior interesse é o de expor pessoas públicas ao constrangimento de longos depoimentos -antes e depois dos quais se promove o oprobrioso espetáculo midiático.

Há na Bíblia uma passagem que diz: “Ferirei o pastor e se dispersará o rebanho”. Os milhões de evangélicos que marcharam para Jesus ao lado de seus líderes, reafirmo, foi o ato mais solene e majestoso de revogação popular de todas as injúrias e calúnias que, ao longo dos últimos anos, nos irrogaram os ódios e as paixões.

MARCELO BEZZERRA CRIVELLA , 52, engenheiro civil, mestre pela Universidade de Pretória (África do Sul), é senador da República pelo PRB-RJ e líder de seu partido no Senado Federal. É pastor evangélico da Igreja Universal do Reino de Deus.


Agora comento o testo acima:

Não sei o que é mais abjeto. O ato criminoso em si dos chamados representantes de Deus ou essa gente que coloca tudo na base da perseguição religiosa para legitimar o ilegítimo.

Aos fatos:

O tal casal entrou com dinheiro nao declarado nos eua. Não importa se eram 10, 50 ou um milhào. A questão é: porque nao declararam. Ninguem ia tomar o dinheiro, bastava informar corretamente. Foi esquecimento? Venhamos e convenhamos,quem esquece que tem dinheiro em penca na bolsa e no meio de uma biblia,logo uma pessoa religiosa que por suposto, não deveria larga-la?

O casal cometeu um crime e nos eua. Foram julgados lá e o que a imprensa fala ou não fala por aqui não repercutiu no caso porque se a imprensa aqui tivesse esse poder todo, como deseja o autor do artigo (para que sua ilação tivesse algum condão de tornar real o imaginário), os mesmos eua teriam mandado deportar o ex-presidente Collor que foi morar uma temporada por lá, logo depois da feroz pancadaria que resultou no seu afastamento.

É de esgotar a paciência de qualquer um.

Sentença farisaica? Só rindo mesmo…

Uma coisa é a massa da população evangélica que é digna das maiores e melhores homenagens, no mínimo porque ao tentarem viver uma vida mais regrada pelo parâmetro bíblico, no coletivo são pessoas honestas, livre de vícios e cumpridora de seus deveres.

Por isso, da mesma forma que os evangélicos não podem ser desqualificados porque uma meia duzia de vendilhões de templo usa a religião para ganho e riqueza pessoal; esses mesmos não podem ser absolvidos por que o coletivo grupo de evangélicos da população é honesta e vive pelo cumprimento da lei, absolvendo essa turminha da pesada de não praticar aquiloque ensinam.

Ser fariseu é isso e não a sentença de um país sério frente ao comentimento de um crime.

E os apóstolos de Cristo, assim como ele próprio, foram processados injustamente e mortos, não porque tentaram atravessar as fronteiras do império romano com 50.000 denários não declarados; mas porque se recusaram a fazer parte do mundo romano no que concerne ao amor pela luxuria, pelo dinheiro, pelo poder. Porque pregaram uma doutrina diferente baseada no amor.

Esses “líderes” religiosos em nenhum momento foram condenados por seguirem o exemplo do Cristo e de seus apóstolos, muito pelo contrário.

Se o Cristo fosse chamado para depor como testemunha desses no julgamento ou se a imprensa quisese saber sua opinião, o maior dos mestres simplesmente lembraria o que disse a pouco mais de 2.000 anos e que continua valendo: “…nunca vos conheci, afastai-vos, vós obreiros do que é contra a lei…”.

Nenhum comentário: